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2005-03-12

 

Sócrates "comprou" uma guerra...

... uma boa guerra para os portugueses. Só espero que, para além desta guerra, boas outras guerras. como esta, sejam "compradas". Nesta, duas vontades e dois espíritos, Sócrates e Correia de Campos, acordaram, num espírito de inovação positiva e empreendedora (espero também todo o governo de corpo e alma), assumir "o contra" ao lobby das farmácias. Um "contra" bem positivo (a introdução do início da concorrência num sector importante até para o equilíbrio das finanças públicas) que a população vai perceber.

E a questão desta guerra é simples: Porque razão neste país (que se chama Portugal, país europeu por decisão própria) um utente de medicamentos banais (como a aspirina, aspergic, etc), que não precisam de receita médica, não dispõe de alternativa? Só lhe restando a farmácia que tem um funcionamento inadequado de atendimento ao público que vem de há longos anos, exactamente porque tem um mercado cativo legalizado e, por isso, "põe e dispõe" como se diz em gíria popular.

Nunca nenhum governo mexeu nisto. E houve condições. Cavaco, com duas maiorias absolutas, não foi sensível ou não ousou enfrentar este lobby. Afinal o "desejado" homem da direita para a Presidência não cumpriu coisa tão simples como esta, a de contribuir para simplificar a vida às famílias portuguesas.

Mas calma, esta medida não basta. Este lobby continua a não estar enquadrado numa lógica concorrencial. Contra todas as regras comunitárias, com bem diz Vital Moreira, esta é das poucas actividades em que o acesso só é permitido a quem é farmacêutico. Absurdo dos absurdos.

Esta situação única em países civilizados leva-nos a questionar. Afinal estamos num país bárbaro ou temos tido governos bárbaros que, embora com condições (as duas maiorias absolutas) para mudar a situação, não ousaram ir por essa via?

Comments:
A associação das farmácias não tardou a reagir, de forma algo violenta e pouco educada, de quem sabe que esta guerra já a perdeu. E os argumentos do seu comunicado são tão estúpidos que se a estupidez pagasse imposto!!! que boa maquia o Estado arrecadava.A Deco e a Ordem dos Médicos já pronunciaram no apoio a esta medida. só esperamos que o governo não tarde a concretizar a medida.
 
Uma palavra apenas para corrigir aquilo falaciosamente se tem dito a propósito da disponibilização de MNSRM em locais que não nas Farmácias:

1) A alusão ao "equilíbrio das finanças públicas" demonstra um profunda ignorância sobre este assunto, na medida em que o preço destes medicamentos, mesmo não requerendo receita médica, é exclusivamente dependente da decisão do Estado, não estando pois sujeitos às leis de mercado.

2) Outra correcção: não há medicamentos banais. Todos são medicamentos, com toxicidade e efeitos adversos associados. O facto de não requerem receita médica apenas nos diz que o sua indicação não depende de um diagnóstico médico; em todo o caso são de indicação exclusivamente farmacêutica e não outra. Lembro a este propósito que os medicamentos que aqui apelidam de "banais" podem, se tomados por doentes asmáticos, precipitar crises graves de asma; outro caso é o famigerado paracetamol e os casos de morte por insuficiência hepática ocorridos em Inglaterra na sequência do seu uso indevido.

3) O alegado funcionamento inadequado a que alude foi avaliado pela população portuguesa em 2002, em 80% dos casos, em Bom ou Muito Bom.

4) A que se refere no "põe e dispõe" das Farmácias, quando toda a actividade Farmacêutica está devidamente regulamentada e apretadamente fiscalizadas pela Ordem e pelo Ministério da Saúde por vida do INFARMED.

5) Um última nota para o Post deixado pelo Sr. Anónimo (cheio de coragem): onde está a agressividade do comunicado da ANF? Terá porventura tido oportunidade de o ler? Aqui deixo a morada para melhor documentação: www.anf.pt
 
Uma palavra apenas para corrigir aquilo falaciosamente se tem dito a propósito da disponibilização de MNSRM em locais que não nas Farmácias:

1) A alusão ao "equilíbrio das finanças públicas" demonstra um profunda ignorância sobre este assunto, na medida em que o preço destes medicamentos, mesmo não requerendo receita médica, é exclusivamente dependente da decisão do Estado, não estando pois sujeitos às leis de mercado.

2) Outra correcção: não há medicamentos banais. Todos são medicamentos, com toxicidade e efeitos adversos associados. O facto de não requerem receita médica apenas nos diz que o sua indicação não depende de um diagnóstico médico; em todo o caso são de indicação exclusivamente farmacêutica e não outra. Lembro a este propósito que os medicamentos que aqui apelidam de "banais" podem, se tomados por doentes asmáticos, precipitar crises graves de asma; outro caso é o famigerado paracetamol e os casos de morte por insuficiência hepática ocorridos em Inglaterra na sequência do seu uso indevido.

3) O alegado funcionamento inadequado a que alude foi avaliado pela população portuguesa em 2002, em 80% dos casos, em Bom ou Muito Bom.

4) A que se refere no "põe e dispõe" das Farmácias, quando toda a actividade Farmacêutica está devidamente regulamentada e apretadamente fiscalizadas pela Ordem e pelo Ministério da Saúde por vida do INFARMED.

5) Um última nota para o Post deixado pelo Sr. Anónimo (cheio de coragem): onde está a agressividade do comunicado da ANF? Terá porventura tido oportunidade de o ler? Aqui deixo a morada para melhor documentação: www.anf.pt
 
Uma palavra apenas para corrigir aquilo falaciosamente se tem dito a propósito da disponibilização de MNSRM em locais que não nas Farmácias:

1) A alusão ao "equilíbrio das finanças públicas" demonstra um profunda ignorância sobre este assunto, na medida em que o preço destes medicamentos, mesmo não requerendo receita médica, é exclusivamente dependente da decisão do Estado, não estando pois sujeitos às leis de mercado.

2) Outra correcção: não há medicamentos banais. Todos são medicamentos, com toxicidade e efeitos adversos associados. O facto de não requerem receita médica apenas nos diz que o sua indicação não depende de um diagnóstico médico; em todo o caso são de indicação exclusivamente farmacêutica e não outra. Lembro a este propósito que os medicamentos que aqui apelidam de "banais" podem, se tomados por doentes asmáticos, precipitar crises graves de asma; outro caso é o famigerado paracetamol e os casos de morte por insuficiência hepática ocorridos em Inglaterra na sequência do seu uso indevido.

3) O alegado funcionamento inadequado a que alude foi avaliado pela população portuguesa em 2002, em 80% dos casos, em Bom ou Muito Bom.

4) A que se refere no "põe e dispõe" das Farmácias, quando toda a actividade Farmacêutica está devidamente regulamentada e apretadamente fiscalizadas pela Ordem e pelo Ministério da Saúde por vida do INFARMED.

5) Um última nota para o Post deixado pelo Sr. Anónimo (cheio de coragem): onde está a agressividade do comunicado da ANF? Terá porventura tido oportunidade de o ler? Aqui deixo a morada para melhor documentação: www.anf.pt
 
O sistema farmacêutico português que se ponha a pau e não seja trauliteiro. Seja mais inteligente e faça como os britânicos: criem uma espécie de "BOOTS" e já está! Aliás ainda não percebi por que razão a Boots ainda não chegou cá. Quando cá chegar, vou-me rir. OLima (ondas2.blogs.sapo.pt)
 
O sistema farmacêutico português que se ponha a pau e não seja trauliteiro. Seja mais inteligente e faça como os britânicos: criem uma espécie de "BOOTS" e já está! Aliás ainda não percebi por que razão a Boots ainda não chegou cá. Quando cá chegar, vou-me rir. OLima (ondas2.blogs.sapo.pt)
 
Muita parra e pouca uva. ESta medida, que parece que é a mais importante que este governo vai tomar, serve mais para favorecer o lobby dos hipermercados e do engº Belmiro do que para combater os privilégios corporativos.
O que era necessário é que se acabasse com o actual regime de licenciamento de farmácias e se abrisse o mercado a todos os licenciados em FArmácia.

Não passa de mais um exemplo de que este governo pretende dar o simbólico à esquerda e o substantivo e essencial aos grandes grupos económicos.

jmpv
 
Claro que todo o medicamento tem toxicidade e efeitos adversos associados. O mesmo se pode dizer do Whisky, dos queijos...
Falemos pois,a sério.
O que de facto preocupa é que isto acabe mesmo num conflito com a ANF sem que se explorem as vantagens que poderia ter.
De facto, esta medida pode ter reflexos na criação de alguns milhares de postos de trabalho desde que se consiga evitar, com legislação adequada, que esses produtos sejam colocados nas prateleiras dos supermercados.
Esta é que é, para mim, a grande questão!!!
 
Vantagens? Mas quais vantagens? Não venham com a história do interior, porque todas as terrinhas têm, pelo menos, uma farmácia, o que já não acontece com os hipermercados!

Mais emprego?! Os Farmacêuticos não têm falta de trabalho e não faz parte dos objectivos profissionais da classe a inclusão de hipermercados no CV!
 
Cumprindo um dos valores em que assenta a actuação do farmacêutico como profissional de saúde, aqui deixo locais onde poderão obter mais informação sobre questões de segurança de medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM), os quais tendem a designar-se MIF (medicamentos de indicação farmacêutica):

1. Paracetamol
> Acetaminophen hepatotoxicity: An update.
> Acetaminophen intoxication during treatment: what you don't know can hurt you.
> Acetaminophen toxicity.

2. Aspirina
> Challenges in managing NSAID-associated gastrointestinal tract injury.
> Digestive and hemorrhage complications of low-dose aspirin
> Risk factors for gastrointestinal bleeding associated with low-dose aspirin

3. Vitaminas
> Hepatotoxicity of alcohol-induced polar retinol metabolites involves apoptosis via loss of mitochondrial membrane potential
> Vitamin B6 (Pyridoxine)--excessive dosage in food supplements and OTC medications
> Hypercalcemia caused by iatrogenic hypervitaminosis A
> Vitamin D and colon carcinogenesis

Em caso de dúvida ou persistência dos sintomas, já sabe: consulte sempre o seu médico ou farmacêutico. Ou então, quem sabe um dia, a menina de patins.

Junto a si, pela sua saúde!
 
Ao jovem Nuno Costa Furtado com comments muito "interessantes", embora fora de um projecto de progresso do país mas de defesa acirrada de um lobby em perda, duas sugestões:1) não chame aos outros, ignorantes, por uma simples razão,de certeza será ignorante em muitos domínios e aí encontramo-nos, tudo oK. 2)e relacionado com 1) não jogue com o uso indevido de palavras fora do contexto porque isso só revela que está (intencional ou não) em defesa de uma causa (espero sinceramente que neste caso perdida, se o actual governo fôr coerente). Sinceramente não estou ninguém contra ninguém em concreto, mas contra o sistema que protege este sector. Noto que apenas pessoas dele dependentes (e felizmente nem todas)defendem a situação reinente. Hoje, dia 14, ao ler os jornais sobre o tema deve sentir-se bastante desapoiado. Os blogs permitem a livre opinião e cada um usa os termos que entende.
 
O mal não está em não saber, o que é de lamentar é que se fale do que não se sabe! Eu não opino sobre aquilo que não conheço, porque às vezes o silêncio é uma boa manifestação de inteligência!
 
Antes de responder ao amável post deixado pelo Sr. João Abel de Freitas, permita-me que lhe deixe apenas duas notas de agradecimento. A primeira pelo espaço que me concede - de facto os blogs são o melhor exemplo de democracia e tolerância de opinião. A segunda pela forma amável e cuidada com que me apelidou de "jovem" - porque não tendo saído há muito tempo de faculdade, é sempre lisonjeador recordarem-nos a juventude, na certeza consoladora de que o futuro é inegavelmente dos jovens.

Relativamente à ignorância contra a qual me insurgi, devo deixar uma nota explicativa. O problema não se coloca na ignorância per se, pois ela é uma condição incontestável da natureza humana e, mais que tudo, o motor da evolução da própria causa humana. O problema está na assunção de posições fundadas nessa ignorância. Quer um conselho: procure falar apenas daquilo que sabe, pois assim não cairá nunca no ridículo do erro grosseiro. Tomo este conselho para mim próprio em todas as circunstâncias da vida.

Referindo-me ao pertenso desapoio manifestado nos jornais de hoje, quero assegurar-lhe que esse é mais um motivo que me sossega. Porque as maiorias nunca moveram moinhos. Estaremos cá todos para rir. Rir é o melhor remédio – e esse não se venderá nunca em grandes superfícies.
 
Dois comments em relação ao último comentário de Nuno Costa Santos. Não é "bonito" chamar-se ignorante a outrém só porque esse outro tem uma opinião de fundo contrária à nossa. O mais interessante é sempre olhar para enriquecer a nossa. Segundo, essa "das maiorias não moverem moinhos" acho que deve seriamente pensar sobre isso, nomeadamente sobre o impacte.E a concluir não considere a alusão que fiz ao impacto deste negócio dos fármacos "nas finanças públicas" uma ignorância.
 
Explique-me então como é que julga que a venda não exclusiva de medicamentos não comparticipados pelo Estado poderá afectar as Finanças Públicas?

Um última nota sobre a ignorâcia: eu não critico a opinião contrária - essa é sempre de relevar se fundada. Eu critico objectivamente a falta de argumentação e o falacioso raciocínio assente em meras impressões pessoais e não em conhecimento concreto das matérias. Mas isso é uma questão de própria política pessoal - apenas me refiro aos assuntos que domino, reconhecendo com toda a humildade as limitações que se me impõe noutros domínios. Que fossemos todos assim, não acha?
 
Permitam-me mais uma intromissão nesta interessante discussão, que tenho acompanahdo de perto.

Eu explico então como o Estado gasta dinheiro em medicamentos:

Chama-se comparticipação. Obviamente, não é referente a medicamentos como a Aspirina, o Cêgripe ou mesmo o Bissolvon. O estado "paga" uma parte dos chamados medicamentos COMPARTICIPADOS. Assim, a implementação dos genéricos e a consequente comparticipação com base em preços de referência, foi uma medida que permitiu, realmente, uma poupança ao Estado.

E quando escrevo "paga" (entre aspas) não é inocentemente que o faço. Seria curioso ver cada cidadão aguardar em sua casa pacientemente pela comparticipação por parte do estado dos medicamento que consome. Caso as pessoas não saibam, é a "terrível" Associação Nacional das Farmácias (ANF) que adianta esse dinheiro às farmácias suas associadas e fica a aguardar "pacientemente" pelo reembolso, em vez de cada um de nós arcar com o prejuízo sozinho de uma comparticipação tardia!
 
Anti Depressants is in the FDA pregnancy category D. This means that Anti Depressants is known to be harmful to an unborn baby. Do not take this medication without first talking to your doctor if you are pregnant or could become pregnant during treatment.
 
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