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2007-06-05

 

União Europeia refém dos EUA?

Não aprecio a posição de Bush em querer alargar o seu sistema antimisseis à Polónia e à República Checa, com uma Europa sem reacção, sem estratégia, ou pior, conivente e envergonhada.

Compreendo que entre os países do ex - pacto de Varsóvia ainda haja muito ressabiamento, mas a União Europeia não está a construir-se para "alimentar" essa situação. É exactamente ao contrário.

Putin tem razão em pressionar para que isso não aconteça ou que, pelo menos, não aconteça sem que a Rússia seja parte desse processo. A Europa tem de pensar que a Rússia é um seu parceiro estratégico para o futuro.

As instituições europeias não podem, por conseguinte acobardar-se face a Bush.

O regresso de mísseis ao território europeu sem um acordo partilhado não serve à Europa, nem ao mundo. É criar uma situação típica da guerra fria.

Eu não gostaria de no quintal do meu vizinho ver umas bazucas apontadas para mim, mesmo que o vizinho invocasse uns fins "muito nobres", sem me passar cartão.


Comments:
Desde quando um escudo anti-mísseis, repito: antí-misseis, é uma arma agressiva e ofensiva (nessa imagem de "bazucas apontadas para mim")? E a República Checa e a Polónia, soberanamente, não têm direito de opção autónoma sobre o seu sistema de defesa (ou ainda têm de pagar quota política como ex-membros do Pacto de Varsóvia por conta de quando os seus tanques impunham as opções e a pax sovieticus?)? Esta sim é retórica persistente herdada da coerência encardida dos tempos da "guerra fria". Desgraçados argumentos estes e ofensivos para com países (recententemente) soberanos (e a soberania inclui ter meios de defesa) e nossos parceiros na UE. E, por acréscimo, servis a Putin, esse continuador do velho KGB servidor da velha e podre ordem obediente do PCUS até ao PCP (KGB agora reconvertido ao serviço da máfia capitalista selvagem herdada da ex-nomenklatura dos patrões do comunismo mundial).

Que, pelo direito à indignação perante este post bárbaro e social-imperialista, me desculpes o estilo exaltado deste comentário. Que não belisca a estima devida.

João Tunes
 
Meu caro João Tunes

Entrei numa de fazer um "post" (não sei como se deve escrever com "e" ou sem "e") sobre Lisboa, que me parece um "case study" e deparo-me com o teu comentário todo "artilhado".

Registo as minhas achegas, com um aspecto prévio. Respeito as ideias das pessoas, embora por vezes me situe nas antípodas, quando deduzo que as percebi, o que não me parece ser esta a situação.

Acho que entraste desfocado do "meu tema".

O meu sentir. Se houvesse uma política externa comum europeia, de acordo com a minha visão da Europa, a situação do sistema antimíssel dos EUA na Polónia e República Checa não fazia sentido e até não vejo a diferença pois no antes estes países sujeitavam-se a Moscovo e agora a Washington, com vantagem neste últimocaso, agora recebem umas massas valentes para estarem caldos, baterem palmas e deixarem ocupar o território, tipo lagens para pior na Terceira. E isso paga-se. Eventualmente o alinhamento com os EUA na guerra do Iraque.

O meu problema situa-se noutro plano. Para mim, a Rússia é/pode/deve ser entendida como um parceiro estratégico futuro (e isto marca a diferença no trabalho a fazer) por parte da UE. Numa concepção destas não cabem posições tão dessintonizadas dos seus países membros, a não ser que esta minha visão seja um disparate. Pode haver quem legitimamente pense assim. Não estou aqui a discutir "as bondades ou maldades" da evolução da Rússia nem o espírito democrático do Sr. Bush
 
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