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2007-09-30

 

Um socialista chefe do FMI

Este fim de semana Dominique Strauss-Khan dirigente do PS Francês, ex-ministro das finanças e ex-rival de Ségolène Royal nas primárias socialistas para a eleição presidencial foi eleito director-geral do Fundo Monetário Internacional.

O FMI tem-se distinguido pela imposição aos países em crise de uma ortodoxia financeira da qual os critérios sociais como o nível de pobreza, a educação ou a saúde estão completamente ausentes. O caso mais paradigmático é a intervenção do FMI na crise argentina que atirou para a miséria uma parte importante da população.

Strauss-Khan promete mudanças, nomeadamente aumentando o peso de países como o Brazil e a India. Pessoalmente desconfio que vai ser mais um caso de um homem de esquerda a trocar os princípios pelo pragmatismo económico, só espero que me engane...

2007-09-29

 

Menezes, a vitória do santanismo

Como tinha vaticinado perante vários amigos, ontem ao jantar, Luís Filipe Meneses ganhou. Ganhou o santanismo. Uma deriva populista do PSD originada pela fome e sede de poder e a inconsistência estratégica de conquista, exercício e manutenção do poder. Há analistas que, por Mendes ter o apoio dos grandes barões, já há muito tudo gente citadina, representa as cidades e Meneses os rurais, que há trinta e três anos ainda tinham muito peso e hoje não. E que Marques Mendes com a sua crescente colagem ao Compromisso Portugal representava uma mais vincada vertente neoliberal. E que, por oposição, Menezes se apresentará mais social-democrata deixando assim menos campo de manobra a Sócrates, revelando-se um adversário mais difícil.
Talvez todas estas considerações tenham algum fundamento mas em minha opinião a vitória de Menezes deve-se fundamentalmente à fuga do "aparelho" de Mendes para Menezes. A fuga desse aparelho sequioso de poder, disposto a tudo, para obter o quinhão a que julga, por natureza, ter direito: estar na LISTA. Na lista eleitoral para a câmara, e nas empresas municipais. Na lista para a Assembleia da República, e depois no Governo ou mesmo num lugarzinho à sua sombra, na extensa Administração e nas empresas onde o Estado tem o pé. Na lista para o Parlamenmto Europeu ou ao menos nas sinecuras que gravitam em seu torno.
O aparelho não é o conjunto de "funcionários" ou instalados que Mendes controlava. Na oposição isso é muito pouco, quase nada. Aparelho são os pequenos (e grandes) caciques e "funcionários" por todo o país que perderam o lugar com o ressurgimento em força do PS após o estado comatoso seguido de morte resultante dos governos do PSD/CDS/Durão Barroso/Santana Lopes.
Que resulta para o PS e o Governo de Sócrates. Por um lado uma oposição mais atrevida, mais dinâmica, mais demagógica, mais de "esquerda" e mais de direita, mais incendiária. Mas por outro uma maior divisão no PSD, por um lado os poderosos que quereriam um partido mais credível, um rumo neoliberal à Compromisso Portugal com gente mais "decente", uma estratégia mais prudente mas mais segura e alavancada e por outro os que estão apressados e em stress, dispostos a tudo, mesmo que em desnorte e inconsistente rumo, para chegarem à gamela do orçamento, pequenos, médios e também grandes (estes desde que lhes pareça que a pouca vergonha resulta. Quanto a isso não há quaisquer preconceitos.)
De modo que as consequências para o Governo de Sócrates são difíceis de avaliar com rigor à partida. Mas se para muitos se aparentam piores eu admito que acabem por vir a ser melhores.

2007-09-28

 

Peripatéticos (5)


As pugnas Mendes - Menezes, que apressadamente depreciamos, acusando um deles, ou ambos, de não terem ideias para o país, de se digladiarem com questões secundárias, processuais e internas, e de darem uma má imagem não só do PSD mas do próprio sistema político, põem em relevo, no entanto, alguns traços ainda imperantes na nossa cultura. Nesse aspecto, deveríamos agradecer a estes dois dirigentes do PSD a oportunidade e o exemplo.

Olhando para as directas do PS, Mendes, após o recente desaire (eleições intercalares para a Câmara de Lisboa), viu na sua eventual reeleição uma oportunidade para refrescar a sua legitimidade. Feito o anúncio de que o Presidente do PSD ia a votos, Rio afastou o cálice com um trejeito do lábio inferior; Marcello reafirmou o consenso do baronato, sublinhando que o contrato a prazo de Mendes ainda não tinha expirado; Meneses hesitou, apalpou o terreno e, finalmente, fez-se à estrada.


Mendes segue a cartilha de Sócrates:

a) Falar para "fora", isto é, se queres mudar alguma coisa no partido, passa mais pela tardinha. Agora não. Estamos muito ocupados com a candidatura a 1º ministro.
b) Tudo o que faz o opositor é condenável. 1º porque ousou afrontar o líder; 2º porque é populista; 3º porque quer arrebanhar votos caciqueiramente; 4º porque intui que uma boa parte dos militantes do PSD se deixa levar pela primeira sereia endinheirada que lhe aparecer (o que pensarão disto os militantes do PSD?).
c) Porque dá o dito por não dito em muitas matérias (neste teste acho que ninguém se safava...).

Pronto a introdução está feita.

Agora olhem à volta. Passem em revista os estilos de debates, discussões e confronto de ideias em curso nos clubes desportivos, universidades, cooperativas, media, blogosfera (inclusivé entre confrades do mesmo blog), e digam-me quantos e quais os debatentes que se eximiram a um argumento ad homine, a uma deturpação da argumentação oponente, a uma fuga temática, um processo de intenção, uma bravata megafónica?

O que Mendes está a fazer a Menezes é o que quem está no poder costuma fazer quando é defrontado. Ridiculariza o concorrente e desvaloriza tudo o que ele diz e faz.
Em matéria de métodos democráticos, participação dos militantes, filiação e desfiliação, assinatura de declarações de fidelidade, privilégios, remunerações, angariação de dinheiros e gestão do património, poucos se poderão isentar.
Há certas questões internas que a generalidade dos partidos não gosta de discutir em voz alta. "Os sítios certos" não são um exclusivo do "centralismo democrático".
Neste particular, o PSD não é excepção.

Ao contrário do que alguns puristas tentam fazer passar, a discussão sobre essas matérias é oportuna, necessária e inadiável.
A permanência de rituais oitocentistas, participação passiva, negação de autonomia crítica, e falta de transparência, tem contribuido bastante para deslustrar a condição de militante ou membro de partido político.

Porém, nem Menezes nem Mendes, parecem preocupados com isto.

Para além de outros equívocos, Mendes deveria enxergar-se e perceber que não é Sócrates; Menezes descobrir que não é nem Manuel Alegre nem João Soares; e ambos, confessarem que não estão, de facto, interessados em discutir em profundidade seja o que for.

Querem apenas ganhar, a todo o custo.

Assim, ganhe um ou outro, pouco monta.

O PSD continuará na mesma e... o sistema partidário também.

 

Peripatético especialista

O Manuel Correia conta-nos aqui como no contexto de um jornalismo cada vez mais sedento de histórias exemplares alguns cedem à tentação da fraude.

Não posso deixar de partilhar convosco o "caso" Debat que agita actualmente a França. Alexis Debat é um dos muitos "especialistas" (o termo francês é "expert") a que a comunicação social recorre regularmente como fonte de informações e para comentar a actualidade. Debat trabalhou para a ABC News nos Estados Unidos e foi, até a história ser descoberta, membro do Nixon Center, um centro de investigação privado em política internacional próximo dos meios conservadores americanos. Recentemente a revista Politique Internacionale a quem Debat vendeu uma entrevista de Barak Obama apercebeu-se que a entrevista era falsa. Após umas justificações esfarrapadas um jornalista de Rue89 (um jornal internet fundado por antigos jornalistas do Libération) descobriu que quase tudo o que Debat pretendia ser ou ter sido era inventado. No Ministério da Defesa Francês ninguém conhece o "especialista em terrorismo", a tese de Doutoramento na Sorbonne resume-se a uma inscrição nos anos 90 e o "diploma" da Edenvale University compra-se na internet por umas centenas de dólares.

O artigo completo de Guillemette Faure e Pascal Riché pode ser visto aqui.

Quantos especialistas que vemos regularmente por aí terão curriculae equivalentes?

2007-09-27

 

De Sá Carneiro a Luís Filipe Menezes

Que pensará o país do espectáculo degradante em que se transformou a disputa eleitoral entre Luís Filipe Meneses e Marques Mendes? É isto que o maior partido da oposição tem para oferecer ao país? Não é só o PSD que se afunda, é também com ele, nalguma medida, a imagem do regime democrático.
 

De acordo com Santana Lopes ao menos uma vez

Apesar de o Manuel Correia já ter comentado a notícia gostava de não perder a oportunidade, por certo rara, posto que não navego nas mesmas águas políticas nem tão-pouco sou sportinguista, de ao menos uma vez estar de acordo com Pedro Santana Lopes. De acordo quando abandonou a entrevista na SIC por vê-la interrompida para que a estação não perdesse o directo da chegada ao aeroporto de um "treinador de futebol".

 

Peripatéticos (4)

Miss Head percebeu que mentindo um pouco, podia ganhar muito. Bastou-lhe parecer uma sobrevivente daquela manhã de 11 de Setembro de 2001. O palco estava montado. Subiu, contou as suas histórias e viveu esse papel até há pouco.
Quando lhe começaram a fazer perguntas demasiadas e desconfortáveis, clamou pelo direito à privacidade.

Os pais da pequena Bushara Binhisa recusaram-se a deixá-la parecer uma outra menina, de uma história triste, complicada e inconsistente, que supomos ter começado no início de Maio passado, na Praia da Luz. O que horas antes poderia ter sido, deixou de sê-lo. Bastou aproximar a lente da pequena Bushara e conseguir uma foto mais nítida.
Entretanto Gerry e Kate McCann já decidiram aparecer menos em público. A corte de assessores e porta-vozes intermedeiam-nos, poupando-os a uma exposição fragilizadora às bocas e aos olhos do mundo. Reconquistaram, pelo menos em parte, o direito à privacidade.

Santana Lopes, por uma vez, tem razão. A mesma parefernália mediática, amplificadora de histórias verdadeiras e falsas, foi ao aeroporto para um directo eufórico que feriu duplamente a dignidade do entrevistado, certamente esquecido da sua passagem pelos cargos de dirigente desportivo que desempenhou. A direcção de programas da SIC-Notícias ofendeu-o porque o interrompeu, mas também porque entendeu que a "actualidade" da chegada de Mourinho se tornava mais importante para as audiências do que as doutas observações do ex-presidente do PSD.

Assim não vamos lá! - exclamou Santana Lopes. Deveria saber, por experiência própria, que, na circunstância, ninguém quer ir a lado nenhum.

Basta (a)parecer.

 

Peripatéticos (3)

No estúdio da SIC-Notícias, Santana Lopes, justamente desfeiteado, dá por finda a entrevista com Ana Lourenço. Protesta contra a interrupção que vitimou a sua entrevista acerca da turbulência que vai no PSD por causa do pagamento das quotas e das chapeladas em preparação. A jornalista, urbana mas convictament, explica-lhe que são "critérios editoriais". Santana retorque que quando a direcção de notícias de um canal televisivo - ainda por cima, de "notícias" - considera que a chegada de um grande treinador de futebol ao aeroporto da Portela perde por esperar uns escassos minutos por uma reportagem em diferido, e vem atropelar uma conversa sobre a política nacional, o país vai mal.

- "Assim o país não vai a lado nenhum!", soltou Santana.

Engana-se. Assim o país (da SIC) vai mesmo a todo o lado.

 

Peripatéticos (2)


O DN de hoje [notícia aqui] revela que a menina fotografada em Marrocos, há cerca de um mês, pela turista de nacionalidade espanhola, Clara Torres, se chama Bushara Binhisa, vive com os pais em Zenita (norte de Marrocos). Não se trata, de modo nenhum, de Madeleine McCann. O porta voz dos McCann, Clarence Mitchell, veio reconhecê-lo, dando a entender que não é por não terem acertado desta vez que vão perder a esperança de encontrá-la.

Por umas horas, a foto desfocada de uma menina loira, terá trazido, a muitos de nós, um novo sobressalto. E se fosse desta? E se fosse aquela a menina em causa?

Não custa acreditar. O desejo de que assim fosse é avassalador. E os media, entre o sentimento ansioso e a exiguidade de novos factos, fazem as coberturas que julgam mais convenientes.


 

Peripatéticos (1)

Tania Head surgiu imediatamente a seguir à queda das torres do World Trade Center, como uma das escassas 19 sobreviventes. A plausibilidade da sua história e dos episódios que descreveu convenceram muitas gentes. De ponto em nó, chegou a presidente da World Trade Center Survivors' Network, notabilizando-se no apoio às famílias das vítimas e na recolha de fundos para a organização a que tinha passado a presidir.

Um dia destes, as coisas começaram a correr mal para ela. Ninguém se lembrara até então (parece) de verificar a consistência das histórias que ela contava. Pareciam aceitáveis, lógicas, críveis e fiáveis. Porém, à primeira tentativa de confirmar uma delas, as suas versões revelaram-se insustentáveis, pífias e insuportáveis.

A história vem no NYT e intitula-se "In a 9/11 Survival Tale, the Pieces Just Don't Fit ".
Tania enganou os media (e os incautos consumidores dos discursos mediáticos) porque conseguiu, antes, ludibriar os restantes sobreviventes, as famílias das vítimas, o presidente Giulliani, i tutti quanti.

Depois da "credibilidade" conquistada, os media vieram, por arrasto.

Agora, retirada para os seus direitos à privacidade, percebe que o circo mediático que faz fulgir as lantejoulas, também mostra o corpo da trapezista estatelado na pista.

 

O desemprego aumenta entre os licenciados (2)

Não esperava com o poste sob este tema suscitar tantos comentários. Apenas contastei um contrasenso, teórico pelo menos, quando se diz que as mudanças neste País estão dificultadas pela baixa qualificação dos recursos humanos e o desemprego está a crescer mais que entre os licenciados mais que em outras camadas. E a isto juntei uma conversa tida sobre o sector de hotelaria, uma visão dum gestor do ramo.

Não tenho dúvidas que Portugal está com dificuldades de encontrar um modelo de saída para a sua crise económica. Em que actividades apostar mais? Como gerir e aplicar os incentivos que vêm da UE? Que oportunidades traz a internacionalização à economia nacional? Onde está a competência para as aproveitar? Qual o papel dos grupos económicos? Qual o papel das PME?

E bate-se e rebate-se no défice orçamental e muito pouco no externo, quando este é, no mínimo, tão importante como o outro e mais é a causa do défice orçamental pois tem a ver com a estrutura produtiva nacional de agora e diria de há séculos antes.

Isto é quase tabú entre nós. Onde há esta discussão? Onde estão as universidades?

Costuma-se dizer: os diagnósticos estão feitos. Falta é acção.

Não concordo. Os diagnósticos não estão feitos numa visão de desenvolvimento (há monografias de tudo, que é outra coisa) e não há perspectiva estratégica.

É isto e por conseguinte sendo o ensino uma peça fundamental dessa estratégia, certamente muitos cursos não estarão adaptados para o nível em que está o desnvolvimento do país.

 

Estou com a decisão da CML

Estou completamente contra a muralha de 600 m que o porto de Lisboa quer construir, em frente a Santa Apolónia, para cais de cruzeiros.

Agora também é verdade. Os cruzeiros são um segmento em crescimento e o porto de Lisboa tem de se preparar para os acolher, sob pena de os perder. Há quem, em outras águas, espreite a oportunidade. Mais cruzeiros, mais movimento, mais turistas, mais receitas.

Mas poupem-me. Neste país só se sabem projectar mastodontes?

Não haverá arquitectos que saibam conceber algo que amachuque menos? Não haverá outro local mais apropriado? A mim dizem-me que tudo pode/deve ser diferente.

(Registo: vivo para os lados de Santa Apolónia)

2007-09-26

 

Um Novo Deus Omnisciente nasceu...

Onde está ele?

Na opinião de Vasco Graça Moura terá nascido lá para os lados de Braga, mas desde há uns anos largos que aportou em Lisboa ali para os lados da Lapa.

Quem é então?
O Deus de Vasco Graça Moura "inspira-se na firmeza de Sá Carneiro, no saber e experiência feito no rigor de Cavaco Silva, na versatilidade de Marcelo e na destreza política de Durão Barroso". VGM não esqueceu nesta sua tirada também Mota Pinto. É o que se pode dizer: ementa mais completa não há (esqueceu apenas Rui Machete mas devem ser guerras que não interessa a este "nascimento"). E então continua assim: "Sem copiar nenhum deles, e interpretando também, a seu modo, o legado de Mota Pinto, estrutura a sua coerência e a sua persistência própria à luz desses paradigmas que se tornaram património político e histórico do PSD, acrescentando a essa matriz o seu contributo pessoal".
Uma daquelas muitas noites de nevoeiro de Graça Moura a escrever sobre os seus políticos.
E o novíssimo Deus nascido nas palhinhas de Braga? Está em campanha tendo-lhe sido oferecidos, não a essência e o mel, mas os votos do PSD açoriano.
Menezes pecou. Faltou-lhe um "poeta" e umas prebendas.

 

Sarkozy e os africanos

«O drama da África é que o Homem africano não entrou na história. O camponês africano que desde à milhares de anos vive ao ritmo das estações do ano, para quem o ideal de vida é a harmonia com a natureza, conhece apenas o eterno recomeço do tempo ritmado pela repetição sem fim dos mesmos gestos e das mesmas palavras.

Neste imaginário onde tudo recomeça sempre não há lugar para a aventura humana, nem para a ideia de progresso.»

A citação acima transcrita é um excerto (retirado do contexto) de um discurso pronunciado por Sarkozy na Universidade Cheik Anta Diop em Dakar que tem gerado muita polémica em França e em África. Recentemente uma historiadora Maliana lançou um projecto de escrita de um manual de história de África destinado a actualizar os conhecimentos de Sarkozy.

O que mais me choca no discurso de Sarkozy é a ideia subjacente de que os problemas actuais da África são da responsabilidade exclusiva dos povos africanos, a corrupção, as ditaduras e o sub desenvolvimento são da exclusiva responsabilidade da África, segundo Sarkozy a colonização é um assunto arrumado, faz parte da história.

Não defendo uma visão maniqueísta ou paternalista da África em que tudo se reduz à colonização, os ditadores africanos são os principais responsáveis das ditaduras, os ladrões que pilham os recursos e os envenenadores que poluem cidades inteiras são criminosos. No entanto, os ditadores mantêm-se anos no poder com a ajuda de empresas a quem os recursos naturais interessam, os poluidores despejam resíduos tóxicos produzidos em países ricos. Atribuir toda a responsabilidade dos problemas da África aos que deles são as príncipais vitimas choca-me profundamente.

2007-09-25

 

Microsoft e controlo de qualidade

Caros amigos, depois de uma grande ausência devido às turbulências dos mercados financeiros volto à vossa companhia por causa da Microsoft.

A folha de cálculo Excel é o programa de computador mais usado por quem intervem nos mercados financeiros, sejam correctores, intermediários, clientes, grossistas, etc. Escusado será dizer que se o Excel se enganar nas contas as consequências podem ser gigantescas.

A Microsoft tem andado a promover a migração para a nova versão de Office (e Excel) desde há uns meses, a versão 2007. Hoje a notícia que agita todos os que trabalham em finança é um erro grave descoberto no Excel 2007, trata-se de um erro de multiplicação fácil de reproduzir (ver artigo aqui).

Resta agora saber quais as implicações que este erro vai trazer, quantas folhas Excel circulam por esse mundo fora com erros de cálculo?
 

O desemprego aumenta entre os licenciados

Um país de contrasensos. ... Pouco qualificado em termos de habilitações, mas a "dispensar" licenciados.

O real é que, segundo os dados do IEFP, que, por vezes, levam a alguma polémica política no confronto com os do INE, o desemprego, apesar de apresentar tendência de redução, aumenta entre os licenciados.

Estes dados foram ontem divulgados e é interessante que, ontem mesmo, estando eu num seminário sobre turismo, durante o almoço aconteceu estar de conversa com o director de um dos bons hotéis de Lisboa que, simultanaeamente, gere um excelente restaurante no referido hotel.

Um dos temas abordados no seminário e o único que me suscitou interesse: "a indústria do turismo: alcançar vantagem competitiva através do serviço de excelência" acabou tema da conversa do almoço.

O director de hotel, muitos anos de experiência, muito viajado, conhecedor de várias cadeias hoteleiras, dizia-me a dada altura: o país tem excesso de licenciados neste sector mas não tem cozinheiros à altura. nem gente de copa, nem empregados de bar, nem chefes de mesa, etc, etc, nem gente de recepção de marketing. Tudo isto é fundamental. Das nossas escolas náo sai gente preparada. Ainda por cima este homem já foi docente numa escola superior de hotelaria da região de Lisboa!!

 

Monges abalam ditadura


Monges budistas junto aos belos pagodes, abalam a ditadura da Birmânia com repetidas manifestações que tem tido grande adesão popular.

A Birmânia tem 50 milhões de habitantes e uma ditadura militar há 45 anos. Os EUA e a União Europeia sujeitam a sanções económicas esta antiga colónia inglesa enquanto as vizinhas China, Índia e Tailândia fecham os olhos. É que são estes que exploram o gás e não aqueles. Uma complacência idêntica àquela que os primeiros têm, por exemplo, com o regime saudita, por razões "humanitárias" idênticas.

Foi assim, com semanas e semanas de manifestações diárias, lideradas pelos clérigos xiitas que o regime monárquico do Xá caiu dando o lugar ao regime dos ayatollas do Irão. Mas os budistas são diferentes dos xiitas e o contexto é muito distinto. Por isso, ainda que Bush apoie os monges mais com o cheiro no gás eu também apoio mas mais com o "cheiro" na liberdade. [NYT], [DN]


 

Haja decência!

O que até agora tem sobressaído na campanha eleitoral para a escolha do líder do maior partido da oposição, o PSD, é a acusação mútua dos candidatos de falcatruas para o roubo de votos.
"Na Figueira [da Foz], por exemplo, alguém pagou mais de 200 quotas de militantes, no mesmo terminal de multibanco, por volta das duas da madrugada - tudo num intervalo de poucos minutos. O secretário-geral do partido recusa aceitar a regularização destas quotas, alegadamente feito por apoiantes de Menezes. "O arrebanhamento continua", desabafa Guilherme Silva, deputado e presidente Conselho de Jurisdição (CJ), acrescentando: "Só lamento não ter provas materiais"."
"Mas a principal questão é a dos Açores, onde apenas 36 dos 8.218 militantes têm as quotas em dia. Apesar disso, o PSD-Açores reclama o direito generalizado de voto para a escolha directa do
presidente nacional do partido, que decorre na próxima sexta-feira." [DN]

Não interessa a ninguém que preze a democracia fazer chicana partidária em torno deste escândalo nacional mas ele, a par de outros do género do PSD/SOMAGUE, é um facto atirado à cara do país diariamente revelador do estado de degradação do segundo maior partido nacional. Sabemos, no entanto, que este partido não têm o exclusivo da podridão e isso dá que pensar no estado em que estamos quanto ao regime democrático que tantos sacrifícios exigiu a conquistar ao longo de 48 anos.


2007-09-24

 

Quem se inspira em quem. Ou, plágio e não plágio

Os blogs vivem muito dos media tradicionais. E o inverso é cada dia mais verdadeiro. Enquanto no primeiro caso os bloggers colocam quase sempre um link para a fonte de inspiração, o jornal, rádio ou televisão, a inversa não é frequente ou ramente existe, se existe.
Quando os artigos nos medias se parecem muito com o de algum blog ou vice-versa não é garantido que tenha havido plágio. É frequente e natural que um acontecimento na ordem do dia inspire opiniões semelhantes a quem tem da vida uma visão próxima. Mais que uma vez vi posts que parecem copiados do meu blog e o inverso. Fico então preocupado com a conclusão que outros podem tirar e vou ver o dia e hora de "postagem". Por vezes ganho e outras perco. Dando, no último caso, a vitória lugar ao desespero. Resta-me então a esperança de que quem vá a um não vá ao outro blog.

2007-09-23

 

Além Portugal ...Paula Rego

Estou a "adaptar" o título do post anterior do Raimundo aplicado à República cá do burgo.

Isto a propósito de Paula Rego que vai ter uma grande exposição da sua obra no museu Reina Sofia na Monarquia aqui ao lado.

A exposição vai lá estar até 20 de Dezembro. Se fôr a Madrid aproveite até porque o museu da Reina Sofia vale a pena, independente da Paula Rego lá estar.

Mas Paula Rego merece, apesar das vozes que dizem que ela trata mal a "sua" espécie - o género feminino.

Para quem pinta há 50 anos e tem uma grande projecção no meio artístico mundial, mas nunca teve uma grande exposição da sua obra, exceptuando talvez a do CCB, que tive o prazer de ver por duas vezes, mas mesmo assim com menos obras, segundo afirma Marco Livingston, o comissário da exposição de Madrid, esta exposição é bem merecida.

O seu País, admito, não lhe deu ainda o apreço merecido.


 

Além Tejo


 

O Guardador de Rebanhos

I - Eu Nunca Guardei Rebanhos

Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.

Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
..................

Ver aqui, onde estão, em linha, as suas obras e de muitos outros génios da literaura.


 

As sequelas confessionais no Estado laico

Segundo as novas regras impostas nos hospitais pelo ministro da Saúde a assistência religiosa aos doentes passa a depender do desejo deste que deverá ser expresso por escrito.
____________

Portugal só lentamente se consegue libertar das sequelas do Estado confessional. A Igreja católica foi no passado a par do trono e da nobreza o grande pilar do poder, um poder profundamente opressor da esmagadora maioria da população, de acordo com os estádios civilizacionais de cada época. Sem esquecer que sempre na Igreja houve movimentos, ainda que minoritários e frequentemente em confronto com a hierarquia, defensores empenhados na luta pela justiça social.
A primeira revolução do século passado, em 1910, que substituiu a monarquia pela República, pôs fim a inúmeros privilégios absurdos que castigavam a massa do povo e criou o Estado laico separando a Igreja do Estado. A perda de privilégios e do monopólio sobre os instrumentos de condicionamento cultural e mental dos Portugueses levou a hierarquia da Igreja a desencadear uma luta sem tréguas contra o nosso regime libertador que veio a ter sucesso com o golpe militar de 28 de Maio, de 1926 que abriu o caminho para a ditadura fascista e subjugou o país 48 anos, com a censura à comunicação social, a proibição de partidos e sindicatos livres, com as missas a louvar a santidade do ditador Salazar, com a proibição do direito de reunião, com a criação de uma polícia política. O país foi assim posto ao serviço de uma casta e de uma visão rural-clerical feita de seminário e Santa Comba Dão. A Igreja ou, se se preferir, a sua hierarquia, foi durante a ditadura de meio século, não apenas cúmplice mas, com as forças armadas, o principal pilar, ostensivo e militante, do regime opressor.
A segunda revolução do século XX, em 1974 repôs a democracia e a liberdade, separou de novo a Igreja do Estado e acabou com o monopólio de privilégios de que ela gozava. Mas trinta e quatro anos depois da revolução a Igreja ainda se mantém entrosada no Estado. Os sacerdotes católicos são os únicos que mantém um vínculo laboral com o Estado. Nas forças armadas, nas polícias, nas prisões e nos hospitais. O semanário O Sol revela que, por exemplo, o Hospital da Feira, gerido por regras empresariais, dispensou o capelão poupando o seu ordenado de cerca de 1200 euros. O mesmo Sol diz que os bispos estão indignados com aquela medida do Governo.
Estou de acordo com as medidas agora tomadas. No entanto, para tentar perceber melhor a situação fiz o seguinte exercício, troquei a religião católica pela muçulmana, procurando libertar o juízo acerca da medida governamental da nossa enraizada formação católica. Eis então como ficaria a notícia:

"Segundo as novas regras decretadas pelo ministro da Saúde os clérigos xiitas e os clérigos sunitas deixam de poder andar nos hospitais pelos quartos dos doentes quando lhes aprouver. Agora, para assustarem com Maomé os doentes, fragilizados com o espectro da morte ou, se crentes, para os ajudar a salvarem-se na outra vida dos pecados nesta, só podem visitar os doentes se estes assim o entenderem e, para que não haja abusos, o pedido tem de ser feito por escrito". Vistas as coisas assim parece-me óbvia a medida.


 

Cara de Poker (9)


Provando quanto a música e a política estão profundamente interligadas, o Presidente do Estados Unidos da América não pôde assobiar para o lado. Face à dureza com que Louis Amstrong denunciou o escândalo racista de duas semana antes, em Little Rock, viu-se "constrangido" a enviar o exército para o Arkansas e garantir que os jovens negros acedessem, sob escolta, ao estabelecimento escolar aonde tinham sido impedidos de entrar.


Foi há 50 anos. David Margolik recorda-o nas páginas do New York Times [aqui].



Histórico. “A preto e branco”, como Amstrong diz, a brincar, neste vídeo com Johny Cash, onde recordam o encontro de Louis, anos antes, com Jimmie Rodgers.


2007-09-22

 

Anúncio de jornal. Brasil, 1872.


Vende-se:

Preta

.....25 anos. Bons dentes. Com saúde....

Leva cria com três anos.


Não se trata de um animal. Trata-se de uma mulher, que já então (para os crentes) era filha de Deus. Chocante, não? Era a escravatura. O negro era simples mercadoria. Istou passava-se no tempo dos nossos avós. Soube do caso na entrevista que João Almeida fez hoje de manhã, na Antena Dois a Lauro Moreira, embaixador do Brasil na CPLP (não confundir com o embaixador do Brasil em Portugal).

Lauro Moreira é homem de vasta cultura, jovem com a experiência dada por 67 anos de vida e é um encanto ouvi-lo falar. É claro que o excelente jornalista que é Joaõ Moreira também ajudou. O embaixador correu mundo como acontece na profissão e é senhor de História, de Literatura, de Geografia, de Música... enfim de Cultura. Foi ele também o coordenador das comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil. João Almeida acrescentou logo: é claro que "descobrimento" é politicamente incorrecto mas Lauro Moreira considerou que não senhor, descobrimento está bem o que foi foi um descobrimento dos dois lados... "eles também descobriam os Portugueses" .

O anúncio surgiu com a pergunta: "mas há racismo no Brasil?" Não - respondeu o embaixador. O que há é marginalização dos pobres. O Brasil é o segundo país do mundo com mais negros a seguir à Nigéria. E oitenta e tal por cento dos brasileiros tem pelo menos uma gota de sangue negro. A diferença é que nos Estados Unidos quem tem uma gota de sangue negro é "preto" e no Brasil quem tem uma gota de sangue branco é "branco". [link]


2007-09-21

 

Cara de Poker (8)

Revista de Imprensa do Nilton. Um arrojo!



2007-09-20

 

Cara de Poker (7)

A ler: Vítor Dias, n' O Tempo das Cerejas
[Entre o choque térmico e o choque tecnológico. Ver documunto da DECO ]


"Por mim, só fico à espera que, a exemplo do que aconteceu absurdamente na abertura do ano escolar,
lá para Janeiro ou Fevereiro, uma idêntica comitiva de 20 ministros e secretários de Estado se distribua pelas escolas onde o frio é de rachar para distribuir já não computadores mas uns aquecedores ( a gás ou eléctricos) ou, se for mais barato para o Orçamento de Estado, pelo menos uma manta a cada aluno e professor.

Moral da história: por mais que um governo queira expulsar a realidade pela porta principal ela acaba sempre por voltar a entrar pela janela."

2007-09-19

 

Cara de Poker (6)

A ler: Miguel Vale de Almeida, n'Os Tempos que Correm.



"Talvez alguém possa explicar a estas duas sumidades alguns factos: a) que em Portugal as pessoas homossexuais podem adoptar, os casais do mesmo sexo é que não; b) que existe uma Lei das Uniões de Facto... de facto; c) que os direitos das crianças já estão protegidos nas nossas leis; d) que existe uma coisinha chamada o artº 13º da Constituição, o qual conviria ser lido por quem, no seu job description, é suposto defendê-la.

PS para o PS: aproveitem, caramba! Têm aqui uma bela oportunidade para se distinguirem do PSD, pelo menos na chamada "agenda civilizacional
".

 

Cara de Poker (5)


Não. Não foi por supor ser descendente de D. Afonso Henriques que comprei a FOCUS esta semana. Folheei-a e atraiu-me a entrevista ao Zizek (provocador, contraditório mas imensamente estimulante) que leu Saramago a correr e parece ter confundido “não votar” com “votar em branco”, dando assim pretexto a uma polémica com o autor de "Levantado do Chão".

A FOCUS é dirigida por Nuno Ramos de Almeida, também blogger do nosso muito apreciado vizinho “Cinco Dias”.



 

Será que neste país pode haver debate?

As condições são mínimas.

Vejamos o caso do Código do Processo Penal (CPP).

Mal aparecem umas quantas vozes a questionar alguns aspectos e vozes de reconhecida competência (pelo menos eram até alguns dias antes - pensava eu), Maria José Morgado, Pinto Monteiro, Francisca Van Dunem etc. etc., logo o "bloco central", que está na origem deste CPP, descarrega todas as munições ao seu dispôr. Assim, não se vai longe. Porque não deixar falar abertamente das questões?

Não utilizem logo toda a artilharia pesada, pois pode fazer falta ...


2007-09-18

 

Alguma Graça e Coincidência

Tinha lido hoje no DN ou no Público que o ministro da saúde britânico proibira o uso de gravatas pelos médicos nos hospitais, pela simples razão de que as gravatas nunca se lavam.

Apenas não percebi porque só aos médicos. Penso que era apenas uma forma de informar porque presumo deve ser a todo o pessoal do hospital em contacto com o doente. Assim o entendi sem a certeza absoluta disso.

E então porque não abolir o uso da gravata exactamente por essa razão?. Era uma grande medida de higiene.

Mas engraçado é que liguei a SICN é lá estava uma reportagem sobre a lavagem das mãos nos hospitais e então apareciam médicos de vários hospitais, Estefânia, São francisco Xavier, etc, a falar desta medida recentemente introduzida em Portugal e das suas vantagens Tudo bem e ainda bem que foi introduzida porque parece - a acreditar naquilo que nos dizem - que, com a simples lavagem das mãos, as infecções se reduziram bastante.

Mas só um aparte. Esta medida - a lavagem das mãos - foi introduzida num hospital de Viena há mais de um século.

 

Maria Callas: Her Verdi Roles


2007-09-17

 

Maria Callas morreu há 30 anos


"A mais célebre cantora de ópera da segunda metade do século XX, morreu em Paris em 16 de Setembro de 1977 aos 53 anos." Maria Kalogeropoulos (Maria Callas) nasceu em Nova Iorque, filha de emigrantes gregos. Nos início dos anos 50, Callas substitui Renata Tebaldi outra famosíssima cantora lírica e sua rival, na "Aida", de Verdi, no La Scala de Milão.
Uma das suas óperas favoritas é "La Traviata", de Verdi. Cantou-a em 1955 no La Scala, numa encenação de Lucchino Visconti, e na sua única actuação no palco do São Carlos, em 1958.
Callas tem na década de 50 as suas mais importantes actuações, aliando à sua voz única uma até então invulgar presença dramática." [Link]

 

PARABÉNS

Sei que a competição - XXII Olimpíadas Ibero-Americanas - não é tão popular como a do Euro que também organizámos e pendurou milhares de bandeiras nas janelas. Sei que os nomes ainda não são tão conhecidos como o de Ronaldo e de Mourinho mas garanto que faríamos melhor em prestar atenção ao caso e orgulharmo-nos dos nossos rapazes:
João Guerreiro - medalha de ouro.
João Matias - medalha de prata.
Vasco Moreira - medalha de bronze.
Portugal que este ano organizou o evento conseguiu um honroso 6º lugar, o melhor de sempre. Falo das Olimpíadas de Matemática. Pois claro. Essa disciplina que exige mais da cabeça e menos dos pés, que assusta tanto os estudantes mas sem razão.
O primeiro é do colégio Valsassina, em Lisboa, que vai para Matemática no Instituto Superior Técnico (IST). O segundo é da Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa e também vai para Matemática no IST. O terceiro é da Escola Secundária de Gondomar, e seguirá o curso de Economia na Universidade do Porto.
E vá saber que país ficou em 1º e o resto ao blog das Olimpíadas ou à página da SPM. E para não ficar envergonhado ponha-se já a estudar Matemática.

 

Conversas de fim de semana

De futebol não há cão nem gato que não seja especialista. Não exige "estudos". Agora de McCann já é necessário ter lido Agatha Christie, George Simenon, Raymond Chandler ou Dashiel Hammett. Por isso fiquei admirado como quase todos tinham teorias acabadas e felizmente contraditórias sobre o trágico desaparecimento de Maddie a filha adoptiva de todos nós.
Mas a do Senhor Antunes eu enviei-a logo para a Sky News. Ainda pensei na Judiciária mas esta depois não dá andamento à comunicação e o que não aparece na comunicação não existe.
Diz ele: tanto a Kate como o Gerry estão inocentes. A miúda só pode ter sido raptada. Senão vejamos. Às 18 e 30 estava viva e há testemunhas. Ás 19 os pais estão a jantar. Se a filha tivesse entretanto morrido com conhecimento dos pais estes não conseguiam jantar calmamente e iludir todos os amigos. Por outro lado não tinham tido tempo de se desfazerem do corpo." Olhe lá! - interrompi eu - e ia já a introduzir uns grãos de areia nesta teoria quando reflecti: isto vai dar cá uma caixa na Sky News? E para sair logo dali sem levantar suspeitas disfarcei: oh Senhor Antunes deixe lá isso para a Judiciária e diga-me mas é o que é que acha do desportivismo do Senhor Scolari.

 

Greenspan nada "meigo" para o Presidente Bush

Alan Greenspan, o homem que esteve 18 anos à frente da Reserva Federal Americana (equivalente a Banco Central dos EUA) e que se considera um "republicano liberal", revela no seu livro de memórias A Idade da Turbulência, de que já se publicaram excertos nos EUA e Reino Unido, que foi o petróleo a origem da guerra do Iraque, desmentindo desta forma Bush, Blair, vários políticos portugueses como Durão Barroso e outros que "escomungavam" quem afirmasse tal coisa.

Greenspan afirma expressamente no seu livro: "fico triste por ver que é politicamente incorrecto dizer o que todos sabem que a guerra no Iraque foi motivada pelo petróleo". Do seu livro esta é a passagem mais polémica nos EUA porque ainda hoje tendo caido um pouco o argumento "as armas de destruição maciça de Saddam" porque não existiam, foi enfatizado outro o da legitimidade da guerra para pôr fim ao apoio ao terrorismo de Saddam. Outras passagenns, Bush não dá atenção à economia, de que não atendia os seus conselhos de Greenspan, essas toda a gente já esperava pelo tipo de Presidente que é Bush.


 

Opiniões desconfortáveis ...

Não sei se não se está a construir a casa pelo telhado.

O novo código de processo penal (CPP) parece ser uma "coisa" bem elaborada, talvez até avançada no campo dos princípios.

No entanto, a prática está a mostrar que os seus autores, entre eles figura Rui Pereira, actual Ministro da Administração Interna e coordenador da Unidade de Missão para esta reforma, terão pensado e pensado bem, admito, mas num mundo um tanto quanto etéreo.

Lê-se: "os polícias mostram-se desmotivados" e não é para menos, pois o assasínio de 2 colegas já condenado pode sair ao abrigo desta lei. As famílias das jovens de Mortágua estão inquietas com a saída eventual do assassínio de suas filhas. Mortágua não se sente bem se isso acontecer.

Maria José Morgado diz que os serviços do Ministérios Público não se encontram técnicamente preparados para responder porque não podem trabalhar em rede com polícias e juízes de instrução criminal, ou seja se bem entendi, não podem responder em tempo oportuno e como tal presos condenados a muitos anos podem ser libertos. Será que o conceito de prisão preventiva tinha de entregar casos destes?

Ora o que me interrogo é sobre se tudo isto não deveria estar presente na elaboração de uma lei, aprovada por largo consenso e que até o PR já veio admitir que ela pode ser revista rapidamente. É muito desconfortável. ... tudo isto.

Como queremos avançar no combate à insegurança na sociedade portuguesa se produzimos leis bonitas, avançadas (?) mas com pés de barro?

 

Cara de Poker (4)

Ainda há quem sustente que Scolari não chegou a tocar no jogador sérvio.

"... poderia ter sido muito, muito pior. A verdade é que Portugal não rendeu em campo e, quando assim é...", dizem os jornalistas, em directo.

O espírito desportivo desceu até aqui.

Preparava-se já a comédia da desculpabilização.

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2007-09-16

 

Cara de Poker (3)

Histórico. Queixa apresentada na Ordem dos Médicos por clínico que viu recusar a um dos "seus" doentes o medicamento prescrito. A notícia veio na capa do PÚBLICO de sexta-feira, continuou nas interiores da edição de ontem (link indisponível), mas não refere o hospital em questão.

"Hospital recusa medicamento inovador a doente com cancro"

Segundo a autora da peça - Alexandra Campos - o presidente do colégio de oncologia da Ordem dos Médicos admitiu que este tipo de restrições e impedimentos “começa a generalizar-se”.

O Ministro da Saúde e o Governo têm, nestes exemplos, mais uma ilustração da desumanização que os critérios economicistas introduzem no funcionamento hospitalar.

Espero que, em tempo de campanhas parabólicas que mobilizam os media e emocionam os públicos em nome de causas humanitárias, este escândalo não deixe de ser veementemente denunciado.

Que cara farão os responsáveis da Comissão Terapêutica quando recusam, contra a prescrição de um colega deles, um medicamento indispensável a um doente crónico?




2007-09-14

 

Cara de Poker (2)

Cavaco Silva, José Sócrates e Luis Amado optaram por dar um sinal de conformismo face aos desígnios imperiais de Pequim, evitando receber o Dalai Lama. Não fossem eles, respectivamente, o Presidente da República, Primeiro Ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros, e a coisa ficaria apenas pelo que eles são. Assim, fica também pelo que eles são capazes de ser. Cavaco Silva, muito pesaroso, lamenta não ter dado entrada na Presidência da República nenhum “pedido” da parte do Dalai Lama (tchiiii, a falta de informação que às vezes há por Belém...); os membros do Governo dão a entender, obliquamente, que as razões estão mais ou menos à vista.

Em compensação, Jaime Gama foi muito simpático na recepção e quase se excedeu em gentileza e solicitude.

Da China, os seus dirigentes sorriem.

Afinal ainda há europeus que elevam os princípios de uma diplomacia pragmática mais alto do que os direitos humanos.

Finalmente temos uma política para a Ásia.

Mao não faria certamente melhor.




 

Ainda o caso do Sargentão Scolari

Os nossos políticos não se portaram mal nesta matéria e até o PR se manifestou, o que acho bem, pois não é só o futebol que está em causa o que já era muito. O País saiu-se mal com este acto de Scolari, tanto mais que o seu pedido de desculpa não me convence. Pode ser sincero mar é sustentado numa mentira.

O que Scolari tem de admitir é que o seu desempenho como treinador está mal. A perda sucessiva de pontos é de sua culpa.

A federação que deverá ainda estar reunida diz que ia inquirir o comportamento de Scolari. Outra mentira. O que eles pretendem é encontrar uma estratégia para que a UEFA tenha mãos brandas.

E já agora deixem-me ser mauzinho. Se a UEFA suspender mesmo Scolari por una quantos meses a Federação vai continuar a pagar-lhe?

Neste país gosta-se de acumular prejuízos. Aqui termino esta telenovela.

 

1 milhão entrou no CDS. Mas de onde veio e para onde foi?

Narana Coissoró, ex-vice-presidente do CDS/PP desafia Portas a explicar financiamento de um milhão de euros que o partido recebeu quando ele o dirigia e Abel Pinheiro era mandatário financeiro do CDS. Incitou Paulo Portas a clarificar a proveniência desse dinheiro e o seu destino, por entender que só desta forma o partido se credibiliza. Compara a situação com o financiamento da SOMAGUE ao PSD em que todos lavam as mãos, de Durão Barroso a Marques Mendes, e deixam o caso para o ex-secretário de Estado, Vieira de Castro que por doença não pode falar. Narana acusa Portas e a sua direcção de "deixarem Abel Pinheiro sozinho".[Aqui]

Faz lembrar o caso Portucale (já foi arquivado, ou anda só esquecido?:
" (...) Uma minuta do despacho dos ex-ministros Telmo Correia e Nobre Guedes que caucionou o abate de sobreiros para o empreendimento turístico do Grupo Espírito Santo, em Benavente, foi apreendida nas instalações da Escom, durante a busca ali realizada no âmbito das investigações do caso Portucale... O confisco da minuta fez adensar as suspeitas de que a decisão dos ex-ministros do Governo PSD-CDS/PP terá sido negociada fora do Ministério do Ambiente, alegadamente pelo empresário Abel Pinheiro, também responsável pelas finanças do Partido Popular durante a liderança de Paulo Portas. (...)" (Público,2005-05-19 link só para assinantes)



 

Scolari "sargentão"

Foto de Miguel Barreira/AP, roubada no Arrastão

"Luiz Felipe Scolari agrediu com um murro Dragutinovic, no final do Portugal-Sérvia."
Não sou propriamente um "afficcionado" da religião/ futebol e nem parei. Para pensar. Nem mesmo depois do post do João Abel aqui no Puxa. Mas ontem à noite vi nos noticiários televisivos as imagens do murro e a seguir a entrevista e as explicações e as "atenuantes" do "sargentão" à Judite de Sousa. E aí... o caldo entornou-se.
Duas observações
1) O poder da imagem. Mais vale uma boa imagem que mil discursos. Passou-se assim com Timor. Sem as imagens do massacre do cemitério de S. Cruz em Dili não é seguro que Timor conseguisse a independência. Pelo menos tão depressa. Sem as imagens, mil vezes repetidas, o 11 de Setembro tinha impressionado menos. E se igual proporção de imagens houvesse para o Iraque a guerra era insuportável e já teria acabado.
2) O comportamento de Scolari é absolutamente incompatível com as suas funções desportivas e a FPF tem a obrigação de o despedir com justa causa. Para "castigo" da Federação e de Gilberto Madaíl gostaria de medidas severas da UEFA. Mas... mas futebol, não deixando de ter relação com o desporto é um dos grandes negócios internacionais. A delisquescência ética e deontológica é o caldo em que o futebol vive. Se os diferentes interesses em jogo se entenderem por uma "repreensão" benévola não me admiro nada.

 

Os Transgénicos. O debate que (afinal) não se fez

Com o título A PROPÓSITO... DISCUTAM-SE OS TRANSGÉNICOS ! Víctor Louro, Engº Silvicultor e antigo deputado à AR publicou recentemente um artigo no Público que se encontra [aqui] na íntegra. Eis alguns extractos:

"É curiosa a crispação de algumas entidades relativamente à acção desencadeada no Algarve contra o milho transgénico. O que leva essas pessoas a se preocuparem exclusivamente com uma das facetas da mesma, exactamente a do atentado à propriedade privada ?
A quantidade de tempo dedicado ao facto pela SIC; as “resmas” de texto elaboradas por Pacheco Pereira; as declarações ministeriais; e até os recados presidenciais, não condizem com aquilo que eu, cidadão comum, entendo da questão. Não está, para mim, em causa a questão do direito à propriedade privada: também sou proprietário, e mais do que isso, sou um cidadão que faz questão de respeitar a legalidade democrática.
...

"O que me preocupa, isso sim, é o recurso aos OGM, mesmo que legal. Ou pior: porque é legal.
A questão dos OGM tem passado um tanto em claro na opinião pública portuguesa. E devemos perguntar-nos porque é que ela tem preocupado os povos, ou as élites de tantos países ? São todos diletantes, esses que pelo mundo fora se têm preocupado com isso ? Ou somos nós ignorantes, ao ponto de não nos preocuparmos ?

..."É tempo para criar oportunidades de debater o problema que era a própria razão de ser da acção criticada: porque são perigosos os OGM ? Porque devemos todos envolver-nos nesse esclarecimento ? Qual a necessidade de fazer prevalecer o princípio da precaução ?
D"epois de se dar a poluição genética das culturas tradicionais...será tarde: Inês é morta !

...Se não, quem se ri são as Multinacionais – essas, sim, sem rosto ! – que vendem os OGM mais os pesticidas necessários para acompanhar as respectivas culturas, tudo à custa não apenas do bolso dos compradores, mas, pior, da Saúde Pública e do Ambiente que é de todos e não pode ser substituído por outra coisa qualquer.
Preocupemo-nos menos com quem paga as despesas dos activistas (lembram-se quando a PIDE invocava que os democratas recebiam dinheiro da Rússia ?...), e mais com a razão que lhes possa assistir na defesa dum Mundo melhor."


 

Estado laico mas com nódoas

Tem razão Luís Mateus quando diz que
"As capelanias hospitalares, tal como têm vindo a funcionar, desde há alguns anos, nos estabelecimentos públicos de saúde, são completamente inconstitucionais e a sua existência, nos termos em que actualmente funcionam - isto é: enquanto capelanias funcionalizadas como se de uma prestação de serviço de saúde se tratasse -, nem sequer está prevista na Concordata de 2004."
"Contudo, - continua LM - a Igreja Católica Romana tem vindo a pressionar fortemente o Governo (Ministério da Saúde) no sentido de o obrigar a produzir um novo documento que regulamente o funcionamento daquela actividade de modo tal que, no essencial, fique assegurada a manutenção dos privilégios de que actualmente goza". [link]

2007-09-13

 

O lobby dos médicos

"O controlo biométrico de presenças vai substituir o livro de ponto ou outro controlo manual e será implantado entre 1 de Novembro e 31 de Dezembro em todos os hospitais”, anunciou ontem no Parlamento o ministro da Saúde, António Correia de Campos." (DE. Link em baixo).
_________________
- Marcaram-me consulta para as nove, são 11 h, que se passa?
- Tem de esperar mais um bocadinho. Logo o chamarão.
- Mas há muita gente à minha frente ainda?
Só depois de muita insistência e ameaças lá disseram - na consulta do hospital - que "o Senhor dr. ainda não chegou."
________________

Há um ano que o controlo electrónico (biométrico) de assiduidade de médicos, enfermeiros e restante pessoal hospitalar anda a patinar com a oposição dos médicos dirigida pelos seus sindicatos e a sua ordem. O Bastonário da ordem dos médicos, o dr Pedro Nunes, chegou ao desplante de prever (ameaçar!) que assim a produtividade iria baixar. Isto é a honra dos médicos posta em causa iria originar a resistência passiva. O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Carlos Arroz, depois de classificar a medida do ministro de "totalmente populista e demagógica" também ameaça que tal medida poderá ter como consequência os médicos "trabalharem pior" (Público de hoje).
São poucos os hospitais que, desde há um ano, puseram em prática a decisão e com melhoria dos resultados, como seria de esperar.
"O controlo biométrico vai permitir [também] a recolocação de muitos funcionários que, até agora, tinham como única função verificar os livros de ponto... Um dos problemas do controlo feito até agora é a transferência de trabalho dos funcionários para as horas extraordinárias, um método usado pelos médicos e enfermeiros para maximizar a remuneração"...
[DE]

 

Bomba "amiga"

A minha é maior que a tua, diz Putin a propósito da nova descoberta na corrida aos armamentos a bomba de vácuo. Mais uma arma devastadora, algo parecido com uma bomba atómica. No entanto é uma bomba... "amiga".


Mata tudo mas deixa o ambiente em bom estado. Para os mortos?

Na imagem temos uma bomba de vácuo mas de um modelo português. Tira bem o leite mas quanto ao resto só é eficaz com coice da vaca.


 

Preocupações?


Olhei à esquerda e pensei: está preocupado com os problemas da presidÊncia europeia. O Mugabe e o Brown, o Kosovo a Rússia e os EUA, os gémeos polacos.

Olhei à direita e emendei. Ah, não, são problemas com a Educação, os professores que sobejam, a banda larga que afinal ainda não chegou bem a todas escolas. Preocupações.



Foi então que recuei um passo e vi a
cena toda.
Cá está, afinal não é nada disto.



"É a esquerda benzida"

_____________

Reparei agora (ao virar da meia noite) que o Causa Nossa tratou este assunto, já ontem, de modo a merecer um link.
 

Cara de Poker (1)

Tal como no caso da estória das armas de destruição em massa (weapons of mass destruction), com que a administração norte-americana fez o último anúncio de guerra ao Iraque, copiosamente encenado nas Lajes por Bush, Blair, Aznar e Barroso, ou como na recente vigarice bolsista que contribuiu para a subida momentânea do valor das acções do Benfica, - para não falar do Arrastão de Carcavelos, processo Casa Pia e Licenciatura de José Sócrates, - ficamos (quase) todos desarmados, à mercê de versões que vão sendo antecipadas como se tivessem efectivamente valor factual. A este propósito, o dossier Maddie está recheado de enviesamentos, histórias mal contadas, contaminações políticas, ideológicas, económicas, sociais e culturais, a perder de vista.

Talqualmente como nos outros casos.

E agora?

Agora, claro, ainda estamos a tempo.

Visite-se o blog dos McCann. Avalie-se a excelente organização da campanha que promoveu a tese do rapto como um produto mediático, devidamente empresarializado, com venda de gadgets, tshirts e fitinhas, tudo a suscitar e a alimentar a onda emocional que qualquer marketeer almeja.

Não custa muito perceber que a sorte de Maddie passou para segundo plano desde o início da campanha.

Tal como a procura da “verdade”, da “paz” ou da “decência” nas outras grandes campanhas mediáticas a que temos assistido.

Não poderemos, pois, culpar os media, os jornalistas ou os argutos estrategas dessas campanhas. Temos decididamente de passar a preocupar-nos muito mais connosco, com a nossa experiência, capacidade crítica e coragem de ir contra a maré..., sobretudo quando as marés se apresentam assim, turvas, toscas e muito muitíssimo apressadas.




 

Muito Preocupados com o Dalai Lama os nossos políticos (2)

Ontem escrevi sobre o Dalai Lama e as recepções institucionais na sua estadia em Portugal. Dizia que me preocupava pouco com esse palco. Exactamente porque é um palco. Há palcos mais próximos que me atraem mais.
Houve um comentarista que saudo que levanta a questão dos direitos do Homem e da sua utilização, consoante...
Mas seria de esperar outra coisa?
Nunca foram os princípios o guia das acções dos colectivos. quando se olha para esse nível é o que vemos. Ainda hoje acerca do Dalai Lama ser recebido pela Comissão dos Negócios Estrangeiros da AR já se analisaram as posições e as presenças na reunião com as devidas contradições de quem lá vai estar?
Isto não quer dizer que cada um de nós não se deva manifestar pelos seus princípios. E que os direitos humanos são princípios de fundo, mas onde está quem os defenda de forma intransigente?

Penso cada vez mais que os direitos humanos são talhados à medida da Política. É provocador? Talvez


 

Scolari - Treinador Nacional

Isso era ontem. ... Hoje já não o devia ser, se Madail fosse um dirigente de fibra e à altura desse posto e não um presidente mole e sem coluna vertebral, que apenas vê gafanhotos a voar ao lado e assobia.

O Secretário de Estado do Desporto não se portou nada mal, apesar de lhe ter faltado um golpe de asa. Ter sido mais duro e incisivo. Isto não vai lá com paninhos de lã.

Como consentir que Scolari continue?! Lembremo-nos de João Pinto. Pagou, está a pagar toda a vida e pensando bem até pela responsabilidade de cada um, esta de Scolari é bem pior. No "mínino", o soco é gravíssimo, embora tenha sido simbólico. Um soco de Scolari já deverá ser um pouco como o meu. É só efeito pirótecnico.

Mas Scolari está de cabeça perdida. Anda a "perder" chão há muito porque a selecção pelas suas más orientações já não sabe ganhar. Então é compreensível que ontem após os 20 minutos se comece a fazer "rodinhas". Bola para aqui bola para ali. Acho que os jogadores se esqueceram, por indicação de Scolari, que também há uma baliza adversária. E o golo sérvio só não foi mais cedo por azar deles.

Scolari já fez o que tinha de fazer na selecção. Foi bem recebido e bem pago. Teve as benesses todas, esgotou - se e precisa de sossego. Espero francamente que a UEFA compreenda essa situação. Estou com o treinador sérvio, nosso vizinho de origem, homens destes o futebol dispensa.

2007-09-12

 

As coisas são como são

Para o que Scolari "jogou" após o golo de Portugal, até a Sérvia teve azar.

Só um cego mesmo é que não vê. Gerir? Mas gerir o quê? Com esta gestão é a falência plena.Venham lá dizer que a equipa nacional está em reconstituição!

O prazo de validade está ultrapassado.
 

Steve Biko morreu há 30 anos


Steve Biko foi um notável activista anti-apartheid.
Foi assassinado em 12 de Setembro de 1977 pela polícia sul africana.

A música de Peter Gabriel é uma das mais tocantes músicas de intervenção (talvez a par de Sunday Bloody Sunday dos U2).

Nos concertos, Gabriel mete tudo de punho no ar gritando contra a discriminação e os presos políticos. Já assisti e é arrepiante.

Fica aqui a música para que ninguém se esqueça que um mundo diferente é possível. Mas temos de lutar por ele. A Africa do Sul provou-o. Mesmo se as coisas estão longe de estar bem mudaram com certeza para bem melhor do que o regime do apartheid.



"Biko"

September '77
Port Elizabeth weather fine
It was business as usual
In police room 619
Oh Biko, Biko, because Biko
Oh Biko, Biko, because Biko
Yihla Moja, Yihla Moja
-The man is dead

When I try to sleep at night
I can only dream in red
The outside world is black and white
With only one colour dead
Oh Biko, Biko, because Biko
Oh Biko, Biko, because Biko
Yihla Moja, Yihla Moja
-The man is dead

You can blow out a candle
But you can't blow out a fire
Once the flames begin to catch
The wind will blow it higher
Oh Biko, Biko, because Biko
Yihla Moja, Yihla Moja
-The man is dead

And the eyes of the world are
watching now
watching now

 

Muito Preocupados com o Dalai Lama os nossos políticos

Francamente não estou muito. ... A minha sensibilidade sobre quem recebe quem e em que situação formal/institucional se recebe diz-me pouco. Às vezes a nossa atenção deriva para assuntos "distantes" para fugirmos aos de casa.

Nisto de religião (embora o Dalai Lama não seja só religião é também politica, mas será que alguma religião não o é?) preocupam-me mais certas posições da Igreja Portuguesa. Preocupa-me, por exemplo, esta dos capelães hospitalares que a igreja quer fazer passar/impôr e não aceita que seja o doente a pedir a assistência religiosa. Respeito a igreja mas a igreja deve também respeitar a vontade de cada um. Porque há de aparecer ao doente hospitalizado um padre que não pediu?


2007-09-11

 

Berardo budista


Banqueiro, isto é, especulador bolsista, amante de arte (ou especulador de obras de arte?) e agora, o que talvez abone mais a sua faceta humanista e filosófica, amante dos valores espirituais e da meditação budista.
Vi aqui nas Brumas da Memória que remete para a fonte: o Jardim do Oriente na Quinta dos Loridos ali no Bombarral.
Faço conta de em breve ir ver o que se passa. E... meditar.

 

O TERROR. Faz hoje 6 anos


2007-09-10

 

Escasseia o pão sobeja o circo

Os Prós e os Contras. Fátima Campos Ferreira terminou as férias. Os McCann também. As suas trágicas férias. O director da PJ Alípio Ribeiro, José Miguel Júdice, Moita Flores, o criminalista José Manuel Anes, o director do Expresso Henrique Monteiro, a Sky News, Sandra Felgueiras em directo da Inglaterra. Fátima e a sua parafrenália de especialistas... começou agora a segunda parte do espectáculo e começo a crer que ela também não sabe nada. Se a criança foi raptada ou... Se a nossa judiciária é melhor que a dos ingleses ou o contrário. Se os tablóides deles são mais tablóides que os nossos e se a nossa opinião pública culpa os pais mais ou menos que a deles e qual delas vai ganhar. Vou desligar. Zac.

 

As últimas do caso Maddie

Confusão é a palavra mais indicada. Maddie não merecia esta confusão. Como pessoa merecia viver e ter o seu percurso.

Após 4 meses de imenso jogo global, eis que o casal MCain pode criar a sua marca comercial. Fez passar a imagem com muito sucesso. Mas quando as coisas se complicam, bem ou mal, resolvem dar o piro. Diz-se que não é fuga. Não quero discutir este tema. Quero discutir a moralidade do acto e sob este aspecto é uma atitude bem pouco nobre.

Não vou mesmo meter-me nisso da legalidade. Não discuto. Certamente porque o ambiente de simpatia estava a fugir-lhes resolvem ir para a sua casa com residência fixa. Então porque não foram mais cedo?

Tudo consentido e encenado com o apoio das nossas magnas autoridades. Só faltaram as célebres capas pretas de Coimbra como passadeira no Aeroporto de Faro. Já agora ...

Antes disso andam pela Europa. Até ao Papa acedem com uma facilidade inexplicável. Mas quem pode, pode.

O Reino Unido não é um País europeu qualquer e a sua diplomacia pesa e pesa muito. Pesa tanto que não sendo institucional a religião católica foi o que se vê. Até o Papa vergaram. Eventualmente o Vaticano também precisa de piscar o olho a outros ambientes menos catolicos.

Mas independentemente dos factos, o Estado Português deixou-se enrolar. Foi certamente o jogo diplomático possível. O menor peso a ditar o percurso.

Não sei se à face da lei teria de ser assim. Tenho dúvidas e sobretudo enoja-me a subserviência do processo.

Encerrem o dossier de vez. Vão a Fátima pôr a velinha para "convencer" o Zé Povo. Para ser completa a cena falta a JUSTIÇA PORTUGUESA alçar a bandeira branca da rendição.

Estamos nos anos 90 do século XIX.


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