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2008-11-30

 

Um fim de semana rico em análises políticas

Mas de todas as análises, a de Ferreira Leite (FL) é de longe a melhor e talvez a mais genuina. Uma "autobiografia" perfeita em "Tal jogo, tal vida", no Expresso desporto, onde só faltou indicar o dia da saída do treinador.

Ferreira Leite escreve sobre futebol, certamente com umas explicações do mano, que não sendo grande espingarda, entenda-se, no futebol (eu sportinguista me confesso), também não podia ter dado bons ensinamentos. FL avança com uma prosa algo "ajuizada", talvez até reuna melhor futuro neste domínio.

Por não estar disponível on line a prosa só umas quantas passagens. FL diz: "É verdade que um treinador seja qual for a modalidade a que se dedique, não pode ser responsável por todos os factores internos e extenos que afectem a equipa...mas é a ele que compete definir a estratégia e a táctica ...Se quer vencer, tem de variar de táctica ... Mas há treinadores obstinados. ...Tudo serve para desculpar os resultados...

No futebol, como em qualquer outra actividade, há muitos responsáveis que têm comportamentos semelhantes".

Acho um escrito ideal e FL termina dizendo: "vejam se acertam em quem eu estava a pensar quando escrevi este texto". Como segundo a própria... "no futebol como em qualquer outra profissão...", será que era numa outra actividade que FL estaria a pensar? Quase aposto.


2008-11-28

 

A crise na Educação continua sem saída

O governo está a atrasar uma solução no domínio da educação para salvar uma Equipa que já demonstrou não ter aquele mínimo de capacidade de negociação e de governação para encontrar uma saída para a crise, porque, de facto, nunca esteve no seu íntimo "negociar". Negociar não é marcar reuniões: é ter uma estratégia e em torno dela medidas ajustadas e convencer as pessoas exactamente disso.

A Educação nunca se percebeu, neste governo, para que estratégia apontava. Avaliar sim (e os sindicatos não querem ir por aí), mas a equipa também nunca teve argumentos sobre o porquê do avaliar. Só porque em todos ou quase todos os países se faz, também temos de fazer? Não é argumento convincente.

Seria argumento fazê-lo face a tais e tais objectivos. O Ministério falhou e já perdeu. Dificilmente recuperará o tempo perdido.

O país está em perda neste processo. O governo vai ter que ceder. Custa, mas esticou a corda e onão recuo tornou-se impossível ou quase.

Já afirmei aqui e continuo a pensar que esta Equipa não margem para continuar.

Paciência. Há que encontrar outra, com uma estratégia e capacidade de diálogo e de decisão.

Há que voltar ao ponto ZERO e abrir novos caminhos.

 

Outras notícias sobre Dias Loureiro...

A mesma fonte, ou seja, o IP, delicia-nos com mais umas quantas notícias de que só adiantamos os títulos. Vejam esta:

"Cavaco pediu a Loureiro para sair e Loureiro acedeu em ficar"

Mas esta outra não vale nada menos:

"Pessoas só aceitam conversar com Loureiro com duas testemunhas"

Se quiser divertir-se com algum humor leia os textos. Só é pena ter de carregar o Público. Porque não comercializam o IP em separado, a 15 cêntimos, por exemplo?

 

Uma onda de divórcios... por Dias Loureiro

Segundo fonte fidedigna, o IP de hoje, Dias Loureiro anda algo perturbado por não estar a ponderar bem o que afirma na praça pública. E, nesta sua perturbação momentânea, a não ser que o processo BPN dure tanto como o da Casa Pia, Dias Loureiro foi dizendo que não havia reuniões no Banco.

De certeza que não mediu o impacto a posteriori de uma afirmação destas?

Escreve o IP: O ex-administrador do Banco Português de Negócios (BPN), Dias Loureiro, afirmou que o modo de funcionamento da instituição era estranho devido a inexistência de reuniões. Estas afirmações estão a provocar um turbilhão familiar em funcionários e ex-funcionários. "O meu marido dizia-me que não vinha jantar a casa ou que chegava mais tarde por causa das reuniões lá do banco. Depois de ouvir Dias Loureiro, não vejo outra solução que não seja divorciar-me daquele traidor mentiroso" afirmou a esposa de um funcionário do BPN"

2008-11-27

 

Candidatos ao subsídio

Quem é Agustina Bessa-Luis? «Não sei. E por que razão haveria de saber? Conhece o José Teixeira?» Eu, não! «Pois é. Mas deveria. É o meu pai e é um dos melhores músicos da ilha. Toca acordeão nos arraiais. Vai do Monte, a Ponta Delgada e ao Loreto...o Verão todo e já foi a Jersey».
A sala ria-se em coro. Vinte e quatro jovens gargalhadas sintonizadas. Digam-me, então, o nome de um escritor português? Nada. Lá saíu um Camões e um Pessoa tímidos.
Palavras puxam palavras e silêncios sobretudo depois de ninguém saber a diferença entre "evasão" e "invasão", marketing político e comunicação empresarial.
E porque de negócios se tratava falou-se dos problemas do mercado, p.e. até que ponto as empresas foram afectadas pela tecnologia, a globalização e desregulação dos últimos cinco anos. Uma voz feminina, de 19 anos, assessorada pelo colega de outros tantos, concluíram rapidamente que não valia a pena tanta conversa porque eram todos candidatos ao desemprego.
Mas havia uma esperança.
«No dia em formos empresários vamos pedir um apoio ao tio Alberto. O que importa é que não falte a cerveja nas raves».

Há muito que não tinha uma dor de cabeça.
 

O tempo das castanhas quentes

Já estamos no tempo das castanhas quentes e há um ditado popular sobre o "ficar com a castanha quente nas mãos".

Sobre o homem que nada fez "de ilegal" como administrador do BPN, só que, entre outras coisas, Porto Rico, etc, assinava contas porque nada percebia de contabilidade pode questionar-se se tem a castanha quente ou estará a tentar reparti-la com alguém? E se esse alguém fôr de peso tanto melhor, ficará a castanha quente repartida.

O "espaço queimado" tenderá a ser menor e a cura mais facilmente atingida.

2008-11-26

 

Fim da confusão no PS francês

Após quatro dias de enorme confusão o PS francês tem um novo chefe: Martine Aubry presidente da camara de Lille. A segunda volta das eleições disputou-se entre Ségolène Royal e Martine Aubry, a moção de Royal tinha ganho com maioria relativa a eleição para o conselho nacional. As novas regras eleitorais do PS estipulam que o secretário geral é eleito pelos militantes com um escrutinio a duas voltas. Ségolène Royal que tinha anteriormente ganho duas eleições foi agora derrotada por uma margem infíma (102 votos em 135.000).

Desde o fim de semana até hoje o PS deu uma triste imagem, com os apoiantes de Royal a acusarem Aubry de fraude, ameaças de tribunal, e exigencias de repetição da eleição. Finalmente as coisas parecem mais calmas.

2008-11-25

 

Campanha publicitária do BPN


 

Dias Loureiro garantiu ao Presidente da República que não cometeu irregularidades

Conselheiro de Estado foi recebido ontem por Cavaco

25.11.2008 - 13h27 PÚBLICO, com Lusa

O Presidente da República avançou hoje que no encontro da noite passada com Dias Loureiro este lhe garantiu não ter cometido irregularidades nas funções empresariais que desempenhou em empresas ligadas ao grupo Banco Português de Negócios (BPN), considerando Cavaco Silva não ter qualquer razão para duvidar do conselheiro de Estado.

Cavaco Silva, que falava à margem da cerimónia de inauguração da nova sede da União das Misericórdias Portuguesas, disse aos jornalistas que Dias Loureiro lhe garantiu “solenemente não ter cometido qualquer irregularidade” e que, como tal, não tem “qualquer razão para duvidar da sua palavra”.

De acordo com o Presidente, Dias Loureiro assegurou no encontro, realizado a pedido do conselheiro de Estado, "que as suspeitas lançadas não têm qualquer fundamento, são mentira". Questionado se o caso lhe está a causar incómodo, Cavaco respondeu: "São 19 os conselheiros de Estado. Todos me merecem o maior respeito. O Presidente da República não faz julgamentos, nem faz investigações".

"Não é tarefa de um Presidente da República fazer julgamentos a qualquer pessoa, seja membro do Governo, das Forças Armadas ou membro do Conselho de Estado. Nem é tarefa de um Presidente da República fazer trabalhos de investigação", acrescentou.

Ontem, após o encontro com o Presidente, o antigo ministro da Administração Interna assegurou que não cometeu "qualquer ilegalidade" na gestão do grupo da Sociedade Lusa de Negócios (SLL) de que foi administrador executivo entre Dezembro de 2001 e Setembro 2002 e administrador não executivo até 2005, considerando não existir qualquer razão que justifique a sua renúncia ao cargo de conselheiro de Estado.

Esta manhã, em declarações à TSF, Dias Loureiro assegurou a sua disponibilidade para ser ouvido pelo Ministério Público sobre o caso BPN, numa reacção à notícia de hoje do “Jornal de Notícias”, segundo a qual deverá ser chamado, a curto prazo, pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal, na qualidade de testemunha sobre as alegadas irregularidades no BPN.

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Morais Sarmento diverge de Dias Loureiro

Morais Sarmento no programa Falar Claro da rádio renascença foi muito afirmativo sobre o caso Dias Loureiro, que teima em não demitir-se. Nuno Morais Sarmento: "Se fosse eu, demitia-me. Para dignificar o Conselho de Estado e para proteger o Presidente da República".

Após Cavaco Silva ter emitido o comunicado e de urgência ter recebido ontem Dias Loureiro, a situação ainda mais se adensa. Se nada houve ou se nada há porquê então tanta pressa de Dias Loureiro? Se se conhecem e com tanta confiança há muitos anos, não se cansa Dias Loureiro de o dizer, então era necessário ir a correr a Belém?

Independentemente do que venha a acontecer juridicamente, Dias Loureiro pelas contradições em que já se envolveu, pelas intrigas que lançou, pelos desmentidos que já teve das suas afirmações, não deixa de se ter tornado uma personagem incómoda para Belém.

Não é fácil para Cavaco Silva conviver com esta situação nomeadamente se tivesse de convocar um Conselho de Estado!!


 

Galvão de Melo afinal tem uma sucessora

Galvão Melo, em Março de 1977, numa entrevista à revista "Opção" também admitia "a possibilidade de vir eventualmente a aceitar soluções políticas não-democráticas, ainda que temporárias", in Freitas do Amaral, Memórias Políticas II. Mal sabia ele que 31 anos depois teria uma defensora dessa ideia na pessoa da dirigente máxima actual do PSD.

A propósito das chamadas gafes de Ferreira Leite leia: UM EXORCISTA PARA A SEDE DO PSD, POR FAVOR


2008-11-24

 

Em 2009 o País ficará ainda mais endividado

O PS viu-se obrigado a propôr durante a discussão do orçamento para 2009 um aumento do endividamento do Estado porque após a entrega do orçamento (15 de Outubro) houve decisões do governo como a nacionalização do BPN e o pagamento das dívidas às empresas que a isso obrigam. A proposta de aumento é da ordem de 30%.

 

Presidente Cavaco Silva irritado

Cavaco Silva em comunicado vem afirmar que nunca teve cargos no BPN. ler Presidente condena associação ao caso BPN

E não é isso, senhor Presidente que está em causa nesta situação, no mínimo, fraudulenta e confusa do BPN. Ninguém o associa à gestão do BPN, é verdade, pois nesse caso estaríamos a pedir a sua demissão.

O que diz o povo e basta ir a um café de bairro, onde fica gente a conversar sem entraves, quer de voz quer de conteúdos durante horas designadamente as pessoas idosas, é que são "os amigos do senhor Presidente que estão a levar o país à ruína". Sim, porque para muita gente "a falência" dum banco é vista como a falência do país.

Marcelo Rebelo de Sousa vem defender a demissão de Dias Loureiro, se fôr constituído arguido: Dias Loureiro sempre que tem palco procura baralhar, dizer-se amigo do Presidente da República de há muitos anos, homem da sua extrema confiança. É o seu escudo protector. Será que este comunicado é um sinal para Dias Loureiro, ele que exerceu cargos e de que Marcelo diz: "não percebo como é que um homem inteligente perante uma gestão ilegal (do BPN) e depois de ter chamdo a atenção de Oliveira e Costa (...) se manteve administrador executivo da SLN", ou mesmo, para Rui Machete?

Ora, Dias Loureiro se, de facto, fosse amigo, já deveria ter pedido, exactamente para poupar o bom nome do Presidente, a sua saída do Conselho de Estado porque nele participa por indicação de Cavaco Silva.

Discordo de Marcelo sobre a demissão de Dias Loureiro, que já deveria ter acontecido, exactamente porque o seu nome já está por demais enlameado e com a credibilidade em causa.

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2008-11-23

 

Dias Loureiro devia tomar a iniciativa de sair do Conselho de Estado

Como admite Passos Coelho, a polémica em torno de Dias Loureiro é incómoda para Cavaco Silva.

Tanto mais que na polémica Dias Loureiro/António Marta, Marta tem, a seu favor, à partida, maior credibilidade por não ter interesses a defender neste domínio e Dias Loureiro não só tem feito a defesa de Oliveira e Costa (vejam-se as palavras de elogio na entrevista com Judite de Sousa na RTP em que diz não acreditar que ele Oliveira e Costa "tenha lucrado pessoalmente alguma coisa" durante a gestão do BPN), como na qualidade de administrador executivo participou em negócios pouco claros juntamente com Oliveira e Costa como aquela compra de empressas, em Porto Rico, que pouco tempo depois faliram, admitindo ainda que assinou contas de que tinha dúvidas, só porque não percebe "nada de contabilidade". São desculpas esfarrapadas.

Perante comportamentos pessoais tão duvidosos, o mínimo que seria de esperar de Dias Loureiro era que se demitisse, porque deitou por terra toda a sua credibilidade e sobre ele passaram a pairar muitas suspeitas e intrigas.


2008-11-22

 


Desconheço o autor/a mas caíu-me no e-mail. Acho que quem o idealizou tem criatividade e humor. Só pode ser português.

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No caso BPN e SLN haverá muita história para contar

Já há acusações, com o Dr. Dias Loureiro a tentar enxutar a água do capote. Veja Mentiras e intrigas no Caso BPN .

Mas o que se desconhecia é que Dias Loureiro, na sua qualidade de Conselheiro de Estado, goza de uma imunidade ainda maior que a dos deputados. Mais uma distorsão da nossa democracia. A que título se estipula isso? Os senhores conselheiros certamente nasceram com um ADN imaculado.

Mas, apesar desse ADN imaculado dos conselheiros de estado, Dias Loureiro só da leitura deste artigo do Expresso a que se pode juntar mais algumas frases suas ontem na entrevista da RTP como a de que não acredita que Oliveira e Costa "tenha lucrado pessoalmente com alguma coisa" durante a gestão do BPN, e agora em prisão preventiva por fortes indícios de burla qualificada e mais 5 crimes, mas certamente terá feito essas práticas a prol dos pobrezinhos, parece ter um engano nesse ADN.

 

José de Oliveira e Costa em prisão preventiva

Reina a confusão e pouco se sabe do processo em que José de Oliveira e Costa (O.Costa) entrou em prisão preventiva. Se foi pela operação Furacão, se foi pela junção deste e outros processos.

De algum modo, independente dos resultados da sentença final, (se chegar a haver), alguma justiça parece estar a fazer-se.

Se, depois de tantos indícios fortes, como o banco insular, "gestões de contas num portátil" sem referência na contabilidade do grupo ou do BPN, etc, só admira "tanta competência" em O.Costa para sozinho manipular todas as operações.

Um dos seus advogados anunciou primeiro que O.Costa tinha decidido colaborar com a justiça portuguesa. Num segundo tempo, veio com uma outra nuance dizer que estava prestar todos os esclarecimentos à justiça.

Independente destas nuances, as dúvidas são muitas. Não será que José de Oliveira e Costa está a chamar a si os actos lesivos e ilegais que foram praticados no grupo que dirigiu, para ocultar terceiros, uma vez que as suas probabilidades de não ser incriminado, independente da pena maior ou menor, parecem ser reduzidas?

2008-11-21

 

Continua o impasse na Educação

O reconhecimento ontem da ministra Maria de Lurdes Rodrigues, após Conselho de Ministros, de que muita coisa era preciso mudar no modelo de avaliação dos professores por desajuste à realidade, não desbloqueou o impasse.

O ministério da educação, pela sua intransigência, deixou ir longe demais os problemas. Há tantas questões que qualquer pessoa atenta via que estavam mal: Porquê só agora reconhecer as dificuldades de aplicação de vários dos parâmetros? Porquê só agora avançar com um "simplex"? Como é que se pode admitir que alguém que, não sendo da especialidade, poderia ser o avaliador científico de uma matéria que não domina? Há tantas perguntas a colocar.

Isto apesar de se achar que os professores devem ser avaliados e como todos de certeza não iguais em competência, necessariamente terá de haver uma estratificação da classe e, por conseguinte, deixarão de chegar todos ao topo da carreira como anteriormente. Esta não é a posição dos sindicatos e por isso lutam contra.

Mas os sindicatos não são ingénuos. Definem-se pelo apoio a uma avaliação no vago. E foram hábeis e conseguiram unir os professores contra o governo por inabilidade do respectivo ministério sectorial.

Será difícil quebrar este impasse quando a grande maioria dos actores estão contra e nenhum defende o modelo ainda em vigor. O ministério está sem parceiros.

2008-11-20

 

Oliveira e Costa detido hoje


20.11.2008 - 17h50 António Arnaldo Mesquita, Mariana Oliveira

José Oliveira Costa, fundador do grupo Sociedade Lusa de Negócios, que integra o BPN, foi detido hoje na sequência de duas buscas domiciliárias feitas a uma quinta que possui na zona do Cartaxo e a uma residência em Lisboa, por suspeita de burla agravada, falsificação de documentos, fraude fiscal e branqueamento de capitais numa das investigações pendentes no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP). O arguido vai ser apresentado ainda hoje no Tribunal Central de Instrução Criminal em Lisboa para primeiro interrogatório judicial e fixação das respectivas medidas de coacção. O ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de um dos governos de Cavaco Silva possuía quase quatro por cento do capital do Banco Português de Negócios (BPN), tendo sido presidente do conselho de administração da instituição entre 1997 e Fevereiro deste ano. Oliveira Costa abandonou as funções executivas no BPN, mantendo-se, no entanto, nos bastidores do banco, como membro do respectivo Conselho Superior, ao passo que um seu filho, José Augusto Oliveira Costa, ficou com funções na administração.A detenção de Oliveira Costa foi feita no âmbito da investigação que o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, anunciou estar pendente no DCIAP, que terá sido aberta com base em informações transmitidas ao Banco de Portugal pelo Banco de Cabo Verde, bem como em factos apurados na auditoria efectuada por iniciativa do ex-presidente do BPN, Miguel Cadilhe. Embora o BPN seja uma das cinco instituições bancárias referenciada na operação Furacão, Oliveira Costa não foi ainda constituído como arguido neste megaprocesso, que já tem centenas de arguidos, nomeadamente empresas, sociedades de advogados e respectivos clientes.


 

Brasil 6 - Portugal 2

Portugal 6 - Brasil 2 seria o impossível.
Mas, o contrário e por muito estranho que pareça, deu-se.
Até é de pensar se o golo primeiro de Portugal, como se viu aconteceu por mero acaso, não terá transformado as mentes dos nossos jogadores ou então espicaçou os do Brasil!

Não houve Portugal, selecção entenda-se, mas muito Brasil e do muito bom. Quando aquela máquina engrena é de facto bonito de se ver. E foi o que se deu.

Carlos Queiroz ainda não tem máquina se é que algum dia a "saberá" montar.

Triste prestação a nossa!. Não houve um único jogador português de quem se possa dizer: esteve ao seu nível.


2008-11-19

 

O Público discorda de Dias Loureiro no caso BPN

Hoje uma das manchetes do Público diz: Dias Loureiro participou pelo Grupo BPN na compra de empresas que foi ocultada das autoridades

A ter consistência uma notícias destas, o dr. Dias Loureiro afinal e, ao contrário do que disse, terá mesmo muito para nos dizer da sua participação na gestão do BPN.

Certamente, como pessoa responsável das suas atitudes, como sempre mostrou ser, não irá fugir às responsabilidades e ensaiar uma ida para parte incerta como se diz que o fez José de Oliveira e Costa, o fundador do BPN.

 

Ferreira Leite inspirada

Mais uma vez Manuela Ferreira Leite, com humor ou sem humor, nos veio presentear com douta doutrina sobre o seu projecto de sociedade.

Já lhe conhecíamos o grande pensamento das finalidades do casamento e a tradução desse pensamento (que em tempos idos teve poema de Natália Correia que ficou célebre, quando um deputado do CDS defendeu idêntica posição), tão bem demonstrada nas elevadas taxas de natalidade por todo o mundo cristão.

Já tivemos outro grande pensamento sobreo impacto das obras públicas,
expresso de forma muito subliminar: "ao desemprego de Cabo Verde e da Ucrânia isso ajudam. Ao desemprego de Portugal duvido".

Um outro não menos célebre sobre as forças de segurança, os polícias palhaços assim expresso: "enquanto o sistema jurídico não for eficaz, o polícia está transformado num palhaço.... ".

Outro , ainda, sobre a liberdade e independência da comunicação social: não pode ser a comunicação social a seleccionar aquilo que transmite". Só falta encontrar um António Ferro para clarear-lhe as ideias e um SNI.

Pelo meio ainda vai dizendo se tivesse políticas não as enunciava até às eleições pois o governo poderia apropriar-se delas. Belo contributo e informação. E ainda em relação ao PR vai, como foi o caso de ontem, não sabe o que dizer, não sabe separar as suas relações de amizade da sua posição política e de dirigente do PSD e quando fala só complica ...

E, finalmente, temos a frase bomba de ontem: Fechar o País de vez em quando, pela suspensão do regime democrático (seis meses como exemplo) para fazer uma reforma.

Como em todas as frentes há reformas para fazer, a tese da drª Ferreira Leite talvez resultaria num 28 de Maio de 1926. Aí também a ideia de muitos republicanos do centro direita era de fechar o País para o pôr na ordem. Foi o que se viu.

Acho que seria injusto não aparecer "um editor", que após trabalho prévio de um António Ferro a descobrir burilhasse e desenvolvesse estes magnos pensamentos para os devolver ao País sob o título de: os grandes pensamentos da ilustre presidente do PSD, drª Manuela Ferreira Leite.

 

Hoje, dia de grande tensão no sector Ensino

O braço de ferro entre os sindicatos dos professores e o ministério da educação está muito tenso e em vias de quebrar. Em termos sociais, Manuela Ferreira Leite, com mais um dos "seus doutos pensamentos", avançado ontem, veio "descentrar" um pouco as atenções desta questão quente e polémica.

Qualquer que seja a saída, a equipa da educação de Maria de Lurdes Rodrigues (MLR) sairá muito debilitada e, se a Fenprof abandonar a reunião de hoje e todos os sinais vão nesse sentido, o governo será abalado no seu conjunto e a equipa de MLR fica sem quaisquer hipóteses de permanecer, efectivamente, no Ministério, a não ser que a teimosia continue a imperar.

Aliás, a teimosia tem sido o grande pecado de todo este processo. As cedências aparecem tardiamente e princípios correctos com o da necessidade dos professores serem avaliados, como qualquer profissão, vai mais uma vez acabar por não ser operacionalizada por falta de reunião de condições mínimas.

Como diz Mário Soares, o "modus faciendi" tem sido muito infeliz, pela falta de flexibilidade e de diálogo do Ministério. A necessidade de ouvir os actores surge por necessidade de salvar a face e não por princípios democráticos. E chegou-se, assim, a um ponto de quase não retorno.

Esperemos mais umas horas.
PS. Acabei de tomar conhecimento do abandono da reunião pela Fenprof. Estava equivocado e pensava que a reunião se realizava ao princípio da tarde.

2008-11-18

 

PRODUÇÔES FICTICIAS CONTRATAM FERREIRA LEITE


PARA QUE O POVO ACREDITE e NÂO SE ESQUEÇA.

Líder do PSD comenta reformas do Governo
Ferreira Leite pergunta se "não seria bom haver seis meses sem democracia" para pôr "tudo na ordem"

18.11.2008 - 17h20 Lusa

A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, perguntou hoje se "não seria bom haver seis meses sem democracia" para "pôr tudo na ordem", num comentário às reformas que o actual Governo tem realizado em áreas como a justiça, educação ou saúde.

No final de um almoço promovido pela Câmara de Comércio Luso-Americana, Ferreira Leite elegeu a reforma do sistema de justiça "como primeira prioridade" para ajudar as empresas portuguesas. Questionada sobre o que faria para melhorar o sistema de justiça, a líder social-democrata demarcou-se da atitude do primeiro-ministro, José Sócrates, que "na tomada de posse anunciou como grande medida reduzir as férias do juiz".

Defendendo a ideia de que não se deve tentar fazer reformas contra as classes profissionais, Ferreira Leite declarou: "Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia...". "Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se", observou em seguida a presidente do PSD, acrescentando: "E até não sei se a certa altura não seria bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia".

"Agora em democracia efectivamente não se pode hostilizar uma classe profissional para de seguida ter a opinião pública contra essa classe profissional e então depois entrar a reformar - porque nessa altura estão eles todos contra. Não é possível fazer uma reforma da justiça sem os juízes, fazer uma reforma da saúde sem os médicos", completou Manuela Ferreira Leite.

A presidente do PSD disse que a última coisa que faria num discurso de posse como primeira-ministra seria "atacar fosse quem fosse" e acusou o Governo de ter falhado as reformas da educação, saúde, Administração Pública e justiça.

"Qualquer político que pretenda alterar um sistema não o pode fazer contra esse sistema. Portanto eu acho que estão arrumadas, no mau sentido, as reformas da educação, saúde, Administração Pública, justiça. Fizeram-se umas coisitas, mas não é a reforma", considerou.

À saída do almoço-debate, Manuela Ferreira Leite não quis responder às perguntas dos jornalistas, que tentaram questioná-la sobre as suas declarações relativas à democracia.

A presidente do PSD respondeu apenas à primeira questão, sobre o ministro da Agricultura, Jaime Silva, dizendo que mantém todas as críticas que fez à política agrícola do Governo: "Não retiro uma vírgula àquilo que disse".

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Em Portugal não há "Furacões"

E quando os há, "administrativamente" acabam-se com eles.

Parece ser o que se passa com a "Operação Furacão", com início em 2005 mas ainda não concluída.

Os 250 arguidos, suspeitos de fraude fiscal agravada, abuso de confiança qualificada e branqueamento de capitais, devem sentir-se mais do que felizes com esta decisão: Constitucional decide o fim do segredo na 'Operação Furacão'.

O crime compensa sobretudo nestes casos em que nada acontece, por inoperância e contradições do próprio sistema de justiça no seu todo.


2008-11-17

 

Sporting, "o clube de casos"

Mais um caso: Vuckcevic "foge", é o que diz a imprensa.

Gostaria de um outro título melhor e para bem do Sporting: Paulo Bento "foge", porque não dá conta do recado.

Não consigo entender a apatia da direcção do Sporting que tem activos de grande qualidade e a pagar-lhes bem e, porque, Paulo Bento certamente "embirrou com a cara deles", não os utiliza. E, por isso, vai perdendo, perdendo, sucessivamente. Vukcevic tem lugar na equipa, a mesma situação se aplica a Stojkovic que é, de longe melhor, sobretudo mais maduro que Rui Patrício que promete vir a ser bom guardião, mas ainda dá uns franganitos como foi o do último jogo.

Nada sei do que se passa no interior do Sporting, mas algo deve manietar a cabeça daquela gente a não ser que se trate de uma data de incapazes. Fico a aguardar pelo próximo episódio.


 

Reunião do G20

Que a reunião tenha sido muito produtiva, não foi, pois os avanços ficaram limitados a umas quantas declarações de boas intenções.

Há, no entanto, quem veja nesta reunião uma grande abertura para o futuro.

Sem dúvida, foi positiva a sua realização, sobretudo se der origem ao esvaziamento do G8 e também por ter estabelecido um calendário de trabalhos com vista a preparar propostas concretas até 31 de Março próximo. Os ministros das finanças do G20 são os promotores desse grupos de trabalho. A Suiça vê algum interesse nessas reuniões pelo que solicitou, de imediato, a sua participação nos trabalhos dos grupos, na qualidade de grande praça financeira

 

Estatísticas da saúde e esperança de vida

Portugueses sem saúde para trabalhar até aos 65 anos, embora o estudo produzido pela Universidade de Leicester conclua que no caso das mulheres portuguesas a situação é bem pior, pois a sua idade limite para o trabalho, em termos de saúde, é de 62,7 anos enquanto a do homem é de 64,9.
Este e outros estudos deste teor vêm colocar a questão de que esperança de vida em aumento nem sempre quererá dizer iguais potencialidades de trabalho, pois acontece que países em que a esperança de vida é muito próxima apresentam diferentes apetência para o trabalho em termos de saúde.

 

A esquerda francesa

A política francesa é ritmada pelos grandes ciclos dos mandatos presidenciais, mesmo se teoricamente tanto Portugal como a França têm regimes semi-presidencialistas, na prática no regime francês da V República o presidente tem um papel determinante sobretudo quando o parlamento e o presidente são da mesma família política. Após a revisão constitucional que reduziu o mandato presidencial para cinco anos as datas das eleições foram alteradas de tal forma que as legislativas se realizam nas semanas seguintes às eleições presidenciais.

A esquerda sofreu pesadas derrotas nos dois últimos ciclos: em 2002 com a eliminação de Jospin na primeira volta e em 2007 com a eleição de Nicolas Sarkozy. Hoje em dia a crise económica tem demonstrado a falência de muitas das medidas defendidas pela maioria actual, por exemplo, o incentivo ao endividamento das famílias através da desregulamentação do crédito era uma das propostas chave de Sarkozy. A esquerda governamental (PS e PC) não conseguiu ainda ultrapasar a críse profunda gerada pelas duas derrotas consecutivas e tem-se perdido em guerras internas sem ser capaz de ter uma mensagem clara nem de assumir propostas alternativas.

A imagem que deu o PS no seu congresso do fim de semana é simptomática, uma pequena minoria da ala esquerda chefiada por Mélanchon abandonou o partido após a victória da moção Royal no congresso. Após três dias de congresso restam três candidatos: Ségolène Royal com uma estratégia claramente mediática e uma proposta de tipo bloco central, Martine Aubry e Benoit Hamon com um posicionamento mais claramente à esquerda. Ver aqui para mais informações.

2008-11-16

 

A censura até 1974

A propósito da inspirada frase orientadora da drª. Ferreira Leite sobre a comunicação social, vale a pena ler Nuno Brederode Santos em À DESGARRADA, uma pessoa com experiência dos dias turvos em que vigorava o lápis azul da censura.

 

O Dr. Dias Loureiro não tem nada "que se fazer ouvir" no Parlamento

Ele até já disse que desconhecia tudo. Estamos elucidados.

Além disso, o BPN, pelo que se vai sabendo e todos os dias se sabe um pouco mais, é claramente um caso de polícia que, infelizmente, ainda não agiu por não lhe darem ordens. Em outros processos de figuras menos gradas, já estariam uns tantos atrás das grades. Mas, neste país, anda tudo tão devagar, sobretudo nos grandes crimes.

O Parlamento, de facto, não é a instituição onde se averiguam crimes deste teor. Assim, Dias Loureiro deve esperar e se for chamado a depôr, logo dirá de sua justiça. Palco já tem q.b ...

2008-11-15

 

De difícil admissão ...

Nos EUA, um Padre quer que votantes de Obama se abstenham da comunhão.

Faltou apenas dizer se a abstenção é para toda a vida.

2008-11-14

 

Manuela Ferreira Leite começa a imitar Jardim

A drª Ferreira Leite proferiu em Ourém a seguinte frase sobre a comunicação social: "não pode ser só a comunicação social a seleccionar o que se diz".

Esta é uma frase digna de Alberto João Jardim.

É evidente que a drª Ferreira Leite tem os orgãos de informação do seu partido onde pode mandar seleccionar o que quiser e como bem entender. Agora se pensa intervir no trabalho dos jornalistas é uma ideia muito infeliz que augura maus resultados para quem ambiciona ser Primeira Ministra. O tempo do lápis vermelho...já está fora de moda (assim o espero) e até há jovens que nem sabem o que foi isso.

Mas ainda bem que, dentro do seu partido, há dirigentes ou ex-dirigentes de peso que entendem que a drª ferreira Leite tem sido muito infeliz nesta e noutras declarações em público.

 

OBAMA decidiu e bem não participar na reunião do G20

Obama é Presidente apenas eleito. A sua posse é apenas em 20 de Janeiro. Só, a partir daí, é que a sua responsabilidade conta.

Então porquê "participar", quando as suas posições são tão diferentes nesta e noutras matérias e a posição que vai contar/ condicionar os "avanços" na reunião é a de Bush?

Pelo que se conhece e pelas últimas declarações de Bush as diferenças com as posições europeias são de fundo, pelo que não se auguram mudanças de substância que são precisas.

Perante este panorama, Obama faz muito bem em não estar presente. Aliás, vai ter muito tempo para contribuir para que se crie um sistema a nível internacional que torne as instituições menos vulneráveis a aplicações em derivados.


 

Rota de navio nos Caminhos da Memória

De vez em quando escrevo nos Caminhos da Memória. Hoje postado está o último episódio da saga do MUXIMA. Que ali é nome de navio.
Além de nome de vila angolana, também é nome de canção:

" Muxima" é uma canção tradicional angolana, que exprime o pedido de alguém que, sendo acusado de feitiçaria, pede que o levem ao santuário da Muxima para provar que está inocente. Segundo a crença popular, os feiticeiros morrem ao entrar no santuário." [link]

e mais adiante

"Liceu" Vieira Dias, o líder do grupo musical angolano mais marcante nos anos 50 e 60 do século passado chamado Ngola Ritmos, fez um arranjo desta canção, a qual se tornou no maior de todos os êxitos que o grupo teve...".

2008-11-13

 

A Corte do Norte.

“João Gomes, conhecido por «Trovador», que casou no Funchal com a filha dum companheiro de Gonçalves Zarco, foi homem de cuidados e suspiros. Além de vereador da Câmara em 1472, entrou na abundante polémica do Cancioneiro Geral acerca de quem melhor ama: se o que cuida ou o que suspira. "




É o início mesmo do livro. E a escrita, que aqui, mãos largas, em maior extensão vos ofereço, mostra como se faz da melhor literatura, colocando apenas umas letras a seguir às outras. Deve haver um segredo?

 

Bruxelas liberta "pepinos curvos" e produtos hortícolas "deformados"

É um documento histórico e...humorístico. Finalmente, a Comissão resolveu libertar a fruta e os produtos hortícolas das medidas impostas, tipo miss.
A LIBERDADE CHEGOU À HORTA E AO POMAR. Transcrevo na íntegra o comunicado de Bruxelas, de 12 de Novembro de 2008. É longo mas divertido.


“Pepinos curvos de novo no mercado: Comissão vai autorizar a venda de frutos e produtos hortícolas "deformados"»

As regras que regiam o tamanho e a forma dos frutos e produtos hortícolas vão deixar de ser aplicadas, após os Estados-Membros da União Europeia terem votado hoje propostas da Comissão destinadas a revogar as normas de comercialização para 26 tipos de hortofrutícolas.

A iniciativa da Comissão que visa eliminar essas normas é um importante elemento dos seus actuais esforços de racionalização e simplificação das regras da UE e de redução da burocracia.

As normas de comercialização aplicáveis a 10 tipos de hortofrutícolas, incluindo as maçãs, os morangos e os tomates, permanecerão em vigor.

Mas, mesmo para esses 10 tipos de produtos, os Estados-Membros poderão, pela primeira vez, autorizar os estabelecimentos comerciais a vender produtos que não respeitem as normas, desde que sejam rotulados de um modo que os distinga das classes "extra", "I" e "II".

Por outras palavras, as novas regras permitirão que as autoridades nacionais autorizem a venda de todos os frutos e produtos hortícolas, independentemente do seu tamanho e forma.

"Esta decisão marca o início de uma nova era para os pepinos curvos e as cenouras nodosas," disse Mariann Fischer Boel, Comissária responsável pela agricultura e pelo desenvolvimento rural. "Trata-se de um exemplo concreto dos nossos esforços para eliminar burocracia desnecessária.

Não há qualquer motivo para regular este tipo de questões a nível comunitário, sendo de longe preferível que os operadores do mercado adoptem as decisões a que houver lugar. Na actual conjuntura de preços elevados dos produtos alimentares e de dificuldades económicas generalizadas, os consumidores devem poder escolher entre a mais vasta gama de produtos possível. Não tem qualquer sentido eliminar produtos de perfeita qualidade, apenas porque têm uma forma "errada".

Nas negociações realizadas no ano passado sobre a reforma da organização comum do mercado das frutas e produtos hortícolas, a Comissão comprometeu-se a reduzir a burocracia desnecessária, através da eliminação de um conjunto de normas de comercialização aplicáveis a esses produtos.

Da votação de hoje resulta que tais normas serão revogadas para 26 produtos: damascos, alcachofras, espargos, beringelas, abacates, feijões, couves-de-bruxelas, cenouras, couves flores, cerejas, aboborinhas (courgettes), pepinos, cogumelos de cultura, alhos, avelãs com casca, couves-repolhos, alhos franceses, melões, cebolas, ervilhas, ameixas, aipo de folhas, espinafres, nozes comuns com casca, melões e chicórias whitloof.

De acordo com as propostas, serão mantidas normas de comercialização específicas para 10 produtos que representam 75/%, em valor, das trocas comerciais da UE: maçãs, citrinos, kiwis, alfaces, pêssegos e nectarinas, peras, morangos, pimentos doces, uvas de mesa e tomates. Contudo, os Estados Membros poderão igualmente isentar estes produtos da aplicação das normas se forem vendidos no comércio com um rótulo adequado. Na prática, tal significa que uma maçã que não corresponda à norma poderá ser vendida no comércio, desde que ostente um rótulo com a menção "produto destinado a transformação" ou uma menção equivalente.

A Comissão adoptará agora formalmente as alterações que, por razões práticas, serão aplicadas a partir de 1 de Julho de 2009».

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Por uns míseros tostões...

... Não se cumpre a palavra dada. Ou não será apenas isso?

A ideia que ficou no final do ano transacto foi a de que o Ministro da Finanças tinha anuido em descontar para a ADSE no caso dos pensionistas e reformados da Administração Pública apenas sobre 12 meses de forma a igualar o que se passa com os trabalhadores do activo. Isto acontecera por pressão do Provedor e de um grupo de deputados do PS que denunciaram a diferença.

Ontem o Secretário de Estado foi reafirmar que os descontos continuam sobre os 14 meses. É teimosia ou é estratégia para ampliar aos do activo o alargamenta de incidência?

No entanto quem se sai mal de tudo isto é o Ministro das Finanças que falta á palavra dada. Vá la saber-se o significado das palavras dos nossos políticos!!!...


 

Claramente em perda a equipa da Educação

Uma avaliação do desempenho das pessoas na sua vida profissional é uma necessidade básia.

Daí, os professores devem ser avaliados. Nunca foi isso que se fez em Portugal. Nunca fez parte da nossa cultura e, como tal, a resistência a qualquer sistema, a tudo quanto é novo.

Os sindicatos nunca mostraram querer de facto a avaliação, vão dizendo que sim, mas pondo todos os obstáculos e, deste modo, sabem/sentem estar a recolher apoios.

A Equipa da Educação, tendo razão no querer montar um sistema de avaliação, não tem sabido conduzir o processo que é complexo, tanto mais face à resistência da classe apoiada pelos sindicatos.

Correia de Campos também tinha razão e até mais que a actual equipa da Educação e caiu.

Sócrates como com Correia de Campos não pode deixar de apoiar a Equipa, até ao dia em que entenda dever mudá-la.

Já vai sendo tarde, e a situação está a preciptar-se. Hoje ver-se-á o que vai dar a reunião dos conselhos executivos do distrito de Coimbra. Se decidirem solicitar a suspensão, a José Sócrates a margem de manobra passa a ser muito estreita.

Francamente, não era preciso chegar aqui. O país nada retira deste braço de ferro: 100 mil há uns meses e agora 120 mil é muita gente. Se a isto se juntar o pedido de suspensão em Coimbra, pergunta-se: o que resta?


 

O bailinho da Madeira

Eu sabia que o Presidente é um firme guardião da legalidade democrática e da Constituição. Com ele lá... durmo descansado. Não viram o escarcéu que fez por uma coisa de nada (ainda que com a razão do lado dele) com aquela coisa dos Açores que até deixou o povo confundido?
Por isso foi com agrado que vi que Cavaco Silva não tolerou as prepotências do "quero posso e mando" do partido de Jardim que transformou numa taberna o parlamento da Madeira. Além de dissolver a Assembleia Regional o Presidente deu uma severa e já esperada reprimenda ao cacique local. Finalmente! Haja alguém! Ou então isto era um país das bananas e o Presidente...

2008-11-12

 

Quando se julga que África é um país

A América não é só Obama. Apenas 53% votaram nele contra 47 % em John McCain o que, no entanto, em eleições presidenciais nos EUA é uma grande diferença. Lembremo-nos que W Busb, na primeira eleição, sem 11 de Setembro a ajudar, ganhou com menos votos que o adversário.
Portanto a América é também McCain que é muito melhor que Bush é certo mas é também Sahra Palin. E sobre esta vale registar que anda a dizer, parece que com grande enlevo de certa América, que "se Deus lhe abrir a porta" lá para 2012 candidata-se.
Faz lembrar, mas muito tenuemente, o nosso simpático Santana Lopes que também alimenta altos desígnios. Mas ao pé dela parece um Pacheco Pereira da alta roda intelectual. É que Santana pode não saber onde fica a Serra Leoa mas sabe que África é um continente e não um país. Além de reaccionária Sahra Palin goza de uma ignorância que aqui não autorizava ninguém a candidatar-se nem a uma Junta de freguesia. Tino de Rãs faria um figurão ao lado da Senhora Palin.

Por fim, declaro que também fui na grande fila dos que, tirando o chapéu, cumprimentaram McCain pelo discurso de saudação ao presidente eleito.

 

Os resultados

EUA - eleições 2008-11-04Barak ObamaJohn McCain
Votos nos candidatos a presidente 66.323.50957.981.044
% dos votos53,446,6
Grandes Eleitores (Falta a purar 11)365162
% G Eleitores6931
Representantes (falta apurar 5)255175
Senadores (falta apurar 3) 5740
Nº de votos nos 2 candidatos 124 304 553124 304 553

Fonte NYT


2008-11-11

 

Qual o limite da esperança?

Tão longe O está de B que mil letras o alfabeto tivesse não chegariam para vencer a abissal diferença. A esperança está à altura das necessidades. Mas estarão as condições criadas à altura das dificuldades?
Não ponho a fasquia do desempenho de Barak Obama lá em cima, nas nuvens. E mesmo que Obama, por absurdo, tivesse tomado para si todos os grandes e contraditórios objectivos políticos que são os dos seus admiradores Obama apenas detém uma parte, ainda que importante, dos meios para empreender as grandes mudanças que dele as muitas Américas esperam.
Há dois factores que empurram o projecto da ingente justiça social: a necessidade dela, premente, massiva e um movimento militante de milhões de americanos, especialmente de jovens, ainda que sem o cimento essencial de uma organização consistente.
Trazer a fasquia da esperança do abismo bushiano até o rés-do-chão-que-pisamos será já muito mas tavez Obama Hussein a queira e consiga levantar acima da cabeça.
Não olho lá para cima para as nuvens porque colocar a fasquia do obanismo aí obrigaria a descolar os pés da terra o que sendo desculpável aos jovens é insensato a quem já viu mais mundo.
A América de Obama poderá voltar a ser aquela América, que se ergueu em 1929 e deslumbrou o mundo ao atravessar grande parte do século XX como quem desbrava os caminhos do céu. Sem esqueçer as manchas tenebrosas da caminhada com a destruição a tiro do forte movimento sindical, os linchamentos da Ku Klux Klan, a imposição a seu serviço de ditaduras odiosas em meio mundo.
As dificuldades que Barak enfrenta são quase tão grandes quanto as necessidades do povo americano em as vencer, quase tão grandes quanto a esperança que levantou do chão e esvoaça por cinco continentes.

 

Crítico de Cavaco Silva sobre a Madeira, mas...

A Madeira está lá longe. Não tanto como se pensa, pois 1h20 vamos lá 1h30 lá chegamos. Pelo meio, só aquele mar que pouco aproveitamos para o nosso desenvolvimento e que continuamos com a lágrima no canto do olho de tão bons que éramos na época dos descobrimentos.

Afinal, tudo continua na mesma onda só sabemos navegar!

Aquele mar que para alguns propagandistas no Brasil do nosso turismo, (certamente financiados quem sabe?) até chamam de Oceano Pacífico.

Pacíficos somos em demasia. Muita garganta.

Mas tenho de vir concordar com o Presidente Cavaco Silva no caso BPN. Assinou e bem a nacionalização, até porque não havia outras saídas, a não ser a nacionalização de todo o grupo, a que o Governo PS não ousou, certamente por restrições ideológicas. É pena porque não se trata disso. Defendo que mesmo numa dinâmica capitalista de defesa dos contribuintes de um Estado mais forte era a solução melhor.

 

Ataturk mais que Maomé

Assinalando o nascimento de Kemal Ataturk (que significa "pai dos turcos") em 10 de Novembro de 1838, o Público de ontem ocupa uma página com uma fotografia da sua carismática figura e alguns dizeres que me espantaram e no fim transcreverei.
Antes disso para os mais ignorantes (sem ofensa, afinal todos somos sumamente ignorantes neste ou naquele domínio) informo que Ataturk é o grande herói dos turcos e merecidamente. Já menos católico, a meu gosto, é a profusão de fotografias, estátuas, esculturas por todo o país para qualquer canto que nos viremos. Mas não é apenas uma política estatal, a população venera e trás a sua imagem nos mais variados locais de trabalho ou em sua casa e em objectos de uso corrente.

Ataturk o herói da guerra que salvou a Turquia, empreendeu uma reforma, na cultura e nos hábitos, que ainda hoje custa a admitir como foi possível. Substituiu alfabeto árabe pelo latino, decretou (no início do século XX) o ensino obrigatório, adoptou códigos europeus para a Justiça, proibiu o véu que tapava a cara, trouxe a golpes de ousadia (e de força) a Turquia em decadência desde o esplendor dos séculos 17 e 18 para a Europa moderna do século 20. Mas a Turquia voltou a abrandar o passo para a modernidade e o Islão e seus véus disputa hoje a partir do Governo a supremacia laica.
O Público garante que é dele a frase: " O islão, essa absurda teologia de um beduino amoral, é um cadáver podre que envenena a nossa vida".

 

Curiosidades da obamania

O DN, de ontem, informava o povo que a Michelle mergulha as suas raízes nos escravos afro-americanos. O tetravô. Não sei se a ideia é dar-lhe mais "raça".
Por seu lado Nuno Pacheco no Público também de ontem confidenciava que Obama, ao falar há dias do cão que prometeu comprar às filhas quando forem para a Casa Branca, disse que a sua vontade era ir a um canil buscá-lo. "Porque ali muitos cães são rafeiros como eu". E depois NP comentava: "um insulto? Não, uma serena vingança"
 

"Troca de ideias" entre Palestinianos e Israelitas

Transcrição de email recebido de um amigo:

Um representante de Palestina começou: «Antes de começar a minha intervenção, quero dizer-lhes algo sobre Moisés.
Quando partiu a rocha e inundou tudo de água, pensou, 'que oportunidade boa de tomar um banho!' Tirou a roupa, colocou-a ao lado sobre a rocha e entra na água. Quando saiu e quis vestir-se, a roupa tinha desaparecido. Um Israelita tinha-as roubado.»
O representante Israelita saltou furioso e disse: «que é que você está a dizer? Os Israelitas não estavam lá nessa altura.»
O representante Palestiniano sorriu e disse: «e agora que se tornou tudo claro, vou começar o meu discurso.»

 

A crise na Educação

Não me parece possível que o governo de José Sócrates possa passar ao lado da grande manifestação de sábado passado dos profissionais do ensino.

120 000 pessoas na rua, vindas do país inteiro, mobilizadas pelos problemas do ensino, é muita gente, neste País.

E, por muito pouco, que o governo acredite na bondade dos sindicatos, este descontentamento com o poder, corporizado no Ministério da Educação, não pode ser escondido. O Governo deverá pensar que algo existe e que não se trata de uma realidade virtual. Se a isto se juntar ainda a situação que reina nas Universidades quanto ao financiamento, o panorama de todo o ensino em Portugal não é nada incentivador, nem promissor para uma mudança radical necessária, mas operada com uma grande participação dos actores do sector.

Causas de tudo isto? Muitas, antigas e de fundo e não podemos esquecer que grande parte das condicionantes da evolução deste nosso País passa pela Educação e também pela Justiça.

Mas os problemas não se resolvem sem um entendimento maior ou menor entre os diversos actores e pouco vale andar a criar instrumentos meio ardilosos para dizer que as coisas estão a avançar.

Embora me pareça que a questão do momento que está a condicionar tudo ou quase tudo é a da avaliação dos professores e que, na prática, há sempre uma reacção a todo o tipo de avaliação, se a entendemos necessária e, em meu entender, é, com vista a lançar e instituir um ambiente de responsabilidade, de qualquer modo, todos os cuidados são pouco na escolha e montagem desses processos e métodos.

E será que a a ctual equipa do Ministério não estará demasiado desgastada para conduzir processo tão delicado? Porque razão o PM não chama a si temporariamente a condução do mesmo?

2008-11-10

 

Polémica na Igreja Portuguesa

O prelado resignatário de Aveiro, D. António Marcelino, aponta o dedo aos seus colegas bispos de atenderem aos seus interesses e não se centrarem no que é essencial, ou seja segundo ele, o trabalho de integração dos leigos na vida e na missão concreta da igreja. Neste contexto, este Bispo crítico associa-se às críticas de Bento XVI quando recebeu os bispos portugueses em Roma. Bispo culpa restantes bispos pelo atraso da Igreja

 

O grave problema do licenciamento urbano

Ordem arrasa normas de licenciamento urbano. Segundo esta notícia, a Ordem dos Engenheiros preparou um documento para entregar ao Primeiro Ministro e ao Governo, onde se pede intervenção exemplar no sentido de simplificar e agilizar os processos de licenciamento que, de facto, desde sempre, constituiram um factor antieconómico. Lembro-me que, no tempo do Projecto Porter, já lá vão uns bons anos, este tema já era indicado/fazia parte do rol das várias anomalias que afectavam a economia portuguesa. E desde então nunca se simplificou esta teia burocrática

 

Uma grande injustiça


O artigo do João Abel sobre os tanoeiros e os vários artigos da Lília Bernardes sobre a Madeira lembram-me a incompreensível ignorância da generalidade dos franceses (há evidentemente excepções) em relação ao vinho da Madeira.Tirando alguns comerciantes portugueses e algumas lojas especializadas é quase impossível comprar em Paris um vinho da Madeira decente, a ideia generalizada é a de que o vinho da Madeira é um ingrediente culinário que serve para fazer molhos "au Madère" nunca para beber. Não faço a mínima ideia de onde vem esta reputação, até porque aqui mesmo ao lado, em Inglaterra, a situação é completamente diferente.

Um bom reflexo desta situação é o artigo da wikipedia versão francesa que continua no estado de esboço, como se ninguém se interessasse pelo assunto. Há uns anos ofereci uma boa garrafa de vinho da Madeira a uns amigos franceses e tive o cuidado de explicar que era para beber e não para cozinhar.

2008-11-09

 

Desporto

Sábado 8 de Novembro de 2008, em Sèvres, França. Depois de ter passado a manhã a remar com a minha equipa de "veteranos" em 8+ dei por mim ao fim da tarde no pontão do clube à espera que a minha filha acabe o seu treino em 4x+, estão cerca de 5º e a noite começa a cair, tenho a máquina fotográfica comigo e começo a pensar que não vou conseguir fazer nenhuma foto, mesmo assim regulo a máquina para foto nocturna e disparo algumas vezes quando o barco começa a acostar no pontão. De todas as imagens deixo-vos esta de que gosto especialmente, talvez desperte em alguém a vontade de praticar remo, um desporto que não sendo muito telegénico é completo, pode ser praticado em qualquer idade e é uma verdadeira fonte de prazer. Para quem está em Lisboa experimentem a Associação Naval de Lisboa ao pé da ponte 25 de Abril na doca de Santo Amaro.
 

A 1ª conferência de imprensa de OBAMA

Rodeado de muitos assessores, sobretudo da área económica, Obama dedicou a sua primeira conferência de imprensa à crise financeira, hoje já tão económica como financeira e ao emprego: Barack Obama annonce un plan de relance.

Uma actividade que não deixou de abordar, pela sua dimensão e impacto no emprego foi o sector automóvel, que atravessa uma situação crítica nos Estados Unidos devido ao seu atraso tecnológico e, por conseguinte, à sua falta de competitividade.

Obama prepara, assim, as medidas de choque para os seus primeiros 100 dias de governação.

 

Espanha no G20

Espanha tanto porfiou que vai estar no G20. Também, não se percebia a razão de não estar, até porque tem poblemas graves e certamente terá algumas achegas a dar para a saída da crise Zapatero no G20 em Washington depois de Sarkozy ceder um lugar

 

Os Tanoeiros

Hoje ao ler o notícias magazine deparei-me, a respeito do vinho do Porto, com uma profissão "os tanoeiros" que pensava já estar banida do mapa.

Há muitos, muitos anos que não ouvia falar desta profissão que conhecera na minha infância. Lá, na minha terrinha, zona norte da Madeira, (aquela terra portuguesa de turbulência democrática continuada) havia um ou dois. Eram profissionais bem considerados socialmente e penso que bem pagos para a época. Hoje, certamente, não haverá nenhum.

Os tanoeiros eram marceneiros que dominavam o trabalho de fazer pipas e do seu concerto. Mais tarde com a importação de pipas de carvalho de França, mais baratas, o seu trabalho foi desvalorizado, passando a ser requisitados só para concerto das mesmas. E, mais tarde ainda, com as mudanças na comercialização do vinho/mosto, compra directa na bica ao produtor com equipamento das casas compradoras, o seu desaparecimento tornou-se fatal.

Interessante foi saber que ainda há tanoeiros à antiga em algumas caves de vinho do Porto em Vila Nova de Gaia, apesar da evolução tecnológica. Por quanto tempo? É a pergunta que persiste.


 

O nosso tempo

Quantas vezes oiço a expressão "o nosso tempo"! ... Com múltiplos sentidos.

O "nosso tempo", permitam-me que passe a retirar as aspas, se não acabou ainda vai a bom ritmo. E a esse nosso tempo sucede-se um outro tempo. ...

Tudo, a propósito de uma conversa de café. No nosso tempo é que ... a política. ... era mesmo a sério. Comento, certamente no café como hoje. ...
Esse nosso tempo é quase sempre referenciado ao passado: anos 60, anos 70... e, numa visão, algo distorcida, algo endémica.

Afinal, o nosso tempo anda, corre, evoluiu. Talvez, as pessoas do "meu tempo" (passado - anos 60) dificilmente encarem ou se adaptem às mudanças, porque o nosso tempo é o actual, o do dia a dia. Amizades, amores, comportamentos, política ... grandemente em transformação.

Partidos perderam a bússola. Mas por muito que se exorcizem os comportamentos de direita e de esquerda continuam e diferenciam-se. E a esquerda continua, apesar de tudo, com uma maior latitude de pensamento e, por isso, dificilmente se entende.

2008-11-08

 

O Tarrafal visto da Torre do Tombo



"Ter pisado o mesmo Tarrafal, ter vivido o mesmo inferno, ter habitado por dentro a mesma «frigideira», respirado os mesmos 40 graus de Sol... ter pisado o mesmo «Chão Bom» não é garantia de que a todos se oferecem os mesmos futuros caminhos."

São as primeiras e as últimas palavras de um post sobre um documento descoberto no arquivo da Torre do Tombo que fala de um angolano, ex-preso, do campo de concentração do Tarrafal, cuja participação esteve anunciada no colóquio internacional Tarrafal - uma prisão dois continentes, realizado no Parlamento, em 29 de Outubro, pelo Movimento não Apaguem a Memória. O post está aqui e fotografias do colóquio estão aqui. e aqui.


 

Não se banalize a história


No momento em que o símbolo nazi foi usado - mesmo como forma de contrapropaganda - no parlamento da Madeira pelo deputado do PND (havia outras formas de protesto); quando por dá-cá-aquela-palha se usa e abusa do termo fascista como forma de insulto ( dr. Jardim é um dos que gosta desta palavra), por favor não se banalize a História.

Em memória de todos quantos sofreram e morreram às mãos de ideologias totalitárias, racistas, desumanas, faça um clique em:

http://www.lena-gieseke.com/guernica/movie.html
 

Ainda a situação na Madeira ...

Continuo a pensar que o Presidente da República, Cavaco Silva, agiu mal face à situação de insconstitucionalidade, criada na Madeira, da responsabilidade do PSD/M e ainda não resolvida.

Escrevem o Expresso e o DN que Cavaco Silva andou "a manobrar" na sombra para fazer calar Jardim. Jardim cedeu, manteve-se calado e, assim, Cavaco Silva não tem que estar em confronto com as duas Regiões Autónomas, em simultâneo, embora esteja convencido de que mesmo sobre o Estatuto dos Açores irão surgir aproximações Cavaco-PS, eventualmente com o PSD a ficar em situação menos confortável.

Jardim não podia falar, porque falando teria de ser solidário com o seu grupo parlamentar, o que empolaria ainda mais a situação, obrigando Cavaco Silva a ter de sair da sombra. A manobra até à data resultou, mas o problema continua por resolver. O Juiz Conselheiro Monteiro Diniz, representante da República na Madeira, embora proferindo algumas frases sobre a legalidade da situação, no mínimo infelizes, também serviu de intermediário e toda a gente conhece a sua influência sobre Alberto João em termos de técnica jurídica.

Mas interessa também o porquê de situações burlescas como esta se podem dar na Madeira. Encontra uma boa resposta em E AGORA A MADEIRA.


2008-11-07

 

"A legalidade" reposta na Madeira

Acabo de ler uma frase do Representante da República na Madeira, Monteiro Diniz, sobre os acontecimentos de rebeldia insconstitucional da responsabilidade do PSD/M, ontem praticados, que diz o seguinte: "Há um retorno à legalidade parlamentar, embora condicionado pela existência ou não de sessões plenárias".

Desconhecia, por completo como cidadão, que a legalidade de um Parlamento poderia consistir na suspensão dos plenários.

E se houver reuniões de Comissões, qual será a postura da maioria PSD? Não impedirá que o deputado eleito pelo PND participe? Acha Monteiro Diniz que que se a polícia privada da Assembleia Regional impedir a entrada do deputado estará tudo na legalidade?

Francamente, não entendo as palavras do Senhor Juiz Conselheiro Monteiro Diniz.

Não serão antes estas palavras uma forma de branqueamento do acto inconstitucional - o impedimento do Deputado José Manuel Coelho praticado pelo PSD de participar na Assembleia Regional?

 

MADEIRA EM SARRAFOS


No Funchal é normal logo pela manhã tomar uma bica na esplanada do "Apolo". Um Café por onde todos os estudantes dos anos 60, 70 e talvez 80, se reuniam entre livros e namoricos.

Foi ali, então uma jovem adolescente, que um amigo deu a notícia de uma revolução em Lisboa. Nós não tínhamos televisão em directo e só dois dias depois vimos as imagens do MFA e dos cravos vermelhos.

Ou seja, a Madeira vive uma décalage de mudança de 48 horas. Ao fim de 34 anos significa 1632 horas, ou seja, 68 dias. Mais de dois meses. Isto sem contar com a inflação, aumento das taxas de juro, um spread altissimo e uma diferença de 1 hora (na realidade estamos noutro fuso) face à capital e que esteve em vigor durante muitos anos. Os Açores, na altura, encontravam-se a menos duas. Ou seja, enquanto era uma da manhã, em Lisboa, batia a meia-noite na Madeira e as 23 horas do dia anterior nos Açores.


Para além desta explicação, ainda temos outra. A geografia. O arquipélago encontra-se sinalizado no mapa político da Europa mas desaparece no físico integrando a costa africana.

Afinal, a Madeira está à mesma latitude de Casablanca. Nem todos podem contar com este currículo romântico. Se estivermos bem atentos chegamos a ouvir ainda os últimos acordes de "As Time Goes By". E é neste ram-ram (leia-se região autónoma da Madeira) que bebemos a tal bica no "Apolo."

E ontem houve espectáculo ali perto, meia dúzia de metros abaixo.
Às portas da Assembleia Legislativa Regional (ALR).
A bandeira da autonomia conquistada com a liberdade vive dias infelizes.

Como cidadã discordo completamente que alguém utilize símbolos nazis mesmo no sentido de contra-propaganda, mas as cenas de quase pugilato entre o deputado único do PND barrado à entrada da ALR por gorilas de uma segurança privada, contratados pela próprio parlamento, e com a PSP a ver a cena de braços cruzados, deixou-me insegura.

Mas há um Presidente da República, não há? Parece que sim. Que felicidade. Na vitrola o vinil roda.

"You must remember this, a kiss is just a kiss. A sigh is just a sigh. The fundamental things apply, as time goes by (...).




 

Casse-toi pov'con

"Casse-toi pov'con" uma frase de difícil tradução em português mas que em francês é insultuosa, o equivalente será "põe-te a andar anormal". Foi assim que Sarkozy respondeu a um individuo que o insultava durante uma visita à feira internacional da agricultura em Paris. Na altura o facto foi muito comentado, a opinião dominante era que o presidente não devia ter descido ao nível de quem o insultou.

Vem tudo isto a propósito da condenação de Hervé Eon, militante de esquerda francesa que teve a ideia de reproduzir exactamente a frase do presidente num cartaz utilizado durante uma manifestação. Na altura foi detido por um polícia que apresentou queixa por insulto ao chefe de estado. A pena é simbólica 30 euros de multa com pena suspensa mas não deixa de ser cómico que se possa ser condenado por insulto ao presidente por ter utilizado uma frase ... do presidente.

2008-11-06

 

Será que o Presidente Cavaco Silva se auto suspendeu?

Em Julho passado, Sua Excelência, o Presidente Cavaco Silva, contra todas as expectativas, vem à TV, com ar muito compenetrado, falar-nos quase de um "golpe de estado" legislativo.

Na Madeira, no dia de hoje, acabam de ser cometidas, por decisão do PSD, as mais bizarras inconstitucionalidades: primeiro, impedindo, à força, como se viu nas imagens, a entrada na Assembleia Regional de um deputado eleito (independentemente da opinião que cada um possa ter sobre a sua postura); depois, suspensão dos trabalhos da Assembleia, por tempo indefinido. Em tudo isto, impera a falta de senso e, não me arrogando em especialista porque de facto não o sou, o bom senso diz-me ainda que estas decisões são completamente ilegais. Daí pensar que o PSD do Dr. Alberto João Jardim, a seu mandado, cometeu os maiores atropelos ao Estado de Direito vigente, de que não há memória.

Face a tudo isto, a questão mais simples e genuina que se põe a qualquer cidadão é a de saber: por onde anda o Presidente Cavaco Silva? Vai deixar a Madeira continuar "a saque"? Nem um comunicado? Nem uma ida à TV? Será que aprova todos estes procedimentos? Mas se não aprova está a pactuar porque não se lhe conhece nenhum passo para repôr a legalidade democrática.

 

Os crimes de natureza económica e a reacção social

O meu "empirismo" diz-me que a sociedade portuguesa é muito permissiva ao crime económico.

Numa sociedade tipo nórdica ou mesmo na Alemanha, a fuga aos impostos, se detectada e tornada pública, quem pratica o acto entra em maus lençóis com o fisco, mas socialmente é ostracizado por quem o conhece e toma conhecimento do facto, nem que sejam os vizinhos. É um acto que por esta gente é visto como um atentado à cidadania.

Em Portugal quase diria que uma tal infracção lança o faltoso para "o mundo dos heróis".

Não quero dizer que a fraude, o roubo, o branqueamento de dinheiros de que toda a gente abertamente fala em relação ao BPN seja vista bem assim, até porque o leque de operações clandestinas praticadas foram tornadas públicas num contexto complexo que está a "mexer" com muita gente. Mas quem não é atingido, fico com a sensação de que a situação lhe passa ao lado. Não vou tão longe que pense que as pessoas estarão a pensar em erguer uma estátua ao Dr. José de Oliveira e Costa.

Mas este tipo de postura, pelo que tenho lido, não é específica da sociedade portuguesa, alarga-se às sociedades de cultura mais latina e onde a religião católica teve/tem peso.

Ao contrário, as sociedades onde a Reforma de Lutero e Calvino tiveram impacto e, de algum modo, as moldou têm uma cidadania mais arreigada.

Não estou a tirar conclusões, mas que tem piada, tem.

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