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2009-09-09

 

De súbito... já se sabia (1)


Em plena pré-campanha eleitoral, a proibição do livro de Gonçalo Amaral pode eventualmente passar despercebida. Não deixa, porém, de configurar um estranho exemplo de como a liberdade de expressão é tratada por estas paragens.

O autor do livro intitulado "Maddie - A verdade da mentira", vê-se, assim, obrigado a meter a viola no saco, já que, para além de não poder legalmente vender mais livros (a editora foi intimada a recolher todos os exemplares distribuídos), fica impedido de fazer quaisquer declarações públicas sobre os conteúdos do livro e do vídeo que o acompanha.

Sabemos que o ex-inspector da PJ, agora reformado, defende a tese de que os pais da malograda criança têm responsabilidades directas no seu desaparecimento. Acho que já praticamente toda a gente leu, viu e opinou sobre o assunto.

Porquê este súbito desenvolvimento?

Porque os pais da Maddie apresentaram uma providência cautelar que a 13ª Vara Cível deferiu hoje.

Imagino as cenas dos próximos capítulos:

1 - A TVI, que já tinha reproduzido o vídeo, volta a inseri-lo na peça que irá para o ar com a notícia da apreensão do livro.

2 - O livro passará a ser procuradíssimo. Não há nada mais apetecível que um livro censurado.

4 - Os livros e outras publicações que sustentam teses diversas (rapto, ataque alienígena e evaporação) poderão circular livremente.

3 - A pequena Maddie continuará desaparecida...

4 - Como Gonçalo Amaral chegou a ser convidado para se candidatar, nas listas do PSD, às autarquias, a tese da "asfixia" vai conhecer mais algumas especulações.

Haverá alguém que lide bem com a liberdade de expressão em Portugal?


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