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2009-09-11

 

De súbito... já se sabia (6)



Os editorialistas dos massmedia ficam sempre perante uma posição desconfortável quando se trata de comentar assuntos melindrosos que tenham a ver com a mudança social e política. Nessas alturas, são obrigados a exporem, ainda que nem sempre de um modo explícito, os seus sentimentos, simpatias e orientações.

A adjectivação desnuda-os; a marcação dos pontos de vista, arrasa-os.

Isto vem a propósito dos resultados da sondagem da Universidade Católica que o JN traz hoje na manchete principal.

Os termos-chave são "quase" (que implica uma previsão, mas também um receio e/ou um desejo) e a expressão "Ombro a ombro" com que o título é confeccionado. Se um tem 35% e o outro 37%, o "empate" só se virá a dar se o que tem 35% subir, ou se o que tem 37% descer. Portanto, num caso e noutro, sempre em desfavor do que está actualmente na "melhor" posição.

Ora, apesar de a tendência poder ser suportada pela evolução dos resultados nos últimos tempos (o PS a descer, e o PSD a subir nas intenções de voto), também é verdade que as flutuações têm sido grandes, e nada garante que, até 27 de Setembro, estes movimentos não se invertam.

Para o melhor e para o pior, aí está um "ombro a ombro" em que a força política que tem 37% se tem que dobrar até à altura da que tem 35%, para respeitar a metáfora do JN. Isto é, quando a realidade não se afeiçoa aos nossos desejos, azar. Cabe-nos, então, a nós, afeiçoá-la aos nossos discursos.

Não ficaria admirado se o porta-voz do PS, numa daquelas suas aparições-relâmpago, mencionasse o tratamento que o JN deu hoje aos resultados desta sondagem.


Comments:
Um comentário tonto o seu. Desculpe a crueza. Mas parece que tem necessidade de palco. Espremendo, o que é que disse, que um ser humano comezinho não atinja? É evidente que é um comentário apenas. Escreva sempre os disparates que entender para aparecer.
 
Caro anónimo das 14:16,

Lamento não ter estado à altura da sua erudita exigência. Desculpe. Tentarei fazer melhor para a próxima. De facto, descobriu-me a careca: apesar de tudo, ainda vou gostando mais de "aparecer" do que de "desaparecer".
Obrigado pelo seu comentário estimulante.
Cumprimentos
 
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