2009-09-16
Desabafos e manifestos (3)
Na capa do i de hoje, o título principal distorce o sentido das palavras de José Sócrates, quer no contexto das próprias declarações, quer por comparação com a prática governativa do PS.
Ao transmitir a ideia de que, Sócrates, se indigitado para formar governo, poderia buscar uma aliança à esquerda, finge desconhecer tudo aquilo em que o PS se tornou.
Não se pode afirmar que o PS é um partido programaticamente idêntico ao PSD (reparem que não estou a falar do TGV, do novo Aeroporto ou da 3ª travessia sobre o Tejo, mas do Código do Trabalho, da reconfiguração do Estado, da política fiscal e de outras promessas não cumpridas ou pura e simplesmente atraiçoadas), e, depois, escrever, com a candura de quem põe um ponto num i, que o PS de José Sócrates poderá vir a favorecer um entendimento à esquerda, fosse ele com o BE, com o PCP ou, mesmo, com o Manuel Alegre que vai às iniciativas de Francisco Louçã.
Só mesmo para assustar os sectores do eleitorado de direita que nas última eleições legislativas votaram PS, seguindo a indicação, mais ou menos explícita, de Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa e quejandos.
Não vejo outro propósito...
Comments:
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Está a dizer concretamente que Cavaco e Marcelo nas últimas eleições (2005) deram orientação de voto no PS?
É Isto que quer dizer? Se é não deve estar bem da cabeça?
A. Mendes (Setúbal)
É Isto que quer dizer? Se é não deve estar bem da cabeça?
A. Mendes (Setúbal)
Caro A. Mendes,
É exactamente isso que quero dizer. Remeto-o para a imprensa do período imediatamente anterior ao sufrágio. Apesar da sua rudeza até lhe facilito o trabalho (se a ele se quiser dar...).
Leia o as últimas edições do EXPRESSO antes das eleições.
Depois, se continuar com dúvidas, volte.
É sempre bem vindo.
É exactamente isso que quero dizer. Remeto-o para a imprensa do período imediatamente anterior ao sufrágio. Apesar da sua rudeza até lhe facilito o trabalho (se a ele se quiser dar...).
Leia o as últimas edições do EXPRESSO antes das eleições.
Depois, se continuar com dúvidas, volte.
É sempre bem vindo.
Não. Fazer fé, não. Perceber, sim.
Estamos a ficar com a memória demasiado curta.
Quem não se lembra do ambiente na véspera das últimas legislativas. Alberto João tratava o actual PR por "sr. Silva" e propunha que fosse corrido do PSD; Manuela Ferreira Leite e cª, recusaram-se a continuar no Governo quando Durão Barroso foi para Presidente da CE. Muitos dos barões laranja (ver por exemplo os da área da energia...) recusaram-se a fazer campanha com Santana Lopes...
Vá lá.
Custa assim tanto recordar quantos relatos (não desmentidos pelos próprios, mesmo quando instados a fazê-lo!) circularam dizendo com muita clareza que Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa, Mira Amaral, etc fizeram o que eu afirmo no poste?
Onde é que o PS ia buscar a maioria absoluta?
Estamos a ficar com a memória demasiado curta.
Quem não se lembra do ambiente na véspera das últimas legislativas. Alberto João tratava o actual PR por "sr. Silva" e propunha que fosse corrido do PSD; Manuela Ferreira Leite e cª, recusaram-se a continuar no Governo quando Durão Barroso foi para Presidente da CE. Muitos dos barões laranja (ver por exemplo os da área da energia...) recusaram-se a fazer campanha com Santana Lopes...
Vá lá.
Custa assim tanto recordar quantos relatos (não desmentidos pelos próprios, mesmo quando instados a fazê-lo!) circularam dizendo com muita clareza que Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa, Mira Amaral, etc fizeram o que eu afirmo no poste?
Onde é que o PS ia buscar a maioria absoluta?
Seguindo essa sua forma de ler pode também deduzir-se que as europeias foram ganhas pelo PSD porque Manuel Alegre deu orientação de voto para votar PSD.
A.Mendes
A.Mendes
Caro A. Mendes,
Não. Nem eu digo isso, nem o meu caro pode (ou melhor: deve) fazer essa comparação. Das duas, uma: ou não se recorda ou, então, não estava cá.
Se continuar na sua, posso ir aos meus arquivos e oferecer-lhe um poste com a informação que parece desconhecer.
Ao dispor
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Não. Nem eu digo isso, nem o meu caro pode (ou melhor: deve) fazer essa comparação. Das duas, uma: ou não se recorda ou, então, não estava cá.
Se continuar na sua, posso ir aos meus arquivos e oferecer-lhe um poste com a informação que parece desconhecer.
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