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2009-12-03

 

A Escola e a Tarimba



Manuel Caldeira Cabral escreve hoje no JORNAL DE NEGÓCIOS, (também citado no Câmara Corporativa) um artigo engraçado: "Melhorar as qualificações é o único caminho para a convergência". O autor cria um estimador para produtividade esperada intuído a partir do capital cultural (na parte relativa aos diplomas académicos) e verifica que, descartando os desvios extremos (riquezas naturais, capacidades tecnológicas), o índice de "produtividade estimada" é muito semelhante ao do "rendimento per capita".

Conclusão do ensaio: No caso português "O rendimento per capita é até superior ao que as suas qualificações levariam a prever."

E o que é que isto significa?

"Significa, em primeiro lugar, que o País não pode estar a ser assim tão mal gerido, como muitos afirmam.
Significa também que, apesar de devermos continuar a melhorar as nossas capacidades tecnológicas, infra-estruturas, quadro legal e a desburocratizar, facilitando a actividade das empresas, não será fácil convergirmos muito mais se não melhorarmos radicalmente as nossas qualificações."

A novidade do estudo reside na conclusão de que não estamos a ser "tão mal geridos como muitos afirmam". Ora se foi apurado que 72,3% dos nossos activos não concluiram o secundário e apenas 13,2% concluiram o superior, onde andarão a aprender os nossos gestores (espantosamente melhores do que a maledicência nacional quer fazer crer)?

Visto que o autor está longe de elogiar os gestores de tarimba, qual será a razão que o leva a concluir que não estamos a ser "assim tão mal geridos"?

A parte do ensaio que põe em relevo o nosso gritante défice de qualificações não é nova; a outra parte, sustentada na intuição benevolentede de estarmos a ser melhor geridos do que a maledicência nacional quer fazer crer, não se verifica.

As profissões de fé, neste caso, não ajudam nada.

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