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2011-11-04

 

A Troica cobra uma comissão de 665 Milhões de euros

A Troica, isto é os representantes da "solidária" União Europeia, dos "parceiros" do Euro, do "nosso" Banco Central Europeu (somos um dos accionistas), do "nosso" FMI (somos um dos seus membros), pois a Troica - dizia - com o júbilo e empenho ideológico dos seus subordinados "Passos, Gaspar, Álvaro & Cia Lda", cobram pelos seus serviços - para nos dizerem o que temos de fazer e o que não temos de fazer - uma comissão de... imaginem, é uma comissão, não são os juros predatórios que temos de pagar pela "ajuda"... é uma comissão de 665 milhões de euros. 665 milhões. Não gralha. Faz parte da "ajuda". É um complemento da "ajuda".

E eles têm razão. Claro que têm razão, isto é, têm a força, são afinal, o verdadeiro, o legítimo capital financeiro especulativo. E a ordem que nos rege é a de que quem têm força explora, submete, humilha, suga até ao tutano os que têm menos força, até onde estes o permitirem. É o dogma, o alfa e o ómega do capitalismo neo-liberal à solta, agora sem o pavor do comunismo que o travava. Sim que a "canalha", com as costas quentes, com a União Soviética lá atrás, podia fazer-lhes a partida, mesmo recusando intimamente o outro império, podia ameaçar juntar-se-lhe.

Eis o tão querido neo-liberalismo, guia ideológico de "Passos, Gaspar, Álvaro & Cia Lda": deixai o campo livre às forças e à "inteligência" dos mercados, fora o Estado "gordo", fora com essa invenção estúpida e "gorda" do estado social "gordo", abaixo o Estado "gordo" e as suas regulamentações odiosas que só atrapalham o bom andamento da "nossa" liberdade.

A ordem vigente é assim, não há surpresa e sendo assim e não havendo força, no imediato, para a subverter é obrigação de um governo dos portugueses defender a esmagadora maioria dos portugueses (ficam de fora, naturalmente os que constituem o prolongamento dos que nos sugam) minimizar efeitos nefastos desta ordem. Mas o governo de "Passos, Gaspar, Álvaro & Cia Lda": não só não faz isso como diz que o futuro dos portugueses é empobrecer e afirma-o como quem aponta um desígnio. Não só não minimiza os custos sociais da imposição do duunvirato "Merkel-Sarkozi", que usurpou, sem oposição, aliás, os poderes dos órgãos da UE, como escarnece dos jovens e admoesta-os para que não fiquem "no conforto" do seu desemprego e "emigrem".

Estas e tantas outras atitudes destes governantes revelam uma agenda ideológica e uma política que despreza a grande maioria dos portugueses, despreza os jovens condenados ao desemprego, os reformados, quem tem menos possibilidade de se defender e despreza os funcionários da administração pública que são afinal o suporte da acção do estado. É uma forma odiosa de manifestação da política do governo e é também uma mistura explosiva de ignorância, insensibilidade social e parvoíce.

A notícia daquela comissão de 665 milhões de euros não é nova mas hoje, ao relê-la, num artigo de opinião de Rui Pereira, no CM, voltei a indignar-me. A revoltar-me. Revolta é sem dúvida o sentimento que vai engrossando entre os "gregos" de Portugal. Bem podem "Passos, Gaspar, Álvaro & Cia Lda" gritar que nós não somos a Grécia, como quem esconjura um perigo provável. Não somos a Grécia é verdade, pois, por este caminho, ainda nos faltam alguns meses para nos vermos todos "gregos".


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