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2012-09-28

 

A Madeira a funda-se

Madeira é o sector que mais engorda a dívida - Economia - DN

2012-09-27

 

Há alternativas a esta política de austeridade?

Ontem e anteontem instado por dois jornais um nacional e outro da vizinha Espanha disse que um país onde o montante de juros a pagar, segundo o OE 2012 deste governo, é de 8823,5 milhões de euros, equivalente a ligeiramente mais que 52% das despesas com pessoal (16929,9 milhões) só pode estar em estado comatoso.

E para 2013, embora os valores não sejam ainda conhecidos, a situação económica não vai melhorar mas  de certeza piorar. 

A dívida aumentou durante 2012 daí mais juros a pagar, os cortes no rendimento do trabalho vão continuar, os impostos aumentam, o investimento público será ainda mais reduzido. Desta forma ao circuito económico vão ser retirados mais uns muito largos milhares de milhões de euros e a economia como um todo passa a funcionar anormalmente ainda com as PME com grandes dificuldades de acesso a financiamento.

O consumo baixa drasticamente, as empresas não realizam vendas. É o caos.

Até a directora do FMI já observa que a austeridade em demasia só paralisa a economia e apela ao abrandar  do ritmo de austeridade.

Defendo que este montante de juros tem de baixar. O governo afirma que recuperou credibilidade externa. Então porque não usa essa situação para negociar as altíssimas taxas de juros, baixando-as? 

É que uma baixa, p.e. de 2 pontos percentuais na taxa de juros alavancaria para a economia uns bons milhares de milhões.

Esta é pois a medida de maior efeito prático imediato.

Aliviava o orçamento de 2013 e permitia pensar em medidas de fundo de reestruturação do aparelho de Estado e da economia portuguesa.

2012-09-26

 

Concertação social como e contra quem?

Sempre me ensinaram que concertar significa transformar algo que está mal em bom. Pode ser também numa concepção menos profunda só melhorar.

Ora, o que prepara o governo é arranjar uma outra cosmética para tudo ficar na mesma. Uma nova forma de despejar o bolso de quem trabalha por conta de outrém ou já trabalhou para pagar juros da dívida, satisfazer os credores do país.

A propósito, sabe que segundo o Orçamento de Estado de 2012, o montante de juros que o Estado português tem de pagar é de 8823,5 milhões de euros?.Equivalente a mais de 52% da massa salarial da Função Pública?

Este governo ainda não aprendeu que no final de 2013 a economia do país estará na mesma ou pior. Não é retirando verbas do circuito económico que a economia muda. É exactamente o contrário que deve ser feito. Desenvolvimento não é com este governo.
Agravamento do IRS substitui abandono da TSU - Economia - DN

2012-09-25

 

Explorar o Sucesso. Senão a vitória é só uma vitória moral

As manifestações de 15 de Setembro, entre as maiores de sempre em Portugal, ao levar à rua 1 milhão de portugueses contra a política do governo constituiuram uma grande vitória que obrigou o Passos Coelho a recuar, lançou a desorientação no establishment que vai de São Bento a Belém, deu ânimo aos portugueses vítimas do governo, mostrou a uns e outros e a si próprios a força que possuem.
 
As manifestações constituíram um enormíssimo sucesso mas que só por si, se não tiverem continuidade noutras veementes ações de protesto e de luta, no momento próprio, não terão as consequências que prosseguem:  mudar a política de "austeridade custe o que custar" que é a política de empobrecimento dos trabalhadores e das classes médias poupando o capital e as grandes fortunas, para uma política que relance a economia e ataque a tragédia do desemprego.
 
Portugal tem, no plano da UE e da zona Euro, de se juntar aos países que são vítimas da política  prosseguida por Merkel que é a política do mundo da alta finança parasita, tem de se juntar à Itália, à Espanha, à Grécia e a todos os que se disponham a enfrentar esta devastadora e suicida política de austeridade que beneficia muito a Alemanha mas apenas nesta conjuntura com o gigantesco afluxo de capitais que fogem dos países fragilizados e de empréstimos a taxas de juro muito baixas e até negativas.
 
Ora nós temos um governo que nos envergonha com o apoio sabujo ao "inimigo" dos seus interesses. O inenarrável Gaspar corre a fazer salamaleques a Schauble, o ministro das finanças alemão e a explicar-lhe que o milhão de portugueses que saiu à rua revelou, com a ausência de violência, que aceita a política daqueles que no governo de Portugal estão ao serviço do Governo da Alemanha.
 
O governo, este governo de Passos/Relvas/Gaspar, viu-se obrigado a recuar mas não passa de tática no sentido de melhorar a forma, "melhorar a comunicação", de medidas que terão agora de atingir, mas muito ao de leve, o capital mas, no essencial, visam pôr o mundo trabalho e em particular as classes médias a pagar a crise.
É necessário que todos os partidos da oposição respondam afirmativamente às grandes manifestações do dia 15 aproximando posições.  

E não deixemos de ir à manifestação, no dia 29, no Terreiro do Paço, em Lisboa e de apoiar o Congresso Democrático das Alternativas que se reune no dia 5 de Outubro, na Aula Magna da Reitoria da cidade universitária em Lisboa.

2012-09-23

 

Krugman contra a política de austeridade




 
A quem se interesse por compreender a atual crise política em
Portugal e na Europa, a sua origem, as razões que movem os políticos defensores da austeridade "custe o que custar" e perceber ao serviço de que interesses elas estão, aconselho o livro do prémio Nobel, Paul Krugman, recentemente publicado em português "Acabem com esta crise, JÁ"

Sinopse:

Acabem com Esta Crise Já! é um autêntico «apelo às armas» do Nobel de Economia e autor bestseller Paul Krugman, perante a profunda recessão que estamos a viver e que se prolonga já há mais de quatro anos. No entanto, como o autor refere nesta obra brilhantemente fundamentada, «As nações ricas em recursos, talentos e conhecimento, que possuem todas as condições para gerar prosperidade e um padrão de vida decente para todos, permanecem num estado que acarreta um intenso sofrimento para os seus cidadãos».


Como é que chegámos a este ponto? Como é que ficámos atolados no que agora só pode ser considerado como uma das maiores depressões desde 1929? E acima de tudo, como podemos libertar-nos dela? Krugman responde a estas perguntas com a lucidez e perspicácia tão características dele. A mensagem que aqui transmite é sem dúvida poderosa para qualquer pessoa que tenha suportado estes últimos, penosos anos: uma recuperação rápida e forte está apenas a um passo, se os nossos líderes encontrarem a "clareza intelectual e vontade política" para acabar com esta depressão agora.  Link índice e Introdução.

 

Ele explica as razões encobertas da política de austeridade

Domingos Ferreira, no Público de 2012-09-22, explica porque prossegue o governo português esta política e não outra. Revela ao serviço de quem ela está.
Assim, DF não vai ser premiado com nenhum cargo dourado, nem no FMI, nem na UE, nem no Goldaman Sachs, que são o leitmotiv da acção  política de Passos, Relvas, Gaspares e afins. Mas terá o reconhecimento daqueles são as suas vítimas.
_______________

"Diz-se que uma mentira dita muitas vezes, ao fim de algum tempo, acaba por se tomar verdade. Ridiculamente, a propaganda e a ansiedade do Governo, corroborada por famosos comentadores políticos e economistas supostamente sérios, levaram os nossos governantes a ver aquilo que mais ninguém via. Portugal e a Irlanda (ao contrario da Grécia) seriam o exemplo inequívoco do sucesso das medidas políticas de austeridade. Porém, a crueldade dos números nunca deixa dúvidas. Aquilo que o Governo teimosamente não quer ver nem quer dizer é que em apenas um ano a dívida pública subiu de 100% para 112%, e é certo que suba para 118% no próximo ano. O desemprego subiu de forma galopante de 10%, em 2011, para perto de 16%, em 2012. Estima-se que no início do próximo ano esta taxa situar-se-á nos 18%, agravada pelo encolhimento da economia, que será cerca de 3,5%.
Assim, por muito que o Governo continue a insistir, o facto é que no próximo ano não haverá alterações positivas. Há cerca de um ano, numa “Carta aberta ao primeiro-ministro”, publicada nesta coluna, alertei para o mau resultado das medidas de austeridade, que lamentavelmente acabou por se confirmar. Mas as más notícias não se ficam por aqui. De acordo com um estudo da universidade de Harvard, existe um comportamento-padrão nas crises originadas pelo excesso de austeridade.  Verificou-se que estas demoraram em média cerca de dez anos a ser mais ou menos ultrapassadas. O Japão representa um outlier neste comportamento-padrão, pois a crise arrasta-se há já vinte anos, apesar do acesso a financiamentos com baixíssimas taxas de juro. Dada esta equação, colocam-se as questões: sabendo que as medidas de austeridade de combate à crise resultaram no agravamento dramático da situação económica, porque ë que o primeiro-ministro insiste no erro e não inverte a estratégia? Porque é que não toma as convenientes medidas de estímulo de relançamento económico e de criação de emprego? Pela simples razão de que este está a implementar as cartilha ideológica que serve os interesses das grandes corporações económicas e políticas intenacionais, apesar de fortemente lesivos aos interesses dos portugueses, o que para eles pouco interessa. De acordo com esta linha ideológica, um governo sério é sempre a causa do problema e nunca a solução. Isto é, um governo sério não só promulga legislação regulatória e fiscalizadora, tendo em vista evitar abusos, posições dominantes e práticas predatórias, mas também lança impostos sobre essas poderosas corporações de forma a que haja uma maior equidade e igualdade na distribuição da riqueza.
Consequentemente, estas auferem menores lucros, o que lhes desagrada profundamente.

Assim, há que diminuir e afastar a autoridade dos governos e influência da sociedade civil. Por isso, é necessário, naquela perspectiva, não só privatizar todos os sectores da economia, nomeadamente os sectores estratégicos nacionais apetecíveis e isentos de risco, mas também aquilo a que eufemisticamente denominam “Flexibilizar o Mercado Laboral”, quando, na verdade, se trata apenas de cortar nos salários. Tudo isto está patente em diversas medidas, tais como a recente transferência de parte dos custos da TSU para os trabalhadores em benefício do sector empresarial, no selvagem aumento dos impostos para os mais vulneráveis e na privatização de empresas públicas sem que se tenha observado qualquer reestruturação  na economia portuguesa.
Pois, maior  competitividade  significaria afectar os interesses dos mais ricos e influentes. Ingenuamente, os eleitores pensam que a melhor opção para um primeiro-ministro que quer  ser reeleito é fazer  aquilo que prometeu  durante a campanha , eleitoral: a satisfação  dos eleitores,  garantir-lhe-ia a reeleição.
Contudo, na era dos interesses económicos globais, os líderes dos pequenos países como Portugal não estão preocupados com os seus eleitores. Assim, se alguns dos líderes destes países terminarem o mandato usufruindo da estima do grupo de Davos, estes não hesitarão em recompensa-los com uma posição dourada na Comissão Europeia, no FMI ou noutros organismos afins, mesmo que seja desprezado pelos próprios conterrâneos. Aliás, este desprezo constitui uma mais-valia na demonstração de lealdade e solidariedade com aquele grupo. Isto está bem ilustrado no paradigmático caso de apoio de Durão Barroso à invasão do Iraque, tendo-lhe garantido uma posição na Comissão Europeia ou na desprezível afirmação de Passos Coelho “que se Iixem a eleições”, estando certo, claro, que terá melhores dias."

Professor/investigador Universidade do Texas, EUA, Universidade Nova de Lisboa.

 

Vigília em Belém



2012-09-21

 

Merkel também derrapa

Os rigorosos, disciplinados e prudentes teutónicos que hoje habitam a antiga Germânia sob a batuta de Schauble e Merkel devem ser tomados como exemplo pelos desregrados, calaceiros, gastadores países do Sul, essa cambada de gregos e latinos: portugueses, espanhóis, italianos e não tarda muito esses franceses.
Pois, pois. E há (ou havia) portugueses que iam nesta conversa reproduzida por Passos / Gaspar / Relvas, súbditos alegres da troica.
Então vejam esta notícia:
A construção do novo edifício sede do BCE está a derrapar. Só!! 40% nos custos além de 6 meses no tempo.
"O «Financial Times» considera «embaraçoso» que o BCE anuncie esta derrapagem neste momento, já que a instituição monetária faz parte da troika que está a impor tanta austeridade a países como Portugal, Irlanda e Grécia."

2012-09-20

 

A austeridade e os números (1)

No escrito anterior sobre este assunto deu-se uma breve ideia, sustentada em números, do ataque dramático que está a ser feito pelo governo ao rendimento de quem trabalha. 

Era importante também saber qual o montante em euros dos cortes aos pensionistas e reformados. Não consegui ainda este valor.

Mas uma estimativa com alguma margem de erro aponta para  um valor da ordem de mil milhões de euros.

Mas o que quero alertar é que a soma destes dois montantes (descida da massa salarial + reformas e pensões), cerca de 4 mil milhões, deixou de "girar" no circuito económico, ou seja, este montante deixou de estar à disposição das pessoas, o que se traduziu num menor consumo.  

As pessoas, privadas de parte do seu rendimento, viram-se obrigadas a comprar menos de tudo (produtos de alimentação, bebidas, tabaco, vestuário, calçado, móveis, gasolina, etc). A juntar a isto há ainda a questão das expectativas. Com muito receio do futuro, passamos ainda a reduzir mais as despesas,ou seja, retraíram-se as compras,  apesar do rendimento em baixa mais, em termos relativos, do que é normal.

Por outro lado o investimento público tem vindo a decrescer e em 2012 representa apenas 40% do montante previsto a pagar de juros da dívida , ou seja 3,5 mil milhões apenas com efeitos também no funcionamento da economia.

Ora não é preciso ser um génio para saber que tudo isto implica necessariamente quebra de consumo, forte redução nas vendas das empresas, apesar do aumento generalizado dos preços e que as receitas fiscais cairiam necessariamente.

Esta é a receita deste governo. Se não se fizer parar a acção deste governo e as perspectivas para o ano são ainda piores menor rendimento disponível de certeza menos investimento também, o país não sobrevive.

A receita está errada. A cura não é esta. E este governo já não tem cura.

2012-09-19

 

A austeridade e os números

Por vezes vale a pena olhar para alguns números produzidos pela governação relacionados com a engrenagem da austeridade que nos estão a impor e que parece não ter fim para reflectir sobre aquilo que muitos analistas chamam de "equidade".

Olhemos para estes números que constam do orçamento de 2012.

As despesas com pessoal em 2010 atingiram 21093,0 milhões de euros. Segundo o actual governo em 2012 serão de 16929,9 milhões. Uma redução da massa salarial em 4163,1 milhões, no espaço de dois anos, sobretudo operada pelos cortes nos salários da função pública. Atenção não inclui o corte nas pensões.

Os juros a pagar em 2010 que eram 5189,9 milhões de euros subiram para 8823,5 milhões. Um aumento de 3633,6 milhões.

Uns simples cálculos relacionando estes valores dizem-nos que em 2012 o montante dos juros representam 52% da massa salarial que os funcionários públicos irão receber. Em 2010 representavam apenas 25%.

Serão precisos muitos raciocínios para ver que este caminho não vai nunca equilibrar seja o que for?

Questionar-me-ão mas como pagar a dívida e reduzir o défice, sem medidas de austeridade?

Reduzir despesas é um objectivo com certeza. Mas já pensou o governo em negociar uma taxa de juro mais baixa? Seria exigir muito uma redução de 2% na taxa de juro? A taxa actual ponderada deve ser da ordem dos 4 a 4,5%. A Alemanha paga menos de 1%. É fundamental no imediato parar nos 5000 milhões e depois ir negociando maiores reduções da taxa para estabilizar o montante dos juros em torno dos 2000 milhões de euros.

É evidente que isto não chega. Há mesmo que reduzir despesas pela racionalidade e reorganização dos serviços, de forma cuidada e negociada. E há que atacar a fraude fiscal e a economia paralela que é muito grande. Estudos sobre a nossa economia demonstram que o combate à fuga e à fraude eram suficientes para equilibrar o défice.

Uma actuação nestas duas frentes permitia um reforma estrutural e com poucos custos sociais e com efeitos muito positivos na economia. e libertava fundos para investimento. 

Porque não vai o governo por este caminho, sabendo-se que assim não reduziria de forma tão brutal o consumo e a economia respirava melhor?

É uma posição ideológica. Reduzir o papel de Estado é o lema deste governo. Não é racionalizar, não é clarificar melhor as funções do Estado que o governo pretende. De facto há um ataque feroz às prestações sociais do Estado. No orçamemto de 2012 cortaram-se nesta rubrica 1,6 mil milhões de euros.

2012-09-18

 

O problema está na comunicação "stupid"

 

Por vezes uma péssima decisão pode ter o seu lado positivo. É o caso da comunicação ao país do 1ºM, na fatídica 6ª feira 13 7 de Setembro, quando anunciou a decisão de, através da TSU, tirar parte do salário dos trabalhadores para o entregar, diretamente, sem disfarce, ao respetivo patrão.

E que há de bom em medida tão dramática para quem vive de um salário? Há a transparência. Ela mostrou a verdadeira face da política do governo: fazer recair os custos da crise sobre os trabalhadores e as classes médias e de caminho aproveitar o momento para transferir riqueza do trabalho para o capital.

Medida tão descarada e tão injusta, revelou o total desprezo pela equidade que Passos Coelho cinicamente mas com ar angélico, tanto apregoa.

O propósito anunciado de alterar a TSU foi a gota de água que fez transbordar o copo dos sacrifícios cheio com o roubo das pensões e de salários, com mais impostos, com o desemprego avassalador, com a austeridade insuportável.

A mexida na TSU teve o mérito involuntário da transparência. O 1º M por cegueira ideológica e pueril estupidez quando acabou de fazer uma comunicação tão dramática ao país não achou nada de mais adequado do que ir a correr para o concerto de Paulo de Carvalho, no Tivoli, e pôr-se alegremente a cantar “A Nini dos meus 15 anos”.

A comunicação de Passos Coelho deixou o país em estado de choque. As vítimas da austeridade saíram à rua em gigantesco protesto por todo o país. Os adeptos e beneficiários da política do governo ficaram atónitos de espanto pelo "erro de comunicação" do 1º M porque sabem muito bem pela experiência de séculos de história, por todo o mundo “civilizado”, que a transferência da riqueza do trabalho para o capital faz-se de forma dissimulada, dissimuladíssima! com muitas voltas, por aqui, por ali, de tal modo que o trabalhador, as classes médias, quem vive do seu trabalho, só tarde de mais fica a saber que foi roubado e mesmo assim de forma difusa, inodora e impessoal, pelas estatísticas.

É isso que dói e leva os cúmplices do governo ( não incluo aqui personalidades de direita que considero sinceras nos seus protestos), a demarcarem-se das medidas tomadas, a da TSU, muito especialmente, a mostrarem-se contra, não porque estejam contra os objetivos da medida, não porque estejam contra a política do governo mas pelos “erros de comunicação” que revelam o jogo, que põem a nu o que é preciso disfarçar.

Um milhão de portugueses na rua em 15 de Setembro é um facto político incontornável que antecipou, não tenhamos dúvidas, o fim deste governo. Como recomendam os melhores manuais de tática e estratégia há que explorar o sucesso. Pelas formas mais adequadas é necessário manter forte a pressão sobre o governo e o Presidente da República.

Então comecemos por ir a Belém quando reunir o Conselho de Estado.   
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O "post" foi modificado, hoje, dia 19 de Setembro.




 

No meio do desespero de um povo um gesto de amor

No meio do gigantesco protesto contra as políticas de Passos Coelho - um 1º M inebriado com o papel de capataz da tróica - no meio do desespero de um milhão de portugueses, nas ruas de 30 cidades, um parêntesis de amor, um traço de união entre povo e polícias que também são povo.
Três heróis na luta de um povo pelos seus direitos, revoltado contra o roubo dos seus salários, que não aceita a injustiça de ter de pagar a crise de que não é responsável e de que outros se aproveitaram e se aproveitam para enriquecer mais ainda.
Três heróis numa imagem que deu a volta ao mundo, dos EUA ao Brasil, da Europa à Nova Zelândia, que desde Sábado mobiliza as atenções das redes sociais e hoje está aí em vários jornais portugueses, do "Público" ao  " I ".
* Ela: Adriana Xavier, uma miúda de Lagos, aluna de artes, ar gentil e 18 anos, de passagem por Lisboa;
*Ele: José Manuel Ribeiro, o feliz repórter da Reuter, cuja fotografia deu, veloz, a volta ao globo pela internet, ainda mal refeito do surpreendente eco global do seu trabalho;
*Ele: Sérgio o polícia, firme e profissional, desses com viseira e farda blindada, do Corpo de Intervenção.
Ela:
“Por estar na capital decidiu participar na primeira manifestação da sua vida."
 “Decidi à última juntar-me à manifestação” contra as medidas de austeridade, ... “Estava a gostar de ver o povo unido, apesar de eu não ser de gritar. Mas é bonito ver o povo unido por uma causa.”...
“Já tinha olhado para ele, quando ele ainda não tinha a viseira. Tinha um olhar triste. Mas tinha um olhar aberto também ”...
"Porque é que estão aqui?” “Estou aqui porque é o meu trabalho.” “Mas não preferias estar connosco, deste lado?”
“Pensei uma, duas, três vezes. E aproximei-me dele. Acredito que se der amor, recebo amor. E foi por isso. Queria ter um gesto de amor.
Aproximei-me dele, abracei-o. Ele ficou estático. Depois afastou-se suavemente. Não me afastou, afastou-se.”
Ele:

“O momento em que isso se manifestou foi quando a Adriana se aproximou de mim e me perguntou porque estávamos ali. Respondi que era nossa função, que apesar de aceitar que as pessoas se manifestem, tinha que trabalhar. Ela perguntou-me então se não tinha vontade de me juntar à multidão e manifestar-me, e a minha reação foi olhar para ela com um ar de quem assume: ‘Sim, estou convosco no sentido da manifestação e sou parte do seu sentido’ e olhei em frente para a multidão. Momentos depois ela voltou e simplesmente abraçou-me. Fiquei estático e dois segundos depois disse-lhe ‘Já chega’ e recuei ligeiramente.”
No meio do desespero de um povo um gesto de amor. E o poder da imagem.

 

Se é verdadeira apetece dizer E agora José?

 Recebi esta "informação por email. Será verdadeira?
Devia ser e a ser deve ser generalizada a todos os que trabalham e levaram os cortes e aos que já trabalharam e tiveram também os seus cortes.
 Decisão de tribunal
CGA devolve pensões aos juízes
O Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra condenou a Caixa Geral de Aposentações (CGA) a interromper os cortes de pensões a juízes jubilados e a devolver, acrescidos de juros, os montantes retidos desde Janeiro de 2011. A acção foi interposta em 2011 por 16 juízes jubilados – onze conselheiros (Supremo Tribunal de Justiça) e os restantes desembargadores (Relação).

 

Infelizmente ... A Europa que temos

Haveria tamanha crise se a União Europeia não andasse de abraços com o crime organizado, a fraude e a corrupção? E o que é que Portugal tem a ver com isso?
"Agora sabemos que é tão perigoso ser governado pelo dinheiro organizado como pelas máfias organizadas." Não, a frase não é atual. Quer dizer, atual até é, mas foi proferida em 1936 pelo Presidente dos EUA, Roosevelt, na ressaca da Grande Depressão. "É uma frase totalmente aplicável aos nossos dias", garante Carlos Pimenta, do Observatório de Economia e Gestão de Fraude da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (OBEGEF).
As palavras de Roosevelt podem até inspirar a conferência que o Observatório organizará, por estes dias, no Porto, com a "nata" do País e do estrangeiro no estudo e investigação da fraude e da corrupção. Afinal, "a crise que estamos a viver está muito ligada a situações dessas. Começou nos EUA, com o subprime, mas também é resultado das más políticas da União Europeia, promotora de medidas que, do ponto de vista científico, foram abandonadas há muitos anos", resume Carlos Pimenta.
Não se assuste, mas o resultado é este: "A Europa concentra hoje um grande número de off-shores e 'câmaras' de corrupção entre bancos sem qualquer registo de movimentos. É benévola para o crime organizado e comporta-se como um grande paraíso fiscal", resume o catedrático de Economia.
Faça-se um exercício sobre o desconhecido: quem reparou na adesão ao euro de países que não integram a UE e que, por vezes, nem nos lembramos que o são? Vaticano, São Marino, Kosovo e outros territórios constituem, segundo Carlos Pimenta, "o centro do tráfico internacional" e conquistaram o melhor de dois mundos: usam a moeda única, mas não respondem perante as leis europeias. "O dinheiro que ali circula fica automaticamente lavado." Não admira, pois, ver a Europa "extremamente vulnerável".
Portugal, galinheiro de serviço

Não sendo ainda um paraíso para as máfias, a verdade é que a moldura europeia, mais jeitinho menos jeitinho, cabe na perfeição a Portugal, país onde as raposas encontram sempre o galinheiro aberto, e à discrição, para se empanturrarem. Carlos Pimenta socorre-se da metáfora de Jean-François Gayraud - autor de diversas obras sobre fraudes e crime organizado - para ilustrar o nacional-porreirismo nestas matérias, conivente e irresponsável. "As crises e o endividamento do Estado geram situações de grande fragilidade. Degrada-se a situação social, abre-se a porta a negociatas", refere o economista. A estratégia de rapina é fácil e dá milhões: "As organizações criminosas não têm falta de liquidez. Além de facilitarem o crédito, tomam conta de empresas em situação difícil e dos negócios legais, através de jogos de influência e de branqueamento de capitais. As privatizações são um dos alvos", explica Carlos Pimenta.
Os sinais são variados e estão para durar. É "o cancro do off-shore da Madeira, onde Portugal só tem a perder". São as Parcerias Público-Privadas (PPP´s), "onde era bom saber quantas foram negociadas em situação de conflito de interesses". São os negócios entre Portugal e Angola, com "exemplos de uma relação pouco clara entre empresários portugueses e angolanos e onde a diplomacia secreta aparece em grande". Há tempos, em Luanda, Carlos Pimenta ouviu mesmo da boca de responsáveis da polícia económica angolana uma frase curiosa: "Disseram-se espantados com o facto de empresários falidos em Portugal serem um sucesso por lá." Por cá, valham-nos o Ministério Público e a PJ que, "mesmo sem recursos, têm sido extremamente corajosos. Nos últimos anos, foram trazidos a público e investigados casos que, noutros tempos, nunca viam a luz do dia".
Neste momento, de acordo com as estimativas de Carlos Pimenta, a "economia sombra" representa já 35% do PIB. Em 2007, o cenário corresponderia a uma pilha de notas de cem euros, quase do tamanho da Torre dos Clérigos. "Agora, são várias torres", ironiza.
Entretanto, "a comunidade pacífica de revoltados" de que falava Torga parece manter a fervura, sem levantar a tampa. Somos até "muito tolerantes com a fraude e a corrupção autárquica", sobretudo ao serviço da máxima "rouba, mas faz", mas continuamos impressionáveis quando o aparelho de Estado dá nas vistas. Os exemplos, esses, já não vêm de cima. "As revistas sociais alteraram o padrão de ética das pessoas", afirma Carlos Pimenta. "As referências, hoje, são tipos que vão à TV, alguns bandidos e vira-casacas." Tudo bons rapazes, portanto.
(Citado de "Miguel Carvalho de texto publicado na Visão de 13 de Setembro)

2012-09-17

 

Vamos ser muitos,,,junto à Presidência

Há que pressionar e esclarecer o Conselho de Estado. 

A austeridade de Passos Coelho/Paulo Portas está demonstrada após ano e meio de governação que leva ainda a mais austeridade, sempre sobre os que trabalham ou já trabalharam. O caos em que o país está mergulhado é culpa deste governo.

As grandes fortunas, as grandes empresas e grupos económicos nada sofrem, não pagam a austeridade. Pelo contrário o governo com a baixa da TSU ainda lhe oferece mais benesses para levaram para as sedes e empresas que têm nos paraísos fiscais ou no exterior.

Porque se este governo, como diz recuperou a credibilidade internacional, então porque não serve desse crédito para negociar taxas de juros dos empréstimos mais baixas, Por exemplo por que razão não aposta numa taxa de 2%? Ainda é boa. A Alemanha paga 0%.

Medidas alternativas são deste género, pois são elas que aliviam as despesas orçamentais. E a grande fuga e burla fiscal. Porque não põe a máquina fiscal a ir por aí? Empresas fantasma. Facturas em carrocel, etc.

Defendo, sempre defendi que tem de haver reformas no aparelho de Estado, mas reformar não é cortar salários e pensões e deixar a podridão tal e qual como e monde está.

Vamos à vigília exactamente alertar para as verdadeiras medidas alternativas e dizer que a razão está do nosso lado.

Vígilia sexta-feira junto à Presidência da República - Portugal - DN

2012-09-16

 

Uma excelente iniciativa ... se funcionar

Se a resposta a estas quatro perguntas forem equacionadas de forma objectiva teremos matéria a partir da qual não será difícil equacionar medidas de combate à dívida que estanquem os rastos de destruição social que estão a lançar as medidas do actual governo de Passos Coelho/Paulo Portas.

Mas há aqui respostas para já inequívocas.

Eu, tu, ele... teremos que pagar os efeitos do roubo sobre a dívida e sobre o défice deste país dos BPN's e quejandos?

O governo não nos diz a quanto monta tudo isto, quando é sua obrigação informar. Porquê?.

Ainda estes dias a comunicação social informou com base num estudo sobre economia paralela do Observatório de Economia e Gestão de Fraude da FEP que €43,4 mil milhões fugiram ao fisco em 2011 em Portugal. E interessante é que o problema principal desta fuga não está nas facturas a menos, tipo restauração, mercearias etc, mas nas facturas a mais que os grandes grupos e a grandes empresas fabricam, por vezes até indo buscar IVA ao estado de comércio fictício entre si.

E a propósito as empresas e grupos muitos deles com sede no exterior do País vão beneficiar da redução da TSU não é ? É mais uma boa questão.

Diz o estudo que se se agisse sobre esta fuga as contas portuguesas ficariam equilibradas e este tipo de austeridade poderia ser deitado ao lixo.

O povo tem todo o direito de se manifestar e correr com este governo.



 

Travar a Destruição deste país... é o alerta deste folheto



 

Uma grande bofetada nos partidos

Os jornais de hoje escrevem que mais de um milhão de pessoas se manifestaram ontem em todo o país. 
Esta enorme manifestação, convocada de forma inorgânica e com muita espontaneidade, onde o facebook e outros meios foram o principal veículo de contacto de mobilização entre as pessoas, provou que o povo está descontente com este governo, que cada vez junta mais austeridade a mais austeridade e sem caminho credível para sair da crise a não ser levar o país para o empobrecimento. E eles governantes são claros nisso.
Mas esta manifestação faz pensar, ou penso que devia fazer reflectir a quem acredita na democracia e nos partidos políticos como instrumentos dessa mesma democracia. 
No meu modesto entender, as pessoas que se manifestaram e muitas outras que não puderam lá estar porque estavam a trabalhar não acreditam ou olham com desconfiança para os partidos políticos todos, os que estão no poder é óbvio, mas os que estão  na oposição não lhes ficam atrás

E o problema de fundo é qual o porquê desta forma de encarar esta questão.?

Cada um de nós tem a sua ideia sobre isto.

Eu que há muitos anos não me reconheço em nenhum partido da esquerda alargada que tenho sempre grandes problemas há largos anos a esta parte no dia do voto e então a maioria das vezes tento fazer uma ginástica mental para votar "útil," gostaria de não ter dúvidas sobre o que significa essa coisa de votar "útil".

Isto exactamente porque o leque de partidos que se me oferecem para o voto funcionam como clubes fechados.

Conheci antes do 25 de Abril clubes com gente progressista é verdade que não admitiam mulheres a não ser em certos dias especiais: natal, ano novo e sobretudo para levarem uns bolinhos conventuais. 
Estes partidos são quase, caricaturando, algo de semelhante aceitam pessoas para dizer amem aos chefes. Debate de pontos de vista diferentes "torcem" o nariz. 
Por isso também não são capazes de produzir ideias e medidas alternativas credíveis ao povo. É a sua asfixia.

Os tempos mudaram. Os problemas são outros e para certas camadas da população sobretudo jovem, os actuais partidos se não se reformularem dizem pouco. 

(também está no face)

2012-09-15

 

Vamos meter ao fundo a "Barca dos Loucos" !

 
Desculpem lá mas não tenho tempo nem para um "gosto" ou um "like", como quiserem. É que já estou com um pé na rua a caminho da manif, na Paça José Fontana, em Lisboa, às 17h. Já nem perco tempo a indignar-me. Agora o que é preciso é meter esta cambada que nos governa, álacre, em nome da Tróica, na "Barca dos Loucos" ( Hierónimos Bosch, génio flamengo do sec. XV-XVI) que o meu colega de blog, João Abel, aqui em baixo, refere a propósito de Sousa Tavares no Expresso. E afundar a barca (só em sentido figurado, vá lá, com os Passos, os Relvas, os Gaspares, os Portas e Ciª). Para começar vou a esta e a todas as manifs que por aí apareçam. A ver se metemos a "barca" ao fundo.

 

Um governo às tiras

Estes últimos dias em que Passos Coelho e Vítor Gaspar se espalharam face à sociedade portuguesa, tal foi a revolta manifesta às medidas anunciadas e a perda de toda a sua credibilidade, o PSD tem andado numa correria para tentar compor o ramalhete de que tudo está bem na coligação.

Quase dizem, ou melhor não dizem mas tentam fazer que nunca esteve tão bem.

O CDS que tem andado num silêncio "gordo", começa a dar uns pios, os suficientes para se perceber que a situação está mal mas não se rompe para já.

O artigo no Expresso de hoje de Filipe Santos Costa é muito elucidativo sobre esta questão.



 

Incompetência? Loucura?...

O jornalista Miguel Sousa Tavares publica hoje no Expresso um seu artigo sobre este governo e não só também fala da Sua Excelência, o Presidente a que deu o título "A Nave dos Loucos".

Recomendo a sua leitura. 

É demasiado grande e não tenho arte suficiente para o scanarizar, no meu equipamento.



2012-09-13

 

Humor negro, branco ou amarelo.. o que quiserem

País Ansioso aguarda a todo o momento regresso de Miguel Relvas.

Logo à noite inaugura-se o novo modelo de entrevistas na RTP. Miguel Relvas designado para entrevistar Passos Coelho.
 

Se Relvas não aterrar a tempo já há suplente, entra António Borges.
 

As expectativas do novo modelo são o máximo. O país está paralisado. 

Mas a Europa também. Até consta que a tróika ainda não regressou para assistir a esta inovação lusitana que esta mesma tróika diz que não influenciou. É criação genuína e pura deste governo.
 
A SIC pensa mesmo atrasar a Gabriela.
 
Não sei mesmo se este modelo já não estará a ser registado no Instituto de Propriedade Europeu. 
 
Com os royalties recebidos, os bolsos do governo ficarão a transbordar e estamos safos, os próximos cortes salariais variarão apenas entre 10 e 20% ao Mês.
 
(Está também no face)

2012-09-12

 

Siza Vieira

Em Portugal há a sensação de viver de novo em ditadura - Portugal - DN

2012-09-11

 


 

Torres Couto defende greve geral apesar de a UGT ter "traído"

À TSF, Torres Couto disse que agora, mais do que nunca, CGTP e UGT deviam unir-se e parar o país, embora seja algo difícil de acontecer depois de a UGT ter subscrito o acordo de concertação social, que a CGTP recusou assinar.
«A CGTP marcou uma jornada de luta para o dia 1 de outubro, mas eu penso que o momento é para fazer uma greve geral a sério em Portugal».
Ainda assim, o antigo líder da UGT reconhece que «também não é fácil para a própria CGTP voltar a assinar com a UGT a apresentação de um manifesto conjunto a fim de convocar os trabalhadores para essa greve geral, quando a UGT o fez em novembro e traiu em fevereiro». [Link]

2012-09-09

 

O "povo de esquerda" está contra Seguro e a UGT

O povo de esquerda não é o Bloco e o PCP.

É muito mais gente, mas mesmo muito mais. É também muita gente do PS e do PSD. São os movimentos sociais, sindicalistas e outros. O Povo de Esquerda são todos aqueles que estão a levar com as medidas de austeridade em cima e cada vez vivem pior.

É esta grande "mancha" da sociedade portuguesa que não perdoa a António José Seguro e à UGT de João Proença as reacções a medo e nada claras à intervenção de Passos Coelho na sexta feira passada na Televisão sobre mais medidas de austeridade sobre os mesmos e o favorecimento aos ditos empreendedores, alegando falsamente que isso vai criar riqueza e emprego. Riqueza de facto é para os bolsos do patronato.

O que precisam ainda estes dois responsáveis máximos do PS e da UGT para marcarem uma posição clara face ao governo e ao discurso de Passos Coelho na sexta feira à noite?

Já passou tempo suficiente para que amadurecessem uma posição clara para anunciar ao País que aguarda ansioso por isso.

Seguro em nome do PS já deveria ter dito que votava contra o orçamento cujas linhas de suporte foram anunciadas pelo governo de Passos Coelho/Paulo Portas e a UGT deveria já ter denunciado o acordo que assinou.

Na realidade, sem esta posição clara não fazem mais do que apoiar o governo e desmobilizar a sociedade portuguesa, criando até um certo desânimo de que tudo está perdido..

Daí que muita razão tenha o arquitecto Souto de Moura quando hoje numa entrevista ao DN, cuja leitura recomendo, onde a cultura é o pano de fundo, diga a certa altura: "Eu não perdoo ao PCP e ao Bloco de Esquerda não terem conversado com a troika. Era a história deste país que estava em causa. E, depois há um fundamentalismo neste PSD e ainda não percebi o lugar do CDS. Paulo Portas tem feito uma boa política económica na retaguarda mas, ironicamente, apoia menos o primeiro-ministro do que António José Seguro". Excelente.

2012-09-08

 

A equidade segundo Passos Relvas


O governo acaba de anunciar um aumento brutal de impostos para 2013 aos trabalhadores por conta de outrém e aos reformados  e uma diminuição dos impostos aos patrões. 82% do dinheiro tirado aos trabalhadores é oferecido à entidade empregadora (patrões privados e Estado) e 18% vai para o fundo de pensões .
São efetivamente estas as consequências práticas do aumento de 11 para 18% do desconto para a segurança social por parte dos trabalhadores e a diminuição de 23,75 para 18% do desconto que cabe à entidade patronal.

Em 2013 os pensionistas e reformados e os trabalhadores da função pública perdem, tal como 2012, 2 meses de salário e os trabalhadores do privado que não tinham sido atingidos pelo roubo de salários em 2012, perdem um mês.

Um exemplo :
O Senhor Alexandre Soares dos Santos, "o homem mais rico de Portugal", dono da Jerónimo Martins e do Pingo Doce emprega, segundo ele nos informa no site da sua empresa, 66.000 trabalhadores. Admitindo que metade estão em Portugal e aceitando que a média dos ordenados mensais seja 600 euros (há aqueles acima de 10 ou 50.000 euros como será o de António Borges que acumula como "ministro" das privatizações)
Assim em 2013, um trabalhador do Pingo Doce que ganhe 600 euros perde por mês 600 x 0,07= 42 euros o que soma ao fim do ano  um prejuizo de 42x14= 588 € dos quais 483 vão para o Sr. Soares dos Santos e 105 para o Estado.
 
Assim sendo, no fim de 2013 o Sr Soares dos Santos arrecada como prenda de Natal de Passos Coelho 16 milhões de euros assim calculados:
 
33.000 trabalhadores em Portugal x 600 € x 14 (12 salários e 2 subsídios) x (0,575 de taxa para a SS a menos) = 15.939.000 €.
 
Para o Sr. mais rico de Portugal o governo está no bom caminho.
A Jerónimo Martins teve em 2009 um lucro de 200 milhões de euros e o Sr Alexandre Soares dos Santos fugiu aos impostos (legalmente, claro) ao vender à sociedade Francisco Manuel dos Santos B.V. , subsidiária na Holanda as suas 353.260.814 acções.
É o governo do PSD/Passos-Relvas em funcionamento. É a equidade deles "stupid"! 
___________
O post foi reformulado em 2012-09-11.
 
 

 

Impacto da baixa da taxa social unica"

Ontem Passos Coelho no meio do anúncio das várias medidas de terror sobre o trabalho avançou com uma de alívio para os empregadores - a baixa da taxa social única que é, neste momento, de 23,75% para 18%.

É uma medida de cariz ideológico que alivia o patronato mas não desenvolve a economia, nem vai criar emprego sólido.

A jornalista Helena Garrido, abordando esta questão no Editorial do jornal de negócios do dia 18 de Maio de 2011, teve uma  expressão basilar de grande inspiração e realismo: 

"Baixar a taxa social única é como voltar a alimentar com droga um toxicodependente".

Uma frase que aponta um caminho para uma realidade a desenvolver-se nos antípodas da que o governo diz pretender alcançar com esta medida: mais competitividade e mais emprego.

A baixa da TSU não contribui para mudar o perfil da estrutura económica portuguesa, nem vai aumentar o emprego, nem a competitividade da economia.

Pelo contrário induz os empregadores para pistas erradas em que a competitividade se sustente nos baixos custos salariais. ao contrário do que muitos membros e técnicos do governo se cansam de apregoar.

Orientar a economia para a produção de bens transacionáveis, aumentar a exportação, requer uma economia portuguesa especializada em bens de maior valor acrescentado e de maior incorporação tecnológica. 

Ora este processo de mutação da matriz produtiva não se ajusta a salários cada vez mais baixos, exactamente porque requer mão de obra especializada e qualificada e por isso melhor paga..

Além disso, o custo do trabalho não é o único factor da competitividade-custo. Há outros factores bem significativos e sobre os quaa havia que actuar. 

 Estudos feitos há cerca de um ano até por departamentos do governo concluíram pelo reduzido impacto desta medida. Houve gestores de grandes empresas como a EDP que se pronunciaram neste sentido.

Donde, esta medida é uma daquelas que é mesmo para cumprir plano de resgate pois os "troikanos" nunca a deixaram cair. Uma daquelas contrapartidas para que o défice excessivo de 2012 possa passar.

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2012-09-05

 

Corrupção? Mas qual corrupção?


Atenção! Isto é lá Brasil
__________

Cândida Almeida, a procuradora-geral adjunta e diretora do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) foi convidada a ir à "universidade de verão" do PSD e explicou isso da corrupção. Foi óptimo. Garantiu que os políticos em Portugal não são corruptos. Que Portugal é dos países onde há menos corrupção.
Uff, até que enfim que alguém vê as coisas a direito.
Explicou até o que é corrupção, como é que se prova que houve essa coisa e que o pessoal por aí, o pessoal da rua e dos jornais, não percebe nada disso, faz confusão.

Em conclusão - se bem entendi a explicação - para se provar que há corrupção é preciso:
1º - que o corruptor (agente ativo) declare que deu a massa e não só deu a massa como a deu com a intenção de corromper;
2º - é preciso que o gajo que recebe (agente passivo) confirme e, isso é muito importante, não vá o primeiro estar a mentir.
3º - mas alto lá! é necessário haver pelo menos duas testemunhas idóneas que tenham visto o dinheiro ir do bolso de um para o bolso do outro porque aqueles dois, o activo e o passivo, podem estar a querer aldrabar as autoridades.
4º - Por fim e não menos importante é necessário que a coisa não tenha já prescrevido porque se prescreveu... se prescreveu... não houve. Não houve nada, mesmo nada.

Foi isto, mais ou menos, o que eu entendi que a Senhora disse,  porque o que ela disse exatamente foi com aqueles termos jurídicos rigorosos e científicos que o povo por aí, como eu, não enxerga completamente.

Gostei de ouvir a Senhora Doutora, pareceu-me ser pessoa de bem, que pratica o bem e não quer cá confusões. E aumentou a minha auto-estima como Português patriota que sou. Espero que o governo, o Passos e o Relvas, a proponham para PGR.

Mas... lá está! os jornais sempre a criarem confusão.
 
Olhem o CM e o Público hoje: que a ESCOM (do grupo BES) recebeu pela consultoria na compra dos submarinos 30 milhões de euros, que o seu trabalho não valia mais de 5 e que assim sobejaram, para "aquela coisa", 25 milhões. Não contente relacionou o caso com aqueles célebres 105 depósitos do CDS, contribuições de amigos do partido,em sacos de notas, em 3 dias, numa conta do BES, num valor de 1 milhão e tal de euros e falou ainda em "offshores". Que Paulo Portas que foi apanhado numas escutas em 2009 [sim que isto vem 2004] revelava-se muito agitado e mudava de telemóvel para telefone fixo, quando se descobriu mais uns papéis do negócio dos submarinos. Uns papéis mal feitos, acho eu.
 
"A associação que o Ministério Público desenha entre o caso dos submarinos e Paulo Portas, em documentos ora libertados do segredo de justiça, levou o actual ministro dos Negócios Estrangeiros a pedir esclarecimentos ao DCIAP. Na terça-feira, [2012-09-04] a directora deste organismo, Cândida Almeida, respondeu que não tem indícios de crime contra o visado. A investigação é contra desconhecidos." [Público de hoje]
 
Respirei fundo. A investigação é, felizmente, contra desconhecidos, e oxalá não se venham nunca a conhecer senão como ficava a imagem do nosso país!?

 

A privatização da RTP. Com Relvas e Passos Portugal pior que a Albania


Pacheco Pereira deixa claro, no Público, no artigo de opinião “A época do caranguejo” que o negócio da RTP anunciado pelo “ministro” António Borges (aquele sr. do Goldman Sachs) tinha destinatário certo: “mãos amigas”. Transcrevo “a RTP vai parar a «mãos amigas», seja qual for o modo e o processo. Ponto. Tudo o resto é instrumental.”   

Já o “professor Marcelo” numa das últimas “conversas em família”, na TVI, tinha mais que insinuado o mesmo. Vejam bem o que andam a fazer – advertia ele os rapazes do Governo – porque se a RTP é para ir parar a mãos amigas – ele até citou uma empresa e um nome, o do economista Vitor Bento, salvo erro, e neste último domingo falou em Carrapatoso -  toda a gente fica a perceber que é passar a RTP do sector público para as mãos do PSD.

O mesmo diz Pacheco, no artigo citado, por outras palavras: “ A única privatização que o PS não aceita é a de tornar o  “bloco central”  na RTP propriedade do PSD…”.

Quanto ao serviço público a que a constituição obriga, isso é o que menos interessa a este governo cuja ambição (Passos apregoou-o) era ser um governo tutelado pela troica para esta servir de desculpa ao grande negócio das privatizações .  A falta de dignidade e de brio nacional de Passos/Relvas e do seu governo casa bem com o desejo de entregar a privados, privados amigos ou que ficarão amigos, o que é património público, património de todos nós. A esta gente desqualificada, sem estatura moral nem política para os cargos que exerce, que tem como ideal  “meter a mão no pote”, privatizar é mais que um objetivo de governação é um verdadeiro desígnio porque a entrega do que não é deles a preço de favor  rende  normalmente comissões milionárias em “offshores”  e/ou empregos dourados após a saída do governo.
Temos de engrossar a mobilização de esforços que por aí cresce contra a privatização/concessão da RTP e impedir este verdadeiro crime contra o interesse nacional. Afinal seríamos na Europa o único país a não ter uma televisão pública e mesmo com apenas um único canal de serviço público só a Bulgária e a Albania.

Claro que, como disse na universidade de verão do PSD uma senhora “Cândida” candidata a Procuradora Geral da República, os políticos portugueses não são corruptos nem temos por aí corrupção que se veja.

2012-09-02

 

De ministro a banqueiro, Luís Amado um PS entusiasmado com Passos Coelho

Luís Amado, na Universidade de Verão do PSD (26 a Ago 2 de Set, em Castelo de Vide), entre elogios a Passos Coelho e críticas a António José Seguro, defendeu que “o PS não podia provocar uma crise política, sob pena de comprometer os objetivos do país de voltar aos mercados para se continuar a financiar».
À medida que “a vida” ia mostrando que o governo de Sócrates tinha os dias contados o ministro Luís Amado assumia posições públicas que revelavam uma atração crescente pelos “ideais” e “as causas” do... PSD!
Ouvi-o há dois dias, na TV, explicar aos portugueses lançados no desespero do desemprego e do empobrecimento que “temos que continuar a fazer sacrifícios” para bem do país. Gostaria de saber que tipo de sacrifícios lhe coube a ele que, mal saiu do Governo foi agraciado com o lugar de presidente do Conselho de Administração do BANIF. De ministro a banqueiro. É percurso normal para mais num político defensor da guerra do Iraque e tão apreciado pela Casa Branca, pelo menos na era de W. Bush.  
O banqueiro Luís Amado (amado pela direita, naturalmente!) quer lá saber, também da RTP e dessa coisa do serviço público e adverte o "seu" partido:
“Luis Amado considera que o caso da RTP é inoportuno e que a reação do PS devia ter sido evitada. Na Universidade de Verão do PSD, o ex-ministro socialista pediu a António José Seguro que não provoque uma crise política e lembrou que a estabilidade é fundamental ao país." (aqui).
Ana Gomes é que o topa! E até disse que "ele está lá (na universidade de verão do PSD) e está muito bem.


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