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2022-08-09

 

Gaza sofre e a Europa ignora

  Nota Prévia: 

Israel: independência do mandato britânico da Palestina em 1948. População cerca 9 milhões. Área pouco mais de 1/5 de Portugal. Armas nucleares.

Faixa de Gaza é um território palestino composto por uma estreita faixa de terra localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio, que faz fronteira com o Egito no sudoeste (11 km) e com Israel no leste e no norte (51 km). O território tem 41 quilômetros de comprimento e apenas de 6 a 12 quilômetros de largura, com uma área total de 365 quilômetros quadrados.[5] (Wikipédia)


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 Gaza sofre e a Europa ignora

Artigo de Jorge Fonseca de Almeida

No DN de 08 Ago 2022

Israel lançou de surpresa o que denominou de "ataque preventivo" sobre a faixa de Gaza, uma estreita língua de terra onde Israel criou um enorme gueto para os palestinos, grande parte dos quais expulsos das suas casas e das suas terras para que aí se estabeleçam os colonos israelitas. Aí vivem, sem condições dignas, sob um bloqueio terrível, mais de dois milhões de seres humanos. Esquecidos das grandes potências, sujeitos a violências constantes dos seus carcereiros israelitas.

Tanques e tropas israelitas entraram em Gaza e uma enorme linha de tanques está alinhada na fronteira do gueto prestes a invadi-lo.

Logo no primeiro dia do ataque, dezenas de crianças foram mortas pelos bombardeamentos, centenas de pessoas foram mortas ou feridas e várias infraestruturas civis foram destruídas. As imagens são arrepiantes, o sofrimento humano intenso, a destruição massiva, o poder de fogo israelita imenso, uma arrepiante tempestade de explosões, uma violenta tempestade de ferro e morte lançada sobre uma população indefesa.

Como se sabe a faixa de Gaza tem cerca de 40 Km de largura pelo que está ao alcance da artilharia de alta precisão israelita, pelo que o ataque a infraestruturas civis é propositado e não um dano colateral.

Infelizmente não se ouviram no Ocidente, nem da parte da Nato, o incitamento à defesa palestina, nem à promoção de Issam al-Da"alis o primeiro-ministro de Gaza, nem à censura sobre a televisão israelita, nem à imposição de sanções contra os oligarcas israelitas, nem ao boicote às exportações israelitas, nem mesmo à oferta de armas e munições para defesa. Os mísseis antitanque Javelin faziam muita falta às forças palestinas, para já não falar dos Himars. Pelo que sabemos a NATO ainda tem dezenas de milhares destas armas em armazém, prontas a usar.

Infelizmente quando são os nossos aliados a cometer atrocidade, elas são justas e perfeitas e todas as desculpas são boas e utilizáveis, até mesmo o "ataque preventivo", isto é um ataque sem que tenham sido ameaçados.

E toda a resistência proibida, vilipendiada, denominada terrorismo, mesmo para aqueles que vivem sob o que organizações independentes como a Human Rights Watch (HRW) e a Amnistia Internacional (AI) descrevem como um odioso sistema de apartheid imposto pelos sionistas aos habitantes da Palestina. Note-se que a HRW e a AI são organizações não-governamentais ocidentais, a primeira norte-americana e a segunda inglesa.

A limpeza étnica levada a cabo por Israel, ocupando as terras e expulsando os habitantes da Palestina, a concentração das populações refugiadas palestinas em guetos, e o seu lento genocídio às mãos das tropas de um dos mais poderosos e bem equipados exércitos do mundo, são um dos maiores crimes contra a Humanidade das últimas décadas. Contudo Israel é elogiado como democracia, integrado nas instâncias europeias, apesar de nem se situar na Europa, aceite como aliado, defendido sempre que comete mais uma ação criminosa.

Este enorme cinismo ocidental não deixa de ser visto no mundo inteiro, isolando a Europa e retirando-lhe qualquer autoridade moral para intervir em qualquer outro conflito. Basta pensar nas massivas votações a favor da Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas. Resoluções contudo que esbarram com a vontade dos Estados Unidos e seus parceiros europeus.

Esta é uma opção errada. Melhor seria pressionar Israel a cumprir as resoluções internacionais e reconhecer o Estado da Palestina.


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