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2011-08-31

 

A "redescoberta" da Madeira

No ano de 2011, começou a nova "redescoberta" da Madeira, que agora não passa por aportar a Machim, mas a uns mapinhas e uns rabiscos que parecem existirem em lugares esconsos, algures nos domínios de Alberto João Jardim.

Esta epopeia agora começada não é da iniciativa de navegadores a soldo do rei português. São navegadores apátridas que a soldo de outras potências "coloniais" que segundo Jardim até querem apropriar-se da Zona franca para a instalar nos seus países, vieram já descobrir dois buracos financeiros: o primeiro de 277 milhões de euros e o noticiado hoje de 223 milhões, tudo perfazendo 500 milhões, o suficiente para que o Governo da República tenha dificuldades em cumprir o défice acordado com a Tróika de 5,9%. O que nos (povo português) vai chegar desta má notícia?

E estes dois buracos apareceram apenas de uma leitura pouco profunda da informação económica da Região, ainda sem esses navegadores aportarem à Madeira. Quando lá chegarem vão ser certamente recebidos com fanfarras e bons petiscos, para ver se se distraem e não penetram nos buracos, porque esburacada já anda a Madeira. E só os que se conhecem!!

E os buracos são tais que já não há na região "betume" para os tapar, nem agora nem a prazo.

Esta situação deve estar a incomodar e a tornar-se melindrosa para Passos Coelho e o seu Ministro das Finanças que se for rigoroso e exigente, dentro de dias vai ouvir de Alberto João Jardim uns nomes simpáticos muito próprios do seu dicionário peculiar.

Prepare-se para ser um Catroga 2 em termos de tratamento de Alberto João Jardim.

A situação da dívida da Madeira requer uma auditoria externa e independente para se averiguar qual o montante aproximado da dívida, que no mínimo como já aqui escrevi é de 6 mil milhões de euros, mas que pode ser bastante mais.

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2011-08-30

 

O Dr. Jardim vs. Dr . Passos Coelho

Começou a chantagem do dr. Jardim e Passos Coelho já cedeu um passo: a realidade da Madeira não ser abordada com a Tróika, pelo menos publicamente, antes das eleições.

Seria muito grave para Jardim vir a Tróika dizer que a Madeira não tem cura a não ser com um processo de emagrecimento drástico e dramático e com uma mudança de modelo de desenvolvimento e institucional.

Jardim domina tudo incluindo o sector privado que não deixa respirar. Tudo naquela terra é tutelado.

Jardim a propósito da Zona Franca veio indirectamente alertar para a Flama poder levantar a questão da independência.

Só que agora já parece haver flamistas que estão menos contra Lisboa e mais contra Jardim. pelo menos a manifestação recente foi nesse sentido.

Já apreciaram que interessante seria esta tendência flamista por Jardim em sentido!!

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2011-08-29

 

A dívida do Dr. Alberto João Jardim

O Dr. Alberto João Jardim criou uma dívida monstruosa na Madeira - uma monstruosidade que ninguém sabe a quanto monta. Há ordens de grandeza. Mas diferenças de mil milhões é muito para uma Região Autónoma daquela dimensão.

Seis mil milhões é o valor mínimo estimado e com muita prudência.

Até nem se percebe porque razão o Tribunal de Contas nunca estimou o montante da dívida da Madeira com as diferentes componentes e origens, uma vez que do Governo Regional nada se espera sobre isso. Quanto mais nebuloso melhor para os seus desígnios. Transparência é um vocábulo e uma prática que não existe para o Presidente do Governo Regional da Madeira.

Agora, o T. Contas tem a obrigação de elucidar todos os portugueses da situação.

Mas o mais engraçado é que o Dr. Alberto João Jardim vem agora dizer que a esquerda é a culpada. Certamente porque não lhe abriu os bolsos todos do Orçamento de Estado ao longo destes 30 e tal anos.

Abriu-lhe alguns bolsos pois ao longo do tempo foi-lhe perdoando a dívida.

António Guterres foi o mais mãos abertas. No seu mandato com Sousa Franco foi-lhe perdoada grande parte da dívida, cerca de 600 milhões de euros, sendo a dívida actual da Madeira uma acumulação desde Guterres, contra todas as regras que a Lei das Finanças Regionais, então negociadas e aprovadas pelo próprio Governo de Alberto João Jardim, estabeleciam. O Governo inventou todos os estratagemas para tornear as regras das finanças regionais que aprovou. Por exemplo a criação das sociedades de desenvolvimento.

Qual a ética desta acusação à esquerda? E nem sabe que há muitas esquerdas?!

Será que é à esquerda que cabe as culpas com as dívidas da marina da Ponta do Sol só para dar um exemplo paradigmático de erros brutais de investimento público na Madeira?! Diz-se que a marina já ultrapassou os 100 milhões...

É evidente que as esquerdas têm culpa, mesmo muita culpa, mas não com a dívida. Têm culpa porque nunca foram capazes de confrontar o GR com um modelo alternativo de desenvolvimento em nenhum sector e convencer a população da bondade desse modelo.

Mas este governo ou outro que lhe suceda não tem hipótese alguma de pagar a dívida mesmo de forma escalonada. Talvez a 100/200anos!! Alberto João Hipotecou a vida dos madeirenses por longas décadas.

Toda a gente sabe isto, mesmo dentro do Governo, Secretários regionais, quadros técnicos e até amigos de peito de Alberto João já não o poupam. No Funchal hoje já se fala à boca pequena. Pelo menos nas costas de Alberto João admitem que os excessos foram muitos.

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2011-08-27

 

"E agora, José" (texto de Carlos Drummond de Andrade)


2011-08-26

 

Agora os ricos portugueses vão pagar a dívida à Tróika?

Deixa-me rir... deixa-me rir!!!

Mas o Presidente Cavaco não se ri. "Acredita" mesmo, ou sendo politicamente correcto, "tem porta aberta em Belém" para "o imposto" sobre os ricos.

Esta moda que começou nos EUA, atravessou o Atlântico e aterrou na Alemanha, Espanha e França, tem porta aberta em Belém. Até o António José Seguro já anda a estudar a situação, nem percebi se para rico se o imposto.

Não pensem que estou contra o imposto sobre os ricos. Mas quase de certeza estarei contra o que vai ser, se o for, estabelecido. Se for na base do IRS não vale a pena. Os ricos quase não pagam IRS.

Sejamos claros. Se o Sr . Américo Amorim ( a pessoa tida como mais rica no País) paga pouco mais do que eu de IRS, paga muito menos que um Herman ou que um MRS, meus caros amigos, não podemos chamar a isto um imposto sobre os ricos, estimado e pago na base do IRS. .

Um imposto sobre as fortunas com conta, peso e medida de acordo. Outra forma não passa de demagogia e propaganda.

Mas segundo li Cavaco Silva não quer esta via. Se até Medina Carreira discorda do Presidente é de se interrogar para onde caminhamos.

Deixem-se de fantochadas. Se o imposto é mesmo para ser a sério. Avancemos. Se é uma esmolinha, dispenso.

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2011-08-24

 

E agora Líbia?

Com o apoio de todos os poderosos do mundo, Nato à cabeça, a Líbia de Kadhafi está prestes a cair. Ainda não caiu, o que revela que os poderosos não são assim todo poderosos, mas vai cair, horas, dias...

O que me assusta é depois.

Tenho acompanhado os escritos de Luís Naves no DN, aliás muito arguto na análise da situação. Tenho lido o Le Monde e a sensação que me fica é que após a tomada do poder, a Líbia se vai esboroar. Nada me garante que não se sai de uma guerra contra Kadhafi para entrar numa guerra civil de tipo tribal.

Como toda a gente sabe a Líbia é o país mais tribal sobre a terra, com alguma pacificação com Kadhafi. Mas já se antevêem mudanças nesta situação. Tripoli está a ser tomada por guerrilheiros de tribos que pouco têm a ver com o quartel general dos "rebeldes".

E o que farão os senhores poderosos do Mundo? Que lado, lados vão agora apoiar? Certamente o lado do petróleo. Mas?...

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2011-08-23

 

Pinto da Costa, o "visionário"

Sim, o Jorge Nuno, esse mesmo, o presidente do FC.Porto.

"Visionário", sim. Então Radamel Falcão tinha como cláusula de rescisão 30 milhões e o Jorge Nuno num raide à América Latina durante a copa, cerca de um mês antes da transacção deste atleta para o Atlético de Madrid, aumenta-a por contrato para 45 milhões, não é um golpe de "visionário"?! Só pode.

Mas o pacote incluiu Ruben Micael por 5 milhões. Aqui mais um golpe de grande "visionário". Ruben valeria bem mais, mas assim acaba por pagar apenas uns tostões pela formação ao Nacional e outros clubes mais pequenos da Madeira. Rui Alves é também um amigo.

Uma teia bem urdida e em tão pouco tempo (?) com testemunhas acreditadas, tipo CMVM, é de "visionário" e mestre.

Moral da história. Uma história sem moral.

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2011-08-22

 

A Dívida Pública da Madeira. Quem paga?

Melhor seria responsabilizar o autor do que a Região. E o principal responsável da dívida que nem se sabe bem a quanto monta é Alberto João Jardim.

Apesar de ninguém saber ao certo a quanto monta, nem o Governo Regional nem a oposição, fala-se com algum fundamento de que a dívida ascende a mais de 6000 milhões de euros.

E o problema concreto é este: quem vai pagar este montante, se a Região Autónoma da Madeira não gera riqueza suficiente para a pagar?

Só há uma saída possível, aliás, aquela que sempre houve no passado.

Mais uma vez, o Governo da República terá que assumir a dívida. Em termos concretos, é um perdão da dívida. Já imaginaram se o País dissesse aos seus credores não pagamos a dívida !!!

Apenas os cenários de intervenção do Governo da República neste perdão podem ser diferentes, porque o Dr. Jardim não tem emenda como se viu recentemente já com a Tróika cá aumentou a dívida contra o que estava acordado.

Cenários possíveis

Cenário de alguma asfixia. O Governo assume a dívida e durante um número significativo de anos (p.e.15/20) não transfere mais dinheiro para a Região. Apenas as transferências indirectas que não passam pela mão de Alberto João, que também ninguém sabe quanto é, mas, segundo alguns cálculos é superior às transferências directas. Nestas indirectas integra-se, por exemplo, o montante das reformas, subsídios para o custo da energia, etc. A Madeira teria de ser gerida com as receitas dos impostos cobrados na Região, com as transferências indirectas e com as comunitárias que não exijam contrapartidas nacionais.

Cenário Troika- A Madeira gerida por um programa da responsabilidade da Troika, específico para a Região, sem que ao governo central seja, alguma vez, imputada qualquer responsabilidade no caso de não cumprimento da Madeira. Seria um programa de emagrecimento para a Região certamente bem pior que o cenário anterior.

Qualquer um dos destes cenários é bem dramático para a população, como aliás está a ser no País. Mas a situação na Madeira é bem mais complexa. Apesar de uma região mais rica que a média nacional

Em paralelo com isto qualquer que seja o cenário adoptado, o Governo da República deveria fazer circular na comunicação social um anúncio tipo de casais desavindos e falidos: Fulano de tal deixa de reconhecer e se responsabilizar pelas dívidas contraídas pela srª fulana de tal.

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2011-08-20

 

O país exige prova de vida ao PS

Não há ninguém que vá ali ao Rato e explique que o país atravessa a maior crise das últimas décadas? E informe que este governo, ideologicamente motivado, está a aprofundá-la dia a dia. E que a falta de comparência responsabiliza também a oposição!?
Bem sei que estamos em período estival e que a preparação do congresso mobiliza muitas energias mas... o país exige prova de vida ao maior partido da oposição.

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2011-08-19

 

Está na Manta Rota mas... a fazer um "esforço colossal"


"... o que sempre fiz". Um esforço colossal.

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2011-08-18

 

Quem manda aqui sou eu, não é o Delors. Perceberam ?

"Angela Merkel reiterou que a emissão de títulos de dívida europeus não é a resposta certa para a Alemanha  para a crise, como defende Delors." Link

Eu diria mais: assim como nos velhos tempos "o que era bom para a General Motors era bom para a América" agora, por estas bandas, "o que é bom para a Alemanha é bom para a Europa". A menos que a tia Merkel não esteja bem bem à altura do velho Jacques.

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Delors: «à beira do precipício»

O euro e a União Europeia estão «à beira do precipício». O alerta é dado pelo antigo presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, numa entrevista publicada esta quinta-feira nos jornais «Le Soir» (belga) e «Le Temps» (suíço).

«Temos de abrir os olhos: o euro e a Europa estão à beira do precipício. Para que não caiam, a escolha parece-me simples: ou ou os Estados-membros aceitam a cooperação económica reforçada que sempre defendi, ou transferem mais poderes para a União».
Link

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Estou preocupado com o Dr. Jardim!!

Está de férias no Porto Santo, como há dias escrevi aqui, a gozar de infraestruturas da Madeira Velha que ele bem renega. Talvez por isso não descanse. Agora à Madeira Velha juntou uma outra velha preocupação, a Maçonaria.

Ainda hoje no seu Jornal da Madeira afirma que a Maçonaria está preparada para o perseguir durante a campanha eleitoral que se aproxima.

O Dr. Jardim lá sabe de Maçonaria. Mas vou lhe dar uma dica.

Olhe bem em torno de si, porque é capaz de ter muitos maçons nas proximidades. Segundo sei funciona na Madeira uma loja maçon que integra a GLRP, tendência PSD composta por figuras gradas do PSD Madeira.

Para ser loja, segundo os meus conhecimentos, tem no mínimo de ter sete mestres maçons (3º escalão hierárquico) e para ter sete mestres necessariamente tem outros graus abaixo.

Por tudo isto, o Dr. Jardim tem mesmo de estar preocupado consigo porque o seu partido pode estar bem infiltrado. Na minha pobre leitura do meio madeirense, resumido aos cafés do Funchal - centro, o problema de fundo do Dr. Jardim não é o da discordância política dos partidos da oposição e dos ataques dos seus adversários.

O grande problema é mesmo outro. As pessoas deixaram de o venerar. Não o respeitam agora, embora «o respeito» de antes fosse medo.

Diz-se abertamente pelos cafés. Ele não tem dinheiro, levou a economia para o abismo e continua a fazer asneiras. Quem manda são alguns secretários regionais e nota-se algo nesse sentido. E o Dr Jardim fique a saber que quem diz estas verdades não são os elementos da oposição.

É evidente, são conversas de café... Tem o efeito que tem. Mas quem sabe se não é a «sua maçonaria» que está por detrás deste desfazer da imagem de Jardim, o todo poderoso.?!!

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2011-08-15

 

A outra América. A América de Rick Perry.

Nesse "maravilhoso mundo novo" que é a América uma nova estrela se levanta no firmamento republicano. Não tarda nada e está a morder os calcanhares do principal candidato do partido do elefante, Mitt Romney. Dá pelo nome de Rick Perry e é governador do Texas. Apresenta-se como um iluminado cristão evangélico. Usa botas de cowboy, calça arregaçada e faz jogging. Mas não como certos parvos por aí, "leva sempre à cintura uma pistola carregada".
No início de Agosto juntou uma multidão num megaevento religioso, em Houston, para rezar por essa odiada América de Obama.
"Prefere ser temido a ser amado ou respeitado". Afirma-se, na sua grandiosidade, "ser antiaborto, anticasamento gay e pró armas".
Dizem que ao lado dele W. Busch não passava de uma contrafação barata. Tem o apoio entusiasmado do Tea Party, claro.
Rick Perry é uma estrela no firmamento da América irracional, da América da ignorância, da América dos "valores" da intolerância, do creacionismo, do obscurantismo. Numa palavra, da América "afegã". Da outra América.

Que mundo nos espera se este americano da "América profunda" vier a habitar a Casa Branca, com esta UE (des)governada em 27 dos seus Estados por 25 governos da família política de Passos Coelho? O melhor é mesmo benzermo-nos
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Tudo isto e mais nos conta aqui, Kathleen Gomes, em Washington. Também pode ir espreitar aqui

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Multimilionários exigem mais impostos... aos ricos!

«É o terceiro homem mais rico do mundo (segundo a lista da Forbes tem uma fortuna avaliada em 50 mil milhões de dólares, ultrapassada apenas pelas fortunas de Carlos Slim e Bill Gates) e mesmo assim acha que está na hora de os governantes [dos EUA]pararem de mimar os milionários.

Dirigindo-se ao Congresso dos EUA, Warren Buffett diz que está na hora de aumentar os impostos sobre os mais ricos para ajudar a baixar o défice, uma medida que, garante, não vai prejudicar os investimentos.

«Eu e os meus amigos temos sido mimados tempo suficiente por um Congresso amigo dos milionários. É tempo de o nosso Governo começar a levar o sacrifício partilhado a sério», afirmou o milionário de 80 anos num artigo de opinião publicado no «The New York Times».

O empresário, que lidera o conglomerado Berkshire Hathaway, disse que no ano passado, os impostos que pagou ao Governo Federal não chegou aos 6,94 milhões de dólares. «Parece muito dinheiro. Mas o que eu paguei foi apenas 17,4% do meu rendimento colectável e na verdade, essa taxa é inferior àquela que pagaram as outras 20 pessoas que trabalham no nosso escritório. A carga fiscal dessas pessoas oscilou entre os 33 e os 41%, ficando em média nos 36%», afirmou.

... «Trabalho com investidores há 60 anos e ainda não vi ninguém (nem mesmo quando as taxas de ganhos de capital eram de 39,9% em 1976-77) afastar-se de um bom investimento por causa da taxa de imposto sobre os potenciais lucros. As pessoas investem para fazer dinheiro e os impostos nunca as afugentaram». [Link]

A exceção confirma a regra. Este e mais um grupo de ultramilionários, entre eles Bill Gates, escandaliza-se e mobilizam-se para que o governo dos EUA aumente os impostos às grandes fortunas e deixe de castigar quem menos pode.
Na liderança da política de ajudar os multimilionários está, desde o presidente Reagan nos anos 80, o Partido Republicano e agora, na época Obama, a sua ala de extrema direita, liderada pelo Tea Party  que mobiliza as camadas mais obscurantistas, mais reaccionárias e racistas da sociedade americana, a gentinha da small town America.
Roosevelt - como informa o execrado (por essa nobreza da hiper-exploração) Paul Krugman, em A Consciência de um Liberal, nos anos que se seguiram à grande depressão de 1929, Roosewelt - dizia - foi a essa América escandalosamente rica e atirou impostos, novos e maiores impostos, para cima dos super-lucros das grandes empresas e às fortunas dos bilionários. As taxas de IRS subiram para 70 e 80%. Chegaram mesmo a 90% na presidência de Eisenhower, um republicano que denunciou o domínio dos EUA pelo complexo industrial/militar. Foi assim que foi criada a classe média americana.
A partir de Reagan a onda vira-se e os ricos passaram a ser taxados como se fossem pobres. W.Bush levou a ajuda aos ricos a extremos baixando-lhes os impostos. Para não chocar em demasia a classe média tais ajudas terminariam a seguir ao seu último mandato. Mas o pregador Obama, quiz por-lhes fim, como prometera, mas quando pôde, quando tinha votos suficientes no Congresso, conciliou, como de costume. Como os milionários e o Tea Party esperneavam o pregador Obama, sempre convencido de que fazendo festas no lombo das hienas estas viram dóceis cães domésticos, adiou por dois anos o cancelamento daqueles injustíssimos privilégios. O tempo suficiente para perder a maioria no Congresso e levar dentadas, talvez mortais, das "hienas".
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Nota: Alterei o título.

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Londres: Justiça em 7 minutos

Os motins de Londres e os julgamentos "à la minuta":  "Nos tribunais de Westminster, que têm funcionado 24 horas por dia, cada julgamento dura apenas sete minutos"

"Até à tarde de ontem, eram quase duas mil as pessoas detidas pela polícia só na capital inglesa, sendo que metade destas são menores de idade. Inglaterra iniciou julgamentos sumários

"Sob anonimato, os advogados pedem calma às autoridades judiciais e queixam-se de que não têm tempo para estudar os processos. "Em sete minutos está a decidir-se o futuro de muitas pessoas", argumentam. [Link]

A Justiça inglesa condena às cegas para emendar a passividade da polícia na repressão dos motins, mas um crime não anula o outro.
São duas formas de não fazer justiça, demorar 7 minutos ou demorar 7 anos.

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2011-08-14

 

Portugal, um país de nababos?

Talvez mais correcto fosse dizer. Temos governos nababos.

Isto a propósito de QUÊ?

Estava a ler uma entrevista no DN com Henrique Granadeiro e eis uma pergunta e resposta interessante (golden shares) bem caracterizadora dos governos que nos governam, onde os do presidente Cavaco não ficaram a trás.

Pergunta: Mas há ainda nove países que têm golden shares. Porque teimamos sempre em ser bons alunos ?

Resposta: Esse é um dos complexos portugueses que só nos traz prejuízos. Mas o facto é que 99,9% dos accionistas na assembleia geral votaram o fim das golden shares, pelo que não há lugar a dúvidas nem estados de alma. Mas uma vez que eliminámos a golden shares , o País tem o crédito de exigir o fim da Europa a várias velocidades, em que vivemos. Há vários países da União que mantêm formas de controlo e até de domínio sobre as suas operadoras. Esta assimetria injusta favorece os países mais fortes no processo inevitável de consolidação que vem a caminho. Não deixa de ser irónico que a troika tenha imposto à Grécia a venda da sua participação na OTE (telecomunicações gregas). O comprador natural e único é a Deutsche Telekon, que por sinal é detida directa e indirectamente em 34% pelo estado alemão. Aquilo que não é permitido ao estado grego no seu próprio país, é permitido ao estado alemão, o que resulta numa situação, em certa medida, colonial. (negrito nosso)

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2011-08-13

 

O 1º M de Portugal O chefe da missão do FMI dirigiu-se ao país

Poul Thomsen chefe da missão do FMI, andou por aí em inspeção para se certificar de que as decisões da tutela, a UE, o FMI e o BCE, estão a ser cumpridas à risca pela comissão administrativa que dá pelo nome de Governo de Portugal.

Feita a inspecção, num gesto de simpatia para com os autótones o 1º Ministro chefe da missão do FMI decidiu dar uma entrevista que correu pela TVI.
O representante da troica sem retirar o seu apoio aos tipos que fazem o papel de Governo de Portugal não deixou de lhes dar um puxão de orelhas. Avisou que o 

«Programa não pode ser cortes e mais cortes» a certa altura da sua comunicação ao país até se dignou gentilmente afirmar

«que está preocupado com um programa excessivamente austero. Se este programa for só cortes e mais cortes, cortes nas áreas orçamental e financeira, se não for sobre reformas estruturais para criar emprego e crescimento, então sim estou preocupado que o programa seja político e socialmente insustentável».

Muito elucidativa foi também a informação de que a troika «foi consultada a propósito do imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal» talvez para deixar bem claro que mesmo medidas extra para revelarem conduta de "bom aluno" não deixam de exigir autorização prévia.
Passos Coelho no seu afã de mostrar serviço à troica faz-me lembrar o régulo bom que, para revelar fidelidade, informa o capataz que além das chibatadas impostas pelo patrão ao pessoal da roça ele gostaria, por convicção, aplicar mais umas vergastadas.

(Mais sobre a entrevista do chefe da missão do FMI ver aqui.) 

Desculpem lá, mas não é demasiado humilhante, depois de impor um programa governativo a troica mandar um seu representante inspecionar o Governo e este dirigir-se ao país, pela televisão, permitindo-se um comportamento de verdadeiro capataz? Não é excessivo? Ou foi o próprio Governo, em pose de "bom aluno" que, no afã de ir para além do que manda a troica, teve o desplante de sugerir a ida de Poul Thomsen à televisão, falar ao país e opinar sobre o que vai bem ou vai mal na governação?

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2011-08-12

 

O Dr. Jardim dentro em breve na Madeira "Velha"


Para o Dr. Jardim, a Madeira dele é a nova e a Madeira Velha é a das famílias inglesas mais o que possa ser identificado com antes do 25 de Abril.

O Dr. Jardim perdeu claramente a memória do seu passado. Se há produto GENUíNO do antes do 25 de Abril, ele é um deles: Comandante de Castelo da Mocidade Portuguesa, fura greves universitário e quase único escriba do Voz da Madeira, jornal da União Nacional.

Dentro de algumas horas vai para a Datcha da Ilha Dourada - uma reminiscência da Madeira Velha. Uma casa do Governo, herdada da Madeira Velha, onde ele a sua família por uma módica quantia de 10 euros dias pode veranear a seu belo prazer.

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2011-08-11

 

"Corte na TSU e aumento do IVA ameaçam 120 mil empregos"

O possível aumento do IVA, para compensar a redução da Taxa Social Única, está a deixar os empresários do sector da restauração com os nervos em franja e até já se fala em milhares de despedimentos, avança o «Correio da Manhã».

Os donos de cafés e restaurantes nem querem ouvir falar na possibilidade de se acabar com a taxa intermédia de IVA (actualmente nos 13%) e dizem que se isso acontecer, 21 mil estabelecimentos podem fechar portas. 120 mil postos de trabalho podem desaparecer, estima a associação do sector, a AHRESP.

«Mesmo que a taxa social única baixasse dos actuais 23,75% para zero%, não pagaria os prejuízos de qualquer cenário de aumento da fiscalidade», diz o secretário-geral da associação, José Manuel Esteves.

Segundo as contas da AHRESP, se a taxa intermédia de IVA subir dos 13 para os 15%, as receitas do sector caem 1,3 mil milhões de euros até 2013, dos quais 421 milhões se perdem já ste ano. Neste cenário,s eriam extintos 81 mil postos de trabalho em dois anos, e encerrados 37 mil estabelecimentos.

Mas se a taxa intermédia desaparecer e o sector passar a estar sujeito à taxa máxima (23%), os encerramentos previstos sobem para 53.841 (dos quais 21 mil só este ano) e a queda de receitas ascende a 1,8 mil milhões de euros. Quase 120 mil postos de trabalho serão extintos". Link

A CIP contraria a proposta do Governo e defende propostas mais baratas e mais eficazes: corte de 8,75 na TSU para a indústria e o turismo o que retiraria 738 milhões de euros à Segurança Social, ou uma redução de 11,75 o que retiraria 992 M € soluções mais baratas que a do Governo que custa 1600 M€ à SS para uma baixa geral da TSU em 3,7 pontos percentuais que não tem nenhum impacto na economia.


2011-08-10

 

Reduzir a TSU faz parte do plano de destruição do Estado Social

O professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade do Porto Abel Fernandes defendeu esta quarta-feira que a redução da Taxa Social Única (TSU) é «uma medida desnecessária e muito perigosa» em que o efeito será «pura e simplesmente um aumento dos lucros das empresas».

Tal medida "devia levar o Governo a reflectir maduramente sobre as eventuais implicações perversas, numa altura em que se prevê a redução das receitas da Segurança Social, resultante dos ajustamento do mercado de trabalho».

"O economista alerta ainda, em declarações à Lusa, para o facto de «não haver garantias de que a redução a TSU aumente a competitividade das empresas portuguesas», que é o principal argumento do Governo para a medida, porque «os empresários não têm que reflectir no preço dos produtos essa redução de encargos».

Assim, «o efeito [da redução da TSU] será pura e simplesmente um aumento dos lucros das empresas que vai ter que ser financiado por um aumento da carga fiscal sobre a generalidade dos portugueses».

Ou seja, estamos perante «um processo de redistribuição de rendimento entre as empresas e o comum dos cidadãos», o que, considerou, fere o princípio fundamental da equidade dos impostos.
...
Para Abel Fernandes, indo por diante a redução da TSU o cenário mais aceitável seria o da isenção da TSU para as empresas que criem novos postos de trabalho ... «tinha menos custos para a Segurança Social e para a actividade económica em Portugal». [Link]

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2011-08-06

 

Um mundo perfeito

Um Presidente, uma maioria, um Governo. Um mundo perfeito. Com Cavaco Silva, uma coligação PSD/CDS e um Passos Coelho "tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis".
A visão cavaquista para o futuro do Serviço Nacional de Saúde é entregar isso às Misericórdias. O Governo não andará longe do mesmo paradigma. Mas não é só na saúde que a sintonia é exemplar. A complementaridade entre o PSD "passista" e o CDS "portista" é perfeita. E perfeita não apenas por proporcionar uma maioria no Parlamento que permite governar em sossego mas pela divisão "social" da actividade governativa. Assim, enquanto o PSD se esmera em ir para além do que a troika impõe, no afã de dar à borla, ao capital privado (estrangeiro que o nacional não chega lá) as posições do Estado na economia, se esmera em tirar ao trabalho e poupar o capital (o "imposto" no subsídio de Natal), em resumo enquanto o PSD do passismo se esmera em tirar aos pobres para dar aos ricos o CDS, com aquele ministro simpático da scooter, o ministro da Solidariedade e Segurança Social Pedro Mota Soares, viu o furo, a caridade! e rapidamente apresentou 49 medidas (vagas) para compôr um Plano de Emergência Social que promete dar uma esmola aos pobrezinhos.
"No primeiro ano, o Programa irá apoiar cada um dos três milhões de pobres ou quase pobres identificados por Mota Soares com 133 euros por ano, cerca de 11,1 euros por mês.

"Acresce o facto de o PES nem sequer se traduzir em despesa adicional, mas sim numa reafectação de despesa já prevista no orçamento da Segurança Social."
Nada como ilustrar esta  preocupação social com solução comprovada pela tradição e que oportunamente encontrei aqui:

Os pobrezinhos

- Batem à porta. Meu filho, vai ver quem é.
- É um pobre, minha mãe, um pobrezinho a pedir esmola.
A mãe veio logo com um prato de sopa e deu-o ao pobre. Depois, voltou para a sala de costura e deixou o filho a fazer companhia ao mendigo. Este, quando acabou de comer, disse por despedida:
- Deus faça bem a quem bem faz!
O menino ficou comovido: - Que pena tive do pobrezinho!
- E é caso para isso, respondeu a mãe. Os pobres são nossos irmãos. Devemos fazer-lhes todo o bem que pudermos. Jesus ensinou que até um copo de água, dado aos pobres por caridade, terá grande prémio no céu.

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"É inevitável Portugal sair do euro"

"O euro tem os dias contados" e Portugal devia ser dos primeiros países a terminar com a "tentativa fútil de permanecer na moeda única", afirma Desmond Lachman, entrevistado por Ricardo Lourenço, correspondente nos EUA. Desmond Lachman foi diretor adjunto do FMI de 1994 a 96, actualmente é professor na Universidade de Georgtown, onde chegou oriundo da Wall Street. 

- "Porque é que Portugal deve abandonar o euro?
- É inevitável. Portugal não vai conseguir aguentar a políticas do FMI sem grandes cortes da despesa e sem deixar o euro. Esse será o fim. A minha pergunta é: se este será o fim, porquê esperar dois anos, que se avizinham de recessão, quando já sabemos que a saída do euro é fatal? Não sugiro que o default (incumprimento do pagamento da dívida) ou a saída do euro seja uma opção fácil ou que não vai provocar dor, mas apesar de tudo e preferível fazê-lo agora do que perder dois anos. Quando olho para os números de Portugal não percebo como é que o país irá conseguir ao mesmo tempo pagar a divida e aguentar um programa de austeridade imposto pelo FMI, que resultará em recessão profunda e ao mesmo tempo em deflação, o que irá piorar tudo, aumentando o problema da dívida pública."

- É mais pessimista em relação a Portugal do que em relação à Grécia?
- Sim. São países com problemas diferentes, mas o que me preocupa em relação a Portugal é a sua fraqueza extrema no lado externo. Portugal tem uma dívida externa superior à grega (por percentagem do PIB). Se incluirmos o sector privado, o país deve ao exterior o equivalente a 230% do PIB. É brutal! E ainda temos o problema do défice orçamental, que não anda longe 10%. Portugal tem fraquezas enormes e eu não percebo como é que vai lidar com elas mantendo-se no euro e sem poder desvalorizar a moeda.

- Mas aparentemente isso não vai acontecer visto que o novo governo, tal como o anterior, não pensa numa solução dessas.
- Isto tudo não tem a ver com o que eles querem, mas com a realidade que irá acabar por se impor. Nesta altura, parece-me evidente que a Grécia não vai conseguir cumprir com o pagamento da dívida nem [evitar] a consequente saída do Euro. E se a Grécia falha não há forma de Portugal sobreviver às pressões dos mercados

- O Nobel da economia Milton Friedman disse em 1999 que o euro não resistiria à primeira recessão. Acha que ele estava certo?
- Nem alguém tão pessimista como Friedman acharia um dia que os desequilíbrios orçamentais chegassem a este ponto, muito além do que se esperava. Para os corrigir só saindo do euro, caso contrário podem ficar mas aí terão um futuro estilo Letónia onde os programas de austeridade sucessivos levaram a quedas de produtividade de 26% e a um aumento do desemprego até aos 26%. Se é isso que querem....

- De quem é a culpa da actual situação?
- Temos de perceber uma coisa, há uma grande diferença entre o que é do interesse da Alemanha e da França e o que é do interesse de Portugal, Espanha ou Grécia. Os primeiros querem este tipo de políticas, porque querem evitar o default dos parceiros do sul, visto que o seu interesse é a protecção do seu sistema bancário. Eles sabem que se estes países falharem eles terão uma crise do sistema bancário. Eles querem por isso que Portugal, Grécia ou Espanha fiquem no sistema, algo que penso não ser do interesse desses países. Quantos às culpas, há muitas para distribuir. Na verdade, o que quero dizer é que isto é uma desgraça! Primeiro os governos dos países que conduziram políticas irresponsáveis durante tanto tempo, segundo a Comissão Europeia por não ter percebido o problema e pela sua fraca capacidade de análise, pensando que se os países periféricos arrastassem défices durante anos a fio nada aconteceria, isso foi um erro enorme. E claro o mercado. O que é que os bancos estavam a pensar quando emprestaram dinheiro a estes países a taxas de juro baixíssimas quando se percebia que eles estavam a arrastar-se para uma situação de insolvência? O que devia ter acontecido é que deviam ter subido as taxas de juro muito mais cedo e assim estes países não tinham ficado nesta situação. Por fim, o FMI, que nem sequer cheirou a crise a chegar." (Continuação aqui ou aqui)

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2011-08-05

 

De equívoco em equívoco

Dia a dia constatamos que este Governo é o que, desde o 25 de Abril, de forma mais extremista, favorece os interesses dos "mercados" (financeiros) o que se pode traduzir de forma simplificada por favorecer os muito ricos à custa do empobrecimento dos trabalhadores e das classes médias.
Isto é o que de mais essencial há a sublinhar mas salta à vista a impreparação ou o desconhecimento da realidade portuguesa por parte de governantes importados do estrangeiro ou criados a biberon nas Jotas cuja mundividência é a dos aparelhos partidários.
Vem isto a propósito da eventual criação de taxas de entrada de veículos em Lisboa (ou outras cidades) que o Governo confirma andar a estudar. Ora o vereador  da Mobilidade da CML, Nunes da Silva, vem hoje a explicar no Público, que se trata de "equívoco" do Governo porque isso é matéria da exclusiva competência da Câmara. Talvez que na tal cidade do Canadá, de onde foi importado o ministro, seja diferente...

Mas não se trata do primeiro "equívoco" do "passismo". Lembram-se da oferta do cargo de presidente do Parlamento feita a Fernando Nobre pelo candidato Pedro Passos Coelho? Pois bem, era um "equívoco" porque não é presidente da AR quem o 1º M indica mas quem os deputados escolhem, em votação secreta.
E lembram-se da oferta do lugar de vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos, feita por PPC ao amigo e conselheiro Nogueira Leite? Pois tratava-se de outro "equívoco" porque como no caso Nobre a nomeação não era da competência do 1º M ( mesmo que através do MF) mas do Conselho de Administração da CGD.
De equívoco em equívoco o país vai sofrendo o governo de PPC, o governo de Portugal que, desde o século XIX, mais se identifica com o "governo dos mercados" (financeiros).
Temos, pela primeira vez desde 1974, a "colossal" catástrofe que é um presidente, uma maioria, um  Governo de direita. Mais rigorosamente: este presidente, esta maioria, este Governo.

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2011-08-04

 

A rentrée em França e a fiscalidade dos mais ricos

O governo francês estuda a possibilidade de taxar os rendimentos superiores a 1 milhão de euros em 1 ou 2%.

Segundo notícia de hoje do jornal Les Echos, Sarkosy deverá decidir sobre este assunto na rentrée com base num estudo desenvolvido por impulso da Assembleia.

Não seria nada fora de propósito que por cá também se começasse a estudar o assunto.

Em França, tudo se encaminha para que o processo demore apenas seis meses entre estudo e decisão.

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2011-08-03

 

Europa, vítima da sua incompetência

"Os mercados" estão agora a virar-se para desacreditar países da União de maior dimensão e peso económico e político. Até agora Grécia, Irlanda e Portugal eram apenas cerca de 7,4% do PIB da Zona Euro. Com a Espanha e a Itália na mira, a história é outra. Começa o edifício a tremer.

A reacção de Espanha, de Itália e de Durão Barroso vai pelo mesmo caminho. O ataque dos "mercados" não faz sentido. Não há razões para este ataque. ... blá, blá blá.

O problema é que faz. Esses ditos "mercados"- capital financeiro, sobretudo americano - conhecem bem que a Europa não tem, de facto, instituídos mecanismos agilizados de defesa. E se atacar dá lucro e do forte porque não o fazer. É a sua função.

Hoje, a Europa está a ser a principal vítima de uma crise desencadeada nos EUA em 2008, a tal ponto que até o euro está a periclitar.

E não há razões económicas para isso, até porque a Europa no seu conjunto não apresenta grandes desequilíbrios. Mas de nada serve esta constatação.

Na realidade, a Europa não tem nem um sobreendividamento das famílias nem desequilíbrios externos que se comparem à situação real da economia dos EUA. Nem em termos de dívida pública.

A Europa até podia estar a superar esta crise de forma folgada, sem grandes problemas.

E não é o que está a acontecer. A Europa derrapa por todos os lados.

Porquê?

Porque deixou ir na água do banho uma das razões fortes da sua criação: a solidariedade entre países.

Há países de facto com problemas mas a Europa foi deixando andar e ainda não se entendeu no ataque à crise. Não criou mecanismos financeiros de defesa.

Para sair da crise é preciso que os países membros aceitem de uma vez por todas a necessidade evidente de pôr em comum mais dinheiro e mais poderes de decisão. Neste contexto, apesar dos tratados terem armadilhado a constituição rápida de novos mecanismos, há que superar essas restrições: perante uma crise há que ser ágil, há que romper.

Começa a ser demasiado claro que nenhum país por si só vai conseguir resolver a sua crise. Grécia, Portugal, Irlanda não vão poder pagar a dívida. E Espanha, Itália e outros se estiverem muito tempo debaixo dos holofotes dos ditos "mercados" acontecer-lhes-à a mesmíssima coisa.

O risco de não agir de forma solidária, pode ser a destruição.


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2011-08-02

 

A Venda BPN

No mínimo deve haver uma informação pública, para o contribuinte perceber qualquer coisita do que se está a passar com a venda BPN.

Ninguém percebeu, pode é pensar coisas feias. O BIC compra o BPN por 40 milhões, o Governo compromete-se a ainda injectar 500 milhões e a indemnizar os trabalhadores que o BIC vai despedir.

É um puzzle indecifrável.

Longe de mim levantar qualquer suspeita.

Mas já parece a venda do Fábio Coentrão e a vinda do Garay. Eram 30 milhões, vinha o Garay e não podia haver encontro de contas.

Tudo pouco claro. Mas aí percebe-se. É Futebol. Pior agora o Roberto. Teoricamente o Benfica fez excelente negócio.

Não gostaria que o negócio do governo, fosse entendido como estilo Roberto. Se fosse outro o comprador, o problema era igual. O que se pretende é sair desta densa nuvem.

O Governo que se apregoa de transparente tem de explicar muito bem este negócio, em que se pagam muitos milhões a alguém para que fique com o património "comprado".

Não chega a Secretária do Tesouro ir ao Parlamento falar do assunto. Que haja um documento público do governo onde fique tudo bem claro.

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