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2008-09-30

 

O que faltou a este 1º plano Paulson

Sempre me ensinaram que "Deus escreve direito por linhas tortas".

"o não" do congresso, se eu estivesse nessa onda de Deus, aceitaria como uma "boa coisa" e não estando também vou nela q.b.

Porque vou? Defendo que os Estados não devem nem podem manter-se alheados da crise financeira pelas suas tremendas consequências sobre a economia e nomeadamente o potencial desemprego que daí pode advir.

Mas o plano Paulson equivale a "um entusiasmo" para que, de futuro, se pratiquem os mesmos disparates e outros planos Paulson venham a ser necessários.

Neste sentido, "o não" como primeiro aviso não é um mau indício. Não se pode é tardar em encontrar um plano alternativo mais equitativo.

Vamos à matéria. O Estado tem de intervir, mas tem de interromper, de uma vez por todas, o ciclo de favorecimento aos infractores. Ora, este plano americano era um chapéu de protecção aos infractores: retirava os "activos tóxicos" das empresas e davá-lhes a febra para continuarem a fazer mais do mesmo.

Bom chumbo. Criou incerteza e algum pânico, é verdade, mas ainda bem. Também sei que não foram sentimentos destes que fizeram cair o plano. Foi uma política comezinha de contagem dos votos. Por isso eis como o ditado divino vem ao de cima.

Um plano minimamente sério tem de punir os infractores. E quem foram? Os gestores e os accionistas das empresas em crise fundamentalmente. Há outros como as empresas de rating, os vendedores de accções a descoberto, mas estes são infractores de 2ª. Já não o são os reguladores e os Bancos Centrais nomeadamente o FED que desde 2001 desempenhou um papel crucial de favorecimento em todo este processo à criação de "produtos inovadores" financeiros nesta teia complexa.

Como os castigar? No mínimo, retirando-lhe as armas dos disparates, entregando-as a outros mais idóneos.

As intervenções na Europa e que já são muitas e, de certeza, vão continuar, estão a avançar por um caminho diferente do plano Paulson, pois não compram apenas "os activos tóxicos" mas todos os activos para vir a geri-los de forma melhor.

Chamem o que quiserem a este tipo de intervenção dos Estados Europeus, mas do que se trata é efectivamente de nacionalizações de empresas, numa perspectiva diversa das classicamente feitas e por uma questão muito simples: a forma de gestão tornou-se maléfica em termos da sociedade.

 

No meio da desgraça o humor

A crise financeira
 

Ana Sara Brito não se demite

Só ontem veio dar uma explicação depois de no dia 25 passado, o DN ter revelado que durante 20 anos beneficiou de uma casa da Câmara de renda a baixo preço na rua do Salitre.

E veio dizer que não se demite "enquanto tiver a confiança pessoal e política de António Costa"'Lisboagate': Casas já começaram a ser devolvidas à CML

Pensamos que é uma decisão que não se conforma com a gravidade da situação e com a ética que nos parecia ser a sua conduta.

Em poste anterior, dissemos que Sara Brito tinha poucas saídas dignas, deveria suspender funções, solicitar um inquéito e perante os resultados tomar então a decisão final.

Não o fez e remete para António Costa "a batata quente". Não lhe fica nada bem. É mais uma a demonstrar uma ética duvidosa.

Por este andar ainda Sara Brito integrará as próximas listas do PS à Câmara. Serão os equilíbrios internos a ditar tais factos.


2008-09-29

 

A crise financeira ampliada

A não aprovação do plano Paulson pela câmara dos representantes (Congresso) veio ampliar o nervosismo nos mercados financeiros americanos e europeus e trazer algum pânico.

O plano Paulson, assim baptisado pelos "mídia", tem pouco de plano e muito de "cheque em branco" ao Tesouro americano.

Para muitos economistas de universidades de renome dos EUA esta medida de Paulson é um erro que enferma de três grandes defeitos: injustiça, ambiguidade e efeitos de longo prazo.

Para muitos economistas americanos não é aceitável que os financeiros de Wall Street que decidiram correr elevados riscos retirando daí elevados lucros, sejam isentados desses erros e, pelo contrário, seja o Tesouro a pagá-los por via do contribuinte. Nesta medida proposta, é o Estado que se responsabiliza por comprar os "activos tóxicos" dos bancos, activos esses criados por gestão danosa. Se houve gestores condenados e presos noutras situações recentes não se percebe a diferenciação agora.

O que é preciso, acima de tudo, defendem esses economistas é impedir que os Americanos incapazes de pagar os seus créditos e ameaçados de expulsão de sua casa não o sejam e não a defesa dos especuladores de Wall Street.

 

A Europa "descobre" a crise financeira

A UE tardou a "acordar" mas não pode esconder mais a crise. Reino Unido, Alemanha e Países Baixos já decidiram entrar numa de nacionalizar alguns bancos em dificuldade e Sarkosy vai reunir Banqueiros no Eliseu. A Irlanda, o "dragão" europeu, entrou em recessão.

O caso, de que mais se falou durante o fim de semana, foi o do conglomerado FORTIS que abrange sobretudo a Bélgica, Holanda e Luxemburgo e que atinge Portugal, via BCP (seguros), onde é maioritário .

A questão central, porém, é a de que as medidas tomadas não resolvem a situação de fundo. Estas medidas destinam-se sobretudo a estancar o pânico e a corrida aos levantamentos e resgates.

A economia vai continuar a oscilar e em difícil estado mas os prejuízos já estão a ser distribuídos, sendo os prejudicados claramente os consumidores e as pequenas empresas, sem que para esta crise tenham contribuído a não ser, por em muitos casos, terem sido levdos ao engano.

Não vale a pena dizer-se que foi a ganância dos poderosos que levaram a esta situação, porque é mesmo assim. O mercado como muita gente o defende tem esta comportamento de açambarcamento e luco a qualquer preço.

Ou há mecanismos de controlo exigentes e governos actuantes ou então estamos sempre na mesma, mais cedo ou mais tarde, volta-se de novo ao mesmo.

E a receita é sempre a mesma. Pagam os contribuintes. Os Estados só nesta altura são precisos.

 

Constantemente a ser enganados ...

... ou a nos deixarmos enganar. E já não só na política, o que nos é bastante familiar.

Não é que agora até nos cereais?!

Depois de campanhas e campanhas para dar cereais (maravilhosos, digestivos, saudáveis, etc) às criancinhas e por tabela muitos adultos também iam entrando no jogo, não é que um estudo internacional conduzido pela DECO veio desfazer a miragem da bondade das multinacionais dos cereais pelo excesso de açúcar? Que maldade de estudo?! 100 gramas de cereais a equivaler a 4,7 pacotes de açúcar! É obra!

2008-09-28

 

Dia Mundial do Turismo

O dia mundial do turismo foi ontem assinalado no Algarve, com afirmações de elevado interesse para a actividade, por parte do Secretário de Estado, Dr. Bernardo Trindade.

Na conferência internacional, incluída nas comemorações e subordinada ao tema "Tourism: what's next?" o Secretário de Estado referiu: o paradigma do turismo alterou-se e estamos (entenda-se governo) a fazer esforços para posicionar Portugal enquanto destino de qualidade.

Esta nova realidade exige que a competitividade da turismo em Portugal passe a ser sustentada por um novo conjunto de factores, bem diferentes dos do passado e actuais e que é preciso construí-los para ter sucesso num sector estratégico para a economia do País. E, logo ali foram assinados dois protocolos respectivamente com a Universidade da Florida e com a Escola de Hotelaria de Lausanne, com o fim de preparar quadros técnicos competentes para as empresas ligadas ao sector. A qualificação nos diferentes domínios e sobretudo em termos estratégicos é um dos factores chave da competitividade.

Para posicionar Portugal, enquanto destino de qualidade e com vista à sua adaptação aos novos paradigmas, muita coisa há ainda a fazer, embora já tenham sido percorridas algumas etapas, como dotar o sector de um programa estratégico - PENT, embora, em meu entender, esse programa pudesse ter sido mais ousado, pois deixou de fora alguns segmentos de turismo de forte dinâmica internacional para que o país dispõe de condições excepcionais para desenvolver, muitas vezes em complementaridade fundamental com outros segmentos, bem como a criação dos pólos de turismo. Com os pólos de turismo lançou-se uma "arquitectura" de organização e ordenamento muito interessante e que pode ser muito prometedora em termos de desenvolvimento. Resta agora dotar estes pólos de estratégias adequadas e de uma estrutura mínima com dinâmica de funcionamento. Tudo menos burocratizá-los.

Agora, é preciso também que os Prot's não tragam limitações desnecessárias, ou dito de outra forma, que haja uma articulação mais eficaz entre os diferentes ministérios.

2008-09-27

 

Ainda a grande "embrulhada" nas casas atribuídas pela CML

A atribuição de casas sem regras é um problema que atravessou todos os executivos da CML, à excepção do actual (que, segundo António Costa, ainda não distribuiu nenhuma casa).

O Expresso de hoje na sua primeira página refere "3200 casas atribuídas por cunha em Lisboa". "Artistas, jornalistas, amigos políticos pagam em média 35€ de renda. Escândalo começou há 30 anos".

O DN, que teve o mérito de trazer vários artigos sobre este tema, hoje de novo tem um artigo de leitura algo complexa. Diz que o queixoso requeriu depor no TIC para - leitura tão taxativa é minha - "afastar Pedro Santana Lopes e Helena Lopes da Costa do caso que denunciou".

É, no mínimo, intrigante esta postura e o jornalista do DN, Francisco Almeida Leite, que tem feito estes trabalhos sucessivos pouco avança de substancial para se perceber este aparente volte face, que em substância se traduz em afastar deste emaranhado os elementos do PSD.

Como cidadão só espero que quem investiga venha a fazer bem o seu trabalho.

2008-09-26

 

Conflito de interesses na avaliação de comparticipação dos medicamentos

Uma situação que se perpetua. Segundo revela o Público de hoje vários peritos que analisam a comparticipação do Estado nos medicamentos declaram conflitos de interesse, ou seja trabalham ou trabalharam para laboratórios.

Esta mesma constatação, ainda segundo o mesmo jornal, é partilhada por Correia de Campos no seu livro Reformas da Saúde - Fio Condutor ao dizer que estas comissões carecem " de refrescamento urgente, com especialistas mais independentes".

Uma posição "difícil" de entender é a do presidente do Infarmed a quem esta situação não incomoda pois diz que é assim em tdas as agências europeias".

Se 5 em 12 com duas declarações dúbias ou vagas declaram conflitos de interesse é obra. Defender esta situação é obra ainda maior.

Com esta filosofia, o País não vai.

2008-09-25

 

Ana Sara Brito ...

A grande desilusão ou, em linguagem mais popular como há pouco ouvi comentar no café, "que grande bronca. Quem diria?! Vereadora teve casa da câmara 20 anos

Não conheço a senhora, mas nutria alguma simpatia por uma certa forma de estar na política. Redondo erro.

Que vai fazer Ana Sara Brito? Não conheço por dentro a situação (só sei o que li nos jornais). Admito haver atenuantes. Só não há, tendo sido duas vezes vereadora da CML, ainda por cima do pelouro, para manter a situação.

Ana Sara Brito tem poucas saídas dignas. Vem complicar a vida a António Costa (tê-lo-á informado da situação? Não é problema de menor importância este), vem complicar a vida à ala PS de Alegre com que é identificada, depois não deixa de alimentar aquele comentário vulgar: "é tudo igual", embora infelizmente "o não igual" representa cada vez menos, tende a encolher-se. E como dizia ontem Paula Teixeira da Cruz é um mal que é transversal aos partidos na CML.

Ana Sara Brito tem uma saída: solicitar um inquérito sobre a ua situação para que se apure tudo, suspender a actividade de vereadora e depois face aos resultados do inquérito tomar a atitude que se imponha. Uma saída por fases, dirão alguns uma saída moderada. Não acho isso. Uma saída sustentada. Antes porém deve pedir desculpa a António Costa, à vereação e aos lisboetas, por ter aceite ser candidata numa situação muito dúbia face à Autarquia.


2008-09-24

 

O Debate Parlamentar

A oposição apresentou-se mal preparada, passando ao lado do grande problema que, no momento, preocupa as pessoas: a crise financeira americana com grandes efeitos internacionais graves. Fazendo justiça, só o Bloco de Esquerda mostrou dominar a matéria e colocou algumas perguntas muito oportunas ao Primeiro Ministro sobre o assunto. Falou-se de outro tema também na ordem do dia a Insegurança social sentida mas abordada pela rama e demagogia.

É desconsolador que a oposição não faça o trabalho de casa para aproveitar esta oportunidade que a reforma parlamentar de debate quinzenal introduziu recentemente. Seria uma, entre outras maneiras, de contribuir para qualificar a democracia portuguesa.

Sobre a crise. O deputado Francisco Louçã falando da gravidade da crise, cuja solução não está à vista, perguntou ao Governo se está disponível para pressinoar o BCE a baixar o Euribor, porque, de facto, as famílias e as empresas europeias estão com dificuldades de suportar taxas tão elevadas, tanto mais face ao diferencial acentuado para os EUA.

Manifestou-se contra a posição que o BCE tem assumido dizendo que é um erro económico grave para a economia europeia e para a portuguesa. Francisco Louçã tem toda a razão e aqui José Sócrates teve alguma dificuldade de resposta. Torneou a situação com a independência do BCE, mas francamente é pouco. O governo de um país mesmo pequeno deveria assumir uma posição É de facto um erro colossal como disse Francisco Louçã não pressionar o Banco. Não entendo pelo BCE ser independente não poderem os governos ter posições próprias, mesmo a discordar do Banco.

Um outro aspecto em que Louçã questionou e bem foram os preços dos combustíveis, aproveitando até uma frase de José Sócrates ao referir que esta crise também tem uma grande vertente de ganância.

È uma questão mais caseira e, por conseguinte, mais incómoda porque a opinião pública está contra este "despudor" de preços. Neste tema. o PM saiu a perder, até não explicando nada do que pretendeu o ministro da Economia dizer há dias como pretendia influenciar os preços.

Uma nota final, não há mercado de combustíveis em Portugal. Por isso, o mercado não pode funcionar. E das duas uma ou o Governo cria mecanismos de mercado ou pura e simplesmente intervém. A liberalização nestas condições equivaleu a entregar a manipulação de preços aos operadores a seu bel prazer. Só mesmo uma forte pressão da opinião pública tem leva a umas pequenas cedências dos operadores.

 

"o novo paradigma para os mercados financeiros"

... é o título do último livro de George Soros, escrito nos finais de 2007/inícios de 2008, editado em Portugal, em Julho de 2008, sobre o tema na ordem do dia - a crise dos mercados financeiros.

Soros um homem que domina bem estes mecanismos escreve na introdução ao livro:

"Para compreender o que se está a passar precisamos de um novo paradigma. O paradigma actual, nomeadamente aquele que afirma que os mercados financeiros tendem para o equilíbrio, é tão falso como enganador.
Na verdade, podemos atribuir os nossos problemas ao facto de o sistema financeiro internacional ter sido desenvolvido com base nesse mesmo paradigma".

Soros propõe um novo paradigma que tem a ver com a relação entre o pensamento e a realidade.

Isto para Soros significa que os participantes do mercado não podem basear as suas decisões só no conhecimento, na medida em que o pensamento dos participantes tem uma dupla função. "Por um lado, tentam compreender a situação. A isto chamo função cognitiva. Por outro, tentam alterar essa situação, a que eu dou o nome de função participativa ou manipulativa. As duas funções trabalham em direcções opostas e, em certas circunstâncias, podem interferir uma com a outra. Chamo a isto reflexividade da interferência."

Soros com este livro pretendeu acima de tudo explanar a sua teoria da reflexividade ao que dedica a primeira parte do livro que se aplica, segundo ele, aos mercados financeiros mas é sobretudo uma teoria filosófica que vai muito para além destes mercados.

Mas Soros deu uma antevisão muito consistente da crise que aí vinha e que agora já chegou, admitindo que esta cise poderia ter sido antevista há alguns anos com as devidas medidas para lhe limitar os efeitos, embora admitindo que também se apercebeu da mudança de natureza da crise tardiamente.

Para Soros "o governo dos Estados Unidos terá de usar o dinheiro dos contribuintes para congelar o declínio do preço das casa. Até que isso aconteça, o declínio será de auto-reforço, com pessoas a sairem das suas casas, nas quais têm capital de contrapartida negativo; e cada vez mais instituições financeiras se tornarão insolventes, reforçando assim a recessão e a fuga ao dólar. A administração Bush e a maior parte dos analistas económicos não compreendem que os mercados podem ser de auto-reforço descendente ou ascendente. Esperam que o mercado imobiliário encontre um limite por si só, mas está mais longe do que pensam. A administação Bush resiste, a usar o dinheiro dos contribuintes, devido às suas ideologias do fundamentalismo de mercado e à sua relutância em entregar poder ao Congresso. Deixou a condução da política à responsabilidade da Reserva Federal, o que colocou um fardo demasiado pesado numa instituição criada para lidar com problemas de liquidez, não de solvência".

Para Soros, esta crise é também um indicador de chegada ao fim de uma época da economia global, telecomandada pelo dólar. O que se segue?
Soros não chega aí. Mas o livro terá de certeza o seu papel ao pôr em causa os pressupostos da concorrência perfeita com relevo para o do conhecimento perfeito.

 

Uma grande embrulhada na Câmara de Lisboa!

A ser verdade o que a comunicação social vai revelando, embora com a necessária ponderação da análise dos factos, parece que basta levantar ao de leve uma pontinha do véu para que as histórias na CML comecem a deslizar por entre os dedos que nem cerejas.
Não deixa de ter "alguma graça" tocar, diria a quase todos, a desgraça da instituição nacional, a cunha.
Quem de nós até hoje directa ou indirectamente não teve uma cunha, sendo mais brando, um pedido às vezes até para interceder junto de outrém?! Uma cunha a três. Quem nunca esteve numa situação destas é uma ave rara, quase diria, não existe.
Quem na vida teve a feliz sorte de nunca ter enfrentado esta situação?
Fo`/é apenas um empurrãozinho, é verdade, nada de grave. Mas...não deixa de ser contribuir para uma benesse, quantas vezes justa como sair do rol dos esquecidos. Até por vezes somos nós que nos pomos a jeito ou até damos azo a que nos venham meter uma cunha.
Pior são aquelas cunhas lá bem do alto que pensamos duas vezes, como as tornear, porque são cunhas com insistência e quantas, quantas não existirão?

2008-09-23

 

Qual o centro das reportagens neste dia de começo da entrega do Magalhães?

A questão central das reportagens que vi neste dia de começo de entrega do Magalhães pelo governo aos jovens do 1º ciclo incidia quase sempre se os computadores permitiam aos alunos aceder ou não a locais menos próprios da Net.

Esta preocupação revela uma mentalidade doentia, atrasada e tacanha. Peço desculpa pelos termos, mas não me vêm outros melhores. Inclusive numa entrevista com o Professor José Tribolet que teceu várias considerações sobre o significado a prazo desta grande medida quer para os alunos, quer para os professores, mas também para as famílias, noo fim veio esta questão à baila e José Tribolet deu a seguinte resposta: os alunos não são filhos do Estado, nas escolas de uma maneira geral esse problema não se porá. A família terá que se precaver e assumir as suas responsabilidades.


 

A crise financeira - Umas curtas notas

Esta crise financeira nasceu e cresceu nos EUA, o país tido como a imagem de marca da melhor regulação (a direita sem dúvida assim o entende, mas a que se pode juntar uns quantos especialistas de esquerda). Segundo vários analistas, o grande foco de desenvolvimento desta crise decorre exactamente de grandes falhas na regulação, por incúria ou compadrio. Assim se chega a uma liberalização selvagem do sector financeiro.

A origem de tudo está na oferta de um produto primário, simples e necessário e de grande impacto social: o crédito à habitação.

Como é que este crédito, tão importante socialmente, pode ter originado esta crise que foi crescendo, crescendo, lentamente? Indo directo à explicação da incúria (sentido lato) dos reguladores.

Estabeleceu-se uma concorrência excessiva da oferta de crédito, neste domínio, com a concessão de crédito a segmentos sem capacidade de crédito, mas camuflada por garantias "fictícias". Um "erro grosseiro", (agora usando uma linguagem em moda), consentido, da responsabilidade do sistema financeiro, das empresas de rating e dos reguladores.

Os operadores financeiros potenciaram este filão (com conhecimento pleno da situação) face a objectivos de ganhos fáceis. O que visam é repartir os eventuais prejuízos de futuro e, assim, entram na construção "de formas de defesa" - pela dispersão da redução do risco (criação e oferta de novos produtos financeiros). Foi este processo de dispersão que fez alastar o risco a carteiras de activos,de outros mercados, globalizando desta forma uma crise localizada. A situação, no entanto, vai se tornando complicada, redobra-se a inovação no encobrimento da situação através de mecanismos instrumentais cada vez mais sofisticados - prolonga-se a crise ampliando-a. Até que se chegam as dificuldades do mercado de liquidez sistémica. E aqui ... há o muro.

E eis o maior paradoxo, os neo-liberais só encontram uma saída: afinal, o mercado abre "falência" e só resta o Estado intervir, aquele "velhinho Estado" repudiado, ainda por cima o mercado dos EUA. Sem esta intervenção lá se iam as instituições financeiras.

Será, por isso, que muita gente emudeceu de momento?

 

Mário Soares acusa UE de ceder a BUSH

CRISE SISTÉMICA? é um artigo de Mário Soares com interesse, onde critica sobretudo a vassalagem da UE a Bush. Aproveita-o ainda para dar a sua visão sobre a actuação das várias esquerdas um pouco pelo "Primeiro Mundo".

Também não deixa nesse seu longo artigo de falar da crise financeira, embora aí não acrescente muito. Constata o que toda a gente sabe e diz porque observa e passo a citar: "como de costume são os inocentes que mais sofrem. Porque os administadores e gestores destas empresas saem a sorrir com grandes indemnizações". Seria uma frase demolidora num político ou ex-político que quando exerceu funções aos mais altos níveis tivesse actuado consequentemente para inverter esta situação!


2008-09-22

 

"Desnorte à vista"

Parece ser uma mensagem de Manuela Ferreira Leite para dentro do partido de que é Presidente, o PSD.

Mas não foi essa a intenção. Manuela Ferreira Leite usou um espaço que lhe oferece o Expresso (o que pode ser questionável na situação actual de MFL), na primeira página do suplemento Economia, para escrever um artigo que intitulou "desnorte à vista", que revela quanto anda desnorteada até numa área em que se pensava estar à vontade: a da crise financeira mundial- americana.

Trata-se de um artigo completamente vazio de ideias e análise, a que tenta dar a volta para atacar o PS (que tem muito por onde atacar, mas não desta forma).

Certmente Manuela Ferreira Leite terá redigido o artigo numa noite de grande insónia e não se apercebeu do nada que escreveu. Um político, ainda por cima com preparação de Finanças, ex-ministra do pelouro, teria obrigação de nos elucidar. às vezes a vida não corre bem. Admite-se, é uma gafe.

Assim, depois de dizer umas quantas frases inócuas sobre a crise, já por demais repetidas, termina da seguinte maneira e transcrevo:

"Desta crise, vai certamente resultar o fortalecimento do papel das entidades reguladoras, como a forma mais apropriada de melhor proteger os cidadãos.

Por cá, tem-se actuado exactamente de forma oposta.

Entende-se que é intervindo o Governo e, desta forma, desacreditando os reguladores que melhor se protegem os cidadãos.

Além da falta de responsabilidade e sensatez, está-se perante o desnorte completo."

Penso que a Dra. Ferreira Leite não estava nos seus dias, quando escreveu isto, não tinha presentes as medidas anunciadas pelo governo dos EUA para tentar debelar a crise.

Onde vê Ferreira Leite o reforço da função (e do respeito) dos reguladores americanos do Sector nas medidas tomadas? O Estado americano intervém comprando os chamados "activos tóxicos" das instituições financeiras em situação de crise, criados exactamente pela falta ou má intervenção dos reguladores. Será este o reforço dos reguladores entendido por Ferreira Leite?

A dra. Ferreira Leite tem muita margem para discordar das medidas de política do PS, mas assim não vai captar votos de quem não é do seu partido. Porque neste seu artigo (se é legítimo intitulá-lo de artigo) para além de fraquíssmo, esperava-se bem mais de uma especialista, não se esperava que entrasse pela deturpação e mentira. O Governo de Bush, na realidade, nacionalizou "o património tóxico" utilizando dinheiro dos contribuintes americanos.

Há que o admitir e eventualmente não haveria outra saída para evitar males maiores. Só que tal procedimento vem pôr em causa uma série de princípios que os economistas de direita pregam como bases da sua doutrina política.


 

De vez em quando sempre fazemos "alguma coisa"...

....de jeito. O problema é que é mesmo só de vez em quando e muitas vezes sem continuidade.

Por outro lado, sobre essas "coisinhas" que vamos fazendo de forma pouco organizada e quase sempre sem enquadramento, articulação e forma sustentada, regalámo-nos durante um tempo infinito "a pensar" que somos estrelas. Era interessante que pensássemos isso, mas cá para mim não pensamos mesmo nada disso. Conversa para entreter á falta de melhor.

Isto vem a propósito da inauguração do primeiro parque mundial (vejam lá, mundial!) que conta a nossa comunicação social arranca amanhã na Póvoa do Varzim. Um investimento de 8,5 milhões de euros da Enersis e da OPD (escocesa) que é o parceiro tecnológico do investimento.

 

Sobre o suspeito ucraniano detido e posto em liberdade condicionada

Sobre este caso, o DN de hoje dedica-lhe o editorial com o título "libertação de suspeito merece indignação" sintetizando, aliás, na linha de pensamento que ontem aqui escrevíamos, de que "ninguém se pode sentir seguro com esta libertação".

Sobre a actividade altamente perigosa do suspeito ver em Ucraniano é suspeito de fornecer armas a gangues


 

Calada, botava mais figura



Ao princípio julguei que era uma daquelas brincadeiras dos Gatos Fedorentos a imitar a Manuela Ferreira Leite, mas depois percebi que não. Era ela mesmo. A dizer que não havia democracia em Portugal.

Vejam no que deu tanto insistirem para que falasse. Afinal razão tinha ela em querer estar calada.

2008-09-21

 

Mais um golpe na Justiça deste País?

Não me parece que a decisão do juiz de instrução criminal do tribunal da Guarda que liberta o ucraniano detido com um grande arsenal de armamento e suspeito de pertencer a um gang internacional de elevada criminalidade possa decorrer de uma leitura ajuizada da lei penal, apesar de todos os defeitos que ela tenha.

Não quero fazer juizos de valor, mas há qualquer coisa que não está a resultar. Perde o País, perdemos todos porque deliberações deste teor só contribuem para aumentar o sentimento de segurança, mas o pior golpe (descrédito absoluto) é dado na própria justiça e seus operadores e em especial a classe de juizes.


 

Uma visão muito crítica sobre a actuação da União Europeia na crise financeira

João Ferreira do Amaral, Professor Catedrático de Economia no ISEG, um crítico da União Europeia, ou melhor dizendo, da adesão de Portugal, em conversa com Perez Metelo no DN de hoje de que não há link avança com a sua visão sobre a inoperância da UE nesta crise financeira mundial e sobretudo põe em causa a ineficácia de actuação do Banco Central Europeu. " OBCE já devia ter descido a sua taxa directora. ... Se o BCE está à espera que os ânimos serenem, vai ter muito que esperar. Entretanto, são as famílias e as empresas endividadas que sofrem as constantes subidas do euro. Se o BCE baixasse a taxa-base, a Euribor vinha atrás. Não há razão para o não fazer. Bem, pelo contrário, com um euro tão caro face ao dólar, acentuam-se as dificuldades das empresas exportadoras europeias."

Isto é um absurdo diz João Ferreira do Amaral para acrescentar ainda "os governos da Europa deixam andar as coisas nas mãos do BCE em vez de debaterem com vigor, como nos EUA, as medidas de emergência, que a situação reclama".


2008-09-20

 

Sarah Palin

O juizo "se matam um homem é uma tragédia, se matam um milhão é uma estatística" diz da nossa dificuldade de entendimento e da nossa incapacidade de gerir afectos em escala que transcenda o nosso olhar. Por isso é vulgar darmos muita relevância a acontecimentos menores mas que nos estão próximos e desistirmos de compreender e de agir nesses grandes acontecimentos que condicionam bem mais que aqueles, as nossas vidas. A realidade, desagradavelmente, não se impressiona com isso e mantém, alheada, o seu percurso. A política e alguns políticos não desperdiçam essa janela de oportunidades.
Tem este filosofar a ver com as eleições americanas que apesar de consequências muito maiores para a vida de cada um de nós do que os pequenos episódios da nossa vida política interna(Manuela Ferreira Leite fala não fala) eles impressionam-nos, em geral, muito menos do que estes.
McCain um neo-liberal (na economia) é um crente na bondade da auto-regulação do mercado e no paraíso que daí decorreria sem o "intervencionismo do Estado". No entanto a actual crise financeira dos EUA e portanto mundial veio desmentir de forma gritante a sua posição política perante a economia. Terá o eleitor americano capacidade para alcançar a magnitude da aplicação das teorias de McCain à actual crise?
O governo americano foi obrigado a fazer o contrário do que que McCain (e Bush) defendem para evitar um situação de tragédia a milhões de endividados proprietários de casa própria. Foi obrigado à nacionalização das duas gigantescas empresas hipotecárias norte-americanas falidas a Fannie Mae e a Freddie Mac e para evitar uma situação dramática a milhões de pessoas de todo o mundo viu-se obrigado à "nacionalização" (o FED injectou 85 mil milhões de dólars) da maior companhia de seguros mundial, a AIG. Terá o eleitor capacidade e disposição para se preocupar com a "morte do milhão de homens" da sentença inicial deste post ou ficará apenas sensível à morte de um?

E Sarah Palin?
Reporto ao interessante artigo do insuspeito Luís Campos e Cunha, no Público de ontem e à citação que faz do NYT: "Os nossos líderes nacionais estão a enviar [os nossos filhos para o Iraque] para uma tarefa que vem de Deus... é que há um plano e este plano é um plano de Deus". Bin Laden? Não, Sarah Palin. O que mostra como o fundamentalismo islâmico em nada se distingue, na sua natureza, do fanatismo cristão ou de qualquer outra religião e como este se pode tornar tão perigosamente dramático como aquele.

Sarah Palin, pouco culta, fanática, extremista evangélica, sócia da associação dos detentores de armas, para mostrar a sua "raça" se acaso vier a ser eleita vice-presidente dos EUA, admitiu como um cenário aceitável declarar guerra à Rússia. Forte assim da sua insensatez conseguiu empurrar McCain nas sondagens. Talvez porque é bonita, porque é uma mulher "tesa" (apesar de tudo o que se vai sabendo da sua pequenez como governante). Talvez porque muitos eleitores só consigam alcançar a tragédia da morte de "um homem" e não a de "um milhão".
Muito mais dramático (apesar de desagradável) que a vitória de Manuela Ferreira Leite seria a vitória de McCain/Palin. Por isso a vitória de Barak Obama é tão importante.

 

Será mesmo assim?

O Expresso na sua primeira página: "Manuela admite Santana em Lisboa", mas ainda nenhum passo foi dado pela "tia Manuela" - expressão de VPV - no sentido da intenção se vir a concretizar.

Os corredores da política são muito sinuosos. Quants vezes se atira o barro à parede?!

Manuela Ferreira Leite estava com algum aperto, porque quando Santana diz que está a pensar numa determinada questão... sabe-se o significado. E já tinha anunciado que andava a pensar se ia ou não candidatar-se a alguma Câmara e, para ele, Lisboa era um grande desafio.

Face a isto, a "tia" Manuela não tinha grandes saídas, a não ser que quisesse comprar uma guerra.

E eis que se vai/pode fazer luz. Vem aí o teste: "Santana arguido em processo da Câmara de Lisboa", sendo uma das razões a atribuição de uma casa camarária a pedido de Margarida Sousa Uva, mulher de Durão Barroso, para uma senhora da paróquia onde Margarida militava.

2008-09-19

 

Agitação no grupo parlamentar do PS

A acreditar no que diz a comunicação social, o grupo parlamentar do PS anda agitado com a posição de disciplina de "voto não" que a Direcção do PS quer impôr sobre os projectos do Bloco e dos Verdes do casamento gay, que, em breve, a AR discutirá.

A Direcção entende que este tema não faz parte do seu programa eleitoral, que no PS o tema não está suficientemente debatido. Os deputados, ou melhor, um grupo de deputados entende que o tema está apara além da política, é do foro pessoal e que, como tal, cada qual deve votar em consciência.

A Direcção poderia ter uma pequeníssima razão pelo facto do tema não fazer parte do programa submetido a eleições. Só que não tem moral para usar afincadamente esta tese porque se foi esquecendo, ao longo do percurso, de alguns outros temas e orientaçõe do programa.

Neste contexto, não faz sentido "a guerra" até porque vai contra uma norma que é a liberdade de voto em temas desta natureza. Então, não se viu por exemplo a sua deputada Matilde Sousa Franco ainda recentemente votar contra a lei do divórcio do PS por considerar ser um tema do foro íntimo?!


 

" Um gigante da literatura universal"

Foi com estas palavras do embaixador francês em Lisboa Denis Delbourg, que António Lobo Antunes recebeu ontem a mais alta comenda da Ordem das Artes e das Letras.

Lobo Antunes agradeceu a "imensa amizade e generosidade " dos franceses, num improviso com palavras de grande apreço ao seu editor francês e amigo.

Aos repórteres presentes disse no entanto: "é para os portugueses que escrevo e cada vez mais gosto do meu país".

 

A Lei do Divórcio de novo em Belém

Após o veto do Presidente da República à lei do divórcio, aprovada em Abril na Assembleia, eis que de novo a AR a aprova com duas correcções e, desta vez, com mais ampla aceitação. 4 deputados mais do PSD perfazendo um total de 11 votaram favoravelmente ao lado dos deputados das diferentes esquerdas, e outros 4 abstiveram-se.

As emendas introduzidas referem-se: uma à clarificação de quem tem direito a pedir compensação na hora das partilhas e, outra, a consagrar as pensões de alimentação por tempo ilimitado de duração.

Infelizmente, não foi contemplada a ideia (do PSD) que aqui referi em post anterior da redução do tempo de separação efectiva dos conjuges de 3 anos para 1 como suficiente para solicitar o divórcio, certamente por o PSD não a ter apresentado e apenas veiculado para a comunicação social.

A Lei volta agora a Belém. Que expectativas? Diz-nos o bom senso que Belém não vai agora confundir o seu pensamento próprio com a sua função de Presidente da República. Aguarde-se.


2008-09-17

 

Barcelona-Sporting

Assisti ontem a um desafio de futebol entre o Barcelona e o Sporting que só me fazia recordar os jogos da minha infância entre o Marítimo (entenda-se o da Madeira) e o Carvalheiro (também clube local), em que o Marítimo trucidava por completo o adversário com resultados tipo 26 a o. Eram campeonatos de níveis diferentes mas de vez enquanto encontravam-se para jogar. O desnível do jogo jogado de ontem se fosse traduzido em golos seria desta natureza. Já tenho pena do Rui Patrício, pois coitado foi o único que não teve culpa de nada. De resto nada se aproveitou e o Paulo Bento até não deixou o Veloso dar um ar de sua graça. Acho como ele começou a destoar para melhor logo decidiu mudar a sua tarefa. Com jogadores e treinadores destes bem podemos ir discutir taças aí para o Irão, Iraque e companhia.

Tenham dó da gente. Sinceramente espero que o Porto não faça a figura do Sporting e dê hoje um ar da sua graça.

Para jogar assim porque não venderam Veloso e João Moutinho?

 

Os preços dos combustíveis em Portugal

Vale a pena reflectir na evolução dos preços dos combustíveis em Portugal, dado o seu comportamento face à subida e descida de preços do petróleo. Com a subida verificou-se que as petrolíferas a actuar em Portugal eram das mais ágeis a aumentar, agora com a descida são das menos ágeis, ou seja, estão entre as que menos baixam. "Há cerca de 20 países na UE que desceram mais os preços dos combustíveis que Portugal, desde que o petróleo começou a cair" diz o DN de hoje (1ª pg).

Ontem até se viu o ministro Manuel Pinho nas TV's a apelar às gasolineiras para baixarem os preços.

A grande questão é o mercado. Como neste sector o mercado não funciona, pois é reduzido o número de operadores e há um dominante que, de certo modo, "modeliza" o comportamento das restantes empresas, sendo que esta ocorrência é menos linear em outros espaços/países europeus, esta situação deixa uma grande margem de manobra para as empresas assim actuarem e quando questionadas terem uma longa lista de argumentos para justificar o injustificável, pois a única justificação real é o do seu poder tendencialmente de monopólio.

2008-09-16

 

Já não era sem tempo. Eis uma ideia!

A ser correcto o que acabo de ler na última hora do Público, PSD propõe redução do prazo de divórcio por separação de facto para um ano contra os 3 anos, como consta da lei aprovada pela esquerda parlamentar, para algum dos conjuges, se o quiser, desencadear o pedido de divórcio. Bem pensado.

 

Madonna em Lisboa

Depois de um certo histerismo transversal a muitas camadas sociais acerca de Madonna, gostei do que escreveu Nuno Galopim hoje no DN sobre o espectáculo Madonna em boa forma mas com poucas ideias.

Só é pena que não esteja acessível uma pequena nota opinativa sobre o concerto que se intitula Um Fim de Ciclo?


2008-09-14

 

Teimosia, Firmeza e Persistência

Muita confusão parece pairar sobre estes conceitos em algumas cabeças dos nossos governantes. Que devam ser muito firmes nas decisões e firmes e persistentes na aplicação das medidas de política que tomam, excelente. Que devam ser de uma teimosia estrutural quando as medidas que tomam começam a "abrir fendas" por todos os lados, reprovável.
Para o cidadão comum como eu, a reforma penal deste governo, desde o seu início há um ano, porque toda a gente clama contra a forma extemporânea como entrou em vigor, está a "abrir fendas" por todos os lados.

Poder-se-ia falar de uma campanha orquestrada contra o governo nesta matéria. Mas tão grande é a unanimidade que não é credível, embora haja sempre quem explore o que, aliás, faz parte das regras. Até no PS já há quem admita falhas na reforma.

Porquê então continuar com a teimosia? Isso leva a algum lado?
O governo está à espera da avaliação do Observatório da Justiça. Mas segundo a comunicação social o Observatório nas suas avaliações intercalares tem dado má nota!

Sendo assim, é de perguntar aos ministros da tutela para quê esperar mais? Não se percebe aonde leva a estratégia de teimosia.


2008-09-13

 

Um país de vassalagem activa...

Recebi de uma pessoa amiga um email que transcrevo na íntegra:

"Andando eu às compras em pleno hipermercado do Corte Inglês, um dia desta semana, mais precisamente, na quinta feira à tarde, senti-me um pouco cidadã de 2ª naquele estabelecimento, por não me ser dada a hipótese de também usufruir dos préstimos de um empregado da casa no transporte do carro com as compras. Desconhecia por completo esse serviço ou será que se trata de modelo low cost?

Na realidade, um senhor bem posto (contra o qual nada me move apenas a discriminação se não for um serviço low cost) com presença assídua num debate de televisão semanal com outros dois senhores, e também em jornais e no mundo da blogosfera com um blog muito visitado, embora se visse que estava com pressa, pois deslocava-se a uma velocidade superior às dos utentes normais, usufruia desse privilégio - um empregado atrás a conduzir o carro das compras.

Tive imensa pena de não ter comigo uma máquina de filmar. Um registo para a posteridade. Mas como eramos um grupinho, paramos algumas vezes para olhar para o desempenho de tão distinta personagem".

 

Uma "família socialista" pouco coesa ...

... na doutrina, na dinâmica de mudança e de agir e talvez possamos acrescentar na visão estratégica de sociedade.

Basta comparar a acção dos governos na Península, ambos no momento saídos da família socialista para se ver essa falta de coesão. Aliás, a jornalista Fernanda Câncio, evidenciava bem essas diferenças substantivas, no seu artigo A FAMÍLIA SOCIALISTA


2008-09-12

 

Ontem foi dia de debate de leis penais

Quase em simultâneo RTP e SICn pôem no ar duas entrevistas sobre as leis penais. Na RTP, Maria José Morgado (MJM) e na SIC, Noronha do Nascimento (NS).

Optei por ouvir MJM até porque já tinha ouvido e tinha optado ouvir. Ainda dei um salto à SIC, mas apreendi pouco.

Retive duas ideias de toda a entrevista, para além da grande defesa que MJM faz da sua "corporação" - os melhores, os mais dedicados, os que dão a camisola. Fechando os olhos a esses exageros tão generalizados, (pois felizmente há gente assim em todos os ramos, como há gente da mais perversa também, donde a área de actuação de MJM não é, com certeza, diferente) as duas ideias que me impressionaram foram a de constatar que, na opinição da directora do DIAP de Lisboa, as novas leis incentivam o crime: "a liberttação automática de reincidentes é uma mensagem de brabdura para quem pratica crimes" e a problemática de que há maus aplicadores das leis existentes: "mais do que de boas leis, precisamos de bons aplicadores, mas é preciso que a lei não estorve".

MJM não acredita que a nova lei das armas seja uma arma adequada na correção do que estará mal nas leis penais.


 

Especialista "em atirar ao lado"

A "tia Manuela", como lhe chama VPV, está a especializar-se em atirar ao lado. Quando era esperado um discurso com medidas estratégicas para este País (até porque teve bastante tempo para pensar nisso), eis que se apresenta com um discurso de diagnóstico duvidoso e apenas recheado de críticas ao governo. Medidas, nem uma para exemplo. Quando ontem de novo era esperado que interviesse sobre a agenda do dia, na conferência de impressa por si convocada, eis a "tia Manuela" a falar da lei eleitoral que bem poderia esperar lá mais para diante e negando-se a falar do tema quente, o comunicado do Presidente como reacção às declarações do ministro Rui Pereira. Esta além de tiro para o lado foi ainda um tiro no pé.

Tratar-se-á de uma correcção de rota face ao pedido extemporâneo de demissão do mesmo ministro pelo PSD?


2008-09-11

 

O nosso Futebol

Dos sub 21 já foi tudo dito. ...

Sobre o desafio de ontem prometo não ser muito maldizente. Mas ... apenas q.b. porque a situação "exige".

A única coisa acertada de Carlos Queiroz consistiu na defesa (exceptuando o Quim que deu um frango monumental à Ricardo naquela saída). A escolha de Paulo Ferreira foi correctíssima (a experiência) com uma exibição superior quase ao nível de Deco, o melhor jogador em campo. Tudo o resto pode ser algo discutível. Não percebo porque João Moutinho não jogou de início e quando entrou já não devia ser ele devido à sua estatura. Acho que Nani na frente foi de longe o melhor e deverá ter lugar assegurado se mantiver a forma, mesmo com o Cristiano de volta.

Onde Queiroz errou, quanto a mim, foi na gestão dos jogadores. Não lhes transmitiu calma, foi um desastre nas substituições.

Não se pode é dizer que tivemos todo o azar do mundo. Só um bocadinho, porque não nos podemos esquecer que a Dinamarca poderia ter morto o jogo logo à nascença onde teve também grandes oportunidades que como nós falhou.

Conclusão: desfizeram-se os mitos: os mitos de Alvalade o campo de alegrias e o mito de que nunca os dinamarqueses nos tinham ganho em provas oficiais. Seria bom que este tipo de análise com que nos massacram os ouvidos antes dos acontecimentos, deixassem de ser produzidos pelo menos com a intensidade que é. Uma coisa é rever como foi o passado, outra é massacrar-nos dias e dias.

Só resta a Queiroz pensar e organizar melhor a equipa para dar melhor resposta.

 

Terá o Presidente Cavaco Silva razão? ...

Francamente, o ministro Rui Pereira teve o seu momento de grande infelicidade, ao tentar justificar os atrasos da deslocação de militares da GNR das secretarias para a operacionalidade de rua.

Mas Cavaco Silva não pode lançar às urtigas a sua célebre criação, "forças de bloqueio", onde também incluia Instituições/entidades actuando igualmente no exercício de poderes constitucionais. Por outro lado, no seu actual exercício de Presidente já entrou em domínios discutíveis, v.g. a quando do veto da lei do divórcio, porque esse seu veto, como já aqui foi referido, tem subjacente formas de pensamento próprio que pouco têm a ver com a organização do Estado.


2008-09-10

 

Mais uma vez com Baptista Bastos...

... "Manuela Ferreira Leite é um frigorífico" (excelente expressão sobre o discurso à nação desta jovem presidente do PSD). Leia NÃO HÁ DISCURSOS GRÁTIS de Baptista Bastos. Não precisa de concordar com tudo, mas não tenha pruidos pré concebidos. Algum humor e sobretudo os temas colocados merecem atenção de pessoas atentas e livres ao evoluir político deste País.

 

O "Estado" da nossa justiça!! ...

Não consigo entender, ou então, a problemática é bem mais grave e de fundo. Não está numa questão de funcionamento, mas é bem mais grave: reside nas leituras de quem aplica a justiça em Portugal.

Leia Em 200 arguidos só um foi preso.

E atenda, porque me parece hilariante a ter a comunicação social comunicado bem e nada de contrário parece existir.

A juíza (do processo deduz-se) fez o possível e o impossível para suspender todos os arguidos (independente do nível do crime), porque entendeu que "a justiça deve ser rápida (concorda-se em absoluto) e as penas efectivas perdem eficácia quando passa tanto tempo entre a prática do crime e a decisão final".

Tudo certo. Não vamos discutir a teoria da juíza. Mas pergunto-me onde está a culpa de tamanhos atrasos?

Não será essa mesma justiça que, na praça pública, defende estas regras, a principal conivente com os atrasos?


2008-09-09

 

PP e NG


Li por aí, nalgum lado, essa notícia espantosa de que Paulo Portas teve de convocar à pressa, antes que alguém se adiantasse, um conclave do partido para fazer exame de consciência (auto-crítica é coisa de comunistas) e penitenciar-se por se ter esquecido durante um ano de avisar o CDS/PP de que o vice-presidente e seu braço direito se tinha demitido.
O que me espanta não é a atitude de Paulo Portas. O que me espanta é que durante um ano, todo um ano!! ninguém lá no partido tenha dado por nada. Isto diz muito de um partido.

Mas um dos jornais ao falar do acontecimento oferecia-nos grátis algumas declarações de Nobre Guedes à laia de desculpa para, ele também, ter-se esquecido do caso. É que olvidara completamente o CDS e Paulo Portas com o entusiasmo que Barak Obama lhe provocou. Mais que isso, tornara-se um "verdadeiro devoto" do candidato dos Democratas.

E isto constituiu o meu segundo espanto.

 

O mundo está perigoso


Dizem as sondagens (Today/Gallup) que McCain subiu e leva agora um avanço de 4 pontos sobre Obama (50% contra 46 nas intenções de voto). E que tal ressurreição se deve a Sarah Palin (A lasca do Alasca) a sua partenaire na corrida para a Casa Branca, símbolo do reaccionarismo mais rasteiro dos States.

Espero que Gallup vire o bico ao prego porque a ser assim então ainda fico mais céptico relativamente à espécie humana.

2008-09-08

 

Mesmo mudo era um génio mas esse tempo não volta


Ou se esperava que Manuela Ferreira Leite fosse genial e então a estratégia comunicacional de estar calada, apesar de muitíssimo arriscada, poderia ter alguma esperança de êxito ou então sucedia o que sucedeu. A aparição de Manuela Ferreira Leite, mesmo com uma intervenção com alguma qualidade, foi um flop.

Considero errada a estratégia comunicacional e suspeito que ou ela a muda ou tem assegurado o desastre.

A estratégia do mutismo no mundo comunicacional de hoje só poderá ter alguma esperança de êxito se de cada vez que o líder aparece for arrasador para os adversários. Então sim todos sabem que o silêncio prolongado anuncia fatal e garantida catástrofe para os opositores.

O PSD tendo em conta as características populistas dos líderes anteriores, com garra sem dúvida, mas muito pouco consistentes, necessitava de uma cura de contenção e de apresentação de lastro político. Essa inflexão parece-me acertada. Mas assim com este balanço com este desconcerto a cura será pior que a doença.

A afirmação de Pacheco Pereira de que "um líder deve falar não por regra mas por excepção" (Público de hoje 3ª pág) só pode ser entendida como uma forma de ajudar a sua amiga Ferrreira Leite a salvar a face.

Pode-se aceitar que assim até a política ficaria mais enxuta, mais séria e mais aceitável mas o mundo é o que é e, se não se quer ser um mero perdedor, têm de ser usadas, ainda que com seriedade e responsabilidade, as técnicas do mundo actual e não as do mundo revoluído em que bastava a gazeta na posta-restante ou o sms do pombo correio.

 

Um domingo de "rentrées"

As rentrées de Jerónimo de Sousa e de Ferreira Leite, aliás por ordem inversa em termos horários, marcaram o primeiro domingo de Setembro.

Apesar da homília de Marcelo, directamente de Maputo, em que só faltou a coroação de Ferreira Leite e admitindo que algumas das passagens da sua intervenção tinham o contributo de Pacheco Pereira e de Rui Rio, como muitos analistas evidenciaram, dizer mal toda a gente sabe e bem melhor até. Ferreira Leite tem pouca presença, pois parece ter acite o cargo a contra gosto. E quem sabe?

Até aqui Ferreira Leite revelou-se uma figura menor, por exemplo, se comparada a Cavaco quando candidato a primeiro ministro. Poderia e deveria ter ido por outro caminho, ensaiar duas ou três medidas já de campanha eleitoral, bem alicerçadas, porque ou Ferreira Leite começa a ensaiar algo sobre o que pensa na sua candidatura a PM ou então Sócrates, apesar do desgaste por culpa própria, pode ambicionar sustentadamente a maioria absoluta. Basta ter cuidado e aprender a dosear a mediatização algo excessiva com alguma seriedade e debate político.

A justiça é a área crítica nesta perspectiva. E será que não há nada a mexer no governo?


 

As eleições em Angola

Não é fácil perceber nem analisar os resultados destas eleições que, de modo algum, poderão ser atribuídos às falhas logísticas graves que existiram, sobretudo em Luanda. Não é o facto de certas personalidades sempre prontas a aparecerem em palco para falar de tudo e sem reflexão ponderada que me inquieta. Em termos redondos, o que me inquieta é uma votação tão esmagadora.

Francamente, torcia, pelo que conheço de Angola (não será muito) que o MPLA vencesse. Um problema de estabilidade. Mas nada que apontasse para esta vantagem esmagadora que apenas reflecte uma descrença em tudo o resto. E já agora uma aposta no que está. Mas a situação é o que é, merece uma análise muito profunda sobre o porquê destes fenómenos.

Apenas aguardo que, em termos de futuro, o MPLA sinta e pondere o peso de tanto voto.

 

Ainda a lei do divórcio...

Cavaco, como Presidente, foi condicionado pela pessoa de Cavaco Silva. O que poderia Cavaco Silva (Presidente) ter evitado se fosse uma pessoa mais arejada em "termos de costumes", para usar uma expressão ontem utilizada por Paula Teixeira da Cruz, a propósito de Ferreira Leite, sobre a sua declarada oposição ao casamento de pessoas do mesmo sexo com base na asserção de que o "casamento se destina à procriação"?
  • Teria evitado intervir numa matéria que é muito pouco (entendo eu) da sua competência política como PR, sendo apenas do seu foro íntimo (e, por conseguinte, baralhou a Instituição Presidente, ocupada no presente por Cavaco Silva e a personalidade Cavaco Silva, como pessoa que tem posição sobre esta ou aquela matéria).
  • Evitaria mais uma sobrecarga de trabalhos na AR e, desta forma, contribuiria para um melhor desempenho da mesma, matéria de que o Preisdente tanto gosta.
  • Posicionar-se-ia, em paralelo, com a maioria dos países europeus que já espurgaram o divórcio da culpa.
O País nada ganha em ocupar mais tempo com esta discussão. Há que encerrá-la e não ceder ao veto do Presidente. O PS só faz bem em avançar com a lei tal e qual.

2008-09-06

 

A versão pública da evolução do Turismo

O Secretário de Estado do Turismo, Dr. Bernardo Trindade, faz uma análise diferente da dos hoteleiros do Algarve sobre a evolução do turismo Ocupação na hotelaria caiu 2% em Agosto

Admite efectivamente uma ligeira quebra face ao mês homólogo de 2007, mas segundo a sua análise 2007 foi um ano excepcional e, como tal, a quebra verificada sobretudo por parte de turistas ingleses, não pode corresponder à pior dos últimos anos. O Turismo de Portugal acrescenta em nota que Agosto de 2008 foi melhor que o de 2006.

Para evitar especulação sobre o assunto que pouco acrescenta, o melhor é mesmo aguardar os elementos do INE sobre as taxas de ocupação e receitas. Mas como dizia no poste de ontem "quando a situação está mal parece que tudo puxa para o mesmo lado". E o facto é que a economia portuguesa tarda em arrancar.

 

Eleições em Angola

A votação começou ontem e pelas informações disponíveis a organização logística não esteve aprimorada e as falhas acusadas são muitas, sobretudo em Luanda, tanto assim que a Comissão Nacional Eleitoral (parece que assim se designa) decidiu prolongar a votação em Luanda para hoje em cerca de 50% das mesas de voto.

Hoje, pelo que temos ouvido nas rádios, a questão é outra: as mesas estão a funcionar mas a afluência é reduzida, pelo menos na parte da manhã.

A UNITA decidiu exgir repetição, não percebi se das eleições em geral, se só de Luanda, o que seria mais lógico, pois do que li e de algumas fontes insuspeitas como da igreja parece não ter havido problemas no campo.

E se assim fôr porque razão pedir a anulação global?

Por outro lado, a primeira reacção da chefe de missão da UE foi algo despropositada, tendo ela própria vindo a corrigir o tiro. Nestas coisas, tão complexas e difíceis, há que ter cuidado nas reacções. Controlar "o coração político" é uma boa medida, nem sempre ao alcance de uma pessoa qualquer. Só mesmo para os muito treinados nestes ambientes, o que não parece ter sido o caso da chefe de missão da UE. Estes erros têm custos elevados.

 

Portugal - Malta

Carlos Queiroz tem tudo para ganhar hoje frente a Malta.

Daqui a 3 horas estaremos frente ao écran para ver e apreciar o seu trabalho. Não há desculpas. A aposta é apenas por quantos Portugal vai bater Malta. É o teste base do futuro de Carlos Queiroz, nesta selecção.

Não pode haver outra hipótese. O treinador tem todos os jogadores que convocou à sua disposição. Não tem Cristiano, mas se Portugal, em todas as cirunstâncias, depende de Cristiano, estamos mal.

Até surgiu agora um novo "Deus da bola", Danny, também ilhéu da terra de Cristiano e da mesma origem - Sporting - aquele clube malfadado - que só sabe dar dinheiro aos outros e que se aconselha frequenta um curso acelerado sobre como fazer negócios, porque, neste campo, é um grande desastre.

Nunca foi "muito à bola" com Scolari, mas apesar de simpatizar com Queiroz, não posso deixar de ser exigente ao exigir que a selecção nacional tem mesmo de ganhar e bem.

2008-09-05

 

A outra América: xenófoba e agressiva


Previsível, o jornal de José Manuel Fernandes entusiasma-se com McCain, Sahrah Palin e a Convenção do Partido Republicano. Metade da 1ª página é ocupada com esta fotografia mas na contracapa Vasco Pulido Valente explica o que entusiasma os nossos partidários desta metade perigosa da América.

Diz Vasco Pulido Valente:

"A Convenção do Partido Republicano foi, politicamente, um espectáculo de horror. Primeiro, pelo nacionalismo. Durante horas o Congresso berrou “U-S-A!”, “U-S A!”, com um fervor histérico, que não lembrava, e não anuncia, nada de bom. A América é o melhor país que se criou na Terra (o planeta) o mais forte, o mais rico, o mais livre. E é também o farol e a esperança da humanidade: a cidade perfeita no cimo da montanha.
...
Um nacionalismo desta espécie, xenófobo e fanático, leva naturalmente ao militarismo. Entre alguma parlapatice sem consequência, a Convenção Republicana não passou de uma cerimónia militar.
... "E várias criaturas com responsabilidades (Giuliani, por exemplo, e a própria Palin) declararam a vitória [no Iraque] iminente - a vitória, reparem bem - sem qualquer restrição ou dúvida.
Com o nacionalismo e militarismo, veio naturalmente a apologia da agressividade e da dureza. McCain é o duro por excelência.
... E a América, segundo a Convenção, precisa de continuar na ofensiva. E não se tome isto por retórica de campanha. McCain já avisou a Rússia: “Nós somos todos georgianos”, para que ninguém julgasse que ele, Presidente, - abandonaria o Cáucaso. A Convenção Republicana - branca, velha e, apesar de Palin, masculina - é um bunker, com espírito de bunker. Se McCain ganhar, as coisas ficam fatalmente feias."
(O negrito é uma opção do autor do post).

 

"Onda de crimes" e onda mediática

Fernanda Câncio (FC) oferece-nos hoje, no DN, "O PODER DE DEFORMAR" - uma reflexão interessante - como habitualmente, aliás - sobre o poder da comunicação social modelar o nosso sentimento de (in) segurança de acordo com a agenda mediática (que é sempre a agenda do lucro, a agenda do anúncio, a agenda da mercadoria, num mundo que há muito se vem tornando num mundo não de pessoas mas de consumidores).
Diz FC que "...estudos britânicos demonstram que os consumidores de tablóides têm um maior sentimento de insegurança" e que este tem mais a ver com a onda de notícias do que com a "onda" de crimes.

"O debate sobre a insegurança, e sobre o sentimento da insegurança, traz sempre à colação o papel dos media. Não há muito que saber: se durante uma semana todos os noticiários das TV abrirem com notícias de crime, cria-se na generalidade das pessoas a ideia de que se está a viver uma onda de criminalidade e/ou que a criminalidade está a aumentar. Isto, claro, independentemente de tal corresponder à verdade, o que mostra o quanto a percepção da criminalidade depende de factores que podem nada ter a ver com o nível de crimes nem com os crimes em si, e revela a existência de uma série de paradoxos.
O primeiro diz respeito ao facto de estudos internacionais demonstrarem que os países do mundo onde existe um mais elevado sentimento de insegurança são aqueles em que o risco de ser vítima de um crime é mais baixo."
"São contabilizados anualmente, em Portugal, mais de duas dezenas de milhar de crimes rotulados como "violentos" (de homicídios a agressões, passando por violações, violência doméstica e roubos, com ou sem ameaça de arma). São mais de 50 crimes violentos por dia. Por que motivo de repente há notícias diárias sobre alguns desses crimes? É porque estes se tornaram mais frequentes ou porque uma opção editorial entendeu relevá-los? Onde está a consubstanciação da existência de um aumento, e um aumento em relação a quê? Fazer estas perguntas não é negar a realidade; é, ao contrário, querer conhecê-la para melhor lidar com ela.

" E é esse o terceiro paradoxo: quem surja publicamente a dizer o que acabei de escrever, ou a apresentar dados que contextualizam a realidade criminal portuguesa actual não só na realidade criminal portuguesa dos últimos anos como na realidade criminal dos países que nos estão próximos é invariavelmente acusado de tentar "desvalorizar" ou mesmo "branquear" a tal onda de criminalidade.
"Sucede que, e esse é o quarto paradoxo, se a informação sobre criminalidade não estivesse fechada a sete chaves em Portugal (e é assim há muitos governos) e se qualquer cidadão pudesse ter facilmente acesso aos dados a ela referentes através dos sítios na Net dos ministérios e das polícias, como sucede em França, no Reino Unido e em Espanha (para citar apenas três países em que a procurei e encontrei), de preferência com a contextualização necessária (evolução temporal, números internacionais) a capacidade dos media de criar percepções distorcidas da realidade seria muito diminuída."
A polícia britânica - diz FC - chega a minúcias informativas "mostrando que numa zona metropolitana com o número de habitantes de Portugal a criminalidade reportada alcança níveis que por cá levariam decerto ao estado de sítio).

Bastava fazer o mínimo, ou seja, o que é suposto a administração pública de um Estado democrático e simplex fazer: simplificar o acesso à informação fidedigna e abortar, assim, as manipulações e distorções. Porque se informação é poder, quem a tem e não a liberta confere a outros o poder de deformar."

No tempo do "Estado Novo" a estatística dos crimes e mais ainda a dos suicídios era segredo de Estado (de "Estado Novo"!) porque o seu conhecimento tornava difícil compaginar tanto crima tanta vontade de desaparecer com a ideia de paraíso em que Salazar (um Santo) tinha transfornado Portugal. Agora o Estado que temos é um Estado Democrático e a falta de tal informação só pode ser justificada como a manutenção por inércia de uma prática sem sentido.


 

A intrigante evolução do preço dos combustíveis

Ontem vi nas televisões a BP a defender a subida de preços dos combustíveis.

No mínimo caricato e pouco credíveis os argumentos utilizados em defesa dessa subida: o preço à saída da refinaria e os assaltos aos postos de abastecimento.

Há cinco semanas que desce o preço do crude que ontem se situava à volta de 110 €/barril. Ontem registava-se uma ligeira subida, devido ao furacão em formação no Atlântico.

Estando atento não se pode dizer que o dia para o anúncio de subida tenha sido mal escolhido pelas empresas, dada essa eventual inversão de tendência do preço do crude. Mas, na realidade, as pessoas não são parvas e o governo e a concorrência têm de estar atentos a estes fenómenos, sob pena dos nossos bolsos de consumidores serem cada vez mais espoliados.


 

Más Notícias do turismo

Segundo a comunicação social de hoje, Agosto foi muito mau para o turismo algarvio, sobretudo por causa da fraca afluência de turistas ingleses. Ler DN O pior Agosto de sempre para o turismo

Havia informações indirectas de que este verão estava a registar sobretudo no Algarve uma quebra acentuada de turistas ingleses. Resta saber se o panorama da Madeira foi melhor.

Quando a situação está mal parece que tudo puxa para o mesmo lado.

 

Faltam só dois dias

O país está suspenso. O país está sem fôlego. Com o silêncio. Mas é já depois de amanhã e Manuela Ferreira Leite, lá na Universidade de verão do PSD, com os doutores, enfim falará!
Abri o Público, até apanhei um susto. Dizia lá: "Ferreira Leite vai ter participação política mais activa quando neto fizer 18 anos" - mas felizmente descobri logo que era brincadeira do Inimigo Público.

Portugal está tenso. É a vida cara, a falta de emprego, a bolsa que vai a baixo... a do contribuinte e a do PSI 20. Se a presidente do PSD não apresenta solução para a crise, se não anuncia jazida de petróleo, se não oferece remédio para a "onda" de crimes com que os jornais nos pôem de pantanas todos os dias, se Manuela abre o regaço e lhe caiem rosas em vez de mezinha que nos salve... o colapso da nação é tão certo como eu estar aqui. Aguardemos. Se esperámos tanto tempo por D. Sebastião porque não esperar umas semanas, uns meses ou uns anos pela nossa dama de ferro. Eu espero e espero com esperança. Ela lá saberá, julgo eu, porque está assim tão calada.

2008-09-04

 

Paulo Portas em maus lençóis?

Esconder a demissão de um vice-Presidente do partido, durante um ano, é obra. Será que as razões publicamente alegadas por Paulo Portas colam à realidade? É que também já li que o que houve entre os dois foram divergências de estratégia política. Não deve ser difícil a que tudo continua na mesma, pois o CDS já vai ficando tão pequeno, que não podem estar sempre à briga, porque então não há equipa.

 

Para quando em Portugal, uma lei para uma morte digna?

O governo regional da vizinha Andaluzia caminha nesse sentido.

Aliás, a vizinha Espanha não deixa de surpreender com os seus avanços em vários campos: divórcio, casamento entre homossexuais, governo de maioria feminino, etc. De facto, este governo de Zapatero está a lançar as bases uma outra Espanha em termos de paradigmas societários.


 

A nossa comunicação social...

Desde ontem à noite que não deixou de falar sobre a ASAE e o refeitório da Assembleia da República, a fechar para obras de remodelação da cozinha, durante algum tempo e segundo a Secretária da AR, Dra Adelina Carvalho, por sua própria iniciativa e não por imposição da ASAE, até porque a ASAE não poderia ali actuar, embora tenha visitado o referido refeitório.

Há temas bem mais interessantes e de fundo a que a comunicação social não dá tanto ou nenhum relevo. Não se percebem os objectivos de tanto alarido. Pretende-se empolar a acção da ASAE ou pretende-se pôr a nú que até no refeitório da AR as coisas não estão conformes à legislação? Ou então será que escasseiam as notícias e há que preencher os tempos vazios de qualquer forma? É pobre esta actuação ...


 

Ainda o Porto Santo-Madeira

O meu poste de ontem sobre este tema concretizava a distância percorrida (42,5 Km) mas não os pontos de partida e de chegada do nadador madeirense.

Aqui fica para ser preciso o que escreveu o DNMadeira e que pessoa amiga me enviou: "A prova começou no ilhéu Cal e terminou na parte Norte da Ponta de São Lourenço". Não corresponde exactamente ao trajecto do Lobo Marinho, o barco de ligação inter ilhas, mas, de modo algum, põe em causa a ideia de fundo que aí afirmo de que são necessários transportes mais rápidos.

Porque não liberaliza o Governo Regional este percurso marítimo?

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