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2011-10-31

 

Europa no centro da crise mundial

L'Europe, épicentre de la crise

Trois ans après la chute de la banque américaine Lehman Brothers, l'épicentre de la crise s'est déplacé vers l'Europe. Non que sa situation d'ensemble soit plus dégradée que celle des Etats-Unis, au contraire. La zone euro souffre d'un divorce croissant entre les pays de sa périphérie, dont le chômage et les dettes publiques explosent, et que la défiance des marchés accule à l'austérité, et une " mitteleuropa " qui s'en sort mieux. Amener les seconds à secourir les premiers, sans les exonérer pour autant de la responsabilité d'une bonne gestion, tel est le casse-tête que doivent résoudre les européens.

Croissance, dette publique et chômage dans l'Union européenne en 2008 et 2011

 

Estrutura e Detentores da dívida pública dos EUA

Data: fim do 1º Trimestre de 2011
couverture

 

Hoje, Dia mundial da Poupança

Gosto destas coisas. Divirto-me. Dia Mundial da Poupança, da abstinência, da cerveja, do rum, da carne, do marisco, dos fumadores, da lagosta, etc, etc..

Mas atenção, vamos lá gerir isto bem, melhor que a dívida soberana. Não se pode concentrar tudo num só dia. Há que estender, há dias para tudo.

Voltando ao dia de hoje - poupança - pressinto que o governo de Passos Coelho tem em mente uma ideia bem revolucionária para já apenas para 2012 e 2013. Segundo as más línguas é para prolongar. A ideia básica do governo é nestes dois anos todos os dias para os portugueses, bem, para 10 milhões apenas, todos os dias serão de poupança, poupança mesmo a sério, são imperativos os cortes no café, no tabaco, nas refeições, no cinema, nos cabeleireiros. Acho uma boa medida, os homens não fazerem a barba nem cortarem o cabelo (para mim não era muita novidade). Já pensaram na poupança de tempo pela manhã e uma economia mensal razoável.

Por acaso os portugueses começam a treinar já no Natal deste ano para que quando tocar a primeira badalada de 2012 já estarem bem acostumados.

Tenho sido uma pessoa bem poupada ao longo da vida.

Mas tive de adiar o meu projecto da cabanazinha/refúgio no Algarve, de que vos falei aqui, para a próxima re-incarnação.

Enfim €5,6 milhões não era assim muito. Não tive aquela sorte que muita gente bem conhecida da nossa praça teve. Não poupou, mas abriu conta no BPN a descoberto de muitos milhares de milhões para compra de arte, de terrenos, de acções etc.

Estou a mudar de plano. Já estou a preparar email para a re-incarnação e vou ser bem sucedido. É que hoje li que se encontra à venda uma cabanazinha na quinta do lago por 8 mil milhões e pensei candidatar-me. Talvez o dono me faça um desconto ainda, pois segundo ouvi (pode ser má língua destas televisões) está em apuros. Apenas não sei esta coisa da re-incarnação quanto demora e sobretudo se para breve virá um BPN2.

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2011-10-30

 

Uma leitura dos resultados da última cimeira europeia

Los entresijos de la cumbre - Las implicaciones geopolíticas

Alemania gana (pero en realidad pierde)

Europa se repliega en torno a Berlín, mientras crece su dependencia de Estados Unidos, China y el FMI

A. M. - Bruselas - 30/10/2011

Alemania ha ganado claramente. Ha conseguido todo lo que quería en las reuniones mantenidas por los líderes europeos durante la última semana. Ha logrado una mayor participación de la banca en el reparto de las pérdidas de Grecia, aunque falten flecos por concretar; ha impuesto su criterio sobre la recapitalización de los bancos de manera que el recurso al fondo de rescate sea solo en última instancia, y sobre todo ha evitado que el BCE respalde el fondo de rescate (FEEF). Además, ahora Europa descubre, atónita, que las necesidades de recapitalización de sus bancos son menores que las de España, Italia, Francia, Portugal y por supuesto Grecia.

El resultado del encuentro sería Alemania 4, Francia, 0. Goleada. Todo ello a pesar de los patéticos aspavientos del presidente francés, Nicolas Sarkozy, presumiendo de que los resultados de la cumbre coincidían completamente con sus ambiciones. En el pasado ya se han visto cosas parecidas: siguiendo las recomendaciones de Berlín, a Francia no le quedó más remedio que rebajar sus expectativas de crecimiento y aplicar un plan de ajuste adicional de hasta 8.000 millones.

Pero en realidad, la de Alemania es una victoria pírrica: Berlín acabará pagando -junto al resto de Europa- la devaluación del proyecto europeo, cada vez más difuminado por su dependencia creciente de Estados Unidos, China y el FMI. El secretario del Tesoro estadounidense, Tim Geithner, y la directora del Fondo, Christine Lagarde, cada vez están más presentes en las reuniones y tomas de decisiones europeas.

Siempre hay alguna voz clarividente: el expresidente de la Comisión, el veterano político francés Jacques Delors, está últimamente tan diáfano como siempre. Para Delors, los acuerdos alcanzados en las cumbres de esta semana son "el triunfo total de la señora Merkel". "No hay nada que permita decir que la situación se ha resuelto y que hemos encontrado una solución", apunta. En declaraciones al Stuttgarter Nachritchten, Delors ha señalado que Merkel "tiene buena parte de la responsabilidad de que la capacidad de acción de la UE y el manejo de la situación de la eurozona sean tan insatisfactorios".

La cadena de errores empezó en la primavera de 2010, cuando Berlín exigió la participación del FMI en el rescate de Grecia contra la opinión de dos pesos pesados de la Comisión Europea, Joaquín Almunia y Olli Rehn, y del presidente del BCE, Jean-Claude Trichet. La obstinación por impedir que el BCE pueda actuar como auténtico garante de la deuda europea ha conducido al penúltimo espectáculo, que consiste en ir a mendigar fondos a China para que invierta en las nuevas sociedades creadas en el plan de rescate, todavía por constituir y de menor solvencia que el FEEF. China impondrá sus condiciones, básicamente políticas, en áreas que afectarán a derechos humanos, cambio climático y relaciones comerciales.

Pero tal vez lo más paradójico es que la UE busca una salida de la crisis que se parece peligrosamente a la vía de entrada en la crisis. La secretaria general de la Confederación Europea de Sindicatos, Bernadette Ségol, asegura que la UE ha puesto en marcha "instrumentos tóxicos", en relación a los vehículos para potenciar el fondo de rescate europeo. Paradojas de la crisis.

Publicado em EL Pais 30/10 2011

A propósito, sabem que o par de dirigentes europeus Merkel e Sarkozy é conhecido em Bruxelas apenas por Merkosy?


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A minha cabaninha/refúgio no Algarve ...

Estou a arquitectar fazer um refúgio lá para os lados do Algarve.

Sabem onde? Já aprendi tudo. O que vinga mesmo é tudo ser feito às escondidas. Um retiro/cabana para quando me chatear de Lisboa.

Uma cabanazinha na quinta do lago, estão a ver, que envolva aí €5,8 milhões de euros. Pouco não é! Serviria, no entanto, para me refugiar quando entendesse. Até poderia comprar um piano de marca, convidar uns amigos que não chateassem muito.Dar umas festas.

Apenas, um probleminha. Passei a vida pelos Ministérios deste país a fazer GOP's que, pela crise que temos, não serviram literalmente para nada, a fazer uns enquadramentos de OE's, a produzir cenários de longo prazo (cenas tristes), estudos sectoriais prospectivos, a editar uma revista de economia, a participar nos CES, aquela estrtura que até agora teve a ousadia de não acatar as ordens do Ministro das Finanças, a produzir uma série de coisas que se chamavam de relatórios para Bruxelas etc, que de menos serviram, pois agora anda o país a pedinchar-lhes uns eurozitos para sobreviver à rasca e sem garantia que se safe.

Todos estes trabalhos só me dificultaram a vida. Renderam-me pouco pecúlio.

Se tivesse antes optado por gestor de fortunas, a tal cabaninha a que aspiro nada menos de 5,8 milhões de euros estava garantida. Eu e mais 10 milhões e meio de portugueses temos direito a ter um refúgio. Porque é que são só uns quantos? Ah, tiraram o curso. São muito competitivos, pois...

Não sei é se no meu tempo havia cursos apropriados, por exemplo de gestor de fortunas. Económicas não tinha nada disso. Nesse tempo, eram lutas estudantis para aqui e para ali, a polícia de Salazar e Caetano gostava de vez em quando de nos visitar. E isso aprendi um pouco. Não saí mal preparado.

Modernamente é que apareceram esses cursos. Cursos de contactos, quando se anda na escola de certa política, quando se conhece e se convive com uns gajos de massa e que deixam a mulher ou companheira em disputa pela fortuna acumulada. Sim é esse o curso.

Não tirei de facto esse curso, não conheci nenhuma viúva promissora a quem valesse a pena gerir o património.

Assim, a minha cabana de €5,8 milhões tem de esperar pela próxima re-incarnação.

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2011-10-29

 

Crise europeia em marcha

Les deux erreurs.

Aconselho a leitura deste artigo em Alternatives Économiques.

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2011-10-28

 

Houve perdão da dívida grega?

Falou-se e escreveu-se muito (eu escrevi...) que o perdão da dívida grega seria de 50%.

À medida que vamos dominando melhor a informação que nos chega, a realidade parece bem outra. E naquilo que resta será mesmo um perdão a sério?

Alguns dados para raciocínio.

Os empréstimos públicos recebidos pela Grécia do FMI e UE somados aos títulos do tesouro comprados pelo BCE correspondem a 30% da dívida grega. Ora, o "perdão", assim, só incide sobre os restantes 70%, ou seja, 35%, uma vez que os montantes (FMI+BCE+UE) não entram.

Segundo aspecto, estamos de facto perante um "perdão"?

O mecanismo do perdão consiste no seguinte, segundo entendi. Os bancos credores vão trocar os títulos da dívida grega que valem zero por títulos a 30 anos, cujo reembolso é garantido nessa data pelo FEEF e, durante estes 30 anos, esses bancos recebem um juro anual pelos respectivos montantes "perdoados".

Ao fim e ao cabo o perdão é pago pelo povo grego transformando-se num bom negócio.

Tanto alarido para uma solução destas da Cimeira!!.

Esta matéria merece análise aprofundada. Quem saiu beneficiado: a Grécia ou os bancos?!

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2011-10-27

 

Quem vai pagar os custos?

Os 17 países do euro acordaram cerca das 4 da manhã de 27 de Outubro por "tentar resgatar" o projecto europeu na base de quatro decisões:

Vejamos quem vai pagar, por exemplo, no caso do reforço do FEEF e as contrapartidas.

Soube-se pela comunicação social, ainda este reforço não estava assegurado, que Sarkozy já estaria a tentar convencer o Primeiro ministro chinês a contribuir para este reforço.

Neste já longo processo de crise da dívida soberana europeia, o que tem "safo" esta história, tem sido o BCE com a compra de títulos no mercado secundário (está impedido de intervir no mercado primário). O FEEF pode ir às emissões de dívida. Daí este interesse.

Será que os asiáticos e outros países emergentes entrarão neste reforço?

Há razões para pensar nisso. A Europa já os ajudou nos finais dos anos 90 a superar uma crise financeira. Mas sobretudo vêem neste apoio uma forma de criar condições para adquirir as empresas europeias em que estão interessados.

Esta será a grande razão. Sem garantias neste domínio dificilmente entrarão com montantes significativos.

Mas pergunta-se: estas medidas salvaram o projecto?

Em meu entender não, anestesiaram a situação e não por muito tempo. O comportamento das bolsas hoje foi esse sinal.

A crise europeia não é económica, é de modelo político que condiciona tudo, tendo influência na própria concepção do BCE. Pode alguma vez entender-se que um banco central não possa ter acesso à emissão da dívida dos países membros? Pode alguma vez entender-se que a UE tenha um orçamento tão reduzido? Pode alguma vez entender-se que agora a Comissão e os outros países membros possam intervir nos orçamentos nacionais, antes das respectivas Assembleias, sem todo o aparelho europeu estar formatado para de forma atempada apoiar o país em dificuldades? Onde está a solidariedade que tanto se apregoou como uma trave mestra da UE?

Tudo isto é um contra senso.



 

Passos Coelho antes. E Passos Coelho... depois



- Viu? Ouviu o que ele dizia? O que prometeu? Uma, duas, mil vezes, ao longo de um ano?
- Então e que lhe ocorre dizer deste Governo?
- Uma fraude. É o mínimo. E para não ofender ninguém.

2011-10-26

 

Este governo descobriu as "minas da riqueza"

É ferro em Moncorvo, é ouro no Alentejo, é gás no Algarve e em Peniche. ...Petróleo deve também estar aí a chegar.

Continuando ... com as invenções agora. É "o gestor" para os desempregados; os cortes na função pública e reformados; os aumentos de impostos em produtos básicos e dos preços dos transportes, os cortes na saúde e na educação, nas bolsas, nos subsídios. Que mais quer o povo?!

Temos o melhor governo do mundo que podia taxar as medidas disparatadas que nos vai fazer cair em cima e com esse imposto extraordinário obteria as receitas para o equilíbrio financeiro do país.

 

As incertezas da Zona Euro

Para o Conselho Europeu de hoje estão em cima da mesa vários assuntos. De entre eles:
Ontem, foi cancelada a reunião de ministros das finanças da UE, o que não é bom indício de afinação para o Conselho de hoje.

A clivagem parece ser grande, pelo que as expectativas de resultados da Cimeira apresentam-se pouco brilhantes ou fracas.

Quem se encontra no "radar" dos mercados é a Itália que pode ser arrastada neste turbilhão de indecisões para taxas de juros muito elevadas.

Se mais uma vez não houver fumo branco para um plano global de combate à crise da dívida soberana, a instabilidade continuará com os mercados financeiros a não perdoar, nem a perder tempo de especulação.

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2011-10-25

 

Para quando os Estados Unidos da Europa?

Não é possível sustentar uma moeda sem uma base política, sem uma gestão política global tanto mais neste processo de globalização cada vez mais intenso.

Não deixa de ser curioso e irónico estarem a ser "os ditos" mercados financeiros a empurrar a Europa cada vez mais para o federalismo.

Se a Europa conseguir sustentar a sua moeda o euro, assinale-se que a aflição já está em Itália, a Europa que daqui sair será necessariamente outra.

A Cimeira Europeia de amanhã ou traça directrizes convincentes ou os mercados desencadearão um ataque contra a economia italiana e preparar-se-á para de seguida fazer o mesmo com outros países como Espanha.

A Europa tem estado a patinar nas respostas à crise. Atrasou demasiado o combóio e agora está mesmo sob pressão.

Enquanto foram países periféricos e de pequena dimensão, a situação ia sendo olhada com alguma benevolência.

A questão agora chegou ao centro, às grandes economias.

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2011-10-24

 

O PS vai caucionar passagens do OE como esta?

No OE 2012 escreve-se (pags 9 e 10):

"Para o ano de 2011 o desvio previsto é da ordem de 2 pontos percentuais do PIB (cerca de 3.400 milhões de euros). Como explicar este desvio? Uma parte significativa do desvio, estimado para o conjunto do ano, deve-se a uma redução menor do que a esperada nas remunerações certas e permanentes (em cerca de 300 milhões de euros). Esta evolução resulta do não cumprimento dos objetivos de redução dos efetivos e a desvios específicos na Educação, Administração Interna e Defesa.

Do lado da despesa acrescem 560 milhões em consumos intermédios (dos quais 335 milhões em comissões pagas pelos empréstimos associados à ajuda internacional). Do lado da receita estima-se um desvio de quase 800 milhões de euros em outras receitas correntes. Este valor decorre de menores contribuições para a Segurança Social, receitas próprias no Ministério da Justiça e dividendos de participações do Estado. Acresce ainda o impacto dos custos da recapitalização do BPN, uma deterioração superior ao esperado da situação financeira do Sector Empresarial do Estado e a não realização de vendas de concessões e património como previsto. Estes desvios somam cerca de 2800 milhões de euros, isto é, aproximadamente 5/6 do total. O restante é explicado por operações ligadas a responsabilidades do sector empresarial da Região Autónoma da Madeira.

O desvio apurado será colmatado em 2011 com uma série de medidas de natureza transitória...".

Não é preciso acrescentar mais. O ministro das finanças imputa ao PS um desvio não previsto de 3400 milhões de euros.

O PS se se abstiver cauciona exactamente esta e muitas outras passagens do relatório OE 2012.

E nesta situação cabe-nos perguntar: o PS sente-se responsabilizado por um desvio desta dimensão?

Se assim fôr todos temos o direito de lhe imputar uma série de más medidas que o governo está a tomar, para além da tróika, pois a ser assim, a situação é bem pior do que aquela de que havia conhecimento aquando da assinatura do memorando.

Se não é defina-se.

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Pensamento excelente de um dirigente político europeu

"Todos sabemos o que temos de fazer, mas não sabemos como podemos ser reeleitos se o fizermos".

Esta frase
, segundo alguns órgãos da comunicação, atribuída a Jean-Claude Juncker, primeiro-ministro do Luxemburgo e presidente do Eurogrupo merece ser recordada, porque traduz efectivamente os princípios e normas que em primeiro lugar orientam os dirigentes políticos do espaço europeu.

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2011-10-23

 

A Europa de Seguro

Que a Europa anda devagarinho, Seguro tem toda a razão. Mas, ... ao dizer isto, acrescenta muito pouco, toda a gente o sabe.

Que diga da Sra Merkel que, aquando do início da crise grega, terá dito que o problema era dos gregos e por isso competia à Grécia resolver a situação, a Srª Merkel não disse nada de novo limitou-se a seguir o tratado de funcionamento da UE (relembro art.125.1, o que equivale a dizer que a solidariedade entre os países membros é uma treta).

Agora o que Seguro não diz é que, como tudo indicia, vai caucionar o governo de Passos Coelho, certamente alegando o superior interesse do País face aos mercados, que vão ficar muito comovidos com a abstenção do PS.

No dia seguinte, os cordões da banca mundial abrir-se-ão de par em par. Estão apenas à espera do voto de Seguro!!.

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2011-10-22

 

Uma delícia de texto sobre o Presidente


Uma boa inveja.

Tenho "inveja" de não ter sido eu a produzir este texto, inserto no DN de Hoje.

Felicito o autor/jornalista, pois acho que o Presidente Cavaco está bem reflectido, quase diria por dentro e por fora.

O País interessa pouco. O Estar no palco fingindo que não quer é a sua imagem de marca.

Conheci-o há muitos anos como assistente em Económicas. Foi meu assistente. Já era assim. Apresentava-se muito certinho, muito direitinho, muito compenetrado de que pretendia fazer tudo pelo melhor.

O problema era quando era contrariado. Até desmaiava.

Uma vez entramos num exame oral que a equipa então da cadeira de finanças fazia sempre à porta fechada. Contestamos o tipo de exame que estava a ser feito. A colega examinada safou-se quando ia chumbar e o assistente Cavaco desmaiou ou ia desmaiando. Demos-lhe um copito de água para e o homem recuperou.

(clicar sobre o texto para ampliar)

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Notícias sobre a crise soberana grega

A Europa está cada vez mais grega com a situação económica.

Alguém imaginou, alguma vez os ministros das Finanças da zona euro a aconselharem os bancos privados perdoar parte da dívida de um país, neste caso, a Grécia?.

Aconteceu.

Segundo fonte diplomática, diz hoje alguma comunicação social, "os ministros das Finanças da zona euro puseram-se de acordo, ontem à noite, para pedir aos bancos privados credores da Grécia que aceitem uma perda de “pelo menos 50%” do valor da dívida do país, que em caso contrário fica ameaçado de bancarrota.

Será que o ministro português, Vítor Gaspar já não anda a congeminar alguma?

Bem sei que Portugal não é a Grécia. Tornar-se-a com este OE 2012 de sua autoria mais um Chile de há 30 anos atrás, como diz o investigador e economista Pedro Lains, em que o empobrecimento do país tornar-se-á uma realidade, em que a democracia entrará em perda de qualidade, em que se pretende reduzir o Estado àquele mínimo preconizado pela escola de Chicago.

Subordinar o poder político aos grandes grupos financeiros exigirá que estes paguem algum.

Assim, certamente Vítor Gaspar precisará não da receita que aprovou para a Grécia mas de uma bem mais ousada, o perdão da dívida em absoluto.
Actuando por várias fases primeiro baixam-se os salários, depois chega-se ao perdão da dívida e assim se criam as condições para o investimento estrangeiro e em força!!!

Resolvem-se os problemas do país vendendo-o a custos baixos para ser atractivo.

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2011-10-21

 

As causas da crise soberana da zona europeia(2)

Acerca dos erros/falhas de concepção da união europeia, Agnés Bénassy-Quéré afirma que a primeira causa da crise está no próprio tratado fundador da política monetária, o tratado sobre o funcionamento da união europeia, que é muito incompleto:

A crise da dívida soberana na zona euro é a prova mais evidente da grande ineficácia deste artigo do tratado que estabelece o princípio da disciplina orçamental que não é cumprido.

Depois o conceito de disciplina estabelecido é demasiado restritivo, porque negligencia os compromissos extra orçamento dos estados membros. Foi o que sucedeu na Irlanda que sempre cumpriu o pacto de convergência, só que o sector financeiro tinha acumulado uma dívida 4 vezes superior ao PIB. E este é o segundo erro de concepção no entender da autora do texto.

Um outro aspecto negligente do tratado são as consequências da integração financeira sobre a credibilidade. A partir do momento em que grande parte da dívida pública seja detida além fronteiras, o défaut de um Estado faz correr o risco duma crise bancária geral.

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Pedro Lains: "sempre concordamos em discordar"


Pedro Lains
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Afinal, Portugal não é a Grécia. É o Chile. De há 30 anos. Não vamos apenas recuar no rendimento per capita, mas também na História, na integração europeia e, seguramente, na qualidade da democracia. Em prol de quê? - Em prol de uma fé. E a troco de quê? - A troco de uma mão cheia de nada.

Deixem-me personalizar porque é caso para isso. Conheço o pensamento de Vítor Gaspar, porque várias vezes me cruzei com ele, em seminários, e porque ele se interessa por história económica e várias vezes entrámos em diálogo. Sempre concordámos em discordar. Também conheço o seu pensamento porque por onde ando há outros economistas assim, também dos bons. Posso talvez dizer que em cada 100 economistas ou historiadores económicos que conheço, cinco pensam como o ministro das Finanças e um é fora de série. A presença de um deles num debate é sempre fonte de animação.

Mas há dois grandes problemas. O primeiro é que estes economistas, no fundo, não estão muito interessados em causalidades. Estão mais preocupados com equilíbrios. Não acham importante determinar se vem primeiro o ovo ou a galinha. Há um défice, um desequilíbrio? Corrija-se. Mas as causas são… Não interessa, corrija-se para recuperar a confiança, criar um círculo virtuoso e restabelecer o crescimento. Onde foi isso visto? Aqui e ali. Mas como prova que a recuperação foi o resultado da contracção, se o mundo entretanto mudou? Porque a teoria assim o diz.

O segundo problema, porventura maior, muito maior, é que esses economistas não chegam, nem perto nem longe, aos governos dos países avançados e europeus como Portugal. Os ministros das Finanças europeus são políticos, não teóricos e sobretudo não teóricos da fasquia dos 5%, brilhantes, é certo, de Vítor Gaspar. Quanto muito chegam a governadores de bancos centrais. Tivemos azar.

E tivemos azar por culpa de muita gente e, em última análise, do actual primeiro-ministro. Ele ouviu à saciedade que era preciso "mudar o rumo", que vivíamos "acima das possibilidades", que era preciso um "corte radical com o passado". E acreditou nisso tudo. Primeiro, acreditou nas "gorduras do Estado" - até ver que as havia, mas que eram macroeconomicamente marginais. Ficou sem eira nem beira. Até que Vítor Gaspar lhe apresentou um plano, o único plano que havia para pôr tudo em linha como recorrentemente lhe pediam.

O plano de Vítor Gaspar já chocou muita gente, porque é chocante. E não o fez só à esquerda, pois o PSD também ficou chocado e muito. Mas não se consegue mexer. Nem o PS. A principal razão porque o plano é chocante é que ele assenta numa carta que não estava no baralho: a contracção sem limites de salários - e mais aumento de impostos. Assim qualquer um sabe governar.

Passos Coelho não parece ter percebido o que se estava a passar, como revelam duas das suas declarações. A primeira foi quando disse que os funcionários públicos "ganham mais 10 a 15% que trabalhadores privados". Sim, ganham, mas não todos e porque os de rendimentos mais baixos ganham mais e as mulheres ganham o mesmo que os homens.

Se queria corrigir essa "injustiça" teria de ter feito de outro modo. E não podia, pois tinha de ir aos salários mais baixos. A segunda foi quando disse que a medida era para dois anos, o que o ministro das Finanças prontamente desmentiu. Obviamente. Um choque destes para durar tem de durar. Não há milagres.

Ou seja, este Orçamento equilibra as contas, segundo o memorando da troika, à custa de uma contracção permanente, feita num acto, brutal, do rendimento disponível. E a troco de quê? Já lá vamos.

Passos Coelho ainda será dos poucos que acredita que a culpa disto tudo não é dele, que "não tem de pedir desculpa aos portugueses". Vítor Gaspar já sabe que não, claro. A dimensão do "ajustamento", como lhe querem chamar é de tal forma grande, é de tal forma brutal que, como é evidente, ultrapassa qualquer estrago que tenha sido feito pelo Governo anterior. Percebe-se esta lógica simples, não se percebe? Julgo que não é preciso ir mais longe.

O actual Governo, uma vez por todas, tem de assumir as suas opções. As suas opções radicais. E profundamente anti-europeias.

O mantra por trás destas opções é também, por seu lado, incompreensível. Trata-se de "recuperar a confiança dos mercados". Este mantra, dito em 2011, não revela uma completa falta de percepção do que se está a passar na economia internacional? Revela.

E, claro, ninguém com tanta fé notou que os mercados nada notaram sobre o que por cá se está a fazer. Inclusivamente, até podem responder negativamente, esses mercados, por causa da enorme contracção que aí vem, desta desgraçada economia.

Mas insistamos nos mercados e voltemos ao Chile. Nos anos 1980, um grupo de rapazes de Chicago entrou pela ditadura chilena adentro e "cortou com o passado", fazendo um "ajustamento profundo". Os pormenores não cabem aqui, mas quatro questões importantes cabem: o país era então uma ditadura; não estava integrado num espaço económico e monetário alargado; havia uma enorme taxa de inflação; e os mercados internacionais não estavam de rastos. E o desemprego subiu a perto de 25%, sem subsídios, claro, que isso é para os preguiçosos.

A estratégia de Vítor Gaspar, sufragada por Passos Coelho, é profundamente desactualizada e mesmo errada. Ela insere-se num quadro mental em que os gastos do Estado provocam inflação, quando estamos numa fase de baixíssima inflação; pressupõe o financiamento nos mercados internacionais de capitais, quando estes estão retraídos em todo o Mundo.

Há alternativa? Claro que há. A Europa não se gere pelos 5% de ideias económicas que infelizmente foram parar ao Ministério das Finanças. Nem de perto, nem de longe. Passos Coelho tem muito que aprender. Já está é a ficar sem tempo para o fazer. Vítor Gaspar tem um bocado de razão em pensar como pensa. É isso que acontece sempre, entre economistas. Mas deitou essa razão por borda fora, ao ir tão longe, tão fora da realidade do país, do euro e da Europa. Precisamos de recentrar o País, para o que convém começar por reconhecer as causas das coisas.

Economista, Instituto de Ciências Sociais
da Universidade de Lisboa
Assina esta coluna mensalmente à quarta-feira (jornal de negócios)

2011-10-20

 

Os autores da dívida


 

As causas da crise soberana da Zona Euro (1)

É interessante saber o que pensam algumas instituições até próximas da UE sobre as causas da crise soberana, como é o caso do CEPII, uma instituição prestigiada francesa muito ligada a trabalhos e estudos de economia internacional.

Num livrinho publicado todos os anos pelo CEPII, intitulado "L'économie mondiale" - L'économie mondiale 2012 - inclui um capítulo "Zone euro: la crise aprés la crise" muito interessante.

Registo algumas notas decorrentes desse capítulo de Agnés Bénassy-Queré.

Começa a autora por dizer que se a crise da zona euro, desde 2010, foi desencadeada pela crise económica mundial de 2007/8, as suas raízes são internas, porque se prendem com a arquitectura desadequada da política económica da Europa e conclui dizendo que esta crise é profunda e susceptível de vir a modificar os parâmetros da união monetária.

Sobre as causas da crise soberana, diz a autora do texto que se explicam na conjugação de três factores:

  • Falhas/erros de concepção da união monetária.
  • Má pilotagem da crise por parte dos Estados membros.
  • As circunstâncias particulares da crise mundial.
(voltarei ao tema em postes posteriores)

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Perspectivas do Turismo em 2030

Para a Organização Mundial do Turismo, uma agência das Nações Unidas, com sede em Madrid, as chegadas de turistas internacionais serão em 2030 de 1,8 mil milhões. Um valor impressionante e que corresponde a duplicar o número de turistas, desde hoje até 2030.

Este valor consta de um estudo prospectivo muito recente, apresentado na reunião da Assembleia Geral da OMT que decorreu em Gyeongiu, República da Coreia de 8-14 de Outubro de 2011.

O estudo constata que, no próximo ano, as chegadas de turistas internacionais ultrapassarão os mil milhões contra 940 milhões em 2011.

Para se chegar aos 1,8 mil milhões de turistas internacionais em 2030 terá de acontecer que, em média, nos próximos 20 anos, em cada dia 5 milhões de turistas atravessam as fronteiras internacionais dos países, pelas razões mais diversas: lazer, negócios ou ainda visitas a amigos e familiares.

A dinâmica de turistas no mundo dar-se-á de forma muito desigual, sendo os destinos das economias emergentes as de maior crescimento (4,4%/ano) contra 2,2% nas economias avançadas.

Nos próximos 20 anos, uma parte importante das chegadas serão provenientes dos países da Ásia e do Pacífico com um crescimento anual de 5% equivalendo a 17 milhões de chegadas internacionais suplementares por ano.

O esforço de captação do turismo português tem de ter em conta estes sinais de evolução.

Haverá toda a conveniência em começar a prospectar estas zonas emissoras de turismo, designadamente tendo em conta os resorts e o turismo residencial em lançamento no País.

Para isso, há que ganhar prestígio na excelência de qualidade.

O turismo de qualidade e de excelência constitui uma boa aposta na superação da crise, pois é um sector exportador por excelência e grande empregador cada vez mais exigente em termos de qualificação.


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Com Chefes destes como podemos ter uma PSP a actuar bem no terreno

Segundo os Jornais de hoje, os directores de topo da PSP aumentaram-se a si próprios contra todas as regras e em segredo e negaram-se a aplicar a tabela aos agentes da polícia.

Descoberta esta marosca, devemos perguntar a quem manda nestes ditos senhores, ou seja ao MAI. Senhor Ministro vai manter esta santa gente, não vai pôr-lhes processo por gestão danosa até porque as ilegalidades não se limitaram aos seus vencimentos?

Como pode uma corporação tão importante para a segurança agir sob orientações de gente de tão baixa ética?

Ficamos à espreita.

As associações profissionais da Polícia enviaram o relatório da Inspecção de Finanças onde esta actuação dos chefes de topo está identificada para a PGR e fizeram muito bem

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Cavaco Silva, o PR cheio de hipocrisia (2)

Volto ao tema, porque recebi algumas manifestações discordantes da abordagem feita sobre as palavras de Cavaco Silva/PR, designadamente por ter afirmado que o Presidente "andou com este governo ao colo", para dizer o seguinte.

Cavaco Silva não é um mero comentador de política. É PR e neste contexto tem de ter atenção no que diz.

Cavaco Silva sabe que os seus governos tiveram um grande papel na formação da dívida que hoje nos afecta. Será que há dívida boa e dívida má?

Já a Europa estava a funcionar mal antes deste governo, ou seja com José Sócrates havia Europa e então a parte da crise decorrente da crise Europa só apareceu quando Passos Coelho toma posse?

Cavaco Silva fez tudo para pôr a mandar no País um governo da sua cor ou aparentado e, depois, para mandar ele começa a lançar umas farpas?

Assim não. Assim o País não vai longe.

Antes fizesse um mandado de influência, recomendando, por exemplo, a negociação com a tróika do alargamento do cumprimento do memorando para 5 ou 6 anos, de medidas menos asfixiantes do povo português, da equidade, mas de forma série e cuidada.

Caso contrário, cai em contradições por não ser consequente. Palavras levam-nas o vento.

Accão é que é preciso. Mas com diz a imprensa escrita, Cavaco Silva disse umas palavras que, segundo António José Seguro serão as dele, mas depois abstém-se de agir.

Tal e qual como Seguro que vai impor ao seu grupo parlamentar a abstenção e deste modo cauciona o PS como o culpado dos grandes buracos das contas nacionais, como diz o governo actual. Não disse Passos Coelho que as medidas eram dele mas os buracos não?!

Estas posições de meias tintas não levam a lado nenhum. Mas são um bom trajecto para Atenas.

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2011-10-19

 

Cavaco Silva, o PR cheio de hipocrisia

O Sr. PR, economista, foi ao congresso da minha ordem, a dos economistas.

Eu não estive lá. Mas ouvi na rádio algumas lágrimas de crocodilo de S.Excia.

Coitadinhos dos funcionários públicos e dos reformados!!

Estaria aqui a elogiar S. Excia, o Presidente se sentisse que as suas palavras eram algo sentidas.

Por muito esforço que faça não consigo ver isso. São antes um fruto de circunstância.

Um PR que se preze tem poder de influência. Cavaco Silva soube do orçamento antes e só agora vem dizer estas tretas. Digo tretas porque não têm o mínimo de efeito.

o Presidente Cavaco Silva tem sido, como é comum dizer-se, o PR mais partidarizado até à data. Tem apoiado em tudo o governo de Passos Coelho.

Não venha agora, pois vai haver reacção a este orçamento que excede tudo quanto é previsível, fazer de choramingas e anjinho..

Desta gente sem músculo está o povo cansado. Precisávamos de um Presidente diferente para contrabalançar o prejuízo social deste governo.

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hoje no talho

Cheguei ao talho logo pela manhã e na Televisão estava o Ministro da Economia a falar da energia e das taxas.

Os talhantes comentavam entre si, com um certo gozo, o que dizia o Álvaro, dizendo: este é que a sabe toda, deixou a ciência lá pelo Canadá, nunca geriu nem uma cantina, anda o prometer tudo e o seu contrário, (ouviram o que ele disse em Viseu, a minha terra) mas não faz nada como governante. Assim é porreiro. Pelo menos, dizia um, aqui tenho de saber cortar a carne senão os clientes vão-se para outro talho

A conversa foi animando, entrei nela, pois não estava mais ninguém era cedo e falou-se da Grécia e a conclusão dos talhantes foi esta: os gregos é que a sabem toda. O povo até está a dar uma grande ajuda ao Governo indo para a rua. Assustaram tanto a Europa que lhes vai perdoar 50% da dívida.

Se o povo português agir como os gregos, também ainda nos pagam e isto depois volta tudo ao mesmo.

Enfim, se esta ideia pega, a rua vai ser um sucesso!!

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Seguro num difícil recuo

Seguro segurou-se mal, melhor precipitou-se e muito. Afinal o seu amigo de juventudes Passos Coelho não é de confiança.

António José Seguro, se pensa, deve estar arrependidíssimo dos 0,0001% - a probabilidade de não viabilizar o OE2012 de Passos Coelho.

É que se o viabilizar está a caucionar que a culpa destas medidas dramáticas para o povo português se devem a desvios cometidos pelo governo anterior do PS. Esta mensagem começa a passar e a imagem PS sairá muito mal desta triste história toda.

Se considera que Passos Coelho e o seu governo está de facto a lançar o ónus destas medidas sobre o PS, só lhe resta uma saída: denunciar e votar contra o orçamento.

Nada de antipatriótico nesta decisão. Pelo contrário caucionar este orçamento é que é um atentado ao povo português.

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2011-10-18

 

Governo está a "desconstruir a sociedade e a economia"

Económico com Lusa
18/10/11 07:22


Os economistas têm uma visão pessimista do Orçamento do Estado para o próximo ano que foi ontem apresentado pelo Governo.

José Reis: "Estamos a desconstruir a sociedade e a economia"

O economista José Reis considera que o Governo, em vez de gerir a crise, está "a desconstruir a sociedade e a economia", realçando "uma fortíssima desvalorização do trabalho" na proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2012 (OE2012).

"Creio que no caso do Orçamento do Estado é adequado falar de violência desmedida do ponto de vista das principais medidas, porque há uma nota que é por demais evidente que é uma fortíssima opção, quase única, pela contracção salarial, pela desvalorização do trabalho", afirmou hoje à Lusa o director da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Em declarações à Lusa, José Reis disse que o Governo "não está a gerir uma crise, mas a desconstruir a sociedade e a economia", considerando que as medidas propostas, "além de violentas e injustas, têm um efeito recessivo que está expresso no cenário
macroeconómico divulgado", que prevê uma recessão de 2,8% em 2012 e uma taxa de desemprego de 13,4%, um recorde.

Um dia depois do Governo ter entregue no Parlamento a proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2012, o economista afirmou que "a questão começa a estar muito para além do ponto de vista económico passando para o foro jurídico e constitucional", considerando que "há uma regressão social".

"A constituição portuguesa há muito que estabeleceu a ideia de que as instituições proíbem a evolução reaccionária no sentido da regressão social, da regressão de direitos, que é o que se está a passar aqui", declarou.

Para o investigador do Centro de Estudos Sociais, deveria haver "outra noção de prazo para resolver as coisas", considerando que "a sapiência está em articular medidas de curto com medidas de longo prazo".

Além de uma "total perda de confiança nas normas sobre mecanismos fundamentais como é o do salário", José Reis alerta para "um problema de proporcionalidade" e de "violência desproporcionada", criticando o facto de não ter havido coragem para incidir sobre "outros rendimentos, designadamente os da propriedade".

Em declarações à Lusa, o economista rejeitou ainda a noção de que a competitividade da economia depende da redução dos custos salariais, com a agravante de "ao agir sobre a despesa, vai haver menos receita".


Sandro Mendonça: "É um suicídio assistido à classe média"

O economista Sandro Mendonça considera que a proposta de Lei do OE2012 é "um suicídio assistido à classe média", que contribui para "um ambiente de amargura e de falta de ânimo" na população.

"A questão que me parece contundente tem a ver com o facto de o Executivo estar a ser criativo de forma enviesada para as classes médias e classes baixas de um país que é o mais desigual da Europa Ocidental", afirmou o economista Sandro Mendonça, um dia depois do Governo ter entregue a proposta do OE 2012 no Parlamento.

Em declarações à Lusa, o docente da ISCTE - Business School defendeu que o documento é "como uma recessão induzida, um suicídio assistido à classe média, que tem ramificações capilares no resto da economia, sobretudo em relação ao crédito mal parado", considerando que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, "está a induzir um ciclo vicioso".

"Tem sido hábil em termos de gestão dos média, mas sem sentido de Estado", acusou.

Para o economista, "o Governo perdeu uma oportunidade de ser criativo por exemplo em relação ao IVA, porque aumenta a taxa para um conjunto de bens, mas perde uma oportunidade de ser criativo na taxação temporária de bens de luxo, como imóveis e de carros de alta cilindrada".

"Não há sequer uma orientação de trazer classes com consumos sumptuosos à arena", acrescentou, considerando que "a criatividade está mal distribuída e cai no conjunto de classes que são fáceis de atingir".

O economista Sandro Mendonça questiona "o paradoxo de o Governo dizer que este tipo de medidas [de austeridade] é importante para a credibilidade exterior quando a comunicação das políticas o descredibiliza internamente", dando como exemplo "quando o Governo interpõe a 'troika' e os comentadores para algumas comunicações ao
País, ofendendo o sentido de Estado".

Abel Fernandes: Orçamento vai resultar no "agravamento das condições económicas"

O economista Abel Fernandes não está convencido com a proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2012, considerando que é composto por "medidas apressadas, tomadas em ambiente de pânico", que terão como resultado "uma agravamento das condições económicas".

"É um orçamento não convincente, isto é, não vejo como é que as medidas que constam do documento podem constituir um passo sério que nos conduza ao reequilíbrio das contas públicas de uma forma definitiva", afirmou o especialista em macroeconomia, considerando que "são medidas apressadas, tomadas em ambiente de verdadeiro pânico, que recorre às soluções habituais de mais impostos".

Em declarações à Lusa, Abel Fernandes adiantou que o documento entregue pelo Governo no Parlamento na segunda-feira não prevê "qualquer reforma da estrutura do Estado", realçando que se limita a fazer "uma redução indiscriminada da despesa, que é equivalente a tributação adicional, como a redução de gastos com pessoal, nomeadamente a eliminação do 13º. mês e do subsídio de férias [da função pública]".

O docente da Faculdade de Economia da Universidade do Porto considera que o cenário macroeconómico, que prevê que Portugal vai ter uma recessão de 2,8 por cento em 2012 e o desemprego vai atingir os 13,4 por cento, traduz "a convicção do Governo de que as medidas que está a tomar não podem ter outro resultado senão um agravamento das condições económicas, nomeadamente a recessão e o aumento do desemprego".

"O meu receio é que a previsão de redução do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,8 por cento seja optimista, porque as condições macroeconómicas na Europa são muito desanimadoras, mesmo no caso da Alemanha", declarou.

Abel Fernandes sustentou que "aos elementos recessivos introduzidos pelo orçamento, tem que se acrescentar o abrandamento muito significativo da economia europeia", realçando que "se Portugal tiver uma quebra do PIB superior a 2,8 por cento, o reequilíbrio orçamental estará de novo comprometido".

"Teremos um orçamento a correr atrás da lebre em que a lebre corre sempre mais", acrescentou.

Para o especialista em macroeconomia, o controlo da execução orçamental, que tem sido um dos grandes problemas, ficou por explicar pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, que, "do lado da despesa, não anunciou nenhuma medida concreta, por forma a evitar a repetição de situações que têm sido comuns".

"Do lado da receita, o Governo não pode controlar a execução, mas é muito provável que no próximo ano tenhamos receitas fiscais abaixo das previstas", disse, considerando que "o espaço de manobra do Governo começa a limitar-se bastante".

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O que é este Orçamento?

Como os carteiristas do eléctrico da Graça, este governo andou a treinar para nos fanar a carteira.

Treinaram muito e conseguiram sobretudo extorquir a carteira aos funcionários públicos em sentido amplo e a dos reformados.

Mas atenção, este ataque à Função Pública não é feito por mero acaso. A estratégia é a destruição de tudo quanto é Estado. E lá vão chegar. É esse o caminho que qualquer manual neoliberal (sem escrúpulos) assinala.

Daí que estes cortes sejam para ficar. Com gente deste pensamento jamais se recuperarão os direitos perdidos.

Prepare-se a sociedade portuguesa para esta estratégia se a quer. Se a rejeita há que enfrentá-la dando-lhe luta.

Este orçamento só serve mesmo para reduzir o Estado português ao mínimo.

Não sou defensor de um Estado presente em tudo. Muito longe disso. Defendo um Estado com um forte papel na regulação económica, um Estado social equilibrado e moderador da distribuição da riqueza. O Estado como instrumento de combate às desigualdades sociais. Pelo que vejo muito mal a criação de um Estado ao serviço do poder económico que este governo quer accionar e vir a consolidar.

Isto é grave tanto mais que o Governo de Passos Coelho sabe que estas medidas não levam a lado nenhum, apenas ao empobrecimento do País e que mais dia menos dia vamos pelo caminho da Grécia.

Portugal vai ter que renegociar a sua dívida. Sem isso serão precisas mais medidas, ou seja mais cortes e mais impostos e seria ainda adiar de novo

Já tivemos três experiências de contracção do défice público. Com o FMI e com Sócrates.

Mas a nossa memória é curta e a análise pouco profunda. Em nada resultaram. É de se interrogar porquê.

Simples. Nada de fundo mudou As estruturas de custos permaneceram, não houve a visão estratégica para o País com novas apostas, massa crítica, com a atracção de capital para áreas chave.

Com este governo, a festa continua com uma nuance apenas a destruição do Estado como grande objectivo

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O caso BPN continua a escandalizar o País

Mais uns quantos milhões à custa do BPN apareceram, vindos não se sabe de onde.

E quem os vai pagar?

Os mesmos de sempre, os contribuintes portugueses.

Ninguém sabe ao certo quanto custou a falência fraudulenta do BPN: 3,4 mil milhões, 4 mil milhões, 5 mil milhões? Apenas sabemos que foram muitos milhões

Muito mais que o montante dos cortes do subsídio de Natal e de férias dos funcionários públicos e reformados. Quase a dívida da Madeira.

É uma vergonha nacional e internacional para um país onde tal acontece, tanto mais de gente próxima do actual PR e de onde mesmo o PR não sai limpo com as suas célebres acções e de sua filha.

É evidente que, para ninguém ainda estar preso, existe a desconfiança de influência de figuras gradas do Estado no caso.

Não há muito tempo um técnico estrangeiro ligado a estes temas, em serviço em Portugal, me "tocava" nessa tecla.

Seria "indigno" que este tema com esta dimensão constasse da análise do próximo Conselho de Estado?

Para quando o julgamento e para quando as indemnizações ao País?

Não seria um grande contributo paras as Finanças Públicas?

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2011-10-17

 

Vale a pena ler

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O Governo de Passos Coelho e a destruição do País


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2011-10-15

 

Morra agora e pague depois

Este lema ajusta-se bem ao actual governo.

Com este ataque ao poder de compra dos trabalhadores e da classe média e em especial a ferocidade contra a função pública vão sobreviver poucochinhos. E depois de 2014 mais uns quantos se vão porque o país não cumpriu o acordo, por muito boa vontade que o governo tenha e já bem o demonstrou.

A cortar salários é rei. A reduzir despesas já provou que não domina a matéria. Com uma equipa na economia que é um erro de casting, crescimento zero.

De mão dada leva-nos este governo bem rápido para a situação da Grécia.

Logo temos de actuar em duas frentes repudiar as medidas mais gravosas e exigir uma renegociação com a troika de prazo e de perdão parcial da dívida.

As manifestações de hoje são uma primeira contestação dos ferozes a taques do governo a quem trabalha e aos reformados.

As lutas vão continuar e este governo vai ter que corrigir alguns tiros. Tiros importantes para que o povo portugues não desapareça da cura.

Hã que aprender com a Grécia e não aceitar as imposições da Troika.

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2011-10-14

 

Eleições na Madeira, 9 de Outubro - mesa de voto




 



 
Cientistas islandeses dizem que a actividade sísmica sob o maior vulcão do país - Katla - está a aumentar, o que pode significar que uma erupção vulcânica está iminente. PORTUGAL, TAMBÉM. Katla ou KÁLATE?
 

Seguro disse disparate antecipado

Disse que vai "aprovar" o orçamento ou por abstenção ou votando a favor pela responsabilidade que tem como partido da oposição responsável.

Com estes desvios todos face ao memorando será necessária muita lata para se abster, traindo muita da sua base de apoio que é de facto muito sacrificada.

As alterantivas não se criam mesmo a prazo com indefinições ou sinais de fraqueza

Se tal vier a acontecer e a mim parece-me também será um dos coveiros de tudo isto.

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Cavaco Silva avisa avisa e não actua

O Professor Cavaco Silva esquece-se de que devia ser Presidente de todos os portugueses, para não fazer avisos falsos e depois apoiar o governo do seu partido ou melhor de coligação de direita, de forma acrítica.

Cavaco Silva certamente na qualidade de professor avisa para limite de sacrifícios e afinal como é?

Será que o corte de subsidio de férias e de Natal não ultrapassa os limites dos sacrifícios.

Professor Cavaco não diga coisas que depois no seu papel de PR nada vai dizer ou fazer.

A Ivone Silva é que tinha a peça do humor da Olívia patroa e da Olívia criada. Ela tinha jeito e era adorada...pelo povo.

P.S. Substitui cabeleireira por criada pois disseram-me que era o mais correcto.

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Quantos mortos fará a hecatombe que atingiu o país?

Segundo as perspectivas mais optimistas 200.000 portugueses sobreviveram e bem. Mantiveram-se nos seus habituais locais de refugio: presidências ou administração de grandes empresas e grupos económicos e respectivas famílias e amigos, herdeiros ou possidentes de fortunas e grandes proprietários de bens imobiliários ou detentores de grandes lotes de acções.

Os restantes sucumbiram com o ataque de setas envenenadas que o governo de Passos Coelho lhes atirou.

Esta gente sucumbiu sob o efeito dos instrumentos aceites por outra pátria, a Grécia, que também já se afundou e cuja saída vai consistir no perdão de grande parte da dívida acumulada.

Isto é tudo uma farsa. O Governo sabe que não tem saída que traçou o caminho mais desadequado pois mais austeridade sem crescimento só leva a um maior desequilíbrio.

E o terceiro trimestre que tão mal correu em termos de contas já não pode ser assacado a Sócrates.

Mas a senha persecutória deste governo contra os salários leva-nos direito a uma segunda Grécia.

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2011-10-12

 

Será que este governo não nos quer "vender" mesmo?

Este governo está a enterrar o País. Só sabe aumentar impostos.

Reduzir despesas nada. Há informação de que, no terceiro trimestre, responsabilidade do actual governo as despesas continuam em aumento. Então para onde vamos?

Falou-se, falou-se, (falou o governo) de que ia extinguir empresas, institutos, fundações, etc onde estão essas medidas?

Há muita coisa para extinguir. Se já sabem quais, de forma fundamentada, comecem pois poupam muito. Vale a pena fechar, deixando as pessoas com os vencimentos, porque só em despesas de funcionamento poupa-se muito. 30% no mínimo.

Mas a ferocidade do governo vai contra os vencimentos. Parece que não gostam que as pessoas tenham vida e assim diminuindo o poder de compra lá se vai a economia. É o aprofundamento da crise.

E,actuando assim isto acabará por ser vendido ao estrangeiro ao preço da uva mijona, mesmo os grandes grupos, a começar pela banca.

E não será esta a estratégia do Governo?

2011-10-11

 

Um baile de Bola

Portugal distraiu-se e deixou o saber jogar à bola em Lisboa nos cofres da Federação.

Depois não se percebem várias coisas que só o Mister Paulo Bento, como lhe chamam os jogadores, é que pode explicar

A 10 minutos do fim Portugal perde por 2-0 e pronto e o terceiro não chegou por acaso, ou sendo mais objectivo graças a Rui Patrício. Senão seria o grande escândalo.

Sou do Sporting mas pôr um João Pereira que joga sempre mal no Sporting quando há um Bosingwa, não se percebe. E aquele Rolando é um desastre. Depois substituir o Eliseu que estava a ser um dos melhores na defesa percebo menos.

Acho o resultado certo, com favor. Portugal não jogou. O Ronaldo foi um grande desastre mais os outros menso Patrício.

Paulo Bento tem de repensar o que quer da selecção. Jogar assim assim 10 minutos é zero.


 

"Este orçamento é o mais difícil de fechar"

Pois é... é querer meter o Rossio na rua da Betesga - como diz o velho ditado.

E o governo não vai conseguir fazer isso. Para o ano vai ter de encontrar mais uns fundos de pensões. E o povo português cada vez mais pobre com tantos impostos e tantos cortes em coisas essenciais.

Austeridade sem rumo e sem visão leva a mais austeridade e o problema é que se vai morrer da cura.

Não acredito, é impossível que sem uma renegociação com a troica em termos de medidas e de prazo se chegue a algum lugar.

Na Grécia este tipo de políticas já demonstrou a que leva.

Portugal vai pelo mesmo caminho.

O rumo tem de ser outro quer a nível europeu quer nacional.

2011-10-10

 

As expectativas sobre as eleições na Madeira

Com uma ou outra expectativa inesperada, como os fenómenos MPT e PAN, nada de novo.

Jardim tem a menor maioria absoluta de sempre e passa à tangente.

As oposições de esquerda "mais clássicas", tradicionais (PS, CDU e Bloco), iam desaparecendo do mapa, por razões de que só elas são responsáveis, mas resultados previsíveis face ao tipo de pré- campanha e campanha e composição das listas em algumas situações.

A sua mensagem não penetrou na população porque era pouco clara e menos ainda convincente. Não se sabia para algumas oposições quem era o adversário político: A Troíka? A Região não se confunde com o País.

Alguma vez poderiam ter alinhado numas eleições sem pressionar dia a dia, hora a hora, os órgãos de soberania sobre a urgente necessidade de que, para haver eleições democráticas, teria de se saber as medidas que vão afectar a população madeirense e então o tema de campanha seria o posicionamento e as alternativas sobre essas medidas? Dizer que se está contra a dupla penalização é abstracto e algo vazio e não se passou disso. Muito pouco e nada convincente.

Esta é razão principal do desastre eleitoral. Várias vezes escrevi isso aqui.

Quanto à vitória do CDS muda pouco ou nada mas é natural na Madeira.

Há um grande número de Madeirenses que se cansou de Jardim, da sua arrogância, da má criação, da sua desadequação à modernidade (isso era visível nos cafés da cidade) e como as esquerdas se posicionaram mal no terreno, descarregaram o voto no CDS. É uma questão de "transumância" política.

O que vai ser o futuro? Depende muito das medidas e das imposições que foram feitas ao Governo de Jardim em termos de exigência da gestão da coisa pública.

Não estou de acordo que haja portagens nas vias rápidas da Madeira. Seria o maior contra senso. De facto há especificidades regionais a ter em conta. Agora acabar com uma série de subsídios a clubes, a certas "associações", ao JM, extinguir as sociedades de desenvolvimento, o braço armado da propaganda jardinista, etc. tudo isso para mim é pacífico.

Fundamental ainda será repensar a Zona Franca e o Turismo. Sem isto não há desenvolvimento futuro na Madeira.

Estou na expectativa sobre as medidas.

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2011-10-08

 

700 €/ano?


Não quero acrescentar nada.

Não domino este assunto da adaptação Que tem de haver ajustamentos e fortes, tal é a perda do poder de compra das pessoas, não duvido.

Mas vamos no mais caminho. Austeridade e recessão que é o que está em causa só gera o mesmo. E A receita da Grécia já está provada. Não dá.

A Grécia nunca pagará a dívida daí que grande parte da dívida tenha de ser perdoada.

Se as receitas forem as mesmas para Portugal, também não há saída.

 

O Ministro Álvaro Santos Pereira no Parlamento

Fez tudo mal.

Comprometeu-se em apresentar ao Parlamento o Programa Estratégico para os transportes e aparece a provas sem programa.

Falha gravíssima. Fez bem a oposição em solicitar o adiamento do debate. Depois foi pouco consequente.

O real é que o Ministro saiu-se muito mal e já muita gente do Governo e próximo dele começa a admitir que o Álvaro não vai longe. Começa a ser evidente o erro de casting da sua escolha.

Segundo erro, não foi nada bonito que não dissesse qualquer coisinha que já não se soubesse de véspera pelo programa de Marques Mendes.

Terceiro erro, se não tinha plano, pedia desculpa e adiava a ida à AR.

Quarto erro, a ser verdade o que diz a imprensa, anuncia fusões e, afinal, o que vai haver são concentrações de alguns serviços partilhados, o que é muito diferente de uma fusão.

Santos Pereira foi a testes sem ter preparado a matéria e chumbou rotundamente no júri, com os seus colegas deputados de partido em perfeita histeria a começar pelo Presidente da Comissão, face ao chumbo evidente.

Proximamente terá um exame ainda mais duro, a ida ao Parlamento com as leis laborais.

É melhor preparar uns power-points com mais conteúdo e mais ajustado ao que pretende dizer, a não ser que pretenda incendiar o mundo do trabalho e chumbar de vez

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2011-10-07

 

Suite 605

Já aqui se falou deste livro. Inclusive do seu lançamento na FNAC Colombo, no sábado passado.

Um título imaginativo, sem dúvida mas que traduz uma situação real.

Numa sala de 100 m2, estão sediadas centenas de empresas com apenas um telefone.

Esta sala não é ficção. Existe no 6º andar do Edifício Marina Fórum, na cidade do Funchal, bem próximo da Quinta Vigia. Casual, admitamos. Mas coincidências com humor.

Mas o livro de João Pedro Martins fala de super-gestores ligados a estas empresas. E não é para menos.

É que duas personagens madeirenses se destacam como gestores das empresas instaladas na Suite 605.

Anotem/Pensem nas qualidades de gestão que João José de Freitas Rodrigues e Roberto Carlos de Castro Abreu não devem ter pois "oficialmente conduziram os destinos de mais de 800 empresas no espaço de uma década".

Estes dois gestores têm algumas características comuns, desde logo nasceram na mesma freguesia de S. Pedro. Têm baixa instrução instrução académica e não auferem remuneração pelo desempenho dos cargos. Uns beneméritos pouco usuais. Segundo o autor do livro estas duas personagens e cito: [reúnem todas as características que encontramos "nos testas de ferro" que virtualmente administram as sociedades nos principais paraísos fiscais e que permitem ocultar a identidade dos verdadeiros donos das empresas]. A cultura da ocultação está a fazer escola na Madeira.

Tudo isto dá mesmo que pensar.

Domingo é dia de eleições regionais. Houve a campanha e nada se discutiu praticamente sobre a Zona Franca da Madeira e tanto que havia para discutir sobre esta temática. É pelo menos a minha opinião.

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Cenas de "amor e ódio"

A campanha eleitoral na Madeira, cujo desfecho se saberá no Domingo, mas tudo indica Jardim sairá vencedor, acusando embora grande desgaste traduzido numa descida significativa, poderia ter outro desfecho: Uma derrota de Jardim.

Para isso bastava que Passos Coelho tivesse cumprido a sua palavra e não viesse com o argumento de que falou demais na AR.

O Plano de Resgate para a dívida da Madeira, conhecido antecipadamente como prometera Passos Coelho, seria o suficiente para mudar os desígnios políticos da Madeira.

Toda a argumentação do Governo Central é de uma fragilidade extrema. Então as negociações com a Troica foram feitas com o governo saído das eleições?

Não foram com o governo de José Sócrates, governo demissionário?. Porquê então na Madeira tal procedimento seria ilegítimo?

Todos os argumentos servem para favorecer Jardim. E a oposição também não pressionou Cavaco para suspender as eleições até ser conhecido o Plano. A oposição é culpada por estas eleições serem uma farsa. O povo vai votar na santa ignorância. Muita gente está convencida que nada vai acontecer pois foi isso que Jardim pregou em toda a campanha.

Por outro lado, a decisão de Passos não ir à Madeira na campanha, lida como uma demarcação, não avalizar os comportamentos de Jardim, funcionou antes de espaço para Jardim poder atacar o governo central e desta forma fazer passar a ideia que está em luta com Lisboa. Um escape para a campanha de Jardim.

Jardim ocultou as dívidas e Passos Coelho ocultou o Plano de Resgate durante a campanha para favorecer o seu partido na Região.

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2011-10-06

 

A esbanjar dinheiro se fazem dívidas

Os sucessivos governo não aprendem e logo vem a asneira.

Segundo leio, o Governo de Passos Coelho, ou melhor o Ministro da Economia, já que não faz mais nada, extingue a Comissão de Aplicação de Coimas em Matéria Económica e de Publicidade.

Esta Comissão só em 2011 deu ao Estado cinco milhões de euros.

Será que se pode deitar fora esta uma verba no mínimo deste montante? Não será uma extinção cega, feita desta forma?

Aliás, se o Sr. Ministro tivesse o mínimo de experiência/vivência do País teria mais cuidado na resolução dos problemas.

Bastaria ter olhado para o que sucedeu a extinção da DGV, feita também de forma precipitada e insensata, para não cometer mais esta asneirada.

Menos dinheiro a entrar nos cofres do Estado por actos mal desenhados e insensatos e esta gente não é responsabilizada?

Não é, já o sabemos, mas devia ser.

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2011-10-05

 

Alberto João Jardim - o malabarista

Li/ouvi na comunicação social que o Dr. Jardim está um acérrimo defensor dos professores.

O Dr. Jardim está contra a avaliação dos professores.

Como defensor da avaliação, até aqui, sinto-me em boa demarcação, Mas penso que há muita gente e partidos incomodados com esta postura de Jardim , embora depois de amanhã já possa ser outra a sua posição e daqui a uma semana voltar à primitiva.

As posições de Jardim são consoante a brisa.

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5 de Outubro e o Presidente Cavaco Silva

Há poucos minutos vinha a conduzir e a ouvir a TSF. Oiço a jornalista de serviço dizer dentro em pouco vamos reproduzir as ideias mestras do discurso do Sr. Presidente da República na Praça do Município.

Fiquei mesmo inquieto, porque tinha ouvido o PR falar e de ideias mestras não me apercebi que houvesse.

Tinha ouvido um discurso banal, dos mais banais e de fraco nível que Cavaco Silva fez, embora de Cavaco seja quase sempre tudo expectável, exceptuando quando veio com aquela tirada sobre o Estatuto dos Açores. Esta dos Açores foi para ficar na história, mas simbolicamente falando, de cabeça para baixo.

Então que ideias mestras proferiu S. Excelência?

Que os portugueses têm de trabalhar mais, que têm vivido acima das suas possibilidades e vão ter que sair dessa situação, ou seja, muitos têm de se contentar com viver miseravelmente, que Portugal tem de equilibrar as suas contas e para isso tem de haver sacrifícios, que o governo está a ir bem e os cortes têm de continuar. Melhores ideias mestras?! Não há. Só se fòr à Madeira ter umas lições com Alberto João Jardim.

2011-10-04

 

A dívida e o défice da Madeira

É-me indiferente que a dívida da Madeira, em 30 de Junho último, seja 5,863 mil milhões de euros (como quer o GR) ou 6,328 mil milhões como está impresso no relatório da Inspecção Geral de Finanças, que, no entanto, por mais de uma vez refere estes dois valores, explicando a diferença.

Para quem não sabe a diferença, estes dois valores decorrem da Inspecção incluir na dívida da Madeira a dívida das Autarquias (286M€) e 179 M€ do sector empresarial não imputável à Região, devido a participação no capital das empresas.

Esta diferença é completamente indiferente para uma análise de fundo do problema .

Estou convicto de que a dívida é bem mais elevada face aos compromissos que a Região tem no curto prazo e que o relatório de algum modo indicia. São muitos os encargos assumidos pela Região que terão de ser pagos até aos finais de 2011 e durante 2012, muitos desses encargos correspondentes a juros de moras (os juros de mora vincendos somam 203M€) , a dívidas de empreitadas em curso e ao défice orçamental de 2011.

Esse valor por uma leitura atenta do relatório ultrapassará em muito os mil milhões de Euros.

Conclusão: seria bem mais correcto falar-se numa dívida em torno dos 7,5 mil milhões euros e mesmo este valor baseado numa estimativa prudente, do que em torno de qualquer dos valores do relatório.

Convém dizer, pois é o próprio relatório da Inspecção que vinca bem isso, não foi feita uma auditoria, apenas é dada uma situação financeira da RAM que pode vir a ser retocada em vários aspectos.

Pareceu-nos que não se avançou para uma auditoria com o receio de serem encontrados mais despesas encobertas, o que complicaria a credibilidade já fragilizada junto dos parceiros europeus.


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2011-10-03

 

A Farsa Eleitoral na Madeira

No próximo domingo a Madeira vai a votos.

Estão criadas todas as condições para o Dr. Jardim sair vencedor.

A grande maioria da população acredita nele e só nele que anda a apregoar em todos os comícios que é preciso combater o Governo da República e diz do seu próprio partido que quer mal à Madeira. Ainda ontem dizia é preciso dar uma "sova" no governo da República, votando em mim.

Ele é o "comandante" e não vai permitir nada, nem desemprego, embora já o tenha e bem elevada é a taxa, vai continuar com as obras públicas, etc. Tudo como dantes, apenas não pagando, adiando os pagamentos é o que se verifica já há alguns anos e daí o acumular do desequilíbrio das contas da Região

É isto que ele diz, é isto que faz passar praticamente em todos os locais da Ilha.

Haverá um sítio ou outro de menos impacto, talvez em certas zonas do Funchal e Machico e aí pode o Dr. Jardim registar uma quebra, mas não suficiente para que não atinja a maioria.

De outra forma seria, se a população conhecesse a tempo o plano de resgate para a Região que vai ser bem duro para a população.

Assumo ser politicamente incorrecto, confesso. Não percebo como a oposição na sua globalidade alinha nesta farsa eleitoral. Não compreendo as razões porque não pressionam o PR a adiar as eleições para depois do Governo de Passos Coelho apresentar o plano de resgate para a Madeira.

Receio de impressionar negativamente a UE? Será? É muito subversiva esta posição?

Julgo a única consistente com o exercício sério da democracia.

Então alinha-se que as eleições ocorram no meio da ignorância e da desinformação máxima?

Não aceito que depois se diga como oiço vários comentaristas dizer que a culpa é do "povo da Madeira".

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2011-10-02

 

O que é um bom economista?

Para os "guardas/apóstolos" da ortodoxia, um bom economista é aquele que publica artigos em inglês nas revistas de prestígio e mostra uma capacidade de construir modelos abstractos com elegância matemática, partindo da hipótese que os mercados obedecem em permanência a forças de equilíbrio.

Se tiveres a infelicidade de pensar que as matemáticas constituem apenas uma simples ferramenta de análise, que é preciso ter em atenção as relações de força presentes em toda a actividade económica, ou pior se pretenderes mobilizar a história, a ciência política ou a sociologia para explicar os fenómenos económicos e se ainda estiveres decidido a sublinhar a tendência dos mercados a derrapar, o melhor é ir procurar trabalho algures....

(Tradução livre e apenas de uma parte pequena do artigo
Qu'est-ce qu'un bon économiste ? de Cristian Chavagneux em L'Economie politique de Julho de 2011. A piada do inglês reflecte a nacionalidade francesa do autor.

 

ESAME – Estrutura de Acompanhamento dos Memorandos

Estava a reler o relatório da Inspecção Geral das Finanças sobre a Madeira e deparei-me com uma sigla que desconhecia - ESAME

Por curiosidade fui saber o que era. Olhei para a composição. Li os curricula e pensei para mim, a sigla está mal pensada. Deveria ser antes exame. Acho é gente muito capaz para ir a exame e depois....

A ESAME depende do Secretário Adjunto do Primeiro Ministro, Carlos Moedas, constituída por técnicos de fora da Administração pública, percebe-se na Administração é só incompetentes...portanto tudo de fora.

Mas outra surpresa, dei-me ao trabalho de adicionar os seus vencimentos e esta pequena estrutura custa ao País 29 889,73 € brutos. em salários/técnico. Juntando uns pozinhos mais de outras despesas, a festa deve ficar no mínimo por 120 000. Esta ordem de grandeza é apenas um dado de referência, mas não deverá ficar por menos: umas despesas de representação, uns almoços aqui e ali, umas viagens, uns hotéis a pagar no estrangeiro, uns carros distribuídos, umas secretárias e outro pessoal de apoio e ainda despesas de funcionamento e comunicação.

Brincando, brincado vai -se a exame por 1 milhão e meio de euros/ano

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2011-10-01

 

Na Madeira: Que notícias péssimas ainda estão para chegar?

É a dívida da governação de Alberto João. Mais tostão menos tostão, o relatório da Inspecção Geral de Finanças apresenta uma ordem de grandeza da dívida, que se pode caracterizar de grandeza dinâmica, querendo com isto dizer com tendência de subida, mesmo que a dívida autárquica regional não entre. Há um défice, determinado de forma mais consensual, esse sim para empregar um termo muito em voga "colossal" e que asfixia a economia da Madeira.

A nível privado, surge um Berardo em rota de colisão com uma eventual falência e não é de somenos interesse para a Região a sua eventual entrada em ruptura, dados os interesses vários que tem na sua terra, desde a fundação, aos tabacos, aos interesses na hotelaria, etc.

Temos ainda um Banif, segundo consta, em "grande tremedeira" e dada a sua exposição á situação da Região menos ajuda.

Enfim uma economia com grandes problemas de desemprego - um domínio, onde tudo indica, durante algum tempo antes também recebia uma certa cosmética, pois com a nova metodologia de cálculo quase ia duplicando a taxa de desemprego na Região.

Tudo para dizer que se aproximam maus tempos para os madeirenses, decorrente de uma governação de 33 anos, que o governo do Dr. Jardim quer fazer passar como bom porque deixa obra. Túneis, pontes centros cívicos tudo bem. Cá também.É um mal nacional a falta de critérios.

Esse foi o mal de todo o País. Fez-se obra sem olhar a custos e quantas vezes para quê?

Existe, porém, uma grande diferença. Os governos centrais gastadores não esconderam o que fizeram e têm pago nas eleições o que de mal governaram. Na Madeira, todos os truques têm sido utilizados para justificar o injustificável, muitas vezes com o aval do governo central e do PR para não ter "chatices" com S. Excia.

Mas agora chegou-se ao limite.

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