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2004-11-30

 

Não sei porquê hoje deu-me para estar sampaista

Estava a tentar

pôr a cara do Sampaio

e saiu-me esta Sharapova.

Apressava-me então
a trocá-la
quando uma voz
(do além?)
me sussurrou ao ouvido

Deixa-a estar! Não perdes nada com a troca.

Pronto. Foi assim.
Para festejar.
Fica esta mesmo.

 

Em Liberdade Raul Rivero

O regime de Fidel de Castro libertou hoje Raul Rivero, jornalista e poeta, após grande pressão internacional de intelectuais fundamentalmente, alguns deles como Saramago muito identificados ideologicamente com o regime de Fidel.
Este dissidente cubano condenado em 2003 a 20 anos de prisão e agora libertado nem chegou a cumprir dois anos de prisão.
Este acto de Fidel apenas vem confirmar duas coisas: Ninguém deve ser privado de liberdade por delito de opinião e segundo o reconhecimento de que as acusações a Raul Rivero não tinham o mínimo de fundamentação.

 

Ucrânia confusa...perigosa situação

Os acontecimentos sucedem-se a grande velocidade.

Hoje a oposição rompe as negociações e decide retomar o bloqueio às instalações da Administração Pública.

Hoje a oposição tentou, sem sucesso, destituir o governo de Viktor Ianoukovitch, o candidato presidencial do sistema e, constituir um "governo popular " .

Ontem as forças armadas avisaram de que não aceitam o desmembramento da Ucrânia.

Amanhã chega à Ucrânia o Presidente da Polónia na tentativa de intermediar uma saída pacífica para a crise.

Javier Solana também lá estará com os mesmos propósitos.

A situação é complexa e não linear. E há aqui muito jogo escondido.

Que papel dos EUA neste atear de incêndio? Que papel da Rússia?

Sabemos que todo o apoio de um lado e de outro não é nada desinteressado.

Mas lendo Joseph Stiglitz sobre o papel que os EUA tiveram no descalabro da Rússia pelas más políticas económicas e pessoas que apoiaram, com receio de que da mudança na Rússia se edificasse um país forte e opositor, talvez nos possamos interrogar sobre o que pretendem os EUA.

 

Reforma da ONU

Um pacote de 101 propostas foi apresentado hoje pelas Nações Unidas.

Este pacote, a ser implementado, proporcionará a mais profunda reforma da ONU desde a sua criação em 1945.

De entre as medidas propostas merece relevo a do alargamento do Conselho de Segurança para 24 membros.

 

O direito do FIM À VIDA

A Assembleia Nacional Francesa votou hoje quase por unanimidade a proposta de lei que define o direito de "deixar morrer".

Esta lei aprovada por 548 votos a favor e apenas 3 abstenções não corresponde ao direito de legalizar a eutanásia.

Que diferença caso esta questão se pusesse na nossa Assembleia da República!!

 

O que fazer a este País?

Apenas Sampaio poderá decidir o que fazer. E é bom que serenamente reflicta se hoje ainda persistem as condições da sua decisão de há 4 meses que levaram a nomear este governo. E se as conclusões forem outras actuar sem precipitação mas também sem se tornar cúmplice ou sem se mover numa teia de cogestão.
Os sinais são de que as coisas estão a deslizar....Na grande área política de apoio ao governo, no PSD, pelo que tem vindo a lume, a situação começa a ser crítica, mesmo fracturante. O próprio congresso deu mostras com a rejeição da coligação pre-eleitoral. Mas não se fica por aí. Altos quadros começam a pensar em deixar o partido e designadamente Cavaco Silva fez uma demarcação sem "baias".
Na área empresarial, as vozes estão a revelar-se face a situações concretas, como no caso das críticas ao OE 2005, onde são proeminentes as vozes de afastamento de associações empresariais importantes.
Se estes são os factos, há aqui um deslizamento da sociedade portuguesa para outra composição de governo e de governação.
Mas há vozes "pretensamente" técnicas que, contra uma eventual decisão de Sampaio por eleições, alegam o problema do País ficar sem orçamento por uns meses.
Trata-se de um falso problema. O País pode muito bem viver e até viver melhor sem orçamento por uns quantos meses, caso isso acontecesse.
Mas não é o único cenário possível, pois até pode haver eleições antecipadas deixando passar este orçamento (só que o país não ganha nada com isso, antes pelo contrário).
Mas vejamos como o argumento da necessidade do orçamento 2005 cai pela base. Sem este orçamento, o País continuaria a funcionar na base do de 2004. Em cada mês, o governo só poderia ter despesas em montante mensal equivalente às de 2004 e continuaria a cobrar receitas segundo as normas tributárias em vigor em 2004. Que mal vem ao mundo por aqui? Esta situação ja se deu várias vezes e nada de negativo aconteceu. Até seria um contributo temporário para o não agravamento do défice.
O problema é que, caso nada mude e nada pode mudar com este governo, os tempos que aí vêm, são de grande incerteza e nunca de estabilidade.
E de estabilidade e confiança é o que este País precisa, para relançar um projecto de recuperação e desenvolvimento.



2004-11-29

 

Novas Fronteiras a 29 de Janeiro não será tarde?

Joaquim Gomes Canotilho, Vital Moreira, Mariano Gago, João Ferrão, Lídea Jorge, integram como independentes o Concelho Coordenador das Novas Fronteiras a que Sócrates quer dar início, em 29 de Janeiro próximo se Santana Lopes, com a sua frívola incompetência, não puser entretanto o Governo de pantanas e obrigar a alterar a agenda.
São personalidades de grande prestígio e provas dadas e a sua escolha constitue um sinal importante quer da seriedade com a preparação da iniciativa do PS está a ser feita quer de uma preocupação política que parece desmentir os que vêem Sócrates como uma réplica PS de Santana Lopes.
Outros nomes vindos a público na imprensa como estando a trabalhar em estudos preparatórios são Silva Lopes, Teodora Cardoso e Luís Campos e Cunha na área das Finanças Públicas, Correia de Campos e Victor Santos na administração pública, Pina Moura na Internacionalização da Economia, Rui Pereira, Vitalino Canas e Paulo Cunha e Sá na Segurança. Também os nomes de Rui Vilar, Sobrinho Simões, Rui Alarcão, Simões Lopes surgem como apoiantes da iniciativa Novas Fronteiras.

 

Falando da dinâmica do ambiente político nacional

O primeiro ministro esteve em Belém e nada transbordou da conversa com o presidente.

Talvez seja melhor assim para amadurecermos a situação de expectativa. Mas não podemos continuar com um governo em contínua metamorfose.

Será que para Sampaio a questão se resume a um nome para substituir H. Chaves?

Estou à vontade. Fui dos que achei na decisão de Sampaio de não haver eleições uma tentativa séria de encontrar alguma estabilidade política.

Por isso estou à vontade para dizer que terminou o tempo de teste.

PSL, como primeiro ministro, assumiu uma performance abaixo de 5, aquela nota de medíocre que os professores do meu tempo ainda davam a custo para uma hipótese de eventual recuperação. Ou seja, PSL é mesmo mau. Não há nenhuma incubadora que o safe como político de respeito.

Posto isto, Sampaio começa a dispor de poucas incubadoras. Um governo não pode ser remodelado de 4 em 4 dias como disse José Sócrates. E só porque houve casamento da filha da chefe de gabinete. Caso contrário ter-se-ia entrado no ciclo de remodelação dia sim dia sim.

E para esta dinâmica só mesmo recrutando candidatos a ministros nas empresas de trabalho temporário.

 

O Governo Desgovernou-se

Bom se já era muito curta a credibilidade deste governo e, nomeadamente do seu núcleo "duro", agora tudo se definhou. A ver vamos como a sociedade portuguesa encarará o desenrolar destes acontecimentos.

E não é apenas a história do Primeiro Ministro com Henrique Chaves, que já é de si bastante, pelo clima de traição entre pessoas que se tinham por muito amigas e de extrema confiança. Alguém traiu alguém. Bem a traição que a resolvam em privado, o pior foi o que sobrou para o País.

Mas para mim o mais caricato de tudo e revelador do comportamento do Primeiro Ministro é ter a chefe de gabinete em casa, com a sua permissão, durante 15 dias a tratar do casamento da filha e ter as assessoras do seu gabinete à trolha umas com as outras e não ser capaz de pôr ordem nas coisas. é mesmo uma grande atrapalhação naquele gabinete, segundo rezam as histórias de quem sabe e vê.

Mas para cúmulo do descrédito pessoal e institucional, a crer no editorial de hoje do director do jornal Público a não tomada de posse dos secretários de estado no sábado parece decorrer de que o Senhor Primeiro Ministro prometeu à sua chefe de gabinete que estaria na festança do casamento e lá esteve.

Como nem tudo pode correr pelo pior, ainda bem que houve casamento. Assim não houve posse senão a barraca da demissão de H. Chaves encavacaria ainda mais este imbróglio posto nas mãos de Sampaio.

2004-11-28

 

Coitado! Não há dia em que não se queixe!

"...um parto difícil, o bebé foi para a incubadora, para ganhar direito à vida e passa por lá a família e em vez de acarinhar há membros da família que se pôem a abanar a incubadora e a dar estalos no bebé."
Assim. Tal qual.
Adivinhou. Pois claro, é o Pedro. Numa inauguração. A queixar-se. Se o Governo se desfizer olha, aproveita para se demitir e apresenta-se ao mundo como vítima. Vítima. Vítima mesmo vítima.

 

Cavaco Traidor

"Quem quisesse apresentar alternativas sendo do mesmo partido a que eu pertenço se o tivesse feito no Congresso que ainda agora aconteceu... não o ter feito e continuar a fazer barulho é uma forma de traição que os Portugueses registam certamente e não esquecem."

Assim. Ipsis verbis.

- Quem disse, quem disse?
- Jerónim...
- Não senhor, está muito enganado. Foi Pedro. O Pedro.
- De quem? Ora ora, do "seu" candidato a Presidente da República

 

Coitado do Henrique Chaves, diz o Arnaut

Cuidado! Não passe rente aos ministérios. Ainda lhe cai algum ministro em cima!

 

Factos políticos perigosos sucedem-se na Ucrânia

O ainda Presidente da República da Ucrânia, Leónid Koutchma, declarou hoje, em discurso televisivo que um "compromisso é necessário para a Ucrânia" a fim de evitar "consequências imprevisíveis".

Por outro lado, o primeiro ministro, Viktor Ianoukovitch e um dos candidatos à Presidência, em congresso das regiões russofonas do Leste e Sul, alertou para o perigo do "afundamento" do Estado ucraniano, congresso esse que em que se anunciou que eatas regiões "reservam o direito" de fazer um referendo sobre autonomia se a crise se desenvolver da "pior maneira".

O candidato á presid~encia da oposição, Viktor Iouchtenko, reclamou medidas contra os governadores separaristas das regiões do leste e sul num discurso proferido em Kiev.

A situação apresenta-se complexa e, apesar da abertura de conversações entre as duas partes, se o bom senso não imperar o futuro pode ser muito perigoso.

 

Barco de Santana Lopes em forte inclinação "pouco consensual"

Henrique Chaves acaba de anunciar a sua demissão do Governo.
Algo de muito estranho ter-se-á passado, pois nem há uma semana tomou posse do cargo de Ministro do Desporto e Juventude.
Mas ainda mais estranhas são as palavras do seu comunicado, citado pela Lusa: " a vida política e o exercício de cargos públicos sem uma relação de lealdade entre as pessoas" não são concebíveis.
Estas palavras insinuam graves traições entre pessoas políticas amigas.
Há que esperar pelos próximos episódios.

 

O Desafio de Jerónimo de Sousa


Nº de votos do PCP nas eleições legislativas (em milhares)

19751976197919801983198519871991199519992002
7127871.1291.0101.032898689505506487380


2004-11-27

 

FOLHAS PRATICAMENTE SECAS

Os resultados ainda não foram anunciados mas já se nota fumo branco. Fizemos apostas. Apostei Jerónimo. Espero ganhar!

Observei parte da reportagem da SIC Notícias sobre o 17º Congresso. Apanhei um pouco do discurso do Secretário-Geral que sai e outra parte do discurso Secretário Geral que entra. Há, especialmente no visual, certas diferenças. Para melhor! - Declararam, para ávidos microfones do inimigo, os media, destreinados camaradas, um pouco avançados na idade mas quentes de entusiasmo. Se para tantos idosos com uma vida tão precária isto for um conforto, para alguma coisa serviu a festa.

Entretanto Edgar Correia, um renovador da fornada de 2000, disse às televisões que a hipótese de um novo PC, renovado!! não está fora de hipóteses. Gabo-lhe a pachorra.


 

O PROFESSORICES - Um ano de vida

Estes patronos são uma garantia de qualidade!

O Professorices fez 1 ano em 24 de Novembro. Com apreço pela elevada qualidade deste blog aqui registamos os parabéns ao académico e investigador João Vasconcelos Costa.
O Professorices é um blog de referência, especialista em questões do ensino em geral e da Universidade em particular que oferece, gratuitamente! importante informação, pistas e debates (nos comentários) sobre esta problemática. Recomendsamos a visita a quem se interessa por estas matérias e pela cultura em geral.


 

Fernando Valle um Grande Português


Fernando Valle faleceu ontem com 104 anos.

Não esqueçamos o exemplo deste grande português, deste homem bom, deste impoluto lutador pela liberdade e a democracia em Portugal.


 

A Ucrânia Hoje

O parlamento ucraniano, reunido hoje em Kiev, em sessão extraordinária, considerou por larga maioria que os resultados da segunda volta das eleições presidenciais não eram válidos, por não reflectirem a vontade do povo.

" o resultado desta situação é a consequência directa da política seguida estes últimos anos...Nós não tivemos em conta a população, não escutamos o povo" declarou durante o debate o Presidente do Parlamento, Volodimir Litvine.

No entanto, a saída para este imbróglio não está encontrada ainda, pois o parlamento não tem poderes para invalidar eleições.

É opinião de muitos analistas, que esta posição do Parlamento vai pesar muito na balança da ultrapassagem da crise agora que os candidatos estão a tentar resolvê-la através da discussão.

 

O Irmão da Ministra da Educação

A não perder, no último Expresso (não há link) a entrevista ao irmão da Ministra da Educação, o padre João Seabra, dirigente de Comunhão e Libertação (CL), organização da Igreja a que pertencem católicos como Buttiglione, o ministro de Berlusconi que o Parlamento Europeu não deixou ser comissário de Durão Barroso.
O que é a organização? Pergunta o Expresso.
"É um encontro de gente com Cristo" - responde o padre Seabra.
"Como se seleccionam os membros?"
"Todos podem pedir para aderir. Depois são avaliados por mim sobre a seriedade do seu empenho. É muito simples, a secretária faz-me as folhas e eu digo: "Este sim, este sim. Este não..."

Para a CL que se tem distinguido como uma aguerrida ponta de lança na luta contra a despenalização do aborto, a educação sexual nas escolas, o divórsio e outras depravações culturais trazidas pelo 25 de Abril, a grande vocação é o ensino. O CL tem em Lisboa o Colégio de São Tomás para o pré-escolar e 1º ciclo.
Monsenhor Luigi Giussani que fundou há 50 anos em Roma a Comunhão e Libertação diz nos seus escritos:
"o tema principal para nós é a educação" ... para "através deles [os jovens] se reconstruir a sociedade". "Nós queremos libertar os jovens da escravidão mental, da homologação que os torna mentalmente escravos dos outros".
O Expresso interroga o padre Seabra:
Assume-se contra uma educação neutra?
"...Mas o laicismo da escola pública - diz João Seabra - é simplesmente a imposição às famílias com menos meios de fortuna da ideologia que lhes sair na roleta dos professores. É um atentado à liberdade de educação dos pais."
E defende "escolas com identidade mesmo públicas. Não vejo problema em que um grupo de professores da escola pública se junte e ensine de acordo com a orientação política do Bloco de Esquerda... Agora esta coisa de os filhos dos pobres serem servos da gleba porque vão para a escola do seu território!...isto só acontecia na Idade Média! Quando se vendia um campo vendia-se com os camponeses dentro. Hoje as crianças - continua o padre Seabra - pertencem a uma escola como servos da gleba. Os professores tem posse das crianças"
Para minorar estes horrores da escola pública plural e não confessional o CL tem movimentos de crianças e jovens nas escolas. Na Escola Rainha D. Amélia em Lisboa - segundo o Expresso, num artigo "Os novos católicos portugueses" que complementa a entrevista - o professor da Religião e Moral, militante do CL, no afâ de limpar as almas daquelas crianças, chega a desviar os alunos das aulas para as iniciativas do Movimento "o que está a criar "alguma incomodidade" segundo Pedro Meireles da Associação de Pais".
"Quando nos metemos em causas é para ganhar" - diz o padre João Seabra.
A jactância e a ausência em toda a entrevista de sequer uma pontinha de humildade fez-me lembrar os bispos da Igreja Evangélica e messiânica norte-americana de que são devotos Bush e Condolleza Rice, onde o Deus do amor e da compaixão cedeu o lugar ao Deus justiceiro e vingador. A concepção de base sobre a educação não estará próxima da que preside ao ensino nas madrahs dos Talibãs do Paquistão e do Afeganistão?
Como Ministra da Educação já temos a irmã. Ainda lhe poderá vir a suceder o irmão?

2004-11-25

 

Se não percebes a pergunta vota não?

É o que Pacheco Pereira defende hoje no Público (link indisponível) sobre a pergunta aprovada na Assembleia da República para ser submetida a referendo:

"Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?"

Que Pacheco Pereira esteja contra o tratado da Constituição para a Europa e faça propaganda pelo não é tão legítimo como estar a favor. Agora que, por não concordar com a pergunta, a que atribui insidiosos calculismos, defenda que quem não a entenda ou a ache enviesada vote não à Constituição parece-me uma atitude de implausível estultícia.
Quem não entender a pergunta ou a ache inadequada naturalmente deverá votar em branco ou abster-se. Pretender que os eleitores nesta situação votem não (ou votem sim) é no mínimo estranho e uma forma de contribuir para a confusão.
Muitas das considerações de Pacheco Pereira, momeadamente sobre o PP de PP, são pertinentes e certeiras mas a argumentação a favor do não por quem não entendenda a pergunta parece-me insustentável.
"...Ela [a pergunta] é ainda mais torta porque ela é manipuladora e desonesta, - diz Pacheco - destina-se a condicionar quem vota a votar "sim". Juntando três perguntas numa - Carta dos Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional - ela impede que se diga "não" a uma e "sim" às outras e sugere, ao começar pelos direitos fundamentais, uma inevitabilidade e unanimidade que os outros dois temas amalgamados não têm? Quem é que vai votar não a direitos? O resto vai a reboque e o resto é mais grave."
Quem for votar no referendo pode não conhecer a Constituição europeia mas terá ou julgará ter alguma razão para a aprovar ou a reprovar e deverá votar sim ou não na pergunta que ele apresenta. Se não se julgar esclarecido deve-se abster ou votar em branco. Agora persuadir a que se vote não à Constituição europeia como protesto contra o mau aspecto da pergunta, ou por qualquer outra boa razão lateral é incomparavelmente mais reprovável do que o mau desempenho do parlamento na formulação da pergunta. Tenha ou não havido inconfessáveis razões para enviesar a pergunta como Pacheco Pereira sustenta.
Sou a favor da Constituição proposta para a Europa. Ela é um passo importante para criar uma identidade política que falta à União Europeia. É um passo arriscado? Não mais que muitos outros passos anteriores. É um passo que é indispensável dar. E a oportunidade é esta. Apesar dos mil e um defeitos de que a construção europeia enforma. Trabalhemos para a tornar mais democrática, mais próxima dos cidadãos, mais social, mais transparente, menos burocrática, respeitadora das diversidades nacionais e culturais, etc, etc.
Quanto à pergunta (ou às perguntas) aprovadas pela AR acho-a má. Confusa. Desmobilizadora. Podia ser melhor. Mas não há nenhuma pergunta inteiramente satistatória que possa numa frase interrogar o eleitor sobre as centenas de artigos de um tratado ou mesmo as suas 10 questões mais importantes e complexas. Para que o referendo pudesse ser a expressão da vontade consciente do povo teria de ter havido nos últimos 20 anos um debate e um esclarecimento que não houve.
Espero que este artigo de PP não passe de um protesto contra o que ele vê de manipulador na pergunta proposta e que ponha a seguir o seu talento ao serviço do esclarecimento dos Portugueses e não na sua confusão.

 

UM MINISTRO na clandestinidade

O governo faz uma remodelação a que chama de reajuste de funções.

Um reajuste forte convenhamos porque mexe com pedras basilares no próprio centro do mesmo governo, ou seja, em torno da Presidência do Conselho de Ministros.

Dois homens se destacam nestas mexidas.

Um, o ministro Morais Sarmento porque ganha peso no seio do governo, assumindo ainda as pastas do remodelado Rui Gomes da Silva. Este porque passa à clandestinidade.

Se foi ou não por inspiração do Presidente da República, esta vida futura clandestina, destinada a Rui Gomes da Silva, algum dia se saberá. Mas agora não é disso que se trata, aqui, embora a ter fundamento, não me parece a forma mais adequada de intervenção para o Presidente, pois não lhe compete entrar em cogestão com o governo.

Mas não deixa de ser uma forma muito sui generis de tratar um ministro que deu barracada a todo o momento e da maior: Clandestinizá-lo como adjunto. Diga-se, não passa de um castigo simpatiquíssimo.

2004-11-24

 

CAUSA NOSSA um blog de Serviço Público



Por ter estado ausente da blogosfera nos últimos dias não pude felicitar o Causa Nossa no dia do seu 1º aniversário, em 22 do corrente. Faço-o agora em nome do Puxa Palavra.



PARABÉNS AO CAUSA NOSSA e MUITOS ANOS DE VIDA!



Pela excelente qualidade dos seus artigos felicitamos os seus distintos colaboradores. A Ana Gomes, a Maria Manuel, Jorge Wemans, Luís Filipe Borges, Luís Nazaré, Luís Osório, Vicente Jorge Silva. E em especial Vital Moreira. Admiramos a sua capacidade para, dia após dia, sem desfalecimento, nos oferecer opiniões sobre a actualidade política e os mais importantes problemas nacionais, com uma qualidade rara. Afinal na blogosfera o Vital Moreira é o mesmo que já conhecíamos. Na Assembleia da República, no Tribunal Constitucional, na Universidade, entre os amigos. Aproveito o ensejo para oferecer as orquídeas às senhoras e anunciar que o CAUSA NOSSA foi por nós agraciado com a republicana distinção de
BLOG DE SERVIÇO PÚBLICO


 

O suicídio dos Presidentes

Com esta ideia das portagens nas cidadeso governo vai comprar mais uma guerra e um descrédito.

Uma guerra porque não tendo nada preparado para o lançamento de portagens, o governo avança, de modo atribiliário e desconexo, uma medida que afinal não vai ao encontro do conforto das pessoas, mas da caça ao níquel. E, assim, uma medida que poderia ter impacte positivo na vida das pessoas, porque contém alguma racionalidade e até não é inédita, existe em algumas cidades europeias com sucesso, só vai trazer problemas e mais sobrecarga ao orçamento familiar sem contrapartidas boas ou razoáveis para quem precisa de se deslocar e para os habitantes das próprias cidades. Os transportes colectivos porque funcionam mal não são alternativa. Exactamente, antes e acima de tudo, era preciso pensar, programar e preparar um certo ordenamento dos transportes que obviasse à situação existente. A tal preparação para que a medida se tornasse executável.

Um descrédito, porque sendo as Câmaras Municipais quem pode fixar as taxas, algum presidente vai, em ano de autárquicas, usar esse poder?

É o governo a convidar os Presidentes ao suicídio.


2004-11-23

 

Economia portuguesa 2004

Um curto balanço da evolução da economia portuguesa, através da informação disponível (MinFinanças, INE e BP e UE), permite referir os seguintes traços:

-O PIB apresenta uma taxa de crescimento positiva mas relativamente baixa e divergindo da UE;

-A taxa de desemprego aumentou para níveis de 1998;

-O défice externo entrou em crescendo com inversão de tendência, aproximando-se de valores tão criticados nos governos do PS e isto porque o aumento da procura interna é satisfeita recorrendo ao exterior;

- as exportações tem crescido de forma moderada;

- O investimento directo estrangeiro (IDE) continua pouco significativo;

- o défice das contas públicas, sem recurso a receitas extraordinárias, continua acima dos 5%, superior ao do ano 2001.

Resumindo, não se presentem as reformas estruturais tão apregoadas que conduzam o barco noutro rumo e para outro porto.

Hoje, num artigo do Dr.Frasquilho no JN, pretende-se dizer que este governo está a tomar essas medidas estruturais (correctivas) e que os resultados aparecerão a prazo.

Seria bom para o País que assim fosse. Mas interrogo-me sobre essas medidas, boas ou más, onde estão? Na economia, será a reestruturação do sector energético? No ensino, será o processo de colocação dos professores? Na fiscalidade, será a instabilidade provocada pelo OE2005 onde muitas das medidas apoiadas pelo governo Barroso são agora postas em causa (PPR, PPE, PPH, etc.)?

Uma volta pelas diferentes áreas só permitem descortinar medidas invisíveis.

2004-11-19

 

O referendo sobre o Tratado Constitucional da UE


Como seria de esperar, está criado um grande alarido à volta do anunciado referendo sobre o Tratado Constitucional da UE. E digo como seria de esperar, porque um referendo deste tipo é sempre muito difícil de ser realizar.

Primeiro, porque se trata de matéria de grande complexidade política, jurídica e técnica que muito dificilmente pode ser apreendida, em profundidade e em todas as suas consequências, pela generalidade das pessoas, sendo sempre fácil argumentar-se, qualquer que seja a pergunta, que as pessoas não sabem bem o que estão a votar. Mas isto passa-se com muitas outras matérias: por exemplo, alguém acredita que as pessoas que votam em eleições legislativas conhecem e compreendem bem os programas dos partidos, as consequências das suas opções, ou o perfil e qualidades dos candidatos a deputados?

Depois, porque o nível de envolvimento dos cidadãos na análise e discussão de temas importantes para a sua vida, qualquer que seja o tema é, infelizmente, ainda muito baixo: basta ver o que se passa, por exemplo, com as reuniões de pais nas escolas, com as reuniões de condóminos e tantas outras em que as matérias a tratar estão muito próximas dos cidadãos.

Depois, também, porque o prestígio da política e dos políticos é baixo, em parte por culpa própria, pelo que muitos cidadãos têm uma grande desconfiança sobre o que os políticos dizem e fazem.

Depois, ainda, porque o actual ambiente social é muito depressivo, o descontentamento geral é grande e não existem perspectivas de rápida melhoria da situação, pelo que os cidadãos têm uma grande tendência para o criticismo. Casa onde não há pão...

Depois, finalmente, porque tudo isto é aproveitado pelos que sempre estiveram e continuam a estar contra a democracia e contra a integração europeia.

Não é por acaso que países como a Áustria, Chipre, Grécia, Malta e Eslovénia decidiram não fazer qualquer referendo e votar o Tratado nos respectivos parlamentos, e que países como a Espanha e o Reino Unido vão fazer referendos meramente consultivos e sem qualquer carácter vinculativo, independentemente dos resultados. E não se sabe ainda em quais dos restantes países da UE vão fazer referendos.

Apesar de tudo, acho que deve haver referendo, assim como acho que devem haver eleições legislativas, reuniões de pais e de condóminos e outra formas de participação e auscultação da vontade dos cidadãos, porque a democracia tem de se ir construindo passo a passo, apesar de todas as limitações existentes. E ainda não apareceu um sistema melhor.

É evidente que há coisas que parecem não ajudar muito, e a pergunta aprovada por PS, PSD e CDS não é, provavelmente, a melhor, assim como tenho dúvidas sobre a posição do PS contra fazer uma revisão constitucional cirúrgica que permitisse fazer uma pergunta geral: estamos ou não globalmente de acordo com a Constituição Europeia? Porque, como bem refere Vital Moreira no "Causa Nossa" (vale a pena ler os vários textos de VM naquele Blog), é isto verdadeiramente o que está em causa. Mas não estou convencido de que, com essa alteração constitucional e com a pergunta geral atrás referida, o alarido fosse muito menor.

O que me parece fundamental, é que nos meses que faltam para o referendo, os partidos e, em particular, o PS, bem como outras instituições e as pessoas mais informadas, se empenhem no sentido do maior esclarecimento e da maior mobilização possível dos cidadãos.

2004-11-18

 

Dia horribilis na AR

Hoje um dia horribilis na Assembleia da República. Como não bastasse a aprovação do OE 2005, um documento descredibilizado pelos mais diversos quadrantes, técnicos e consultoras - um documento que muito vai pautar a vida dos portugueses durante o próximo ano se este governo não cair - ainda se aprova a pergunta a colocar aos portugueses em referendo, esta, com os votos do PS.

Trata-se de uma pergunta menos feliz, porque integra questões de âmbito muito diverso e faltando-lhe uma essencial: a da primazia do direito comunitário.

Com este facto criou-se uma situção embaraçosa mesmo para os mais europeistas, como o comentador de política da TSF, António José Teixeira bem referiu. Entendo que ficou criada uma dinâmica de abstencionismo na medida em que a pergunta apresenta-se pouco séria para gente séria, ou seja que deseja votar em consciência.

Não percebo a precipitação do PS e acho que a aprovação da pergunta, caso passe no TC (e francamente espero que chumbe) só vem inquinar a discussão durante a campanha para o referendo.

Reafirmo, não percebo tanta precipitação, mas cada vez me convenço que cada vez mais se trabalha sobre o joelho neste país.
 

Um Kandinsky para desanuviar


Wassily Kandinsky. Composição VIII. 1923. Óleo sobre tela. 140 x 201 cm. No Solomon R. Guggebheim Museum de New York.

Kandinsk nasceu em Moscovo em 1866 e morreu em Paris em 1944 antes de poder ver reconhecida e consagrada a arte abstracta de que é justamente considerado fundador.
"Libertar a pintura da ordem da natureza". Criar a obra de arte total onde se unam a cor, os sons, os cheiros. Pintar como quem faz música e exprime puras emoções.
Aos trinta anos fixa-se em Munique, então um pujante centro artístico onde desabrochava a versão bávara da Arte Nova e onde cria e anima círculos artísticos como a nova Associação dos Artistas de Munique e mais tarde o Cavaleiro Azul. Em 1914 volta à Rússia, bem a tempo de participar num dos movimentos mais vanguardistas do início do século, impulsionado pela revolução de 1917 que foi aliás, sol de pouca dura. Participou em organismos do novel Estado Soviético de promoção das artes mas em 1921 volta para a Alemanha e não mais regressará. Na Alemanha, a convite de Gropius, ingressa nesse laboratório da arte, que é a famosa Bauhaus. Aí é professor, entre 1922 e 1933, altura em que foge ao nazismo que considera degenerada a sua arte. Radica-se em França e as figuras geométricas da Bauhaus evoluem, no fim da sua vida, para formas orgânicas e "biomórficas" onde a côr mantém todo o seu habitual explendor.


 

O (des)caminho das águas


Estão cada vez mais em retrocesso, em todo o Mundo, as concepções da água como mercadoria e dos serviços de água como negócio. Mas, em Portugal, o Governo tem mantido, desde 2002, uma obsessão doentia e perigosa para o País, de privatização e desmantelamento do Grupo Águas de Portugal. Este é o tema que abordo no meu artigo de hoje no Diário Económico, o qual pode ser visto aqui ou no ALFORGE.

2004-11-17

 

Em curso a discussão orçamental...Haja clareza

O Banco de Portugal, no seu último relatório trimestral (16/11), veio de algum modo alertar para um crescimento "perverso" da economia portuguesa.

Em 24/06/04 neste blog no post "Há sinais de recuperação económica?" chamava-se a atenção para a "retoma" previsível, utilizando precisamente este mesmo termo: caminhamos para um crescimento perverso na medida em que a economia está a ser puxada quase em exclusivo pela procura interna.

Na ordem do dia, está agora a questão do elevado crescimento das importações. Sobre esta situação duas notas. É bom pensar que em cada unidade exportada por Portugal cerca de 30% corresponde, em média, a bens importados e que o consumo nacional é cada vez mais satisfeito por produtos ou bens importados, porque o sistema produtivo português não responde às necessidades sentidas pelos portugueses em termos de qualidade, moda, design, preço, etc.

A leitura conjugada destes dois fenómenos é instransponível. E é a esta situação que a política económica dos governos tem de responder, se se quer de facto, tornar menos dependente e frágil a nossa economia e melhorar o nível de vida dos portugueses. Não se pode fugir a isto. A questão de fundo é pois: como entrar no caminho do desenvolvimento e como distribuir a riqueza gerada.

Oiço falar, constantemente, de competitividade e produtividade como se "em cada esquina" houvesse um botão que se premia e logo se entra«va na marcha. Também oiço muitas vezes referir que os diagnósticos estão feitos e o que falta é avançar.

Não comungo dessa opinião. Não vejo diagnósticos acertados, porque os diagnósticos implicam a definição de caminhos e designadamente a concretização de formas e processos de como caminhar para a competitividade.

Hoje no início do debate orçamental e, designadamente, no discurso do Primeiro Ministro ouvi muita retórica, mas nem uma só linha directora precisa de como avançar/ caminhar, nesse processo de competitividade, que admito não é fácil, mas é determinante para a economia deste País. Acho que as políticas de subsídios em curso há muitos anos têm como resultados produzir mais do mesmo, sustentar actividades que pela sua organizaçãp levam exactamente a perda de competitividade da nossa economia.

Uma orientação da consolidação da despesa pública que é fundamental tem de assentar numa estratégia de competitividade do País e não é isto que se está a verificar nem com a Drª Ferreira Leite e menos ainda com este orçamento de Bagão Félix.


2004-11-16

 

Desemprego Aumenta em Portugal

Segundo informação do INE, a taxa de desemprego no 3º trimestre de 2004 foi a mais elevada desde 1998, atingindo o valor 6,8%.

Por regiões, as taxas de desemprego mais elevadas verificaram-se no Alentejo (9,1%), Norte (8,3%)e Lisboa (7,5%). As mais baixas nos Açores (3,8%) e Madeira (3,0%).

A situação de desmprego abrangeu 375,9 mil portugueses.
 

Empresários rejeitam OE 2005

Empresários portugueses também rejeitam o OE2005, alegando que com ele se "corre o risco de comprometer a credibilidade interna e externa da política orçamental portuguesa" porque nele se verifica "a inversão de prioridades no sentido de favorecer o consumo e penalizar a poupança".

Esta visão consta de um documento conjunto da Associação Empresarial de Portugal(AEP de Ludgero Marques) e da Associação Industrial portuguesa (AIP de Rocha de Matos).

Este documento muito crítico para com o orçamento de Bagão Félix demonstra, em vários aspectos, a falta de rigor e de fundamentação das bases do orçamento quer no que toca às receitas quer às despesas, com exemplos muito concretos. Daí a conclusão para estas entidades de que o cenário macro em que assenta o OE é irreal.

2004-11-15

 

Governo Apanhado de Surpresa

José Rodrigues dos Santos, director de informação da RTP, demitiu-se esta tarde. Por solidariedade a equipa da direcção de informação - Judite de Sousa, Miguel Barroso, Carlos Daniel, Maria José Nunes e Manuel da Costa - demitiu-se também.
"No dia 18 de Outubro, o deputado socialista Arons de Carvalho entregou na Assembleia da República um requerimento onde pedia esclarecimentos ao Governo quanto à veracidade da notícia avançada no sábado anterior pelo "Expresso", sobre eventuais alterações na direcção de informação da RTP por iniciativa do Governo. O semanário revelou, então, que o "Governo admite mexer na direcção da RTP", e, citando fonte oficial não identificada, adiantava que a continuidade de José Rodrigues dos Santos como director de informação é algo "a avaliar". " [link]
A demissão aconteceu na sequência de uma reunião com o Conselho de Administração da televisão pública, esta tarde o que permitirá a um Luís Delgado qualquer garantir que o Governo é completamente alheio ao assunto.
Entretanto consta que no Governo consideram Luís Marinho, da RDP, pessoa mais adequada para aquela função.

 

Powell renunciou. E agora? Condoleezza Rice?

Segundo o Público, "Última Hora" on line, o Secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, anunciou hoje ter apresentado na 6ªfeira passada a sua demissão a George W. Bush. [Link]
Colin Powell era considerado o mais moderado "ministro" da Administração norte-americana e frequentemente se posicionou contra as posições mais belicistas e aventureiras de Condoleezza Rice, conselheira de George W. Bush para a Segurança Nacional e Donald Rumsfeld, Secretário de Estado da Defesa, nomeadamente na agressão ao Iraque.
Condoleezza Rice parece ser uma forte candidata ao lugar vago. A confirmar-se tal substiuição isso seria forte indício de agravamento da agressividade e do unilateralismo da nova Administração de Washington. O que se traduziria em maior afastamento da Europa, mais arrogância, mais sangue, mais vítimas inocentes, mais incentivos ao terrorismo, no Iraque, no Médio Oriente e onde os EUA muito bem entenderem defender a liberdade dos grandes lobbies do império ao seu sagrado direito à rapina dos outros povos.

 

"A LEGITIMAÇÃO"

EPA-Estela Silva
A moção de Pedro Santana Lopes ganhou por 496 votos a favor, 0 (zero) contra e 1 abstenção. Santana Lopes ganhou por 99,8% !
Ora José Sócrates só teve 81%. Sócrates que se cuide!!
No PCP, o próprio Jerónimo de Sousa, ficou certamente preocupado. "Conseguirei tão invejável score ?
- "Foi bom ter havido uma abstenção que eu não gosto de unanimismos" - observou o Pedro a uma jornalista da SIC que simpaticamente lhe aproximou o microfone da boca, num momento alto da carinhosa Grande Festa da Consagração.
Estão a perceber porque é que se considerava tolerável que Manuela Ferreira Leite fosse a Barcelos mas já se achava excessivo que pudesse votar? É que: bem, uma abstenção até faz jeito - para aquela coisa que ele disse - mas um voto contra já é demais para um congresso que não é um congresso qualquer mas um congresso sob o lema da "Verdade" e da "Confiança" onde devem estar todos amigos e a bater palmas ao Pedro.
Pessoas despeitadas como esse Francisco de Assis, do PS quando várias microfones lhe pediam uma opinião sobre tão entusiástico Gongresso - ainda no ar esvoaçava o frémito da exaltação e engrossava a fila para os beijinhos e abraços ao Pedro - não soube dizer mais nada que: "de Barcelos não saiu uma única ideia para o país".
[link]
Só a incompreensão pode ter ditado comentário tão retorcido porque toda a gente sabe que o congresso não era para isso. O congresso era para o Pedro falar do Pedro. E também para ver se o velho PSD se encaminha para o ambicionado "PPD".

2004-11-14

 

1 Falluja cai meia dúzia se levanta


Na batalha de Falluja fontes americanas anunciam terem os marines tido 200 baixas das quais 22 mortos e abatido 1000 terroristas ou insurrectos a que alguém, sem tento na língua, poderia chamar iraquianos.

O exército dos Estados Unidos, após porfiados esforços está quase, quase a vencer um farroupilha dum "jordano" que sem dúvida andará impante de vaidade e dá pelo nome de Abu Mussab al-Zarqawi.

Entretanto uma Falluja cai e meia dúzia se levanta.

A revolta e a tomada parcial ou total de cidades, Ramadi, Baqcba, Mahmoudiyah, Baiji, Samarra, pelos iraquianos, alastra a quase toda a zona sunita, inclui alguns bairros de Bagdad e chegou ao Norte, à cidade curda e petrolífera de Mossul.
Se se trata de terroristas, milhares e milhares de terroristas, onde antes da invasão não os havia, então temos de nos render à eficácia de Bush no fomento e propagação do terrorismo.
Se se trata de iraquianos não se poderá tirar outra conclusão de que se trata de gente ingrata.
De qualquer modo as eleições de Janeiro próximo têm garantidas as condições para que observadores internacionais as considerem democráticas e justas em geral desde que os dispensem de ter de ir mesmo ao Iraque e os deixem observar a coisa a partir do Qatar com binóculos de longo alcance.

2004-11-13

 

Terra Santa - Guerra Infinita

Ele criou uma nação.
Debaixo de fogo.
Yasser Arafat - herói do Povo Palestino.

 

O galo de Henrique Chaves

Henrique Chaves, um dos mais devotos de Santana e seu ministro adjunto, veio à praça pública acusar Manuela Ferreira Leite, Leonor Beleza, Teresa Gouveia e Marques Mendes de "profunda cobardia" por não irem ao congresso de Barcelos, dar a cara pelas suas críticas. Afinal, o ministro Henrique Chaves teve mesmo galo, pois Marques Mendes lá está. Será que o seu alvo era apenas as mulheres cavaquistas?

2004-11-10

 

Falluja a Ferro e Fogo

Photograph:Recapturing Falluja New York Times 2004-11-10


A democracia porta a porta


 

Mais um equívoco...e quantos mais?

Vamos admitir que este governo se enganou e fez mal as contas do OE 2005.

Esta é a forma branda de tratar este governo que raramente em dois dias seguidos coincide no que diz, pois diz o mesmo e o seu contrário. É uma questão de cromossomas. Não se lembram ainda que tudo começou com uns Secretários de Estado indigitados para umas pastas a tomarem conta de outras?!!. Lá diz o ditado popular: o que nasce torto dificilmente se endireita.

Os media de hoje fazem bastante eco de mais uma situação. Afinal o senhor ministro das Finanças deste País que é Portugal vem desdizer o que ele e o Primeiro Ministro tinham dito - o IRS vai baixar- há dias e, designadamente num dia de campanha eleitoral nos Açores, quando antes Bagão Félix tinha dito exactamente o contrário, ou seja, o que diz agora: não vai haver baixa de IRS em 2005 .

De facto, não vai haver baixa de IRS com este governo e com grande dificuldade as pensões irão convergir para o salário mínimo, porque não houve reforço de verba no respectivo ministério ou então poderão minimamente convergir, destapando qualquer outra ponta do cobertor do Orçamento do Ministério de Fernando Negrão.

Alguma seriedade precisa-se. Mas já me interrogo, será que a há? Procure-se a candeia.

2004-11-07

 

Santana Oficial

[Procurei-a por todo o lado. Finalmente encontrei-a no Jumento. Comprada ao Expresso?]


- Porque é que fiquei mais bonito que os outros? Ora, porque treinei na Cadeira do Poder!


 

Nova crítica do capitalismo (2)


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Agitando-se «dentro» da História, o cinema não evita os tiques proféticos que nos encarregamos de lhe colar. Foi assim com as «Sandálias do pescador», - Michael Anderson, 1968 - em que muitos viram a antecipação do pontificado de João Paulo II, e foi também, no caso do «The Manchurian Candidate», o assassinato de Presidente dos EUA, John F. Kennedy. A projecção do filme foi então suspensa nas salas dos EUA. Segundo Tim Dirks, no site Greatest Films, Frank Sinatra, um dos principais protagonistas da primeira versão, comprou os direitos do filme, aparentemente com o intuito de o retirar definitivamente de circulação. E assim foi assim até 1987. Tim Dirks suspeita que Sinatra tenha apenas sido movido pelo respeito funerário devido a JFK, e que outros interesses estariam igualmente em causa...

De qualquer modo, o filme de 1962 remete para uma «ameaça terrorista» que em plena guerra-fria era assacada sobretudo à União Soviética e à República Popular da China. O transe hipnótico a que foram submetidos os militares americanos no filme de 1962 foi reforçado em 2004 com o implante de microships e «assistência continuada» em território dos EUA.

Um novo terrorismo ataca o sistema. Vem de dentro. Científica e tecnologicamente mais avançado e financeiramente (in)definido.

O terrorismo mais letal é sempre o que vem de dentro.

 

Nova crítica do capitalismo (1)


O que mudou na história do The manchurian candidate que numa patusca adaptação portuguesa se tornou no Enviado da Manchúria?


Em 1962, dirigido por John Frankenheimer, (foto da esquerda) a conspiração fora urdida pelo «campo comunista» que programara hipnoticamente militares americanos capturados na Manchúria, com o intuito de liquidar o Presidente dos EUA. Agora, no remake deste ano, assinado por Jonathan Demme, (foto da direita), a conspiração comunista foi substituída por uma urdidura de uma grande empresa da indústria farmacêutica, fornecedora das forças armadas norte-americanas.


Há, com certeza, numerosas outras diferenças a apontar, desde os contextos históricos - Guerra Fria e Guerra da Coreia para a história de 1962; Guerra do Golfo e Campanha Presidencial para a versão de 2004 - ao casting - Frank Sinatra e Laurence Harvey, no primeiro; Denzel Washington e Liev Schreiber, no remake, além de Meryl Streep, que faz de senadora e mãe egoísta, possessiva e destrutiva. E há também sinais interessantes nas alterações e adaptações do novo script.


Parece-me um daqueles casos em que o mais estimulante é o exercício de descobrir diferenças entre as duas versões.


A maior parece-me residir na percepção do «novo perigo» que ameaça a democracia americana: o complot das multinacionais conluiadas com cientistas contratados para o efeito, com militares e outras instâncias da administração, numa poderosa rede eficazmente gerida.


Sinal dos tempos, a nova ameaça ao regular funcionamento das instituições vem de dentro do próprio sistema e é orientada pela maximização do lucro.

Terá mesmo de ser o cinema americano a levar a sério a nova crítica do capitalismo?


2004-11-06

 

PSL e as “agências de comunicação”

É o início de um "post" de Pacheco Pereira no seu ABRUPTO. A não perder.
O texto do Público de hoje, assim como uma reportagem da Sábado sobre as “agências de comunicação”, são leitura obrigatória para perceber a linha para onde hoje o poder se recolhe, para fugir à falsa transparência do escrutínio em tempo real. Tenho repetido à saciedade que existe um efeito de Big Brother nas políticas em democracia: tudo o que é importante não se vê, ao mesmo tempo que as pessoas têm a ilusão que sabem de tudo...
Pacheco Pereira, apesar de "topar" este 1ºM, não deixa de ser do PSD, por isso ele começa o artigo com esta (Nota breve: tudo o que se diz abaixo aplica-se ao PSD e ao PS.) O que não deixando de ser verdade convém lembrar que a bronca e as manobras em todo o seu superlativo explendor se estão a passar com o Governo do PSD/PPD-CDS/PP.

 

Um Barnabé na Sic Notícias. Hoje à meia-noite

Vá, vamos todos ver a SIC Notícias, à meia-noite, já daqui a bocadinho, ver o Daniel. Esse mesmo o Daniel do Barnabé, pois!
É que estreia hoje, na SIC Notícias, à meia-noite, o "Eixo do Mal". Um programa semanal com Nuno Artur Silva, Clara Ferreira Alves, Pedro Mexia, José Júdice e o verdadeiro Daniel de Oliveira.
Para quem não seja "habitué" como eu, aqui fica uma amostra do seu certeiro humor: [quando o Dean caiu e avançou o Kerry]: " Ainda não foi desta que o Partido Democrático escolheu um candidato que não fosse Republicano"
ou hoje, este post, ali no Barnabé:
Há mar e mar, não há nada para Portas mandar
Quando Portugal tem finalmente um ministro do Mar, deixa de ter mar!

2004-11-05

 

América: de Liberal a Fundamentalista


Há quem coloque a questão: se em vez deste Kerry que andou quatros anos sem se demarcar convincentemente da Administração Bush, particularmente em relação ao Iraque, fosse um candidato com um passado menos ambíguo e com carisma (Dean?) teria sido possível derrotar Bush? Ninguém pode ter a certeza mas inclino-me para a negativa. A onda anti-liberal vem desde Reagan impulsionada pelas aliança dos belicistas com as seitas obscurantistas e fanáticas. Clinton conseguiu interrompe-la mas muito à superfície. Não conseguiu sequer impedir a humilhação dele e da América com o caso Lewinsky.

 

PARABÉNS AO JUMENTO

O JUMENTO

é um blog de referência e fez anos.
O Jumento tem excelente informação e ao momento. Humor qb e boa apresentação. O Jumento dá uma contribuição muito valiosa à blogosfera por isso está o Jumento e estamos todos nós de parabéns.
O Puxa Palavra deseja a continuação dos coices certeiros do Jumento e muitos anos de vida.

2004-11-04

 

Um Ministro contraditório

No artigo que hoje publiquei no Diário Económico comento a recente audição do Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território, Luís Nobre Guedes, perante a Comissão Parlamentar de Poder Local, Oedenamento do Território e Ambiente. Pode ver esse artigo aqui ou no ALFORGE.

 

...mas não ganhará as próximas

Metade da América e um bocadinho mais, está presa dos seus fantasmas conservadores e securitários. Mas a nova-velha Administração americana tem muita gente (e poderes!) pela frente para que possa levar longe demais as medidas mais gravosas que vicejam nos programas "neocons".
Os EU não se meterão noutro Iraque. Não invadirão o Irão nem outros países do "Eixo do Mal" porque mais que as teorias dos Perle, Wolfowitz, Rice e Ciª pode a dura realidade e esta o que mostra é o Pentágono atolado no Iraque.
Pior será a deriva contra os direitos humanos cuja defesa, durante meio século de guerra fria, fora a imagem de marca que a América gostava de ostentar perante o mundo. Pior será o fomento das condições de proliferação do terrorismo camufladas com a demagogia anti-terrorista.
Claro que o poder é o poder e isso conta muito, no entanto, e só para falar do Ocidente, metade da América e 80 por cento da Europa (a velha Europa!) são um lastro pesado para que as veleidades do loby dos petróleos, da indústria do armamento, de parte da alta finança e dos fanáticos do Império, possam fazer o que bem lhes apeteça.
Nem tudo será mau, nem caso para excessiva euforia de alguns comentaristas santano-bushistas que, por ironia do acaso, nos hábitos, nos costumes, na moral, estão na maior parte dos casos, nas antípodas daquela América violenta e "evangélica", puritana e hipócrita de que são, por convicção ou necessidade, arrufados prosélitos.

2004-11-03

 

Difícil provar o provável !!!

Agora que já temos Bush por mais quatro anos, apenas nos resta, segundo o nosso Presidente Jorge Sampaio, "ter fé". A cooperação mais estreita EUA/Europa e Kyoto apenas dependente de uma conversão de última hora de Bush vêm aí.

Voltemos, então, ao nosso solo pátrio.

Por aqui temos as multinacionais de consultoria a duvidar publicamente e em uníssono das bondades do Orçamento 2005, que este governo produziu. É uma estranha atitude por não ser normal em anos antes. Será que estas empresas, ao porem o dedo na ferida, estão muito desgostosas com o nosso triste fado e numa de procura de querer o melhor para este povo cá do canto da Europa ou já se estarão a posicionar para o próximo senhor deste país?

Também de registo interessante é a dança dos directores DN. Hoje leio que Clara Ferreira Alves "dixit" que se sente "usada como arma de arremesso". Por outro lado para Luis Delgado, a mudança da direcção do DN é "uma decisão normal de uma administração que tem de ter o cuidado de olhar para a situação de cada órgão de comunicação" e, continuando tão exímio argumento, diz que "é público" que o DN "está a atravessar uma fase difícil".

E aqui mais uma dúvida, as virtudes para tirar o DN desta fase difícil (queda de venda e de perda de publicidade)são intrínsecas de pessoas que tiveram o condão de participar na criação dessa mesma situação, trepando agora para a administração? É digno de registo.

Mas a minha mente não atinge. Cedo ou tarde achega-te ao poder e logo serás investido para o sucesso a partir do teu insucesso.

2004-11-02

 

FIM ao TABU!


Não fazem ideia da imensa correspondência que o PUXA tem recebido. Correio normal, correio azul, pombo-correio, email, telepatia, piscadelas de olho, para que quebremos o tabu e revelemos a nossa opção eleitoral para desempatar o previsível resultado e o embaraço de seis meses de contenta judicial. Para já não falar da crise da bolsa!
Tendo em conta que o NYT, O Badaladas, O Financial Times, o Diário do Alentejo, Al Jazira, e o 丕賱毓囟賵賷丞 além da Capital, do Luís Osório, já tomaram posição, resguardando-nos assim de um sempre desagradável tropeção deontológico, a redacção do PUXA decidiu em reunião de virtual emergência declarar o seu apoio a
JOHN KERRY

2004-11-01

 

Parabéns à Rua da Judiaria

A Rua da Judiaria
um excelente blog de
Nuno Guerreiro
fez uma ano de vida em 27 de Outubro.

O PUXA PALAVRA
associa-se aos muitos blogs que o felicitam.

Tendo só agora tomado conhecimento
do feliz evento de 3 de Abril deste ano,
livre das ancestrais Inquisições,
oferecemos-lhes
Os Amantes nos Lilases
(Infelizmente só em versão on line ;-)

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