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2011-11-29

 

Seguro e Zorrinho esmigalhados

Deve ser falso. Mas consta por aí que Zorrinho e Seguro andam pouco seguros do que querem.

Então, não queria este duo mostrar o seu grande patriotismo votando ao lado do governo, agora com a maquilhagem dos cortes ensaiada pelo governo PC/PP?

Já tinham abandonado a sua posição conservadora. IVA restauração sim 23% e cortes 2 com umas ligeiras alterações.

Ser patriota hoje é fazer o que manda a Tróika ou mais ainda, o que faz o governo. Tudo quanto seja desancar sobre a população "que vive acima das suas posses" muito bem.

Mas aqueles deputados casmurros do PS não deixaram o duo exibir o seu patriotismo, rebeliaram-se.

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Freitas arrasa Merkozi

 A União Europeia: "Um grupo de países democráticos governados por uma ditadura"
Video aqui

 

O BPN e a Operação FACE OCULTA com o rabo de fora

O texto anda por aí. Eu recebi-o por email. Anónimo. Conhecer a origem é importante, em todo o caso, tem apenas o valor de "argumento de autoridade". Importante é também a razoabilidade dos argumentos e avaliarmos como encaixam com o que conhecemos da realidade. O facto é que muita coisa encaixa.
Se acharem que a imagem não tem relação com o assunto, concordo, mas a ideia é compensar com alguma beleza tema tão escabroso.
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A operação Face Oculta com destinava-se, de facto, a fazer o máximo de ruído possível para desviar as atenções do tenebroso folhetim BPN. Ainda hoje visa em parte isso mesmo, apesar de estar um pouco descaída para robalos e alheiras... Com a face oculta, valia tudo! Até escutas ilegais ao primeiro ministro - o que, num estado de Direito, deveria ter resultado no julgamento dos responsáveis pelas gravações.

A páginas tantas, a operação Face Oculta foi redireccionada, passando a visar principalmente Sócrates e o seu governo. Era preciso derrubar Sócrates e mudar de governo, porque havia gigantescos interesses em jogo e, em particular, o caso BPN prometia dar completamente cabo do PSD.

Do folhetim BPN ignoram-se ainda hoje numerosos episódios. Aquilo é uma torrente de lama inesgotável. Que eu me lembre, o agora falado caso IPO/Duarte Lima, de que Isaltino também foi uma peça fulcral, não foi sequer abordado durante o Inquérito Parlamentar sobre o BPN - inquérito a que o PSD se opôs então com unhas e dentes, como é sabido. A táctica então escolhida ...
(Continua aqui

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Isabel do Carmo

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Ontem no Público

2011-11-28

 

Não há vespa que não dê em fartura

Ministro substitui a Vespa por carro de 86 mil euros 

 "Pedro Mota Soares, o Ministro da Solidariedade e Segurança Social, que se diz comprometido com a ética social na austeridade, faz-se transportar num novo carro de luxo comprado pelo Estado, cujo preço de venda ao público ronda os 86 mil euros."

Coitado do Mota Soares. Ele é um rapaz simpático e não tem culpa nenhuma. Ele já explicou que a coisa vinha de trás, do Sócrates, aliás, como a crise.  Já estava tudo contratado e ele agora não podia recusar pois só ia atrapalhar e atrapalhado já o país anda e de sobejo.

 

AMÁLIA e o FADO

Parabéns a quem se empenhou em oferecer ao mundo o nosso fado. Eu sei que o fado não é só Amália mas... sem a Grande Amália e sem Alain Oulman teria sido bem mais difícil conseguir transformá-lo em património mundial A letra deste fado, ABANDONO, é de David Mourão Ferreira, a música de Alain Oulman e a voz... bem, a voz é a da inigualável Amália.

Aqui:  http://youtu.be/2GZ5--BKnqk  a Amália precede o fado com uma pequena entrevista onde diz que este fado esteve proibido uns meses. Há também, no Youtube, videos ao vivo mas não encontrei nenhum com boa captação de som.

2011-11-27

 

Bom Fim de Semana

Mais ao longe                            ou                              mais de perto

Como verá, quem vê lá de longe, à distância, para lá de Saturno ou Plutão, esta crise que alastra por aqui entre os lobos  homens? Que dirão deste sistema tão engenhoso, faca de vários gumes, tão importante e necessário, que os homens vêem aperfeiçoando há séculos, mas que nas últimas décadas têm aperfeiçoado, mais ainda, para desapossar de riqueza e poder, milhões de homens, para a opulência e o domínio de alguns? Uma entidade que, qual Deus, tendo sido criado pelos homens, é apresentado como pairando lá muito acima da humanidade, para lá da Via Látcea e governa as nossas vidas sem que possamos deixar de lhe obedecer. Algo tão incontornável como o Sol nascer no Levante e se pôr a Ocidente. Uma entidade que devemos mimar, não podemos afrontar e muito menos ter a veleidade de interferir nas suas insondáveis regras.  
Sim é dos "mercados" que estou a falar, e da caricata figura de Passos a espreitar debaixo das saias da Srª Merkel e a acenar-nos que temos de fazer tudo certinho - que é lá isso de eurobonds" e outros disparates - como lhe explicou o Gaspar, que sabe ler o movimento dos lábios dos "MERCADOS".

 

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Compreender a dívida pública


2011-11-25

 

Homenagem aos Professores Expulsos das Universidades Portuguesas pelo Estado Novo

A homenagem consistirá no descerramento de uma placa com os nomes de todos os docentes expulsos da Universidade de Lisboa, da Universidade Técnica de Lisboa, da Universidade de Coimbra e da Umiversidade do Porto, em cada uma daquelas universidades, na realização de uma sessão solene de homenagem com a participação dos Reitores e oradores convidados e na edição de uma brochura que contextualiza historicamente os acontecimentos e contém as biografias de todos os professores e investigadores demitidos.
A comissão organizadora da homenagem é constituída pela Fundação Pulido Valente, pelo Movimento Cívico Não Apaguem a Memória - (NAM), pela Fundação Mário Soares e pelo Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa.
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Links: Memórias site do NAM: placa com os nomes de todos os docentes demitidos e comunicado da comissão organizadora.
 

A Europa aproxima-se da bancarrota?

A situação na Europa começa a ficar muito complexa, agora juntando a Espanha em pane, face aos ditos mercados e a uma ausência de resposta por parte da UE, que estanque/pare com o eufemismo, muito usado por "analistas" dos fenómenos da economia, o nervosismo dos mercados.

Sente-se. Os mercados estão mesmo muito nervosos. Já não têm bolsos para guardar as somas colossais que estão a arrecadar, em processo contínuo com a especulação mundial, somas essas que se concentram em número muito reduzido de mãos, as mãos dos senhores que mandam no capital financeiro.

Veja-se a Tróika. "Brincando", melhor dito, apoiando Portugal com 78 mil milhões de euros, vai arrecadar dos cofres de Portugal em juros e comissões apenas 34,4 mil milhões, como informou hoje o Ministério das Finanças.

Imagine-se, acho que é inimaginável, o montante cumulativo que gera a especulação.


Sobre o que vamos pagar. Acho que há aqui um grande equívoco. Face a tamanho montante, nós é que estamos a apoiar as entidades da Tróika. Temos de brevemente corrigir a nossa linguagem ou então chamar-lhe outro nome.

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Um ensaio à grega

Ontem na escadaria da Assembleia da República assistiu-se a um curto ensaio à grega.

Não gostei de ver certas cenas bárbaras da polícia, designadamente da polícia não fardada.

Sei que faz parte das técnicas "duvidosas" de "por ordem" misturar com os manifestantes uns quantos (muitos) polícias especiais à civil. Foi o caso de ontem.

Não aprovo estas técnicas pois nunca se sabe se actuam para conter se a provocar.

Ontem foi o caso e foram estes que desencadearam as cenas mais escabrosas, que se viram nas televisões.

Também não simpatizei com a necessidade de demarcação das centrais sindicais. Penso que ninguém as associava aos factos ocorridos, a não ser o "especialista" general Garcia Leandro.

 

austeridade menos crescimento e mais desemprego

Vale a pena ler Joseph Stiglitz: Austeridade é receita para suicídio económico

Mesmo quem defende que as medidas da Tróika apontam para a saída da crise deve minimamente colocar a questão e se a Tróika estiver errada?

Ou melhor quem deveria interrogar-se sobre isto eram os partidos que alinharam com a Tróika, talvez desesperadamente, porque da Tróika já se conhece há muito aonde quer chegar.

Não oferecerá dúvidas se tudo anda a "correr bem", se o governo actual carrega,carrega nas medidas de austeridade, cortes e mais cortes no rendimento das pessoas, que venham as empresas de Rating americanas afundar ainda mais a situação baixando a notação?


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2011-11-24

 

Homenagem aos portugueses dos bidonvilles, 1971, quando Joe Dassin cantava a nossa pobreza

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Interessante. Quem diria?!

Histoire du Monde : l’Angola prêt à aider le Portugal (rtbf.be)

La roue tourne. Entre le Portugal et son ancienne colonie l’Angola, c’est le monde à l’envers.

C’est l’histoire du monde racontée par Roberto Denis. Le Portugal est en crise. La rigueur s’abat sur ses habitants et le gouvernement se demande où il va trouver les moyens financiers pour relancer la machine économique. Eh bien, c’est tout trouvé. Son ancienne colonie, l’Angola, est prête à venir en aide à l’ancienne métropole. Quand on compare les chiffres, on comprend vite l’intérêt des deux pays à collaborer. Le taux de croissance de l’Angola est de 12% alors que le Portugal connait la récession, autrement dit, une croissance négative.

Lire l’article: Histoire du Monde : l’Angola prêt à aider le Portugal (rtbf.be)


 

As decisões europeias não têm peso

Annulation de la dette grecque : les banques à la manoeuvre

Par Christian Chavagneux

Les grandes banques sont en train de remettre complètement en cause les décisions européennes du 26-27 octobre dernier. On sait déjà qu’elles contournent les règles les forçant à augmenter leur capital (voir ici). On s’aperçoit maintenant qu’elles veulent minimiser la contrainte qui leur est imposée d’annuler 50 % de leurs créances sur la Grèce.

Dans la nuit du 26-27 octobre dernier, les chefs d’Etat européens ont fini par virer leurs conseillers pour décider, entre eux, politiquement, de combien la dette grecque devait être annulée. Ils se sont entendus sur le montant de 50 %. Mais sans régler les détails techniques d’une telle annulation. Les négociations viennent ainsi de démarrer entre banquiers et autorités grecques pour déterminer les conditions précises des pertes des banques. Sans surprises, ces dernières essaient d’imposer des modalités qui leur soient très favorables, et tant pis si le coût en est élevé pour la Grèce.

Précisons de suite que l’annulation de 50 % ne revient pas à effacer la moitié de la dette grecque : le pays reçoit des aides du FMI et des pays européens en même temps que la Banque centrale européenne a racheté une partie de sa dette. Tous ces créanciers publics, qui représentent environ 30 % du total, ne sont pas touchés par l’annulation qui concerne donc uniquement 50 % des 70 % de la dette détenue par les créanciers privés (les banques au premier chef, les assureurs, des fonds d’investissement), soit 35 % de la dette totale.

Les banquiers ne se contentent pas de passer 50 % de pertes dans leurs comptes (et même 60 %, au cas où, ont annoncé quelques banques comme BNP Paribas). Ils demandent aux Grecs d’échanger leurs bons du Trésor actuel, que la Grèce est aujourd’hui incapable de rembourser et qui valent donc zéro, contre des nouveaux bons du Trésor à 20 ou 30 ans pour un montant équivalent à la moitié de ce qu’ils détiennent. Mais, puisqu’ils ont perdu sur le capital, ils se rattrapent sur les taux d’intérêt en réclamant une rémunération exorbitante de 8 % ! De plus, le remboursement de ces nouvelles dettes est garanti par un fonds dans lequel les pays européens vont mettre 30 milliards d’euros.

Ainsi, les banques veulent échanger 100 de créances qui ne valent rien contre 50 de créances au remboursement garanti et servant pendant 20 à 30 ans un taux d’intérêt très élevé. Une véritable rente sur le dos des Grecs ! Et comme si cela ne suffisait pas, ils réclament une clause de retour à meilleure fortune : au cas où l’économie grecque irait mieux dans les années qui viennent, il faudra que le gouvernement revienne en partie sur la baisse de 50 % et redonnent aux banquiers une partie de qui a été annulé !

L’accord politique du 26-27 octobre dernier, dans la lignée de celui du 21 juillet, reconnaissait politiquement que puisque les banquiers avaient fait des erreurs en prêtant trop et trop bon marché à la Grèce, ils devaient en payer le coût en acceptant de contribuer à aider la Grèce par l’annulation d’une partie de leurs créances. On voit qu’ils n’y sont pas du tout prêts, préférant continuer à tirer le maximum possible d’un pays destiné à connaître une longue période de récession et d’austérité, période qui sera d’autant plus longue que le coût du remboursement de leur dette sera élevé. Heureusement, la messe n’est pas dite : la Grèce fait des contre propositions qui visent à réduire le futur fardeau de leur dette. La bataille est lancée : il faudra en suivre le résultat de près.


 

os planos de resgate da Tróika não tratam do crescimento ...

... e sem crescimento não há recuperação económica.

Como muitos analistas têm demonstrado, "as medidas" de austeridade dos planos da Tróika enfermam dessa grande lacuna e, por conseguinte, aprofundam ainda mais a crise, apesar de tudo quanto os governos que aceitam e negoceiam aqueles planos nos querem impingir.

Um trabalho muito recente de Patrick ARTUS, do banco de financiamento e investimento, NATIXIS, vem exactamente nesse sentido.

Diz Patrick ARTUS "para que a situação de Grécia (ou de outros países periféricos como Portugal) seja sustentável é preciso:

  • que o excedente orçamental primário que estabiliza a taxa de endividamento público seja possível de realizar;
  • que o défice da balança corrente possa ser financiado sem alta anormal da taxa de endividamento externo."

Nos países periféricos que recorreram a apoio da Tróika como Portugal e a Grécia verifica-se uma situação complexa.

Por um lado, dispõem de fraco potencial de crescimento porque têm uma estrutura económica constituída por sectores pouco dinâmicos que não geram rapidamente ganhos de produtividade e, por outro, é fraca a sua capacidade de exportar. O fraco potencial de crescimento interfere com o excedente orçamental primário e a fraca capacidade de exportação com o défice exterior.

Desta conjugação nasce a necessidade dos países se endividarem de forma contínua, o que não é sustentável a prazo mesmo que a taxa de juro seja baixa.

Foi o caso português.

As saídas preconizadas pelo plano da Tróika não se encaminham, então, no sentido de reformatar esta deficiência estrutural da economia portuguesa e, por conseguinte, não promovem um "crescimento de qualidade", ou seja, um crescimento orientado para debelar estes problemas de fundo criando capacidade de exportação e investindo em sectores dinâmicos para que o país tenha apetência e reúna condições.

Em síntese, as medidas da Tróika só nos levam a um maior empobrecimento.

Essa medidas encaixam-se perfeitamente na ideologia neoliberal do actual governo Passos/Portas que pretendem, embora não o digam, um Estado mínimo ao serviço do grande capital global, conduzindo ao empobrecimento da população portuguesa e até a uma subalternização na economia do capital português que vai restando.

E, assim não vamos lá, ainda com este Europa sem rumo, onde reina a Srª Merkel.

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2011-11-23

 

Que dirão a isto os pinocas da Troica

O partido que tem maioria absoluta no parlamento decidiu aprovar uma nova cláusula no regulamento pela qual basta que esteja presente nem que seja só um deputado, na votação, o seu voto vale pelo de todos os do seu grupo parlamentar. Bizarro? Está a pensar que é no Burquina Fasso, o Antigo Alto-Volta?
E porquê? Ora, os deputados tem os seus negócios e a sua vida e pode muito bem suceder faltar 1 ou 2 ou todos menos 1 e depois o partido, que tem a maioria absoluta podia perder a votação. É imoral? Anti-democrático? É uma caricatura de democracia. E até um tanto desarmante pelo ridículo.
Além do mais passa um cartão de palhaços marionetas aos deputados. Se forem como os de aqui alguns merecerão porque não são outra coisa. Mas não generalizo. Se forem escolhidos pelo partido e no partido mandar o chefe a coisa não só se percebe como até é mais transparente, mais genuína.
Se é na Guiné Bissau ?
Pois errou!!!
É na Madeira, na nossa Região Autónoma da Madeira. E foi ontem que o PSD do Dr. Alberto João que assim talvez queira fazer jus à "boutade" de Jaime Gama  de não ficar atrás de um "Bocaça".
Li isto hoje no Público. Fui à agenda e confirmei que estamos em 22 de Novembro e não em 1 de Abril. Mas confesso ainda não estou completamente seguro.
Estou sentado a aguardar o que dirão os pê ésse dês cá do "contenente". A começar pelo Senhor Presidente Cavaco Silva. E também estou curioso com o que vai fazer a tutela. Não digo a Srª Merkel que não tem vagar nem cabeça para estas coisas mas aqueles pinocas da troica.
 

Reflexões sobre a crise na Europa... que veio por longo prazo

Natixis: Portugal e Grécia precisam de solidariedade


"O que deve ser feito com a Grécia e Portugal?" É este o título de um trabalho de análise económica do Natixis, que sublinha que as políticas correctivas aplicadas em Dublin, Paris, Madrid e Roma não funcionam em Atenas e Lisboa e que tem de se aceitar a ideia de federalismo - leia-se "solidariedade".
“Quanto maior é a espera pelo efeito das políticas correctivas de redução dos défices orçamental e externo na Irlanda, Espanha, Itália e França, maior é a dificuldade de acreditar que a Grécia e Portugal possam conseguir o mesmo”, sublinha uma nota de “research” do banco Natixis.

Segundo a análise, assinada por Patrick Artus, estes dois países têm um problema estrutural que existe há muito tempo, nomeadamente a incapacidade para equilibrarem o seu comércio externo devido à pequena dimensão do sector da exportação (mesmo incluindo os serviços ligados ao turismo e ao imobiliário). Esta situação, sublinha o estudo, levou ao endividamento privado e ao actual excessivo endividamento público.

A análise sublinha que os “remédios” propostos não são eficientes: o cancelamento de parte da dívida não evita que se acumule de imediato mais dívida; além disso, reduzir a procura interna (através de políticas orçamentais restritivas e corte de salários) de modo a eliminar a necessidade de empréstimos externos também seria, muito provavelmente, insustentável.

“A União Europeia terá de acabar por aceitar a ideia de que apoiar os Estados-membros através da transferência de rendimentos – ou seja, federalismo ou solidariedade – é a única solução”, defende Patrick Artus nesta sua análise económica.

Ao passo que se prevê que França, Espanha, Itália e Irlanda consigam reduzir ou eliminar os seus défices externos, o mesmo não se pode esperar da Grécia e de Portugal, salienta o “research” do Natixis.

“Há muito tempo que a Grécia e Portugal têm um problema com os seus défices externos e orçamentais, sendo que o problema fundamental é o do défice externo”, lê-se no estudo, que acrescenta que o défice externo surgiu nos dois países na segunda metade da década de 90 e que este se tem, tendencialmente, deteriorado desde então.

“O problema de base destes dois países é que o sector exportador (no sentido lato: indústria, turismo, serviços exportáveis) é demasiado diminuto em comparação com as suas necessidades de importação. Os excedentes no turismo ou noutros serviços estão muito longe de compensarem o défice de bens”, salienta a nota de análise.

Dado os juros pagos sobre a dívida externa, “podemos ver que a balança de transacções correntes deverá deteriorar-se tanto quanto a balança comercial”.

A condição de “periferia geográfica” destes dois países face ao centro da Zona Euro, a crónica escassez de inovação e a abundância de trabalhadores não qualificados, bem como o fraco nível de capital produtivo, não lhes permite equilibrar o comércio externo, refere o estudo.

Europa mantém "a ilusão de que a Grécia e Portugal conseguirão solucionar os seus problemas"

“Os líderes da União Europeia continuam a manter a ilusão de que a Grécia e Portugal conseguirão solucionar os seus problemas. Trata-se de uma ilusão. Os remédios apresentados não funcionam”, sublinha o autor do “research”.

Para Patrick Artus, a saída do euro por parte destes dois países e a desvalorização das suas novas moedas nacionais só iria agravar os seus problemas em matéria de défice externo. A procura interna nestes países teria de ser reduzida. “Atendendo ao peso das importações, o consumo interno teria de diminuir mais 30% na Grécia e 26% em Portugal, o que teria, obviamente, efeitos insustentáveis sobre o emprego”.

O estudo critica assim esta abordagem – como a procura nestes países supera a sua produção interna, devem reduzir essa procura para o nível da produção para eliminarem o défice externo - que tem vindo a ser sugerida pelas autoridades europeias e economistas alemães. “O custo social desta política seria inaceitável”, garante.

“Espanha, França, Itália e Irlanda têm de eliminar os seus défices excessivos e dispõem de meios para o fazerem. Mas é muito difícil imaginar que esse seja o caso na Grécia e em Portugal, atendendo à estrutura das suas economias. Os remédios habitualmente referidos (“haircut” sobre a dívida, desvalorização, melhoria da competitividade, redução da procura) não são suficientes e não permitirão que estes países se financiem”.

Qual poderá ser, então, a solução? O Natixis diz: “atendendo aos modestos requisitos para empréstimos nestes países, uma pequena dose de federalismo (solidariedade) seria suficiente para evitar uma materialização” da diminuição do poder de compra e dos subsequentes riscos políticos. “Esta é a solução usada para as regiões pobres e desindustrializadas em todos os países”, remata a análise.

Transcrito do "Jornal de Negócios"

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2011-11-22

 

as festas de fim de ano na Madeira e o fogo de artifício

Antes de tudo, é fundamental que a Madeira em cada 31 de Dezembro tenha o seu fogo de artifício.

É o cartaz turístico mais significativo da Região e, convenhamos, a Madeira, penso que todos concordarão, sem turismo seria o desastre económico e social.

Não é que o turismo madeirense tenha estado a seguir o melhor trajecto. Não tem. Falta-lhe muito e, sobretudo, falta-lhe uma visão de futuro, um ajustamento à dinâmica que caracteriza o turismo destes últimos tempos e dos futuros, próximo e longínquo, onde o mar e a natureza, aliados ao turismo da descoberta económica, têm de ter um lugar compatível com as suas potencialidades de promover um turismo mais diversificado, mas em grande confluência num turismo de qualidade.

O turismo, para mim, é um sector estruturante e estratégico para a região e para o país.

Pouco se fala e se discute isto. Fica-se sempre por planos elaborados em gabinetes com fraca participação dos actores e da população.

Cultiva-se, de algum modo, admito que inconscientemente, a cultura da ignorância. Estes temas não chegam à população. Parece subsistir uma consciência implícita de que nisto só pensam os "doutores iluminados".

Mas voltando aos eventos. Não detenho informação para avaliar se os custos de adjudicação estão conformes.

Critico, contudo, a forma de adjudicação não ter primado pela transparência. Faz parte do que disse antes. Informar parece não integrar o léxico dos nossos governantes.

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2011-11-21

 

Com a troika

Estamos a entrar na idade média. Com o governo Passos Coelho/Paulo Portas e Miguel Relvas ainda voltamos ao feudalismo do puro.

É bom pedalar:

http://www.youtube.com/watch_popup?v=Fl1Hqc1MGJk


 

Angústias de alma

Hoje almocei com um amigo com quem não falava há muito, de forma descontraída.

Não tem havido tempo, nem espaço. Por vezes estamos muitos e hoje casualmente estávamos sós, de maneira que deu para conversar calmamente.

E a política e as angústias políticas do momento vieram ao de cima.

A dada altura dizia-me. Oh pá esta Alemanha está a fazer economicamente aquilo que nunca conseguiu com as armas no século XX e acrescentava esta Alemanha está a ganhar muito com esta política no curto prazo.

Esquece, porém, que os seus principais mercados são europeus e que um dia destes a crise lhe toca em casa, apesar da sua competitividade, exactamente porque os mercados europeus estão em definhamento e vão reduzir substancialmente as importações de bens alemães. E assim vão de deixar de comprar carros, equipamentos (o forte das exportações alemães) e outros bens e serviços.

A Alemanha não quer mudar o BCE, mas a bem ou mal vai ter que o fazer, sob pena de ser ela a ter que deixar o euro.

Isto bate um pouco certo. Apenas duvido que isto esteja assim tão bem arrumado na cabeça da SrªMerkel.

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2011-11-20

 

Crise da dívida pública e soluções

Num destes dias, li um artigo interessante de um economista francês situando as causas da dívida soberana em:

  • Ter confiado aos grandes especuladores e seus bancos privados, aquilo a que chamam de mercados financeiros, a concessão aos Estados em crise do essencial do crédito a taxas de juro de agiotas.
  • Desigualdades desmesuradas. O excesso de riqueza concentrada em poucos alimenta a especulação, porque permite-lhe emprestar aos Estados em dificuldade a juros altos e quando a dívida explode ainda ganham mais mediante a especulação de produtos financeiros feitos com essa finalidade. Estes detentores do capital vão jogando um país a seguir a outro (é o que está a acontecer na UE), numa sequência estratégica bem conseguida que passou pelo imobiliário americano, pela especulação sobre bens alimentares, petróleo e matérias primas.

Estas causas ligadas sustentam a plutocracia a nível mundial, a liberalização da finança e a privatização do crédito aos Estados alimentando assim a grande riqueza.

Estas desigualdades foram deliberadamente construídas pelos governos e pelo patronato neoliberais sustentadas numa fiscalidade de classe em que os muitos ricos são duplamente ganhadores: menos impostos , mas lucros especulativos sobre a dívida soberana.

Há causas complementares como os paraísos fiscais, a concorrência entre territórios,etc.

A titulo de exemplo, segundo esse artigo o montante de receitas que a UE não recebe pela existência de paraísos fiscais ascende a 1500/2000 milhares de milhões de euros.

Como sair da crise?

No curto prazo, BCE emprestar directamente aos Estados; reforma fiscal; taxar as transacções financeiras a começar pela UE; interditar produtos financeiros de riscos sistémicos.

No médio/longo prazo há questão da regulação do sistema financeiro controlo dos movimentos de capitais entre a UE e o resto do mundo; acabar com os paraísos fiscais e uma política de partilha do trabalho e a criação de emprego de utilidade social e ecológica

Estas algumas das ideias de Jean Gadrey que merecem reflexão e acção porque vão numa óptica diferente.


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2011-11-19

 

Uma dúvida básica sobre a justiça

Conclui, mal, dir-me-ão os defensores da "nossa" justiça, que neste país, chamado Portugal, só há um juiz de "plantão", quer dizer, o juiz que vai a todas.

Só há mesmo Carlos Alexandre? É que o vejo em todos os processos mediáticos.

Francamente faz-me muita confusão.

Certamente é o mais eficaz. Mas depois tudo se arrasta anos.

Não entendo. Mas, como não entendo a "nossa" justiça, não quero publicitar o que me vai na alma.

A propósito aproveito para desabafar.

Não tenho grande apreço pelo cargo de Ministro da Justiça. Acho que existir e não existir é o mesmo. Até pela leitura que faço o ministro da justiça em Portugal não tem o nível de poder dos outros porque a sua capacidade de decisão para o funcionamento do sector é nula ou até negativa.

Mas tem piada, no actual elenco ministerial, pensei pelo irrequietismo, embora balofo, da ministra Paula Teixeira da Cruz, ela ia dar um ar de sua graça.

E está mas pelo lado da asneira, não como julgava. Bom é mais um, neste caso mais uma.

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2011-11-18

 

Lá como cá..cá como lá...manobra dos bancos

Christian CHAVAGNEUX pour l’Economie politique

Les banques à la manœuvre pour contourner les contraintes en capital

Les banques européennes comme Santander, BBVA, Commerzbank ou Lloyds mettent actuellement en place des stratégies de contournement des décisions du sommet européen du 27 octobre dernier les obligeant à accroître leur niveau de capital.

Selon l’accord, le capital des banques devra être égal à au moins 9 % du total de leurs activités au plus tard en juin 2012. Une façon pour les pays européens de forcer les banques à devenir plus solides et rassurer sur leur capacité à traverser la crise. En cas de problème, les déposants peuvent fuir, les autres banques et les investisseurs arrêter de prêter et le capital est alors la seule ressource qui permette de faire face aux difficultés. Les régulateurs ont donc souhaité que le ratio de capital sur actif grimpe en faisant monter le numérateur.

Les banques n’aiment pas ça. Car augmenter leur capital, cela veut dire qu’elles doivent utiliser leurs profits pour se renforcer au lieu de distribuer des dividendes (ce que la Société générale a annoncé), ce qui ne plaît pas aux actionnaires. Ce qui leur plaît encore moins, c’est d’être obligé de remettre au pot ou alors de voir de nouveaux investisseurs arriver avec qui ils devront partager les futurs bénéfices. La banque est aussi incitée à ne pas distribuer trop de bonus afin de conserver ses ressources pour renforcer son capital. Bref, que du bonheur !

Alors plusieurs banques cherchent à se soustraire à ces contraintes en diminuant le dénominateur : puisque le capital doit représenter 9 % de l’activité, si je baisse l’activité, j’ai besoin de moins de capital pour respecter le ratio. Les banques pourraient donc vendre une partie de leurs actifs. Et certaines le font. Mais elles cherchent également à trouver des trucs qui permettent de réduire l’actif sans rien vendre. Et elles ont trouvé.

Pour calculer le ratio de capital, les différentes activités des banques ne sont pas prises en compte à leur valeur faciale mais pondérées selon le niveau de risque qu’elles portent et le niveau de risque est mesuré par des modèles… construits par les banques ! Alors que la crise bat son plein, celles-ci choisissent en ce moment de diminuer le niveau de pondération des risques, ce qui réduit d’autant le montant total de l’actif en face duquel elles doivent mettre du capital et donc le montant total de capital dont elles doivent disposer pour respecter les contraintes réglementaires. L’impact est impressionnant : 2,1 milliards d’euros de gagné chez l’Espagnole BBVA, 4 milliards chez sa consoeur Santander et près de 19 milliards pour la britannique Lloyds, pour les données connues.

La bonne nouvelle est que l’Autorité bancaire européenne a parfaitement vu la manœuvre et devra dire bientôt jusqu’où elle accepte ces pratiques. Ce sera un indicateur de sa crédibilité. En attendant, cela renforce la nécessité mise en avant par le G20 de suivre un indicateur plus fruste mais moins manipulable : le total des actifs, non pondérés, sur le capital « dur » (les actions). Les nouvelles règles voulues par le G20 disent que cela ne doit pas aller au-delà de 33. Ce qui reste peu contraignant. Le régulateur financier canadien demande 20 à ses banques qui, pour se faire bien voir des investisseurs, se mettent plutôt à 18. Est-ce un hasard si le système bancaire canadien a mieux traversé la crise ?


 

João Duque trucidado

A Quadratura do Ciclo com Pacheco Pereira, Lobo Xavier e António Costa, hoje com um convidado, Rui Nery, pois discutiram o fado candidato a património da humanidade, também discutiu o relatório de João Duque.

Foram muito mauzinhos.

Se a quadratura do ciclo funcionasse de agência de rating, João Duque teria a notação mais baixa, uma notação que não consta da pauta, muito mais abaixo do que lixo.

O relatório mereceu todas as qualificações de prestígio. Ignorância, primário, tecnicamente errado e politicamente um disparate.

"Deve ser metido na gaveta" para que todos o esqueçam. Uma opinião unânime.

2011-11-17

 

"Filho de peixe sabe nadar"

Sempre me impingiram esta máxima.

Lá ia fazendo um esforço e acabei por perceber que havia muitas probabilidades de ser mesmo assim.

Hoje, quando ouvi que Duarte Lima tinha sido detido com o filho por razões em que o pai anda "envolvido" há muitos anos, embora face à justiça portuguesa nunca tenha tido culpa formada, casos da quinta de Sintra e andares em Lisboa, continuo a pensar que o ditado popular tem grande força.

Sinto com Ricardo Araújo Pereira que a geração de ouro Cavaquista foi abalada e conspurcada.

Manchar uma geração que integra Dias Loureiro e Oliveira e Costa é obra.

Um leque de excelentes gestores que, seguindo as regras do capital, arriscam muito. Mesmo muito.

Cavaco Silva face a estes crânios com grande iniciativa é mesmo primário, só arriscou a compra de umas míseras acções.

 

Sobre o futuro das reformas. Opinião polémica

Nos retraites sont-elles condamnées?

Et si le système de retraites par répartition n'était qu'un gigantesque mensonge ? C'est ce que soutient le sénateur républicain Rick Perry, pour qui le système public de retraites n'est qu'une " pyramide de Ponzi ", c'est-à-dire un système qui profite aux premiers cotisants (les jeunes d'hier), mais dans lequel les derniers arrivés (les jeunes d'aujourd'hui) ne retrouveront pas, dans leurs pensions futures, les cotisations qu'ils versent actuellement.

Aux Etats-Unis, comme en France, le principal système de retraite est la retraite publique par répartition. Elle verse la grande majorité des revenus perçus par les personnes âgées, comme le rappelle Lucy ApRoberts, chercheuse à l'IDHE Nanterre. Le principe de la retraite par répartition est le suivant : les cotisations des actifs de 2011 paient les pensions versées en 2011. L'argent n'est épargné nulle part.

L'historien Larry DeWitt rappelle le fonctionnement du système inventé par Charles Ponzi à Boston en 1920. Il consistait à verser les intérêts aux premiers souscripteurs (50 % promis en 45 jours seulement !) en se servant pour cela d'une partie de l'argent versé par les nouveaux clients. Un tel système n'était évidemment pas soutenable : Charles Ponzi aurait eu besoin d'avoir la totalité de la population du pays pour clients pour pouvoir verser les intérêts promis. Et, en effet, le 13 août 1920, Ponzi est incarcéré.

Pourtant, des économistes aussi prestigieux que Paul Samuelson et Paul Krugman ont fait le parallèle entre le système de la retraite publique et celui de Ponzi. Ils désignent par là le fait que, grâce à la croissance, les retraités reçoivent une somme très supérieure au total de leurs cotisations, Samuelson écrivant que " la croissance économique est la plus grande pyramide de Ponzi jamais inventée ". Mais, selon Krugman, cet aspect magique de la retraite ne va pas durer : les jeunes actifs ne percevront pas plus que ce qu'ils ont cotisé, voire même moins.

Pour les démocrates Samuelson (décédé en 2009) et Krugman, la comparaison avec Ponzi était un compliment. Mais si Gregory Mankiw, professeur à Harvard et ancien économiste en chef de George W. Bush, a choisi de rappeler ces vieilles citations, c'est parce que, comme son mentor Milton Friedman (1912-2006), il veut mettre fin au système public ; il veut le remplacer par un système volontaire, dans lequel les cotisations seraient placées sur les marchés financiers.

Au bout de ces débats, on donnera le mot de la fin à Bradford DeLong qui, au cours d'un dialogue socratique, remarque que Mankiw estime que la retraite par répartition est comparable au système de Ponzi, c'est-à-dire un système frauduleux finissant inévitablement en catastrophe. Sauf que, selon Mankiw lui-même, la retraite publique n'est pas frauduleuse et ne finira pas en catastrophe !

Mais les deux systèmes n'ont en fait rien de comparable, rappelle DeWitt. La seule comparaison que l'on puisse finalement faire, c'est entre Ponzi et ceux qui mobilisent des arguments trompeurs pour discréditer le meilleur système de retraite jamais inventé.

Gilles Raveaud
Alternatives Economiques n° 307 - novembre 2011

 

A Europa sem bússola


AVEC l'ITALIE, l'EUROPE à La CROISÉE Des CHEMINS


Guillaume Duval
Article Web - 16 novembre 2011

Face au défi de la crise italienne, la zone euro reste désarmée. Le Fonds européen de stabilité financière (FESF) n'est pas de taille suffisante pour faire face aux volumes de prêts nécessités par l'Italie, craint Guillaume Duval, dans sa chronique pour Radio Nova.

Avec l'Italie, la crise de la zone euro a pris une dimension particulièrement inquiétante. Pour vous, cette fois, c'est vraiment l'heure de vérité qui sonne pour la zone euro.

Oui. On a déjà souvent utilisé cette expression depuis deux ans et elle peut paraître galvaudée, mais la crise de la dette grecque, même aggravée par les crises irlandaise et portugaise, c'était de la petite bière à côté de la crise italienne. L'Italie, la troisième économie de la zone euro, est huit fois plus grosse que la Grèce. Ses 1900 milliards de dettes publiques pèsent à eux seuls 20 % du PIB de la zone euro. L'Italie doit refinancer plus de 300 milliards d'euros de dette au cours des 12 prochains mois et elle doit pour l'instant emprunter à plus de 7 % contre moins de 2 % pour l'Allemagne. Un niveau insupportable : à ce taux sa dette va faire boule de neige et l'Italie se retrouver insolvable.

Mais après le 26 octobre dernier, les Européens ne disposent-ils pas de moyens suffisants pour faire face à cette situation ?

Non. Face à un défi de cette ampleur, la zone euro reste désarmée. Le Fonds européen de stabilité financière (FESF) n'est pas de taille suffisante pour faire face aux volumes de prêts nécessités par l'Italie. Les bricolages imaginés le 26 octobre dernier pour gonfler le FESF ne sont pas encore opérationnels. Et même s'ils le devenaient leur efficacité parait douteuse à de nombreux observateurs. La Banque centrale européenne (BCE) rachète bien des titres de dettes italiens. Mais elle le fait avec tellement de réticence, que cela ne dissuade absolument pas les spéculateurs de jouer contre cette dette… L'arrivée de Mario Draghi, un Italien, à la tête de la BCE, loin d'être un atout, risque d'être un obstacle : il aura sans doute à cœur dans un premier temps de se montrer plus Allemand que les Allemands. Le non financement des Etats par la BCE est en effet un des principaux dogmes de l'orthodoxie monétariste auquel les autorités allemandes restent très attachées. Avec comme résultat un paradoxe : si la BCE disait qu'elle achètera de façon illimitée des titres de dettes italiens, elle serait probablement amenée en pratique à en acheter moins qu'aujourd'hui car cela suffirait à dissuader les spéculateurs…

Une fois que la contagion de la défiance a atteint l'Italie, la zone euro est-elle condamnée ?

Nombreux sont ceux qui le pensent, mais cette issue, quoique pas improbable, n'est pas encore inéluctable. L'éviter suppose cependant que les dirigeants européens tirent très rapidement les leçons du désastre grec. Il faut qu'ils sortent enfin de la logique du « trop peu, trop tard ». Ils doivent aussi renoncer à appliquer aux pays en crise des politiques punitives qui aggravent leurs problèmes au lieu de les résoudre. Il leur faut enfin doter la zone euro d'un « prêteur en dernier ressort », comme il en existe dans toutes les zones monétaires. Cela ne doit cependant pas être la BCE en direct car cela reviendrait à lui donner un pouvoir politique exorbitant vis-à-vis des Etats membres puisque ce type d'intervention ne peut pas être inconditionnel. Cela implique, outre des mesures immédiates d'ampleur, une profonde transformation des structures de l'Union. Au vu des deux dernières années, il n'y a, a priori, guère de raison d'espérer que nos dirigeant(e)s soient capables de faire passer l'intérêt commun européen devant leurs a priori idéologiques, leurs intérêts nationaux et leurs contraintes de politiques intérieures. Mais le pire n'est pas toujours sûr…


 

PS e discussão OE2012

O PS anda muito a navegar nesta discussão sem norte, ou melhor dito com desnorte completo.

Primeiro, apostou numa espécie de perdão do corte de um dos subsídios que o Governo Passos Coelho/Portas vai impor a funcionários públicos e pensionistas/reformados e no IVA da restauração não ser alterado. Esta ideia tinha como base hipotéticas almofadas do OE e não argumentos sólidos de alternativas. Uma posição exotérica no mínimo, para não lhe chamar outras coisas mais tolas.

Não estou a favor dos cortes, mas o PS de facto não se apresentou em público com uma proposta digna.

Não cabe nos estatutos do PS, por exemplo algumas das propostas do PC ou do Bloco como a criação de uma taxa aplicada às transacções financeiras que até na UE se admite ou então a tributação das mais valias urbanísticas, em consequência de investimentos públicos?

Em nenhuma destas e sobretudo na segunda não se trata de um aumento da carga fiscal, mas de favor reverter para o Estado mais valias que resultam pura e simples de investimentos públicos e que, outra forma, é apropriada por privados sem terem investido nada.

Será que isto não cabe na filosofia de um partido socialista?

Estas medidas sim permitiam, pela sua realização, valores suficientes para obviar ao corte dos subsídios e para além disso são medidas justas pois impedem a apropriação por alguém de valores para que nada contribuiu.

Depois, ouviu-se falar ainda de que poderia haver aumentado de salários aos prejudicados pelos cortes. Outra ideia peregrina que logo caiu em desuso.

Agora vagamente ouve-se que deputados e direcção do PS recolheram ao Rato para estudar propostas alternativas.

Pergunta-se só agora?

Peço desculpa pela gralha OE2002 em vez de OE2012

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Uma Grécia pacata

Se até a Tróika admite que as medidas do Governo vão levar a cada vez mais empobrecimento e volta cá dentro de 3 meses exigir outros cortes?

Isto não é uma Grécia?

É, mas uma Grécia serena. Já Pinheiro de Azevedo dizia (lembram-se?): o povo é sereno.

Efectivamente o governo de Passos Coelho/Portas avançou com os cortes na Função pública como exemplo.

A Tróika deve ter gostado e, assim como refere a comunicação social de hoje pretende que o Governo aplique o mesmo aos trabalhadores da privada.

Na Grécia foi correndo assim: Nada se resolveu.

Portugal é uma cópia. Só que nos portamos bem.

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2011-11-15

 

As negociações para o programa de resgate/ Madeira

Já tardava o início das negociações entre o Governo da República e o Governo Regional da Madeira para o estabelecimento do programa de resgate da dívida e da economia, até porque segundo consta a região está mesmo aflita.

"As pontes" demoraram a compor-se. Face às conversas havidas ontem, parece estar tudo a postos para o arranque das negociações. Deve haver muito trabalho feito de lado a lado e aguarda-se bom senso.

À Madeira tem de ser exigida disciplina, mas a Madeira não tem que arpar com a filosofia da tróika.

É evidente que o segredo dos deuses vai ser a regra, até Jardim, que não é de confiar, "estoire", vindo para a praça pública desbocar-se .

A mim e penso que a muitos madeirenses, vivendo cá ou lá, pouco interessa que Alberto João Jardim esteja na sua pior performance para a negociação.

A Madeira não é Jardim, os seus habitantes é que contam e esses não têm culpa dos mais de 30 anos de desgovernação da economia da Madeira, onde Jardim esbanjou recursos financeiros da pior forma, ao contrário do que diz, sem a ter dotado sequer de um tecido económico eficiente, de uma classe empresarial capaz, pois o seu método foi subordinar tudo ao seu domínio de poder, de forma a criar uma teia compacta de poder. E assim foi ganhando eleições.

Toda a gente conhecia que Jardim governava mal. Os sucessivos Governos da República tiveram culpas no cartório, da situação de falência a que chegou a Madeira.

Toda a gente ia fechando os olhos. O único que deu alguma luta foi José Sócrates, mas depois deixou-se claudicar na lei de meios. Não exigiu uma comissão de controlo da aplicação das verbas a que a Madeira teve direito e fez mal.

Sinceramente, aguardo um programa equilibrado de resgate. Espero que nem se pense em portagens para as vias rápidas. Agora, francamente, espero que se preveja uma grande reestruturação do aparelho administrativo e sector empresarial público da Região, onde se esbanjam rios de dinheiro que podem ser canalizados para a criação de riqueza. E é esse esbanjamento que tem dado poder eleitoral.

Por outro lado, aguardo por uma redefinição dos objectivos da Zona Franca. Este instrumento deve voltar ao domínio público, como alavanca de captação de investimento útil ao desenvolvimento da Região.

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2011-11-14

 

Merkel, Passos e Seguro

Angela Merkel está hoje em Leipzig no congresso da União da Democracia Cristã (CDU e, no meio da fixação alemã na absolutização das dívidas soberanas e dos défices, disse algumas coisas decentes acerca do Euro como:
«um projecto futurista» que necessita agora, no entanto, de ser complementado por uma união política «que mude as estruturas da União Europeia, para que haja mais Europa, e não menos Europa, e para que o euro tenha futuro».
ou
«se a Europa não estiver bem, a Alemanha não estará bem», advertindo que os europeus só serão ouvidos à escala mundial se estiverem unidos e tiverem uma moeda única forte e economias consolidadas.»

Mas lendo aqui logo se entende que a retórica decente não conduz a medidas decentes e a agenda eleitoral de Merkel que Mário Soares ontem na TV verberava, sobrepõe-se inexoravelmente às medidas indispensáveis para que a retórica não fosse apenas isso. Recusa entre outras decisões fundamentais para impedir essa onda, maior que a de 30 metros da praia Grande, que ameaça de catástrofe os países da EU: “ a mutualização das dívidas soberanas na Europa, e … a emissão de eurobonds (títulos de dívida pública de vários países do euro), alegando que «esta não é solução para um futuro razoável».

O estado a que a Europa do euro chegou não responsabiliza só o duunvirato Merkel-Sarkozi, (de facto Merkel, porque Sarkozi não passa de partenaire) como bem se sabe, mas o momento não é para apontar culpas e aplicar os castigos. Naturalmente que não se pode fugir de identificar as causas e tentar superá-las, mas quando o navio mete água o que é preciso é estancar a entrada desta e depois então que se enforquem os responsáveis.

Meter ordem em nossa casa

Mas nós portugueses, sem perder de vista o contexto ( quando PPC procurava substituir Sócrates não havia crise na Europa nem no mundo), a primeira obrigação que temos é tentar meter ordem na nossa casa. Ou seja meter o governo na ordem .

E que se passa cá por casa? Passa, que este governo é o governo que defende os interesses dos “mercados” (ou da “troica” que, por ora, é a mesma coisa) e não o governo que defende os interesses dos portugueses como aliás é hoje já voz corrente.

Não é nenhuma acusação de traição, ou de vendido ao estrangeiro ou coisa do género, ao “simpático” PPC, ou ao dr. Gaspar, técnico do BCE, é apenas no sentido de que por fé, muita fé, demasiada fé, na escola de Chicago, aquela que levou Milton Friedman ao Chile, a explicar a Pinochet, como é que a teoria se aplicava, sem olhar a chilenos, este governo está convencido que pondo a contabilidade em dia, em três tempos e a juros insuportáveis, como manda a “troica” tudo se resolverá, mesmo, no limite, dando cabo da vida dos portugueses e da economia do país.

Apontar a meta “Vamos empobrecer os portugueses”, ou convidar os desempregados a deixarem o “conforto” do seu desemprego para emigrarem, é todo um programa.

Não se trata de artificiosamente agarrar em deslizes de linguagem dos governantes e demagogicanente instrumentalizá-los. Não, não é isso, é que tais desconchavos de linguagem colam-se que nem uma luva à orientação para Portugal de um governo perigoso pela irresponsabilidade dos seus principais protagonistas e cola-se que nem uma luva também ao estilo, aos tiques e às maneiras dos principais figurantes desta comédia de pesadelo.

A nossa troica - PPC-Gaspar-Pereira – comporta-se como uma executora, perigosamente ébria de brio, da outra, da que cobra até 2013, para vigiar o governo e nos “ajudar”, 665 milhões de euros e nos obriga a pagar 35 mil milhões de euros, em juros, pela “ajuda” dos 78. O governo português tem o dever de usar todos os meios ao seu dispor para salvar Portugal e os portugueses do excesso de “cura” que o pode deixar arruinado por muitos anos.
Tem a obrigação de ser, junto de Merkel, o nosso advogado, não por causa de erros que cometemos (o âmago da questão não é de “erros” nem de gente mandriona) mas para evitar a catástrofe anunciada. Mas PPC teima em ser o bom aluno da agenda política da Srª Merkel e dos interesses especulativos, do sistema financeiro internacional.

O governo ainda só tem uns meses de vida e já está muito isolado no plano político. Só não está mais porque o PS parece comportar-se como se estivesse no governo, oferecendo a PPC um bloco central sui generis. O PS não percebe que nesta linha os eleitores não o vão distinguir do governo, ou não o vão distinguir o suficiente, para surgir como alternativa?

A abstenção do PS no OE de 2012 é um erro que os portugueses não esquecerão facilmente e o PS irá pagar pagar por isso.
 

Europa, Euro e BCE

A Europa, se se distrai mais um pouco, um dia destes acorda sem euro.

Os novos primeiros ministros da Itália e da Grécia são muito competentes. Têm boa imagem, são pessoas bem vistas e com traquejo internacional. Mas representam o quê? Quem?

Se a Bélgica e a Espanha entrarem em rota de colisão com os mercados também põem lá uns tecnocratas? A Bélgica não precisa muito vai funcionando sem governo.

E se for a França? Tudo indica, já esteve mais longe. Até uma Agência de Rating equivocou-se, anunciando uma baixa de notação. Depois, corrigiu é um facto. Mas isto é tudo muito pouco claro e até estranho. Pode haver um engano destes ou antes é o preparar de terreno para os ditos mercados. A Srª Merkel tende a ficar sozinha.

Imaginemos que o Sr. Monti chega à conclusão que a Itália necessita de um plano de resgate.

Onde irá buscar financiamento?

A UE não tem mecanismos para acudir. Só mesmo o FMI. E mesmo este rapidamente tem de pensar em se reorganizar, abrir o capital, dando mais poder aos países emergentes, que esses têm capacidade de financiamento, se tomarem uma posição no FMI de acordo com o que ambicionam. Esta negociação impõe-se de forma urgente.

A Europa está em perda. Sem mecanismos e sem projecto de futuro. Com um BCE que é apenas meio banco central, porque não pode provisionar as economias com liquidez suficiente para o seu funcionamento e crescimento, a não ser que muito rapidamente mude o estatuto e com um FEEF que é um nado morto.

A visão curta do PM português face à visão mais europeia do PR enquadra-se nesta problemática.

Sem uma mudança de objectivos do BCE o fim da Europa não vai tardar.

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2011-11-13

 

Adriano Correia de Oliveira - "E Alegre se Fez Triste"


 

Produção e circulação da Moeda. Trocas Mundiais

Commerce: les multinationales au coeur des échanges mondiaux


Sandra Moatti
Alternatives Economiques Hors-série n° 090 - octobre 2011

couverture


Balance commerciale, somme des douze derniers mois, en milliards de dollars

La circulation croissante des marchandises s'accompagne d'une internationalisation de la production. Une réalité mal saisie par les statistiques.

Trois tendances caractérisent le commerce mondial depuis une vingtaine d'années : l'accélération des échanges, qui augmentent nettement plus vite que la production mondiale ; la montée en puissance des pays émergents, de la Chine en particulier, désormais de loin le premier exportateur mondial ; et des déséquilibres massifs dans les soldes commerciaux entre pays.

Cette vision purement macroéconomique du commerce mondial masque cependant le rôle majeur des grandes firmes globales, dont les processus de production sont de plus en plus internationalisés. La faiblesse des coûts de transport et la facilité des communications servent en effet l'organisation des chaînes de valeur à l'échelle mondiale. Celle-ci passe par l'établissement de filiales à l'étranger - les filiales étrangères des sociétés transnationales produisent 10 % du produit intérieur brut (PIB) mondial et réalisent environ le tiers des exportations mondiales -, mais aussi de plus en plus par la sous-traitance. Les firmes transnationales fragmentent ainsi leur chaîne de production entre une multitude de pays, arbitrant les avantages comparatifs de chaque territoire selon des critères de coût, de qualité ou de délais. Les produits d'Apple tels que l'iPhone sont emblématiques de ce recours massif à la sous-traitance. A la limite, la firme globale n'a plus aucune activité de fabrication, mais elle capte pourtant le plus gros de la valeur ajoutée.

L'essor du commerce mondial

La crise a causé un recul brutal, mais temporaire, des échanges en 2009, les exportations mondiales ayant retrouvé en 2010 leur niveau de 2008. Le dynamisme du commerce mondial depuis une vingtaine d'années reflète avant tout la croissance des échanges de produits manufacturés, mais aussi la poussée des prix des matières premières à partir des années 2000. Il s'accompagne d'une redistribution des cartes au profit des émergents, notamment de la Chine, mais aussi d'un déséquilibre croissant des balances commerciales, seulement brièvement corrigé par la crise.

Exportations mondiales de marchandises et de services, en milliards de dollars
Parts de marché des principaux exportateurs mondiaux, en %

L'internationalisation des chaînes de valeur fausse la lecture des chiffres des échanges commerciaux. Le même bien traverse en effet plusieurs fois les frontières à plusieurs étapes de sa fabrication, contribuant à la croissance exponentielle des échanges par rapport à la production. La lecture des soldes commerciaux est également biaisée. Mesurer les échanges en valeur ajoutée, plutôt que par les valeurs brutes des exportations et des importations, comme le font quelques travaux d'experts, donne une vision plus juste du commerce mondial mais reste encore insuffisamment développée.

Investissements directs étrangers : cap au Sud

Les flux d'investissements directs étrangers (IDE) n'ont pas encore retrouvé, pris globalement, leur niveau d'avant la crise, à la différence des flux commerciaux. Leur distribution évolue cependant rapidement. Pour la première fois en 2010, les pays en développement et en transition ont dépassé les pays industrialisés comme destination des investissements directs étrangers. Ces pays exportent aussi de plus en plus leur capital, puisque près du quart des investissements étrangers viennent des pays du Sud. Ils ciblent alors très majoritairement d'autres pays du Sud. Mais si les multinationales des pays émergents montent en puissance, leurs actifs à l'étranger demeurent très en deçà de ceux des multinationales du Nord.

Flux d'investissements étrangers entrants, en milliards de dollars
Top 100 des multinationales non financières en 2008, par la valeur de leurs actifs à l'étranger (en milliards de dollars) et nombre de multinationales
Part des pays en développement et en transition dans les flux d'investissements entrants et sortants, en %

L'iPhone, un produit " made in world "

Quel est le pays d'origine d'un produit ? L'iPhone illustre la complexité de cette question. Conçu par Apple en Californie, il est assemblé en Chine par une entreprise taïwanaise (Foxconn), à partir de composants fabriqués dans différents pays. Les exportations d'iPhone à partir de la Chine viennent gonfler l'excédent commercial chinois, alors que la valeur effectivement ajoutée dans ce pays est minime. Ce cas extrême montre que les chiffres traditionnels du commerce international donnent une indication biaisée des relations commerciales bilatérales. Mesuré en valeur ajoutée, le déficit commercial des Etats-Unis vis-à-vis de la Chine était estimé à 165 milliards de dollars en 2008, contre 285, selon la comptabilisation traditionnelle.

Principaux composants de l'iPhone 3G
Déficit commercial bilatéral des Etats-Unis lié à l'iPhone en 2009,en millions de dollars

Pour comprendre ces chiffres

En savoir plus

Organisation mondiale du commerce (OMC) : base de données statistiques disponible sur www.wto.org
Fonds monétaire international (FMI) : base de données du " World Economic Outlook " accessible sur www.imf.org
Conférence des Nations unies sur le commerce et le développement (Cnuced) : " World Investment Report " disponible sur www.unctad.org/fdistatistics
Les données sur l'iPhone sont issues d'un article de Yuquing Xing, accessible sur www.voxeu.org/index.php?q=node/6335

(Clicar sobre mapas e gráficos etc para ler melhor).

 

A geração de ouro de Ricardo Araújo Pereira

Dias Loureiro ganhou oito milhões com empresa que agora está falida

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Se isto pega?

Milhares de italianos celebraram nas ruas a demissão de Berlusconi
 

Situações que se desconhecem

Lampedusa: entre a Primavera Árabe eo Outono Europeu

No fim deste artigo que para mim é interessante há uns links que não se conseguem ler. Já está assim na origem. Os meus conhecimentos técnicos não vão longe de forma a poder resolver.

Este artigo é da EFE

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2011-11-11

 

A FALÁCIA DOS "MAUS ALUNOS" - Fonte: DECO - Revista Dinheiro & Direitos, Nov/Dez 2011

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A Europa corre para o abismo


L'heure de vérité

Avec l'Italie, la crise de la zone euro a pris une dimension qui oblige désormais les dirigeants européens à sortir vraiment du « trop peu, trop tard » et des politiques punitives à l'égard des pays en crise qui aggravent leurs problèmes au lieu de les résoudre. Sauront-ils le faire ? Le passé récent ne plaide pas en faveur de cette hypothèse, mais en même temps l'échec criant de la voie suivie à l'égard de la Grèce, pourra, espérons-le, servir suffisamment de leçon pour éviter de renouveler les mêmes erreurs à l'égard de l'Italie… A défaut de quoi c'est non seulement l'euro mais l'ensemble de la construction européenne qui risquerait d'être emportée.
Le nième plan de sauvetage définitif de la zone euro décidé le 26 octobre dernier n'a pas tenu trois jours, la proposition de référendum avancée par l'ex-Premier ministre grec Georges Papandréou l'ayant torpillé. L'abandon de ce projet n'a pas suffi à ramener le calme, la spéculation se portant désormais sur l'Italie, qui est huit fois plus grosse que la Grèce : ses 1900 milliards de dettes publiques (contre 350 pour la Grèce) pèsent à eux seuls 20 % du PIB de la zone euro. Même le départ annoncé de Silvio Berlusconi n'a pas suffi à calmer le jeu là non plus : l'Italie, qui doit refinancer sur les marchés plus de 300 milliards d'euros de dette publique au cours des 12 prochains mois, doit pour l'instant emprunter à plus de 7 % contre moins de 2 % pour l'Allemagne. Un niveau insupportable pour un pays dont la richesse produite ne s'accroit chaque année que de 3 % en moyenne (y compris l'inflation). L'Italie était certes déjà, avec la Belgique, le pays de la zone euro le plus endetté mais avec un déficit public limité et les taux d'intérêt dont elle bénéficiait jusque là, la situation restait gérable. A 7 % sa dette va grossir de manière incontrôlée dans un effet boule de neige et l'Italie se retrouver dans la situation de la Grèce : insolvable, incapable de rembourser sa dette. Et dans un cercle vicieux infernal, cette perspective pousse toujours plus les taux d'intérêts vers le haut puisque le risque de ne pas retrouver leur mise grandit pour les créanciers de l'Italie.
Face à un défi de cette ampleur, même après le 26 octobre, la zone euro est dépourvue pour l'instant de moyens d'actions. Le Fonds européen de stabilité financière (FESF) n'est pas de taille suffisante pour faire face aux volumes de prêts nécessités par l'Italie si elle devait cesser d'emprunter sur les marchés financiers. Les bricolages imaginés le 26 octobre dernier pour en gonfler les moyens d'interventions sans pour autant y injecter davantage d'argent ne sont pas encore opérationnels. Et même s'ils le devenaient leur efficacité potentielle paraît douteuse à de nombreux observateurs. La Banque centrale européenne (BCE) rachète bien des titres de dettes italiens sur les marchés. Mais elle le fait avec tellement de réserves et en manifestant tellement fortement sa volonté de limiter ce type d'intervention, que cela ne dissuade absolument pas les spéculateurs qui jouent contre la dette italienne…
L'arrivée de Mario Draghi, un Italien, à la tête de la BCE depuis le 1er novembre dernier, loin d'être un atout risque d'être un obstacle supplémentaire : il aura sans doute à cœur dans un premier temps de faire oublier sa nationalité, en se montrant plus allemand que les Allemands sur le sujet du rachat des titres de dettes par la BCE. C'est en effet un des principaux dogmes de l'orthodoxie monétariste auquel les autorités allemandes restent très attachées jusqu'à maintenant. Avec comme résultat le paradoxe suivant : si la BCE disait clairement qu'elle achètera de façon illimitée les titres de dettes italiens dès que les taux d'intérêt dépasseront un certain seuil, elle serait probablement amenée en pratique à en acheter moins qu'aujourd'hui car cela suffirait à dissuader les spéculateurs de faire monter les taux…
Même si l'urgence n'est pas forcément immédiate, on le sent, avec l'Italie c'est cette fois vraiment l'heure de vérité qui arrive pour la zone euro. Au vu des deux dernières années, il n'y a, a priori, guère de raison d'espérer que nos dirigeant(e)s soient capables de faire passer suffisamment l'intérêt commun européen devant leurs intérêts nationaux et leurs contraintes de court terme de politiques intérieures pour réagir de façon rapide, forte et solidaire face à la spéculation. Mais heureusement, le pire n'est pas toujours sûr…

Guillaume Duval
Article Web - 10 novembre 2011

 

Nós não somos a Grécia. Estamos piores

Segundo as últimas previsões do Eurostast, quentinhas de ontem, os portugueses não estão a ficar gregos, estão já para além disso.

Em 2012, Portugal vai ter a maior quebra do PIB da zona euro e da UE (a maior recessão da Europa), a taxa de desemprego vai continuar a aumentar, a perda de poder de compra é também a maior prevista.

Até a Grécia, felizmente para os gregos, também mal mas ligeiramente melhor que nós em todos estes indicadores.

O nosso caminho para o empobrecimento é mais curto e rápido que os gregos. Portugal começou agora e já vai a bom ritmo com os remédios da tróika e os emplastros deste governo. A Grécia já começou há dois anos e sabe ameaçar com referendos. Aqui funciona o bom aluno. É uma coisa endémica de pai para filho. Lembrem-se de Cavaco primeiro ministro que tanto a apregoava.

Afinal pergunto: Nós não somos os gregos. Continuem a dizê-lo e a afirmá-lo.

Não somos, de facto, porque não protestamos como deve ser e, muitos ainda vão embalados na almofada de António José Seguro.

Mais ainda, os nossos alunos têm sobre a mesa uma proposta de muito futuro de Nuno Crato para substituir nas escolas o Inglês e a Música.

O Inglês acho bem. Nós não precisamos de línguas estrangeiras. Podemos mandar os nossos filhos e netos colonizar as terras não habitadas de Jardim, ou seja, as Ilhas desertas e as selvagens. Pois, é aquilo que estamos a ser, um país cada vez mais selvagem e lá há um dialecto próprio de que ainda não há professores, contratem o próprio Jardim, pois ele pode ficar desocupado.

Para viver pior não há música que chegue. Isso só lá nas tribos africanas. Acabe-se pois...

E para o ano preparem-se que as almofadas vão passar a pedra dura.

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2011-11-10

 

Nós não somos a Grécia.


Tá tudo a andar. Agora é a França a dizer que não é a Itália.

 

"Os Mercados" essa coisa transcendente e misteriosa

O dinheiro foi sempre assunto de banqueiros. Estou a falar do dinheiro a partir do sec.XVI. Para trás e mesmo lá muito para trás a história é diferente mas não muito. Na era moderna e com a excepção dos regimes socialistas, os governos só episodicamente chamaram a si o "governo" total do dinheiro: a emissão de moeda e o controlo dos bancos.   Mas mesmo nestes casos os banqueiros "explicaram" aos governantes que o assunto era demasiado sério para estar entregue a gentinha eleita - os governos -  que podem cair na tentação de redistribuir por quem trabalha os lucros fabulosos arrecadados pelo sietema bancário a esses mesmos cidadãos: a aumentar o salário mínimo, ou gastar mais dinheiro com o serviço de saúde, com a educação e outros dislates do género ou, mesmo sem tais tendências perversas pode ter a tentação em períodos eleitorais, a colocar o seu banco central a fabricar moeda e a fazer obras "eleitoralistas".  Os governos, em geral, acharam (ou tiveram de achar) sábias tais palavras e assim o banco central, o banco emissor de moeda de cada país, submetido aos "mercados", passou a fabricar moeda de acordo com o critério dos banqueiros e a permitir que estes a multiplicassem ao seu bom critério. O banco central fabrica moeda (moeda central) que empresta aos bancos a um jurozinho baixo e depois os bancos emprestam esse dinheiro a um juro mais alto ao Governo, às empresas e aos particulares. Isto é, o governo se necessitar de intervir na economia, como sempre necessita, de investir em infra-estruturas, em melhor saúde, melhor educação, melhor segurança, etc. em tudo aquilo que é obrigação do estado fazer para bem administrar um país, incluindo (se não pertencer à seita talibã corrente neo-liberal) redistribuir a riqueza criada, tem de pagar um jurozinho razoável, aos bancos privados, que devido a uma criteriosa "governança", aumentaram fabulosamente os seus lucros, os dos seus grandes accionistas e dos excelentes administradores e de facto no essencial, governam o mundo.
É o que sucede, ainda que com um estatuto especial, com o Banco Central Europeu, como ficou estabelecido no artigo 123 do Tratado de Lisboa, para os países do euro. O BCE empresta à banca privada a um juro de 1 ou 2 % e depois esta, muito criteriosamente, empresta a Portugal, à Grécia, à Itália, ou a si ou a mim a 5 a 7 ou 10%.

 Num vídeo que procura revelar, simplificadamente, como é que, hoje em dia, o sistemas financeiro internacional, "governa os governos" de quase todo o mundo, diz-se que desde 1973, em França, quando o poder político entregou de novo o "governo " do dinheiro dos franceses aos banqueiros, a dívida acumulada pelo estado francês desde então e até 2011 corresponde "curiosamente", mais ou menos, à soma dos juros pagos pelo estado à banca privada, desde então. Os contribuintes (da função pública, pensionistas e assalariados em geral) pagarão.

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