.comment-link {margin-left:.6em;}

2006-02-28

 

Brave New World/Minority Report

A fúria repressiva não tem limites; um dos temas predilectos de uma parte da classe política francesa é a repressão dos menores que o ex-ministro do interior do governo Jospin, Jean-Pierre Chevénement, chamou de "sauvageons" e Sarkozi chama "racaille".
Um relatório do INSERM, instituição de investigação médica, que está a causar grande polémica fala de identificação de risco de delinquência em crianças de 3 anos. O tal relatório propõe que se identifique crianças cínicas ou que apresentem baixo índice moral.

Aconselho-vos a leitura da entrevista de Bernard Golse director do serviço de pedopsiquiatria do maior hospital de crianças de França ao Libération ou o editorial do Monde.
 

Voltando à fusão Gaz de France/Suez

Esta fusão, como ficou claro no post abaixo e nos comentários vários de vários, foi cozinhada pelo governo francês. Os argumentos do governo não foram lá muito claros: talvez esteja em vista uma privatização a prazo.

De qualquer modo, esta operação está a suscitar agitação nas relações diplomáticas Itália/França e algum incómodo na UE que, no início, mostrou estar a "passar ao lado" da questão e agora começa a admitir a hipótese de intervir. O porta voz da Comissão garantiu ontem que vai ser examinado com o máximo cuidado e rigor se a fusão anunciada respeita na íntegra "as regras do mercado interno e da livre circulação de capitais".

A questão para que não tenho resposta é: ganha a população francesa algo com esta operação? Ou, pelo contrário, avançou-se precipitadamente para a criação de um novo gigante mundial, sem se ajuizar ponderadamente os impactes sócio - económicos?

2006-02-27

 

É OBRA...

... 25 milhões de Preservativos distribuídos. Estamos no Brasil. ... .No carnaval.

E se não fosse carnaval? Talvez, continuar com a medida...

O Brasil tem uma demografia bem dimensionada para o seu actual contexto de desenvolvimento. ... . O que lhe falta não é gente. É equilíbrio desenvolvimento/gente.

No Brasil, parece não "ter pegado" a doutrina sobre o aborto daquele célebre ex-deputado do CDS, a que a Natália Correia, então também deputada, retorquiu com o poema, que ficou na história, o truca ...truca.

Afinal, a Natália portuguesa, açoreana de gema, era bem abrasileirada. Estava com o mundo "real", o mundo da vida, o mundo permissivo, que não olha bem as religiosidades dos "castrantes".

O senhor deputado afinal ficou sem "povo" acolhedor da sua tão "nobre doutrina cristã".

Aliás, reza a história que até Cristo terá tido os seus deslizes, fazendo deslizes sobre o truca truca. E até a Virgem Maria, segundo o dito da descida à terra no carnaval e quando regressou ao céu ao identificar-se como simplesmente Maria... terá.. . truca trucado

Esta "história tem uma boa "moral".

Marques Mendes e sobretudo o presidente do CDS/Pp (Ribeiro e Castro), a que não pode faltar o doutrinador PP (Paulo Portas), precisam de uma reciclagem doutrinal. Será que já não andam a "apalpar" o terreno do RIO ?

 

Patriotismo económico

Na sequência dos interessantes artigos de João Abel de Freitas a propósito de OPA e sectores estratégicos vale a pena reflectir no exemplo de Suez.

Na semana passada começaram a vir a público informações sobre uma OPA que o grupo italiano ENEL prepara para adquirir o grupo francês de energia Suez. Imediatament o governo Francês respondeu provocando a fusão da GdF, empresa controlada pelo estado com a Suez. Não é a primeira vez que o governo Francês tenta impedir que empresas necionais passem para controlo estrangeiro, assim foi no verão passado ao conseguir impedir uma OPA de um grupo americano sobre a Danone.

A actual acção sobre a Suez provoca protestos vários:


Podem ver mais informações aqui e aqui.
 

Atenção ao PAGAMENTO dos seguros

Não sei se muita gente sabe, mas a partir de quarta feira, dia 1 de Março, se se atrasar no pagamento do seguro, fica sem cobertura do risco de acidente.

Esta situação contraria o hábito bem português de deixar arrastar.



Agora é mesmo a valer. Dia 1 de Março.
 

Faltará a Portugal uma Estratégia de Desenvolvimento do turismo ?

O turismo pode ser um grande vector do desenvolvimento de Portugal. É consensual, embora o consenso seja genérico e não de conteúdo. Precisamos, mas há que planeá-lo numa base estratégica (qual?) para não se cometerem os erros que se fizeram em outras actividades e matar "a potencial galinha de ovos de ouro".

Linhas de acção estratégica que comprometam a acção governamental e os investidores.

Este alerta/preocupação, não sendo já a primeira aqui, hoje é lembrada por um artigo no DEconomia de Henrique Veiga Preocupante, não? que nos coloca uma série de questões bem fundamentadas sobre o sobreinvestimento de muitos dos projectos empresariais (relação custos benefícios).

Face aos preços praticados na hotelaria portuguesa para poder ser competitiva, comungo daquela preocupação. Hoteis de 5 estrelas a praticar preços de 4 quando não de 3 por sistema.

Mas interrogo-me e não entendo porque se continua a olhar para o turismo com uma visão muito tradicionalista. O mundo evoluiu. A globalização existe e puxa pela inovação. Não haverá segmentos novos a explorar, bem dinâmicos? Não se poderá pensar num "casamento turismo/saúde", fora do redutor conceito das termas, se bem que ainda mal explorado? Porque não se lança, melhor não se começa a equacionar, de "forma sustentada", o turismo da descoberta económica (designação francesa) que é um turismo muito polivalente em termos de captação de visitantes e em que Portugal tende para zero?

Preocupações, de que não vejo resposta.


 

Belmiro entrega hoje registo da OPA

A propósito de OPA's, o governo de Espanha está a tentar ver a que "meios legais" recorrer para inviabilizar a da E.ON alemã sobre a ENDESA. O governo de Espanha entende que nos sectores "estratégicos" devem predominar empresas com matriz do País. A propósito do que é estratégico ler João Cravinho
Ainda há empresas estratégicas?

Segundo entende Paulo Azevedo, a posição do governo português é próxima da do espanhol.


2006-02-25

 

Salário Mínimo na Alemanha

A grande coligação no poder defende o salário mínimo na base dos 6€/hora.

Todos (trabalhadores e patronato) estão contra. Os trabalhadores porque reivindicam o preço/hora de 7,5€. Os patrões porque querem, tudo como está, sem o Estado intervir nesta matéria. Logo negociação directa em cada estado e sector e nada de salário mínimo no País Alemão.
Allemagne : la grande coalition défend l'instauration d'un salaire minimum

2006-02-24

 

Banca prepara-se para de forma fácil aumentar os lucros

Mais uma vez a Banca vem falar da criação da "taxa Multibanco".

Há cinco anos os Bancos estavam divididos.

Hoje existem apenas algumas diferenças "mitigadas", mas tudo se encaminha para que a banca consensualize.

Todos sabemos que o multibanco tem custos. Mas todos sabemos que a economia resultante do uso do multibanco é enorme para a banca até porque o português é um grande utilizador.

Há o instituto do consumidor. Há a DECO. Era saudável reagir.
 

O banqueiro do maior escândalo

Monsenhor Marcinkus finou-se aos 84 anos, no princípio desta semana. Deve "ter levado" consigo uma boa maquia de dólares ou então não se sabe a quem as deixou ou ainda deu-as à igreja americana que andou aflita lá pelos lados de Boston com os valentes milhões de dólares que teve de arranjar para as famílias das criancinhas alvo de crimes de pedofilia dos "seus pastores" condutores de almas, que não de corpos.

Monsenhor Marcinkus, arcebispo norte americano, ficou para a história por ter protagonizado um dos maiores escândalos financeiros, conhecidos, da história do Vaticano. Este "banqueiro do Vaticano" regressou aos EUA em 1990, na sequência do escândalo que levou à falência fraudulenta o banco Ambrosiano em 1982, cujo accionista maioritário era o Vaticano, através da IOR.

A falência foi um processo complexo em que esteve envolvido, com Calvi, membro da Loja P2 que acabou por aparecer morto sob a ponte de Blackfriars em Londres (e aqui são muitas as versões, entre elas, o suicídio).

Neste banco que, apesar da sua dimensão, "mexia" com muito dinheiro circulando, por exemplo, segundo os especialistas, dinheiro da mafia.

Apareceram na época vários livros sobre a actividade bancária de Marcinkus e das suas ligações a diversos mundos menos espirituais, embora permaneçam pontos obscuros como o financiamento ao Solidariedade da Walesa e à própria loja de Calvi.

A justiça italiana chegou mesmo a acusar Marcinkus, mas o Papa de então, João Paulo II protegeu-o, enviando-o para o seu país de origem.

E, assim, se "arrumou" o caso entre a Santa Sé e a justiça italiana.

 

Adeus churrasco

Esta manhã a notícia é isolamento de uma localidade no Ain por causa de gripe (ou peste) das aves. Parece que morreram 400 perús com o vírus H5 (ainda não se sabe se se trata de H5N1), os restantes 11.000 foram abatidos. Trata-se do primeiro caso de infecção em aves domésticas na comunidade europeia.

Os especialistas continuam a dizer que o risco de uma epidemia humana é reduzido pois o virus não se transmite de homem a homem. Entretanto as vendas de aves vão baixando (menos 30% em poucas semanas) e os produtores querem ser indemenizados.
 

Enterrar os machados de guerra

O CRAVO E O TRAVO*

Que farei eu agora amigos meus se não há sítio
se telefono e alguns já não respondem
que farei eu agora sem programa
sequer a ilusão lírica?
Tínhamos causas projectos navegações
ocultas
tínhamos até aquilo a que chamávamos
a perspectiva
um sentido da História uma espécie de Deus.
Que farei eu agora amigos meus
se já não há surpresa

...
* Primeiros 11 versos do poema o "Cravo e o travo" in Manuel Alegre "Livro do Português Errante" Publicações D. Quixote 2001.



Tal como João Tunes fez [aqui] eu enterro com estes versos de Manuel Alegre o meu machado da guerra que galhardamente travámos cada um no seu bando. Sem bulir na amizade mas rosnando entredentes metas e programas. Eu carregando Buda como ele dizia, ele em Alegre torneio, ambos procurando a estrela de Belém [uma estrela que lá vem lá vem]. E pronto cá estamos outra vez do mesmo lado. Onde sempre estivemos!


2006-02-23

 

Que bela a ponte-túnel!

Interessante não? Esta obra de engenharia, ponte que de repente mergulha no mar para voltar à superfície mais adiante e não incomodar os navios que por ali queiram passar.
Recebi-a empacotada em 232 mil bytes no meu sapo com os seguintes dizeres "olha que bonita esta ponte-túnel que liga Copenhague a Malmö na Suécia." Pensei logo oferecê-la aqui, no Puxa, mas condimentada com x Kms, data de inauguração e aquelas informações kitsch com que todo o cicerone tenta distrair os turistas da própria obra de arte.
Fui, já se sabe, ao Google e fiquei a saber que a ponte existe não nos mares frios da Europa do Norte mas nos mares mais quentes da Virgínia (EUA) e tem o nome Merrimac Memorial Bridge-Tunnel ou MMMBT.Ttem 4,6 milhas de comprido e foi inaugurada em 1992, enquando a escandinava tem 16 kms, foi inaugurada em 2000 e também inclui uma linha de metropolitano.
Tudo sobre as duas pontes-túneis com belas fotografias (aqui) e (aqui).

 

A liberdade de expressão

Estou totalmente contra a condenação de David Irving um "negacionista" do holocausto, para mais confesso arrependido. Uma condenação pesadíssima, 3 anos de prisão, na Áustria por delito de opinião. A Áustria parece querer redimir-se assim de um passado pouco empenhado na erradicação das sequelas do nazismo.
Como é tão raro estar de acordo com José Manuel Fernandes, director do Público, não quero perder a oportunidade de o apoiar nesta matéria, constante do editorial de ontem do jornal que dirige.

 

As dúvidas de Joaquin Almunia

Joaquin Almunia é o comissário europeu para os assuntos económicos e financeiros. É ele o responsãvel pela análise dos planos de estabilidade e crescimento (PEC) dos diferentes países da UE.

O DNeconomia publica hoje uma entrevista com Joaquin Almunia, em que aborda a situação portuguesa. "Previsões de crescimento são um pouco optimistas"
 

Posição do governo espanhol sobre a OPA da E.ON

A posição do governo espanhol, vista de França

Le gouvernement espagnol est hostile au rachat d'Endesa par l'allemand E.ON
 

O Governo e a OPA

Quem está atento ao processo da OPA da SONAE sobre a PT percebe a posição algo "defensiva" do governo, a prudência em não mostrar a sua estratégia antes que se cumpram certos passos do processo e até a sua postura face à Comissão Europeia. Por outro lado , como accionista privilegiado da PT, correcções de rota no agir do conselho de administração.

Diga-se, em abono da verdade, que este conselho de administração, com Horta e Costa em destaque, não tem sido um exemplo de virtudes na defesa dos interesses do Estado neste processo da OPA.

Parece, são as notícias vindas a público, que o Ministro Mário Lino terá alertado o Conselho de Administração da PT para esses desvios de rota, exigindo-lhe documentação objectiva e fundamentada sobre a avaliação do processo.

Em suma, o ministro assume as suas funções de representante do interesse público nesta matéria. Não obstaculizar o processo normal do curso da OPA e quer o Conselho nas suas funções: fornecimento de informação isenta aos accionistas das vantagens e desvantagens da OPA.


 

Opiniões sobre a OPA da E.ON

Sobre os reflexos da OPA da E.ON no sector da Energia em Portugal (se coroada de éxito) começam a delinear-se duas posições:

Será que se posicionam nestas leituras duas visões: Uma mais global e outra mais ibérica?

Para complicar o puzzle os italianos da ENEL, a maior empresa de electricidade de Itália, entram também nesta guerra ao lado da Gas Natural.

Como ontem aqui referia o Grande Gapital Europeu parece ter saído da "sonolência".

2006-02-22

 

Em bruxelas passar a porta de entrada não é tarefa fácil

"Pode estar a caminho, mas não chegou" é a resposta do Comissário MCGreevy que espera "ansioso" pela resposta sobre a golden share do Governo português na PT.
Pelo lado do governo e da representação permanente em Bruxelas tudo seguiu "nos conformes".
De somenos importância. São faits divers.
O governo português entende que os poderes de que dispõe na PT não são excessivos. E eventualmente não são mesmo.
Mas vai ter que se bater com a Comissão por isso. Mas fundamental é o que terá de negociar com a Sonae e a estratégia para essa negociação


 

Frida Kahlo em Lisboa


Auto-retrato com colar

"A maior e mais completa exposição sobre a obra da pintora mexicana Frida Kahlo realizada nas últimas décadas na Europa vai ser inaugurada dia 24 no Centro Cultural de Belém, anunciou hoje a instituição.

"A exposição, que ficará patente até 21 de Maio, será apresentada no Centro Cultural de Belém à comunicação social, na quarta-feira, por Carlos Phillips Olmedo, director do Museu Dolores Olmedo.
Depois de ter passado pela Tate Modern de Londres e a Fundación Caixa Galicia, em Santiago de Compostela, cabe à capital portuguesa receber esta exposição que incluirá 26 obras de Frida Kahlo e também uma colecção de fotografias e objectos pessoais pertencentes àquele museu mexicano e que oferecem um registo da vida da artista desde a infância até à sua morte.
Mais no Memórias e aqui: [link] [link]

 

Portos de Nova York a Nova Orleães para os Emiratos Árabes?


Um negócio de 6,8 mil milhões de dólares, a venda pela empresa britânica P&O, da gestão dos portos de Nova York, Nova Jérsia, Baltimore, Filadélfia, Miami e Nova Orleães, à empresa estatal dos Emiratos Árabes Unidos, Dubay Ports World, está a criar um braço de ferro entre a Administração W. Bush que patrocina o negócio e o Congresso, juntando democratas e republicanos, os governadores dos Estados de Nova York, do Maryland e o mayor de Nova York.
A Casa Branca, que procurou que o negócio não desse demasiado nas vistas, diz que não cede pois isso seria a prova de um sentimento anti-árabe. O Congresso pelo seu lado receia que tal negócio abra as portas, no caso abra os portos, à Al-Kaeda, "tendo em conta que são conhecidas as ligações entre esta e os Emiratos". W.Bush desmente e garante que o país é um aliado contra o terrorismo. Mas não só a segurança é questionada pelo Congresso. Também os contornos do negócio que, pelo menos aos olhos dos congressistas, não se apresenta claro. [NYT]
Talvez pesem na desconfiança as alegadas, antigas e turvas ligações da família Bush ao petróleo árabe que muito teriam contribuído para o seu enriquecimento. Alegadas ligações, aos Bin Laden e outras personagens ligadas ao mundo financeiro de má reputação como era o extinto Banco de Crédito e Comércio Internacional (30 mil milhões de dólares) fundado pelo Paquistanês Aga Hassan Abedi, onde estavam depositadas grandes fortunas de Sadan Hussein, do terrorista palestiniano Abu Nidal, dos chefes do cartel da droga de Medellin, do rei do ópio Khun Sa. E por onde passavam dinheiro e operações dos serviços secretos da Arábia Saudita e da CIA. Um banco que o procurador norte-americano Robert Morgenthau considerou ser "a mais espantosa empresa criminosa do século XX". (Eric Laurent "A Guerra dos Bush" edit: Miosótis 2003, Lisboa)

 

O Capital em arrumação na Europa

A E-ON alemã lança OPA concorrente sobre a Endesa espanhola.

Trata-se de uma "senhora" OPA. Primeiro, um aumento de preço por acção de 29% face à OPA inicial da Gás Natural de Espanha, não é muito normal. Parece haver vontade de se sair bem da operação. E já agora aproveito para corrigir a terminologia que usei a respeito da PT. Chamei "contra OPA" ao aparecimento de uma hipotética alternativa à SONAE por exemplo de outro grupo português, o que é incorrecto. Deve dizer-se OPA concorrente, como é o caso desta.

Mas para além do preço por acção que é elevadíssimo, esta OPA vem criar sérios embaraços ao governo espanhol que não estava para aí virado, pois queria uma empresa de "matriz espanhola" no capital resultante da OPA. Segundo, a dimensão do investimento é de facto muito alta - 29,1 mil milhões de Euros, a maior operação de sempre na Europa e o resultado que daí resultar (se for bem sucedida) é não menos significativo. Cria-se o maior grupo mundial do sector.

O Capital europeu que parecia estar adormecido, o "sono europeu", onde nada parecia bulir começa a espernear. Será apenas um reflexo da globalização ou a sobrevivência oblige?


 

Reivindicações

Fui fazer as contas e o meu feeling não me enganou. Tenho de reivindicar aumento de ordenado. Aqui no Puxapalavra. O caso é este, nos últimos 4 meses, foram produzidos 357 posts o que deu uma média de 3,4 posts por dia se descontarmos fins de semana e feriados. Mas onde bate o ponto é que eles distribuem-se assim:

RN-174-49% ..... JAF-119-33% ...... MC-42-12% ...... PF-22-6%

Ora disseram-me que nalguns blogs se paga à peça. O que me dá todo o direito a um aumentozinho. Isto, é claro, se não houver alguém que se lembre de exigir que se leve em conta também a qualidade.


 

A fábrica de calçado BASILIUS vai fechar

Vi hoje a noticia no DN economia.
Cinco anos de prejuízos leva Basilius a anunciar encerramento para Abril

Não fiquei muito surpreendido.... mas tinha alguma esperança de que isso não viesse a acontecer.

Por razões profissionais conheci bem a Basílius, visitei a empresa algumas vezes e conheci bem o empresário Basílio de Oliveira, como empresário e como Presidente da APICCAPS.

Sempre o achei um empresário empreendedor, dinâmico e avançado. Introduziu novas tecnologias e pressionou para que algum equipamento inovador sobretudo a nível do corte se fizesse em Portugal, através de uma coperação universidade, empresas e centro tecnológico e por preços muito mais baixos.

Infelizmente, é um icon do sector calçado que vai desaparecer.

Mas até o seu desaparecimento vai ser diferente e de forma digna.

Merece reflexão este encerramento.

2006-02-21

 

O Diário de Notícias

tem vindo a melhorar muito. A prova disso é que já cita o João Abel aqui no Puxapalavra!
Apesar de estar muito longe do máximo a tiragem do Puxa subiu. Estou certo que a do DN também.
 

O Glorioso venceu o Liverpool

porque jogou com cabeça.
 

Bolkestein e a esquerda Francesa

Como explica bem João Abel de Freitas no seu post precedente a directiva Bolkestein, recentemente aprovada pelo Parlamento Europeu graças a um acordo entre o PPE e os socialistas europeus, contribuiu para a rejeição da constituição europeia em França.

Os deputados europeus franceses de esquerda (PS, Verdes e PCF) votaram contra a proposta de liberalização de serviços. É fácil compreender as razões que levam a esquerda francesa a rejeitar a ideia do principio do país de origem, pois é essencialmente disso que se trata e não, como muitas vezes se diz, uma oposição à ideia de liberalização dos serviços. Enquanto não houver regras comunitárias sobre o direito do trabalho e a defesa dos consumidores a directiva abre a porta ao desmantelamento das legislações nacionais por via da concorrência, basta imaginar o que se passará com a lei das 35 horas se empresas estrangeiras puderem aplicar em França horários de trabalho até 48 horas (máximo europeu).

Outro alvo de contestação é a falta de protecção para os serviços de interesse geral (como por exemplo o fornecimento de água potável).

Mais informações aqui.

2006-02-20

 

Bolkstein está de volta..

.... e desta vez para ficar.

A Comissão Europeia apresentou em Janeiro de 2004 um projecto de Directiva - agora Directiva Serviços -com o objectivo de eliminar as barreiras à troca de serviços no espaço comunitário.

Este projecto, celebrizado como directiva Bolkstein, nome do autor da proposta, provocou uma celeuma política de tal ordem que esteve, entre outros factores, na origem do Não francês à Constituição Europeia e ao fim e ao cabo da paragem do processo de aprovação da mesma.

Agora "retocado" este projecto passou no PE pela mão das duas grandes forças políticas ali representadas.

Os partidários da Directiva defendem que a liberalização dos serviços que constituem 70% do PIB e do emprego da UE contribuem para o aumento da riqueza, pois vão criar uma especialização por países. Os adversários defendem que a liberalização penalizará o mundo do trabalho nos países fundadores da UE. Esta ideia está sobretudo arreigada na Alemanha e França.

Olhando bem para todo esste processo, deparamo-nos perante uma Europa que a toda a hora se desdiz e contradiz.

De um ponto de vista formal, a União Europeia é um mercado comum, integrado, e como tal bens, serviços, pessoas e capital deviam circular livremente no mercado. Isto já se passa com os bens. A integração foi progressivamente baixando as barreiras entre os países membros da UE e, neste momento, a situação funciona na prática.

No caso dos serviços tem sido preponderante a regra nacional que limita a livre circulação, o que significa que a circulação de serviços continua muito limitada.


 

TIMOR: o poder da imagem

O jornalista Max Stahl é um dos condecorados por Sampaio na sua visita-despedida a Timor Leste. E bem. Sem as imagens do video de Maz Stahl, teria havido a independência de Timor?
Não é comparável a resistência e luta armada de um povo durante mais de 25 anos e umas imagens colhidas em escassos minutos, mas a sua importância pode ter sido decisiva para a vitória daquela luta heróica. É que são imagens terríveis a ser vistas por centenas de milhões de... eleitores!
Jornalistas de vários países aguardavam a chegada de uma delegação parlamentar portuguesa a Dili. A Indonésia proibiu a sua entrada em Timor. Milhares de timorenses que aguardavam a delegação decidiram ir em manifestação pacífica ao cemitério de Santa Cruz, ao túmulo do jovem Sebastião Gomes assassinado dias antes, na igreja de Santo António de Motael, em Díli, pelas forças indonésias. A tropa Indonésia recebeu a manifestação com fuzilaria: 271 mortos, 278 feridos, quase três centenas de desaparecidos. Foi o massacre de Santa Cruz. No dia 11 de Novembro de 1991.
Max Stahl estava lá filmou e permitiu que as imagens dessem a volta ao mundo.
Os governos, a começar pelo de Washington que é quem mais pode, não podiam continuar a fingir que nada sabiam, e tiveram de ter em conta a sua imagem (mais que a dos mortos) e a opinião pública, que o mesmo é dizer, a opinião dos eleitores.
Sem Max Stahl, sem as imagens, o massacre, a brutal opressão indonésia, a REALIDADE não teria existido. E sem a ajuda da opinião pública norte-americana, europeia, portuguesa, australiana, indonésia, teria havido independência? Talvez não. Mesmo em Portugal crescia a resignação. A liberdade para Timor Leste era cada vez mais algo negligenciável, de Washinton ao Vaticano, face à importância das relações com a Indonésia, mil vezes mais importantes.
A justiça não triunfa obrigatoriamente. O mais comum é mesmo o oposto. Desde a luta dos escravos no império romano. E antes seguramente.

A lição serve também para os cartoons de Maomé. Sem essas pobres imagens (provocação da extrema direita de cá, que não pode nem deve ser impossibilitada com censura prévia) os fundamentalismos de lá não tinham um pretexto visível e acessível às "massas" a instrumentalizar de acordo com a agenda política de cada país islâmico, ora do governo ora da oposição.
A imagem! O poder da imagem no mundo globalizado!!

 

Porto-Marítimo

Um desafio a registar... não pelo resultado, mas pelo insólito.

O árbitro Carlos Xistra (não sei se é assim que se escreve) anulou um penalti e uma expulsão ao Marítimo.

Fez bem o árbitro. A marcar penalti e a expulsar o jogador seria uma grande injustiça. Mas cenas destas é o que há mais.

Desta vez, o árbitro, por indicação do juiz de linha, anula a sua própria decisão. Positivo, de contrário seria um grande escândalo.

O jogador do Marítimo de facto não defendeu com a mão, como inicialmente ajuizara o árbitro, mas com a cabeça. E daí a correcção ser bastante oportuna e certa.

Um caso raro, digno de registo.


 

"Viva la muerte"

"Vocês amam a vida e nós amamos a morte" ameaçava numa peça televisiva um extremista muçulmano, fundamentando assim a superioridade do Islão. Fez-me lembrar o franquista José Millán- Astray, em Salamanca perante Unamuno, em 1936 e o slogan dos falangistas e tropas de Franco "viva la muerte" e "muera la inteligencia".
A nossa perplexidade pelo que se passa nos trilhos extremistas do Islão é fruto da nossa curta memória. Afinal não fomos nós europeus que exemplarmente nos entretivemos durante séculos a transformar a Europa num açougue?!

 

Os cartoons visto por um adepto do Islão*

* Ver Nota de rectificação no fim do post.
Segundo algumas religiões Deus criou o homem. E o resto. Talvez até a si próprio. Pelo contrário e até melhor esclarecimento, parece-me que foi o homem que criou Deus. Todos os deuses. Em todo o caso parece-me interessante conhecer melhor o ponto de vista dos meus contraditores. E as sensibilidades que elas comportam. É esse, aliás, um bom caminho para que se faça luz.
Por isso leio com agrado blogs de algumas pessoas que se apresentam como adeptos de uma religião e estão particularmente interessadas em debater os temas religiosos.
É o caso do blog do Marco o Povo de Bahá para já não falar na Rua da Judiaria de Nuno Guerreiro.
O Marco apresenta-se como um português baha'i. Um ramo mais recente do Islão, a par do sunita e do xiita. Se Marco fosse originário de algum país de civilização islâmica a mim parecer-me-ia vulgar. Mas não é o caso. O Marco é português (de etnia desconhecida como eu, creio. Suevo, mouro, viking, judeu, visigodo, lusitano, talvez uma mescla de tudo isto, com predomínio do Norte da Europa, pelo aspecto) engenheiro do IST, vive em Lisboa.
Do meu ponto de vista, sendo o Marco quem é, torna o seu blog e a sua opinião sobre os cartoons, Maomé e o que se passa pelos países islâmicos, particularmente interessante.

* Nota: publicado o post, Marco, num comentário acessível na respectiva caixa de comentários, explicou que "a religião baha'i não é um ramo do islão. Nasceu num meio islâmico, tal como o cristianismo nasceu num meio judaico. Mas é uma religião independente: tem os seus próprios livros sagrados, leis, administração." Peço desculpa ao visado e aos leitores pelo erro.


 

Acerca dos cartoons de Maomé

«L'Occident récolte ce qu'il a semé. Esta curta entrevista de um director de um jornal independente do Egipto, o primeiro no mundo árabe que publicou os cartoons, dá que pensar.

2006-02-19

 

Não é a religião, é a política stupid!

Os cartoons já provocaram 15 mortos na Nigéria, 11 no Afeganistão, 11 na Líbia, 5 no Paquistão, centenas de feridos, embaixadas vandalizadas, numa onda inparável de tumultos do Norte de África ao Sudoeste asiático.
Tudo isto só foi possível porque há um grande capital de queixa contra o Ocidente por boas e más razões. E porque os movimentos fundamentalistas islâmicos mobilizaram as multidões contra o Ocidente com o apoio dos governos ou a pretexto do Ocidente contra os governos.
Mais que a religião é a política stupid. Os cartoons fazem de vaselina para fazer passar a política.

 

É o início do fim do Serviço Nacional de Saúde?

Percebo que o ministro da Saúde tenha um problema. Os custos crescentes e de difícil controlo com a saúde dos Portugueses. Mas não apoio a ideia aparentemente justa de fazer pagar a saúde , criando três escalões, 100, 75 e 50% de comparticipação nos custos, de acordo com os rendimentos.
Por um lado continua a não ser fiável a determinação dos escalões de rendimentos. Por outro os altos rendimentos há muito que dispensaram o nosso SNS de baixa qualidade. E o que acontecerá aos baixos rendimentos é que deixarão de a poder pagar. O grau de saúde da população e de quem trabalha baixará e com ele diminuirá também a produtividade e a economia.
Nenhuma medida mais gravosa para quem já vive mal será compreendida enquanto houver situações como a de um governador do Banco de Portugal que ganha ao fim de 5 anos, de um ano ou de um dia como governador, o direito a uma pensão vitalícia de 8.000 euros por mês, acumulável com quaiquer outras pensões ou ordenados (excepto com o de ministro) tenha a idade que tiver.
Ou situações como a de alguns meninos família que na gerência Barroso/Santana Lopes entraram para Galp adquirindo no primeiro dia de contrato 17 anos de antiguidade na casa, para efeitos de pensão ou indemnizações. Ou quando as taxas de IRS não chegarem pelo menos aos 57% da Suécia para os altíssimos rendimentos.
Poder-se-á dizer que essas poupanças não resolvem o problema. E que este se resolve é na batalha pela produtividade e a economia. Mas mais sacrifícios?... primeiro para quem se pode dar ao luxo de os ter.

 

Choque de ignorâncias


Há uma semana o Aga Kahn, na Universidade de Évora, iluminado, dizia que mais do que choque de culturas - cartoons e incêndios de embaixadas - era "choque de ignorâncias".
Hoje com os quatro canais de TV nacionais, todo o santo dia, sobre a "irmã Lúcia", sabendo pelo DN que uma estação de TV norte-americana espalhará o milagre de Fátima para mais 150 canais de todo o mundo, para além de 250 mil peregrinos no terreno, concluo com satisfação que face ao milhão de peregrinos de Meca mas menos (presumo) telespectadores por todo o mundo, estamos em situação de não recear meças em matéria de "choque de ignorâncias".

 

Andar à volta...

É muito português andar, andar, andar à volta... e não ir ou não querer ir ao que verdadeiramente interessa.

Vem isto a propósito do inquérito da PGR sobre as listagens de tráfego telefónico dos altos titulares de cargos públicos.

O presidente Jorge Sampaio que pressionou o inquérito sai em breve e de inquérito estamos conversados.

Souto Moura , o procurador geral, ainda não "identificou" o que anda a investigar. No entanto houve juizes que afirmaram que meia dúzia de dias dava e sobrava para o que era preciso apurar, Estes juízes "atrevidos"já foram admoestados a "bem da nação". Isto de aceleras neste país ...não dá.

A propósito leia-se a crónica de Nuno Brederote Santos Desentendimentos
 

Tentativa de corrupção na Câmara de Lisboa (2)

O DN retoma o assunto do Expresso sobre a Bragaparques em "Bragaparques deve ser investigada".

Foi notícia ontem em tudo quanto era orgão de comunicação pelo que é natural que continue hoje.

Mas no meio da notícia o empresário Domingos Névoa, que entretanto já foi presente a um juiz que lhe decretou uma caução de 150 000 Euros, considera que deve haver um mal entendido pelo lado de Sá Fernandes e afirma já ter encarregado a sua advogada Rita Matias do escritório de Ricardo Sá Fernandes (um dos protagonistas deste caso) de apresentar uma queixa-crime contra o vereador.

Começa a ter laivos de telenovela a que não faltam elementos picantes e no mínimo curiosos !!!

2006-02-18

 

1ª nomeação de Egas Moniz para o Nobel



Aspecto do Diploma Nobel

Um ano depois do golpe de 28 de Maio de 1926 que abriu os portões do poder a quase meio século de Estado Novo, e vinte e um anos antes da candidatura bem sucedida (que viria a ser a 5ª da série então iniciada), Egas Moniz foi nomeado, pela primeira vez, para o Prémio Nobel da Madecina ou Fisiologia.

Foi há 78 anos.

Mais pormenores aqui.


 

Tentativa de corrupção na Câmara de Lisboa

.... E da graúda.

Segundo o Expresso noticia na primeira página da sua edição de hoje, o sócio e administrador da Bragaparques, Domingos Névoa, tentou pagar 200 ooo Euros ao vereador do Bloco de Esquerda, através do seu irmão o conhecido advogado Ricardo Sá Fernandes, para que José Sá Fernandes desistisse da acção judicial que moveu contra a Bragaparques por causa da troca de terrenos Parque Mayer/Feira Popular e, além disso, fizesse declarações públicas de que, analisada a questão em profundidade, não havia problema.http://online.expresso.clix.pt/1pagina/artigo.asp?id=24758045

Acontece que o sócio da construtora é apanhado em flagrante, pois o processo decorre em articulação com a PJ que tem gravadas as conversas. A própria ordem dos Advogados foi também previamente informada do sucedido.

Sobre a Bragaparques "corre mundos e fundos" há muitos anos, onde as "anedotas" das suas ligações com certo poder autárquico são hilariantes.

De concreto, há este caso agora, de contornos algo primários, para averiguar.

Esperemos da justiça a maior celeridade e que pelo menos nos intervalos da "greve de zelo" o processo não páre.

E aguarde-se pelo desenrolar do ditado popular " não há fumo sem fogo".

 

As Emissões de CO2 nos Transportes

A Antram - Associação Nacional das Transportadora Rodoviárias de Mercadorias anunciou que vai propor ao governo o abate de 61 000 de camiões antigos até 2010.

Segundo a Antram, esta medida traduzir-se-ia numa redução das emissões de CO2 no sector em cerca de 40% e levava à poupança de 50 milhões de euros em compra de licenças de emissão de carbono. E assim o país cumpriria o protocolo de Quioto no sector.

Esta medida contibuiria ainda para melhorar a segurança rodoviária pois estes camiões antigos circulam sem equipamentos de segurança activa e passiva.

Segundo o estudo da Antram cerca de 20 milhões de euros da poupança respeitam à frota pública.


2006-02-16

 

Gato sapato

Lembram-se quando Sampaio, sobre o caso do "envelope 9", exigiu a Souto Moura," inquérito rigoroso", num "curtíssimo prazo"? E repetiu, com cara de caso, o "curtíssimo prazo"?
Já lá vai um mês e o "Gato Constipado" fez dele gato sapato.



Matar o Mensageiro

O PGR... descobrir quem deu ordem para devassar as comunicações telefónicas do PR, do 1ºM e um sem fim de altas figuras do Estado, isso... ele não descobre. Mas com a busca à redacção do 24 horas e à casa do jornalista Jorge van Krieken parece que quer é "matar" o mensageiro.



ABU GHRAIB: soma e segue

Mas ao menos o Iraque, o país, a vida da população e a democracia estão que dá gosto.


 

Cheney «mata»(*) Harry


Dick Cheney em apuros

O Vive-Presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, «matou»(*), sem querer, um velho amigo, durante uma caçada no Texas, sábado passado.
Só tornou pública a ocorrência cerca de 24 horas depois, altura em que «encomendou» uma entrevista, na qual assumiu a total responsabilidade pelo sucedido.
É sempre mau bater num homem caído (em desgraça), mas recordar que a actual equipa da Casa Branca tem um disparo fácil, tem graça.

Quanto à demora em revelar o sucedido, diga-se que é ilegal, abusivo, etc. OK. Convenhamos, no entanto, que o reconhecimento oficial de que não havia Armas de Destruição Maciça no Iraque foi bem mais demorado.

Com boa vontade, em tudo se pode ver sinais de esperança...
(*) Aspas acrescentadas durante a discussão

2006-02-15

 

Clemenceau de volta

Há uns tempos contei-vos a história do ex-porta aviões Clemenceau que o ministério da defesa francês enviou para demolição na India.
O Conselho de Estado reclassificou hoje o navio como residuo tóxico e Chirac decidiu que o navio vai voltar para França onde será tratado de acordo com as normas de segurança europeias.

Os jornais Libération ou Le Monde trazem mais informações.

2006-02-14

 

Estão abertas as inscrições


para A Primeira Cruzada da Liberdade de Expressão em Perigo na Europa por Causa duns Cobardolas Sempre os Mesmos.
Partida próximo domingo de manhãzinha, o mais tardar às 10h, junto aos pastéis de Belém.
Se o mar não estiver de feição ou o pessoal estiver muito acagaçado vai-se até ao Bugio e volta-se p'a trás e remata-se com uma almoçarada no Café In.

 

Freitas explica porque falou na virgem Maria

Meti Cristo e a virgem Maria porque bzbrec... bbezzzz o profeta racccbzz crrrr Aaabraarreezzff...
Aaarrrreee! Ainda bem que o Belmiro vai dar uma OPA na PT. A rede tá de tal maneira que não se consegue fazer uma escuta de jeito. Pá!
 

"Choque de ignorâncias"

Aga Kahn, doutorado honoris causa pela universidade de Évora, informou que esta cena dos cartoons de Mafoma mais do que choque de civilizações é um "choque de ignorâncias".
- Bem metida essa!
E ele desatou a rir [link]
 

Aquisições n' O Jumento

Na esperança de que com a OPA as acções do Jumento subam comprei lá este lote delas





 

O Jumento lança OPA (hostil) sobre o Abrupto

"Se a OPA vingar está decidido que vai ser retirado o negócio dos “Early Morning Blogs”, um produto destinado à classe média alta que lê o Jornal de Artes e Letras..." [link]


 

Espalhar o ódio. E o medo...

Recentemente recebi um desses email que correm pela web sobre os horrores no mundo de lá com estes dizeres:
NO IRÃO A IDADE NÃO CONTA. SÓ O FANATISMO DO ALÁ!
Castigo a 1 rapaz q roubou um pão no Irão... Infelizmente, o que se vê nestas fotos é real e recente. Esta criança iraniana roubou pão e está a ser castigada. Indignem-se e passem
.
Seguiam-se fotografias estarrecedoras de uma criança com o braço no chão a ser esmagado pela passagem da roda de uma viatura.
À jovem indignada que me enviou o mail respondi-lhe que sabendo o que se sabe e passa nalguns desses mundos medievos (apedrejamentos até à morte de mulheres por adultério e outras coisas dos tempos da Santa Inquisição) não seria de todo impossível, mas recomendava prudência. Algo me advertia que poderia ser uma "piedosa" montagem para instigação ao ódio de algum talibãn da cristandade.
Agora vi o que parece ser a confirmação das minhas dúvidas aqui no Jumento.

 

"Colaboradores" da PT preocupados com o seu futuro

Os colaboradores da PT (politicamente correcto na empresa é designar os trabalhadores, do porteiro ao Sr. Administrador, por colaboradores, para que não se note tanto a diferença entre as remunerações dos 500 e as dos 50 mil euros mensais...) dizia eu que os colaboradores da PT são os maiores credores da empresa por isso a comissão de trabalhadores anda preocupada com a OPA e o futuro da empresa e percebe-se porquê. É que "as responsabilidades da PT com o fundo de Pensões e a PT-ACS (Associação de Cuidados de Saúde) não fundeadas são da ordem dos 2500 milhões de euros. Para além desta dívida, têm de ser fundeadas verbas que permitam garantir o pagamento das aposentações e dos complementos de reforma dos trabalhadores que ainda se encontram no activo e que são oriundos dos CTT, dos TLP, da TDP e da Marconi, o que representa muitos mais milhões de euros em falta)". [link]
É muito dinheiro e depois da OPA (se se concretizar, como me parece provável) e o previsível desmembramento do grupo os passivos não serão as partes mais disputadas.
O Secretário de Estado garante, mas... de garantias está o inferno cheio, pensarão os "colaboradores".

2006-02-13

 

Devemos tolerar a intolerância?

Pelo seu interesse, mesmo sem consultar o autor, decidi reproduzir o comentário que José Manuel Correia Pinto fez ao post "Mais Islão", aqui abaixo. Eis a sua opinião:

"Apenas li o artigo do Vitorino uma vez e rapidamente. Posso por isso enganar-me na sua interpretação, mas pareceu-me que ele aponta no sentido do cerceamento da liberdade, com base na conhecida e velha fórmula: devemos tolerar a intolerância? A minha concepção filosófica vai exactamente no sentido oposto. Sim, devemos. Se acreditarmos que somos mais fortes porque somos mais tolerantes. O problema é que a Europa está velha e conservadora e cada vez reage com mais desconfiança relativamente aos que a ela chegam. Será fácil a partir daqui compreender as consequências, principalmente das segundas gerações de emigrantes, que são os que mais capacidade têm para representar e reagir contra as ofensas interiorizadas por gerações anteriores. Remédio para isto: Primeiro: os europeus têm de ter muitos filhos, pelo menos, muitos mais dos que agora têm; em segundo lugar: assegurar uma muito mais completa separação entre o Estado e as confissões religiosas (todas e não apenas algumas, os exemplos muito recentes de confusão entre o Estado e a religião, além de ridículos, são também estúpidos...); em terceiro lugar: garantir uma verdadeira igualdade de oportunidades e não simples políticas assistencialistas (o que se espera de um magrebino que, numa entrevista telefónica, é afastado de uma proposta de emprego apenas com base no seu sotaque? Que vá defender os "valores ocidentais"?)

Aprofunde-se a democracia, uma aprofundamento que a oriente no sentido da velha utopia socialista e vão ver se eles, daqui a alguns anos, vão querer saber do islão ou do profeta. Irrealismo? Irrealismo é pensar que o problema se resolve pondo os imãs na cadeia ou no Irão ou continuando a fazer o que até agora se tem feito. Isso é que é irrealismo. Poderia dizer mais: poderia ainda falar da quase irrelevâcia deste fenómeno em extensíssimas regiões do mundo e tentar averiguar as razões. Mas isso já não é da nossa conta. Da nossa conta é a Europa..."

 

Pois é gente!!!

Recebi este comentário sobre o post do Raimundo - os bonecos de Maomé.

Achei bastante piada pelo que o transcrevo:

Pois é gente

De facto a liberdade de expressão não tem limites mas foi usada, deliberadamente, como provocação, expressamente dita, por quem não caricaturou Cristo, não pediu desculpas, nem aceitou queixas até chegar a este ponto para acabar por voltar a trás com tudo, lixando a liberdade de expressão porque agiu, pura e simplesmente, por xenofobia.
Realmente, não aceito que se restrinja a liberdade de expressão nem admito lições de democracia por parte de quem não a pratica e vive na Idade Média, mas também não pactuo com a xenofobia, racismo, imperialisno, neo-colonialismo.
O problema é, de facto, a existência do clericalismo, do fundamentalismo, da falta de democracia e de liberdade de expressão, de um lado e, do outro, a sobranceria, o imperialismo e a xenofobia, por parte de quem até agora, lhe tem dado muito jeito a existência de países em que os direitos das mulheres, das crianças, dos cidadãos em geral, não são respeitados por monarquias e governos autocráticos, ditatoriais e corruptos, com os quais o mundo ocidental contemporiza e cujas multinacionais e grandes petrolíferas não só se aproveitam da satisfação das mais elementares necessidades desses povos como, também e sobretudo, do petróleo desses países, que afinal não seria assim tão necessário se se tivessem desenvolvido e produzido soluções energéticas alternativas.
No meio de tudo isto quem perde é a democracia e a liberdade de expressão referidas e citadas a torto e a direito mas para as quais, afinal, parecem estar todos (de um lado e de outro) a marimbar-se, positivamente nas tintas.

 

Os "orçamentos" das Obras Públicas em Portugal

O eterno problema....

João Cravinho quando Ministro levantou muita polémica na abordagem desta questão.

Últimamente pouco temos ouvido falar dela, pois acrise domina as preocupações do sector.

Talvez não fosse mau aproveitar o tempo de crise para que a verdade venha ao de cima.

Leia este artigo interessante do Público sobre o tema que não perde o seu tempo O grande embuste do preço das obras públicas

2006-02-12

 

A produção e o ensino da "História" nos países do Leste da Europa

A reportagem que li no último Courrier Internacional - " Política contra História" - deixou-me deveras apavorado com o que pode ser a "história contada" por mentes pouco sérias e ao serviço de...

O alvo é a Rússia actual, embora se ande para trás na história para os tempos da URSS. Não duvido de que é necessário refazer a história contada antes, tendo em conta os factos, o enquadramento internacional e os objectivos/fins que presidiram a tudo isso.

Mas não é o que se está a fazer. Estamos perante uma falsificação escandalosa dos factos que chega em alguns desses países a reerguer como libertadores do povo os que estiveram de braço dado com Hitler. É o que lê no manual intitulado - História do século XXI - em que os legionários SS (letões) são apresentados como "combatentes pela liberdade do seu povo".

É caso para meditar..


 

Ainda a OPA da SONAE...

A anunciada OPA da Sonae sobre a PT veio trazer à economia portuguesa elementos novos que dificilmente poderão ser ignorados ou neutralizados, mas também alguns receios sobretudo nos trabalhadores da PT. O público em geral olha para o facto com alguma expectativa e curiosidade.

Como elementos novos temos:

Independentemente do desfecho muita coisa vai mudar.

A PT, apesar de grande empresa, está a atravessar um período crítico. Debate-se com a necessidade de decisões profundas de reorganização: a nível interno a questão das redes e o papel do Estado no capital da empresa. E do ponto de vista da internacionalização, a situação também não é a melhor.

Acreditei muito pouco no surgimento de uma OPA concorrente, embora não esteja ainda de todo afastada essa hipótese.

Agora a PT é uma empresa estratégica, no tecido económico nacional, devido à capacidade de inovação própria, quadros de elevada craveira técnica para o nosso meio, reconhecimento internacional e experiência do processo de globalização.

O governo não pode ficar indiferente a esta movimentação. Não pode deixar nas mãos do mercado a solução. Agora não há que temer a mudança e o aparecimento de posições de defesa do status quo (não defensável no quadro da concorrência).

Daí, deve aproveitar este dinamismo para definir uma estratégia e delinear as alterações possíveis no âmbito das mudanças tecnológicas e da inovação necessárias ao desenvolvimento deste País.

O governo tem uma enorme responsabilidade neste processo e dispõe de uma excelente oportunidade para dar rumo ao Plano Tecnológico, que tanto tem defendido.>/P>


2006-02-11

 

Mais Islão.

João Vasconcelos Costa explica quase tudo sobre essa intifada que aí vai com Maomé num site de luxo onde fala de imensas outras coisas.
Para a gente se orientar (ou desorientar?) aconselho o Abrupto. E também Vitorino que ex-comissário da Europa para a Justiça sabe do que fala. Uma amostra:

"Este movimento de contestação à publicação das caricaturas foi organizado a partir de um imã radical, Abu Laban, palestiniano com ligações ao Hamas, residente há 20 anos na Dinamarca. Foi ele (e o seu grupo) que apostou na internacionalização da questão, usando para o efeito a cadeia televisiva Al-Jazeera, mobilizando os diplomatas dos países muçulmanos em Copenhaga e promovendo uma campanha de agitação em vários dos países do Médio Oriente com o beneplácito de muitas das respectivas autoridades nacionais (tanto radicais como as ditas moderadas), alimentando desta forma uma espiral de agressividade que veio a desembocar nos actos de violência que as televisões nos mostraram nos últimos dias."[link]
Mas talvez mais importante é o que ele diz e com razão sobre o laxismo aí por muita Europa que com a errada ideia de não ofender culturas fecharem-se os olhos a crimes como a ablação do clítoris e outras intoleráveis "práticas culturais" violadoras da lei.

 

Quanto à guerra de civilizações

Istambul - Santiago de Compostela

Num artigo conjunto publicado há dias no Herald Tribune, Carlos V e Solimão o Magnífico - defensores do projecto Aliança das Civilizações - consideram ser necessárias «iniciativas e instrumentos que ponham fim à espiral de ódio e ofuscação que constitui uma ameaça à paz e segurança internacional». [link]
Já todos concluíram que estou a falar da "guerra" das caricaturas de Maomé (a das virgens tinha graça) da Espanha e da Turquia, de José Luís Rodriguez Zapatero e Recep Tayyip Erdogan que, como se sabe, passados quase 500 anos, não têm o poder daqueles seus antecessores o que a verificar-se daria ao projecto Aliança das Civilizações outro alcance.

 

Má consciência...

Se calhar, comprometidos com a pesporrência inicial, alguns Governos europeus agora poêm-se de cócoras perante as ditaduras locais que promoveram ou consentiram o assalto a embaixadas e outras exações e não fazem o que têm a fazer, exigir indemnizações, pedido de desculpas e medidas diplomáticas de acordo com o direito internacional.

 

Cruzada de alcatifa

Godofredo de Bulhão; Raimundo IV conde de Toulouse; Boemundo de Tarento; Estêvão conde de Blois; Tancredo de Hauteville e Roberto II conde da Flandres, comandaram a 1ª cruzada. Na impossibilidade quer de Henrique IV, imperador alemão quer de Filipe I, rei de França, excomungados que estavam. Muitas peripécias depois conquistaram Jerusalém, em 15 de Julho de 1099. A cruzada foi um piedoso sucesso. A população muçulmana e judia foi eficazmente massacrada (de acordo com o fervor religioso da época) e Bulhão uma semana depois foi eleito rei pelos barões. Num gesto nobre recusou tanta dignidade e devoto preferiu aceitar a honra de Defensor do Santo Sepulcro.
Esta evocação é para chamar a atenção para o facto de não nos atrasarmos na escolha de quem comandará a próxima cruzada, porque peonagem e alguns cavaleiros já aí estão, cruz numa mão a espada na outra, prontos a partir. Espero eu! Com tanto barulho...
Sopraram-me ao ouvido o nome de V.R. Não sei... Não conheço bem. E provavelmente Marques Mendes não concorda, ainda há pouco se dem... Se alguém tiver uma boa ideia fachavor.

 

Glóra Fácil para Ana Sá Lopes

Parabéns. Em especial pelo artigo (excelente) de hoje no DN. Mas também pelos outros que sempre agradam mesmo quando não os acompanho.
Não é uma Glória Fácil mas a equipa (todos) estão a postar muito bem e a conquistá-la. Aquilo está leve, agradável, dá gosto uma visitinha.
aqui em baixo tinha feito a propaganda da turma.

 

Salta, salta...

"Salta, salta! Quem não salta não é da Jota".
Desculpem lá, mas como toda a gente percebe, não tenho que estar p'raqui a reafirmar o meu apego a tudo isto e o meu repúdio por tudo aquilo, a firmar abaixo-assinados (mesmo que excelentes, como o de Tiago Barbosa Ribeiro e Rui Bebiano) só porque os ainda "convencidos" da existência de armas nucleares no Iraque tenham posto na agenda as caricaturas e a sua "coragem" de cruzados de alcatifa.

2006-02-09

 

Os bonecos de Maomé

O Sr. Kaare Bluitgen escreveu um livro que apresentava Maomé como um pedófilo e opinava que se devia pichar o Corão com sangue menstrual. Depois um seu admirador, director do jornal Jyllands-Posten e paladino da liberdade de expressão que tinha recusado publicar uns cartoons sobre Cristo, porque justamente poderiam ofender os seus leitores, encomendou, em Setembro passado, uns sobre Maomé e, para que não houvesse dúvidas de que o seu intuito era provocar os muçulmanos escreveu que era para aprenderem que a liberdade de expressão implica "blasfemar e humilhar" (o Islão, é claro).
A “ofensa” foi andando em fogo lento nos meios islâmicos locais. O Tribunal não aceitou a queixa, o director do Jornal achou que não havia lugar para desculpas, o primeiro ministro não quis receber os imãs queixosos. Afinal para depois da borrasca porem o rabo entre as pernas e darem o dito por não dito.
Entretanto a “indignação” encaixava bem na agenda política dos Governos da Síria, do Irão e de outros. Para dar no que deu, em meios onde persistem as sombras da Idade Média e o repúdio do Ocidente que os coloniza desde o século XVIII, os movimentos teocráticos e terroristas não necessitaram de assoprar muito para conseguirem as labaredas a que temos assistido.

O que me agrada menos é que, para provar o apoio ao direito à liberdade de expressão, que tem atrás de si, no Ocidente, uns centos de anos de lutas de uma parte dos europeus (uma parte!) tenha de me juntar àquele Sr. do “sangue menstrual no Corão” e àquele jornal xenófobo. Ou que para provar que condeno o terrorismo dos fundamentalistas islâmicos tenha de andar de braço dado com os cautos defensores do terrorismo do Estado de Israel e dos invasores do Iraque.

E ainda me agrada menos ter de desenhar bonecos de Maomé que nem sei se sairiam fidedignos e pôr-me para aí a dar urros de desafio a Alá só para mostrar que não tenho medo nem cedo a chantagens da Jihad Islâmica, do Hamas, da Al Kaehda, das brigadas dos Mártires de Al-Aqsa ou do Sr Mahmoud Ahmadinejad do Irão .

E depois aborrece-me a coragem de alguns que estão sempre, mesmo sem razão, interesseiramente do lado do mais forte.


2006-02-08

 

"mal entendido e correcção"

A crítica mais mordaz frequentemente releva não do radicalismo da palavra mas do humor sereno e desarmante. Fernanda Câncio pelo post que aqui reproduzo merece uma Glória Fácil (aliás, não menos merecida pelo resto da equipa!).
Para algum visitante de outra galáxia, que sempre nos esforçamos por atrair aqui ao Puxa, esclareço que f está a falar do comunicado de SEXA o MNE de Portugal e das reacções do fundamentalismo medieval islâmico aos cartoons que não respeitam Maomé e outros filhos de Abraão.

«afinal, onde se lê "virgem maria" deve ler-se "direitos humanos"; onde se lê "profeta abraão" deve ler-se "condena veementemente os ignóbeis atentados de que têm sido alvo as embaixadas da dinamarca e de outros países europeus"; onde se lê "cristo" deve-se ler "liberdade de pensamento e expressão"; onde se lê "religiões monoteístas" deve ler-se "e exige que os governos dos países onde esses atentados ocorreram peçam desculpa aos países atacados e os indemnizem pelos prejuízos sofridos".

prontoS, tá esclarecido »


 

ISTO NÃO É O ISLÃO

Anaximandro, um leitor do Puxapalavra, enviou-me, com o título que coloquei no post, o indignado mail que a seguir reproduzo . Claro que está garantido o direito de resposta e portanto se aqui aparecer por estes dias o de SEXA o ministro, não se admirem.


"O Freitas despediu, com a maior arbitrariedade de que há memória desde o 25 de Abril, mais de 40 conselheiros e adidos do quadro técnico especializado do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Não lhes concedeu os mais elementares direitos de defesa imediatos, como a audiência prévia. Pior ainda: através de mais uma flagrantíssima violação da lei, desrespeita o pré-aviso que ela própria impõe, reduzindo de 90 dias para 30 o início da eficácia do acto, eliminando dessa forma as hipóteses práticas de defesa em tempo útil. É certo que com esta violação ele se expõe ao ridículo e ao desprezo daqueles que mais tarde terão de a analisar e expõe o Estado a profundas responsabilidades futuras. É por estas e por outras que VPV, no seu blog, diz hoje que Freitas “nunca deixará de ser o menino exemplar do salazarismo e o discípulo dilecto de Marcello”. É certamente para acabar com “esta liberdade sem limites”, esta “liberdade” que se confunde com “licenciosidade” (My god onde é que eu já ouvi isto?), de que a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos é um triste exemplo, que Freitas se vai tornando paulatinamente um islamista. Mais uma vez ouço a voz de VPV “Salazar aprovaria o sentimento, mas não a ignorância”.
Como é possível que isto aconteça num Governo PS? Isto não é o Islão! É um Estado de Direito! O PS que não se deixe iludir com as tretas ditas a propósito da guerra do Iraque e de Bush (este retira os direitos de defesa àquelas pessoas que ele considera que” juridicamente não existem” – não são americanos, não são prisioneiros de guerra, nem sequer sabem onde estão presos; o Freitas retira os direitos de defesa, eu ia dizer aos seus concidadãos, mas como eu não quero ser concidadão do Freitas, terei de dizer as cidadãos portugueses). O PS que se cuide. Leia o Marcello do exílio e o Veríssimo Serrão!!!

Andorra, 7 de Fevereiro de 2006


 

Voltando à "Bomba Atómica" ..de Belmiro

Nada se passou ainda... e nada aconteceu de novo, apesar da muita agitação de bastidores e de contra informação.

Será que vão mesmo avançar as contra OPA's? Já se ouve falar de duas. Uma de um grupo de investidores nacionais, eventualmente liderado pelo BES e outra dos lados da vizinha Espanha.

Não sou bruxo.... mas tenho algumas dúvidas. Ou então estamos perante um filão algo escondido. Penso mesmo que a Telefónica estará, neste momento, numa posição de negociar a aquisição de alguns activos da PT, que mais sendo ou mais tarde vão estar no mercado- o que vai acontecer com a reorganização porque a PT terá de passar.

Agora há muitos passos de que tudo isto está dependente.

Apesar da simpatia, ou melhor da ousadia que reconheço na iniciativa de Belmiro de Azevedo e de não ter qualquer preferência pelos grupos que estão na disputa, nem por outros, com já referi em post anterior, não posso estar indiferente à evolução da PT, porque perigos existem e para pior "já basta assim", como diz a canção. Ver dn.editorial

Assim, espera-se toda a atenção da Autoridade da Concorrência , do regulador do sector e acima de tudo da estratégia que o governo tem necessariamente que tomar.


 

Fundamentalismos

João Alferes Gonçalves no Clube dos Jornalistas: "O Prós & Contras desta semana tinha o aparente objectivo de discutir a liberdade de expressão, mas foi reduzido a um serão demolidor do fanatismo islâmico. A discussão centrou-se nos distúrbios causados pelas multidões enfurecidas nas ruas de várias cidades árabes. Para o caso de as palavras não serem suficientes, Fátima Campos Ferreira salpicou o écrã com imagens apropriadas, num exercício perfeito da liberdade de aspersão.
...
"O facto de Maomé ter sido representado como um bombista e o Islão identificado com o terrorismo foi um catalizador, sem dúvida. Mas a verdadeira razão é o confronto entre grupos de muçulmanos e de dinamarqueses que tem vindo a agudizar-se. Foi nesse contexto e na sequência de distúrbios idênticos aos verificados em França que o diário conservador dinamarquês encomendou as caricaturas de Maomé. Contrariamente ao que se tem dito, as caricaturas não foram uma simples expressão de crítica livre, foram uma acção de guerra psicológica.
A falta de informação de Fátima de Campos Ferreira sobre os antecedentes do conflito das caricaturas era notória, o que subtraiu ao debate elementos essenciais para o enquadramento de todo o processo. No final deste comentário deixo alguns «links» para documentos que poderão dar algumas pistas a quem estiver interessado em aprofundar a questão.
Uma das lacunas informativas diz respeito aos aspectos legais da publicação. Nenhum dos presentes o sabia, mas a lei dinamarquesa proibe actos ou expressões blasfemas e os infractores podem ser julgados por isso.
... "

 

Liberdade, provocação e manipulação

"O problema contemporâneo, talvez o problema de todos os tempos, é a dificuldade em lidar com a irracionalidade e a intolerância. É o que observamos hoje. O mundo incendiou-se por causa de umas caricaturas reles, pretexto para provocações e atentados em nome da liberdade e da fé.
...
"Tudo começou com um livro de um xenófobo que sugeriu "pichar o Alcorão com sangue menstrual" e que se queixou de não encontrar desenhadores para caricaturar Maomé. A verdade é que os encontrou. Mas o pretexto estava dado para o jornal Jyllands-Posten convidar desenhadores a idêntico exercício. É aí que surgem 12 caricaturas e um editorial em que se invectivam os muçulmanos, desafiados a aprender que a liberdade de expressão deve implicar "blasfemar e humilhar" o islão. Sabe-se agora, segundo o diário britânico Guardian, que o mesmo jornal tinha rejeitado há três anos a publicação de caricaturas de Cristo por correrem o risco de ser consideradas ofensivas para os seus leitores..." [AJT no DN]

2006-02-07

 

Belmiro e... a sua "Bomba Atómica"

De vez em quando...Belmiro de Azevedo prega umas partidas na área de negócios nacional.

Desta vez é uma e forte. caiu sobre o país a "bomba atómica" de Belmiro que poderá redondar em...meros foguetes de artifício...

Certamente, alguns accionistas "ditos de referência" da PT andam a roer as unhas. Mas mais cedo ou mais tarde a OPA estaria aí.

Não veio do exterior, embora nunca se sabe se não houve algum espírito santo de orelhas.

Certamente já outros esfregam as mãos porque aí vêm uns belos trocos. Já que não foi o Euromilhões!!.

Sobre o capital privado não tenho preferência e até olho para este arrojo de Belmiro de Azevedo com alguma expectativa e simpatia. Se pelo menos viesse aí a concorrência com qualidade de serviço e preços mais em conta já não seria nada mau. O ganho seria nosso.

Apesar da reacção prudente e acertada, quem está mais "entalado" é o governo que tem de se apressar na estratégia, pois as "acções de privilégio" estavam com o fim agendado. E se o governo considera útil e estratégico ficar com poder de intervenção na PT terá que recorrer a outros instrumentos e a uma negociação concertada público/privado na base de uma estratégia.

Mas Belmiro de Azevedo já marcou pontos ao pôr claramente em cheque a estratégia de internacionalização da PT.


2006-02-06

 

Voltaire e a tolerância

Luís Mateus - República e Laicidade - a
quem daqui agradeço, enviou-me, a pro-
pósito do que p'rai vai com as imagens
de Maomé, este Voltaire que vos ofereço.



2006-02-04

 

Nem Alegre é Maomé...

Meu caro e estimado amigo João Tunes
Nem Alegre é Maomé nem tu és um "irmão muçulmano"! Por isso me parece que levar o caso tão a peito é um luxuoso desperdício.
O caso não merece! A utopia, "o mundo melhor" de que os homens não podem desistir não passa por aqui.

O alegrismo - avalio eu, apesar de reconhecer a minha irradicável propensão para o erro - teve a importância de quantificar descontentamentos encobertos e isso já foi muito. Se vier a ser alguma coisa mais do que isso - será "malgré lui"!


2006-02-03

 

O milhão e tal de votos de Manuel Alegre

Não foi surpresa para mim o regresso de Manuel Alegre à AR. O contrário não faria sentido a não ser que MA estivesse convencido da possibilidade de converter a heterogénia massa de votantes na sua candidatura numa homogénia massa de cidadãos organizáveis em torno do que se supõe ser o seu ideário político. E da sua disposição para desbravar tão difícil e incerto território. Nem me refiro ao milhão e tal de eleitores mas, digamos, a 10 mil militantes da cidadania (seja lá isso o que for).
Transformar um somatório de desencontrados descontentamentos numa força com um direccionamento e objectivos precisos não sendo fácil não é impossível. Mas para isso seria necessário transformar o conjunto de legítimos e louváveis anseios de justiça social num corpo de ideias mais precisas e fundamentalmente num caminho (para fugir aos chavões de táctica e estratégia) para se lá chegar. Mas mais do que isso. Muito mais do que isso, criar um exército suficientemente numeroso e combativo para arduamente trabalhar para resultados de médio prazo. Um exército (mesmo admitindo a utopia de exército sem aparelho) onde, para além de generais, haja capitães, sargentos e soldados. Suficientemente motivados. Suficientemente crentes na capacidade política do general. E na sua capacidade de sacrifício em trocar a alcatifa do Estado Maior pelas agruras da picada.
Há no entanto outras ideias. A de Manuel Alegre se tornar a consciência moral de uma corrente dentro do PS para obrigar Sócrates a fazer isto ou aquilo, mais à esquerda. Há algum campo para isso. Pelo menos para obrigar a estudar todas as alternativas. Mas há alguns perigos sérios. Os de desestabilizar um Governo que impôe sacrifícios que ninguém deseja (mas, a não ser num inexistente quadro quase-revolucionário, ninguém sabe como evitar) e que no essencial vai no bom caminho.
A desestabilização do Governo teria como alternativa não as condições sociais da Suécia (porque estamos em Portugal) mas o caminho aberto ao PSD e provavelmente ao verdadeiro neo-liberalismo.

 

O PORTÃO em Ferreira do Alentejo

Você provavelmente, para variar, ao fim de semana, costuma ir àquele simpático restaurante no cruzamento da 5ª Avenida com a Rua 33. Agora a minha pergunta é esta. Para que vai Você, tão longe, a Nova York, se tem aqui tão perto, a caminho de Beja, O Portão, em Ferreira do Alentejo, um restaurantezinho acolhedor e a que o Senhor António Ramos dá um toque tão familiar!
Aí encontramos manjares da cozinha alentejana de que eles lá, nas novaiorques, nem sonham! E é bom que não sonhem porque de contrário não teríamos lugar na sala ou no pátio interior do Portão.
Se calhar, V. nem sabe bem do que estou a falar. Mas para lhe dar uma ideia vá ali ao site da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, procure turismo e depois gastronomia ou então faça um clic nestas delícias alentejanas que ofereço aqui em baixo e fica a conhecer até a receita para as fazer aí em casa. Mas aviso já que não é a mesma coisa que ir a Ferreira ;-)
Ferreirenses ( bolos de amêndoa e gila) Sopa de Beldroegas com Queijo Açorda da Alho Migas com carne de Porco Açorda de Pombo Sopa de Cação GaspachoBorrego Assado.

 

O que falta a Portugal para ter uma produtividade a bom nível?

Na base de 5 factores usados para comparar a produtividade em 51 países, entre os quais os da UE, Portugal ocupa a 29ª posição e a cauda da UE15.

É reconfortante, no entanto, saber que Portugal está bem posicionado em três deles, capital físico, infra-estruturas e comércio mundial onde numa escala de 100 obtém 94 para os dois últimos e 85 para o capital físico. O capital humano e a gestão são o busílis do problema. Aqui o capital humano obtém 61 pontos, mas pior ainda a gestão que só chega a 56 pontos.

Como se vê todo o mundo precisa de formação, mas os nossos gestores afinal são ainda muito piores.

Daí que como conclui o estudo, o país é actractivo para investidores que não tenham problemas em apostar na formação e tragam consigo competências de gestão. Veja dn.economia

A resposta à pergunta é então:

Melhores gestores e não baixos salários e outras lógicas no ensino e formação.


2006-02-02

 

Contribuintes vão ter que revelar compras..

Há aqui um contra senso. À medida que se quer avançar com a simplificação administrativa, vem agora a DGCI exigir mais burocracia do contribuinte. Então não vai ser ela a preencher pelo menos no essencial a declaração de IRS?

Então a compra de casas de carros e de aviões etc, não têm registo oficial ?

Não percebo o porquê esta "senha" declarativa. Acho esta decisão do género tiro no próprio pé.

Percebo que se queira chegar aos sinais exteriores de riqueza.

Mas as fugas são muitas desde o off-shore, a compra de carros em nome das empresas, embora para uso pessoal etc, etc,

Não voltemos a complicar.


 

Scarlett Johansson em Match Point

Nola Rice (Scarlett Johansson)

Woody Allen tão bem em Londres, onde rodou Match Point, como em Nova York. Magnífico. Aqui Nola Rice (Scarlett Johansson) está no pub com Chris Wilton. Sedução e paixão. Perdidamente. Imagens e...[aqui ao lado]


 

TAP: DE FACTO MELHOR?

A opinião de Sousa Monteiro sobre a gestão da TAP, hoje, no DE.

1 – Os resultados da TAP, para serem positivos, parece que só com receitas extraordinárias! E não as havendo? Vêm os prejuízos, como está aí à vista em 2005, que até foi um ano bom para a aviação comercial, sobretudo para as asiáticas e as europeias. E, no entanto, no final do primeiro trimestre havia sido garantido um lucro de 15 milhões... Já no final de 2004, também um ano bom, os seus resultados líquidos ficaram-se pela pobreza de uns parcos milhões de euros. E se não tivessem sido as receitas extraordinárias da venda do handling, então o prejuízo teria sido de mais de 20 milhões!
2 – Os combustíveis são os culpados dos maus resultados? Mas... só por cá, pois as outras deram resultados positivos no mesmíssimo contexto. Ainda assim (continua aqui)

J.A.Sousa Monteiro, comandante sénior reformado da TAP, Professor na Universidade Lusófona 30/JAN/06


2006-02-01

 

Bill Gates e educação

Vejo hoje em toda a imprensa nacional um coro de elogios a Bill Gates e à Microsoft. No entanto, por mais que procure, não consigo ler o texto original de nenhum dos 18 protocolos entre a Microsoft e o estado anunciados por José Sócrates.

Eu tenho grandes apreensões a propósito das acções na área da educação. Há algum tempo a mesma Microsoft tentou assinar com o estado Francês uma parceria que permitia ao sistema de ensino oficial distribuir certificações para produtos Microsoft (nomeadamente em linguagens de programação). Face aos protestos e à manifesta ilegalidade o projecto foi abandonado. Este tipo de acção é completamente destrutiva da concorrencia e extremamente prejudicial para os esforços de normalização das linguagens e de criação de formatos abertos de troca de documentos.

Fico à espera dos textos originais para confirmar ou desmentir as minhas preocupações.
 

Uma informação amiga...de um amigo

ALERTA!!!!

Imagine que vai retirar o carro que deixou estacionado; abre a porta, entra, tranca as portas, liga o motor e põe a marcha-atrás.

É o que sempre faz! Olha para trás pelo retrovisor e vê uma grande folha de papel no vidro traseiro. Então, põe o carro em ponto morto, abre a porta e sai do carro para retirar o papel (ou outra coisa) que lhe retire a visibilidade.

Quando chega à parte posterior, aparece o ladrão não se sabe de onde, entra e leva-lhe o carro - o motor está ligado, a pasta/carteira estão dentro do carro.

ESTA É UMA NOVA MODALIDADE, SE VIR UM PAPEL NO RETROVISOR, NÃO SAIA DO CARRO!

Siga, e retire o papel noutro local.
PASSE ESTA MENSAGEM SFF.



 

O País de UM milhão ...

Alguém, algures no tempo, criou-se um número "mítico": UM milhão

O vinho dá de comer a um milhão de portugueses.

Um milionário, algures no tempo, era o possuidor de um milhão de escudos.

................

Nos tempos actuais, Manuel Alegre "controla "um milhão" de portugueses.

Bill Gates vai formar UM milhão de portugueses.

Quem vem a seguir? .....

Um humorista com uma rubrica no DN "cravo e ferradura" para além dos bonecos produziu o seguinte "diálogo":

"BILL GATES quer formar um milhão de pessoas em Portugal"

"Um MILHÃO? Então, isso era falar com o Manuel Alegre"

" Não pode ser é já, que ele está de Baixa"


 

Aos meus amigos alegristas

dou notícia e contacto do João Vasconcelos Costa que ali, no seu site, discorre sobre os caminhos abertos pela grande votação de Manuel Alegre. De um dos seus artigos transcrevo alguns extractos.


"...Segui com atenção os trabalhos deste fim de semana do movimento "alegrista". Fiquei satisfeito pela exclusão da fundação de um novo partido, porque julgo que seria uma aventura condenada ao fracasso. Quanto ao clube ou associação, muito bem, embora tenha dúvidas sobre a sua viabilidade (é ilusório pensar em um milhão de membros virtuais) e sobre o efeito que nele vai ter a decisão de Manuel Alegre de continuar ou não com a sua vida partidária a alto nível.

"Não sei ainda se virei a ser membro desse clube politico. Se for, bater-me-ei pelas [causas] "que venham a surgir". A minha prioridade seria tudo o que combatesse, nas ideias, o novo bloco Cavaco-Sócrates: Como ter uma política de equilíbrio financeiro-orçamental compatível com a justiça social e civicamente compreensível pelos necessariamente afectados? Como promover a competitividade nacional, equilibrando isto com a defesa ou remobilização dos milhares de postos de trabalho obsoletos nas empresas condenadas à falência ou à deslocalização? Como qualificar os portugueses, do ensino básico ao superior, sem exclusões sociais? Como harmonizar as regras económicas comunitárias com um desenvolvimento sustentado e, principalmente, com o desenvolvimento humano? Para isto, vale a pena um novo centro de reflexão e influência política à esquerda. No entanto, para debates vagos ou tradicionais, não adianta. Gostaria de pensar, vou ver, que os apoiantes mais activistas de Alegre se diferenciam por coisas estruturais, mais do que bandeiras, por muito valor simbólico que tenham. Se sim, alinho. "[link]

 

NOTÍCIAS DO BRASIL ( 1) Sobre a eleição presidencial

País irmão, pelo menos na retórica oficial, o Brasil essa potência do futuro (ou do presente?) vamos lançar-lhe uma ponte, com notícias como esta de José Manuel Correia Pinto. RN.

A Câmara dos Deputados aprovou no passado dia 25 de Janeiro a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que põe fim ao princípio da “verticalização” em matéria de coligações eleitorais, ou seja, revoga a regra jurídica que obrigava os partidos (ou legendas, como aqui muito apropriadamente também se denominam) a seguirem nos Estados as mesmas alianças acordadas a nível federal. A proposta, que já havia sido aprovada pelo Senado, carece, para ser promulgada, de ser aprovada numa segunda volta pela Câmara.
É, porém, juridicamente discutível se a medida, a ser definitivamente aprovada, como tudo indica que vai ser, é, à luz da Constituição, de aplicação imediata às próximas eleições ou se ela apenas poderá aplicar-se às eleições que ocorram um ano depois da sua aprovação. Se esta tese vingar, caso o assunto venha a ser judicialmente apreciado, como parece que vai ser, a medida agora aprovada já não se aplicaria às próximas eleições, marcadas para 1 de Outubro próximo, mas tão-somente às de 2010.
A regra da verticalização aplicou-se pela primeira vez nas eleições de 2002, por determinação do Superior Tribunal Eleitoral. Em teoria, ela favorece os grandes partidos, consolida e potencia o seu desenvolvimento e crescimento a nível nacional, e garante alianças políticas válidas em todo o país, sem dissidências locais. Ao contrário, desfavorece os pequenos partidos que, tendo de optar entre a aliança federal ou a estadual, correm o risco, se optarem pela primeira, de inviabilizar em muitos casos as melhores soluções ao nível estadual, ou, caso optem pela segunda, de retirarem as vantagens de uma coligação no plano federal; bem como aqueles que, não sendo dotados de grande coerência ideológica, têm vantagens em ficar com as mãos livres para negociar caso a caso as melhores condições. Daí que o PT (Partido dos Trabalhadores) e PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), adversários no Congresso e na vida política nacional, se tenham aliado para impedir o termo da verticalização, e os demais partidos, PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) e PFL (Partido da Frente Liberal) incluídos, tenham votado em sentido contrário.
É opinião generalizada que o grande vencedor do fim da verticalização é (continua aqui)


This page is powered by Blogger. Isn't yours?