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2004-06-28

 

Ficção política III



1. Antes de mais, obrigado ao Raimundo Narciso, ao J. Ferreira e ao Filinto, a muitos anónimos e à acutilância dos seus comentários em relação às Ficções I e II. Houve também quem dissesse, à boca pequena, que este estilo de ensaísmo humorista degrada a política, mas como se trata de ficções, digamos que essa não será a única coisa que fica por provar...

2. Fizeram-me chegar, também, algumas questões que vão de encontro ao cerne destas ficções :

a) como poderia a Comissão aceitar um derrotado (com a maior derrota eleitoral portuguesa de sempre) das Eleições Europeias? Poderia um líder europeu sobreviver a tal défice de legitimidade?

b) como poderia o PR deixar de dissolver a AR se, para além da acintosa e paranóica contabilidade eleitoral que o CDS/PP exibe para irritar o PPD/PSD, Manuela Ferreira Leite fala de “golpe de Estado”, Marques Mendes manifesta-se contra um 1º ministro “escolhido na secretaria”, e o conjunto (incluindo o nosso colega do Abrupto e Marcelo Rebelo de Sousa) adverte que um Congresso extraordinário do PPD/PSD para eleger o novo líder nunca deveria ter lugar após a escolha do 1º Ministro substituto, sob pena de se tornar num rito aclamatório?

3. Por não ter nada a oferecer à Comissão Europeia nem poder garantir, de qualquer modo, estabilidade política, Durão Barroso terá de ficar. O modo inflamado e patriótico com que o fará amanhã, depois de receber as últimas informações das distritais do seu partido, é que constituirá o próximo “facto político”. Poderá não ter substância, mas será muito provavelmente uma boa jogada.

Se assim for, prosseguirão as ficções políticas. Se não, então, vamos para eleições antecipadas. Há quem diga que o PS não as quer, apesar de afirmar o contrário. Porém a coligação de direita, além de não as querer, teme-as. Necessita de um 2º ciclo governativo (o do bacalhau a pataco) para fazer as pazes com alguns sectores do eleitorado.

Comments:
Não acho que este estilo de humor político degrade a política. O que degrada a política são as posições sectárias das verdades absolutas ou as afirmações de desrespeito pessoal ou de ideias, algo vulgar. Mas não participo nisto ppor moralismos. Apesar destas falhas que as há, ainda bem que o bloguismo está a animar e dá espaço até para as falhas. Quão chato era a gente estar num partido e não poder mandar umas bocas...
Bem mas neste post o que mais gostei foi do último parágrafo. Mas eleições em 2005 à Balsamão tinham mais piada.
J. Ferreira
 
Nesta ida do DB para Bruxelas, deixando o país em cacos e pelas notícias mais recentes o PSD em caquinhos existe uma mãozinha invísivel: a mão da UEFA. Paras saber as nuances de uma UEFA traicoeira leia no causa Nossa o post de Luis Nazaré.
A. Madeira
 
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