2004-06-24
Há sinais de recuperação económica?
Eu não quero, neste domínio, entrar em grandes polémicas. É melhor ficar pelos factos e quanto a isso duas notas. Primeira, fazer a leitura da informação estatística disponibilizada pelo INE na base da teoria económica, é um exercício útil de compreensão da realidade. Como segunda nota, a teoria económica não deve ser "moldada" consoante as circunstâncias.
Tendo em atenção estes dois pressupostos, segundo as contas nacionais trimestrais, recentemente divulgadas, a situação económica é a seguinte: o PIB no 1º. trimestre de 2004 cresceu de 0.1% comparando com igual trimestre de 2003 e de 0.6% relativamente ao trimestre anterior, ou seja, o 4º. trimestre de 2003. Atendendo ao valor das taxas de variação, não é muito possível ir além da constatação de uma paragem do trajecto recessivo da economia.
Quanto aos "sinais" de retoma, é preciso ser prudente. Primeiro e como aqui já foi referido, a evolução constatada tem por suporte a procura interna, ou seja, a economia "estancou" a sua fase descendente de crescimento no primeiro trimestre motivado pelo aumento do consumo privado e do investimento, mas com o contributo negativo da procura externa, nomeadamente porque as exportações acusaram desaceleração. Por outro lado, as importações aceleram exactamente porque a produção nacional não mostrou capacidade para responder a uma melhor performance do consumo nacional
Ora, uma recuperação segundo estes parâmetros significa entrar numa situação de crescimento "perverso", porque se o motor dinamizador do crescimento económico fôr a procura interna, a sua satisfação exige recurso a importações com os consequentes desequilíbrios económicos.
Estamos, assim, perante uma situação complexa em que a oferta de bens e serviços portugueses se debate com dificuldades em dar resposta a solicitações externas, por razões várias, qualidade, preço, design, tudo isto agravado pelo nosso posicionamento muito fragilizado ao longo cadeia de valor.
No entanto, já se vê muita gente e instituições a dizer: a retoma está aí...
Espero francamente, para bem de todos nós, que a situação se altere depressa.
Tendo em atenção estes dois pressupostos, segundo as contas nacionais trimestrais, recentemente divulgadas, a situação económica é a seguinte: o PIB no 1º. trimestre de 2004 cresceu de 0.1% comparando com igual trimestre de 2003 e de 0.6% relativamente ao trimestre anterior, ou seja, o 4º. trimestre de 2003. Atendendo ao valor das taxas de variação, não é muito possível ir além da constatação de uma paragem do trajecto recessivo da economia.
Quanto aos "sinais" de retoma, é preciso ser prudente. Primeiro e como aqui já foi referido, a evolução constatada tem por suporte a procura interna, ou seja, a economia "estancou" a sua fase descendente de crescimento no primeiro trimestre motivado pelo aumento do consumo privado e do investimento, mas com o contributo negativo da procura externa, nomeadamente porque as exportações acusaram desaceleração. Por outro lado, as importações aceleram exactamente porque a produção nacional não mostrou capacidade para responder a uma melhor performance do consumo nacional
Ora, uma recuperação segundo estes parâmetros significa entrar numa situação de crescimento "perverso", porque se o motor dinamizador do crescimento económico fôr a procura interna, a sua satisfação exige recurso a importações com os consequentes desequilíbrios económicos.
Estamos, assim, perante uma situação complexa em que a oferta de bens e serviços portugueses se debate com dificuldades em dar resposta a solicitações externas, por razões várias, qualidade, preço, design, tudo isto agravado pelo nosso posicionamento muito fragilizado ao longo cadeia de valor.
No entanto, já se vê muita gente e instituições a dizer: a retoma está aí...
Espero francamente, para bem de todos nós, que a situação se altere depressa.