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2004-06-18

 

Os Blogs no Parlamento

    

  Quando soube que a Assembleia da República aderira aos blogs não descansei enquanto não fui lá ver.  Tinha imaginado dezenas, quiçá centenas de deputados a aproveitarem este excelente instrumento para potencia-rem o seu trabalho perante os eleitores, para dialogarem com eles e para mostrarem a quem os elegeu, de uma forma fácil, como estão a cumprir o seu mandato. E para receberem sugestões, palmas e "apoiados" ou "uh uh uh" e outros protestos.

Era um passinho na senda do estilo americano (há que imitar o melhor e não o pior da América!) em que o deputado tem gabinete aberto para receber eleitores e meios ágeis de contacto com eles.
 
Fui lá e foi um balde água fria. Três. Três deputados de boa vontade. Guilherme de Oliveira Martins, um deputado com um invejável curriculum na política e na cultura. José Magalhães um apaixonado pelas modernas técnicas da informação e comunicação. Dele não digo mais nada porque sendo seu amigo não quero ser injusto - por excesso - pois reconheço ter uma tendência irreprimível para elogiar as suas inesgotáveis capacidades e saberes. E o deputado José Leitão que conheço menos mas o suficiente para ter dele uma opinião muito positiva. 

Não proponho uma leitura apressada deste facto. Não averiguei os porquês desta recusa generalizada do blog. Sou dos que conhece casos de deputados que não prestigiam o Parlamento e sendo crítico do seu funcionamento sou dos que sabe que em geral os deputados são pessoas que deviam merecer o respeito e a estima dos cidadãos. 

Sei que muitos deputados tem os seus blogs pessoais ou colectivos. Mas esses são e muito bem para a dinâmica e o mundo novo da bloguística. Ali na AR via o blog como instrumento político para a transparência e diálogo com eleitores. 

Quando fui deputado de 1995 a 99 fiz uma home page (ainda não se sonhava com blogs) com meios caseiros, grafismo naif, e a ajuda diligente dos colaboradores informáticos do Grupo Parlamentar do PS, e a necessidade de alojar na longínqua América o pobre site

Vivia-se uma altura de generalizada iliteracia e alheamento dos deputados pelo maná que o uso da net oferecia. José Magalhães não se cansava de chamar a atenção para o avanço que a Europa nos levava para não falar da distância, anos de luz, dos EUA. 

Fiz aquela pobre home page para pôr à disposição dos eleitores o meu trabalho. Não sei se algum viu. E se viu se ligou. A home page ainda lá está no velho Geocities como a deixei há 5 anos.

Comments:
Pois é. Quem diria!... Um Parlamento que evita a exposição dos blogs. Três excepções socialistas, e a tua, que não evitaste expôr-te...
Parece estranho e, no entanto, basta ver como as diferentes organizações políticas (não) lançam mão desta "nova" forma de comunicar, para ver quão defensista e resguardada a política partidária se quer nestas paragens.
Não é apenas a possibilidade de cada militante ou eleitor dizer o que lhe vai na alma; é também a forma como se evita ouvir o que se poderia ouvir, mesmo com calma...
Tudo isso indica que o alargamento da participação dos cidadãos na política se fará, sim, mas devagar, e sem olhar aos meios... que já existem.

Que fazer?, perguntava o outro.
 
Poi é verdade que fiquei desanimado ao ver 3 bloguistas em vez de de 50 ou 100. Mas fiz aquela prevenção para que se evitem conclusões apressadas porque vou tentar saber os porquês. Alguns estão à vista mas poderá haver outros.De qualquer modo voltarei ao assunto.
 
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