2004-06-29
Poema de António Gedeão
In Poemas Escolhidos
Impressão Digital
Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros, gnomos e fadas
num halo resplandecente.
Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.
Vê Moinhos? São moinhos
Vê Gigantes? São gigantes.
Impressão Digital
Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros, gnomos e fadas
num halo resplandecente.
Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.
Vê Moinhos? São moinhos
Vê Gigantes? São gigantes.
Comments:
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Estive a falar com o poeta, graças ao teu último post. Fi-lo com uma autenticidade semelhante à do José Saramago ao pôr o Ricardo Reis a falar com o Fernando Pessoa no "Ano da Morte de Ricardo Reis".
A dado passo, ele confidenciou: "Agradece lá ao João Abel ter-se lembrado de mim. Sabes? Um dos primeiros poemas que eu imaginei para um blog foi aquele de Burgos. Lembras-te?"
E eu disse-lhe que sim
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A dado passo, ele confidenciou: "Agradece lá ao João Abel ter-se lembrado de mim. Sabes? Um dos primeiros poemas que eu imaginei para um blog foi aquele de Burgos. Lembras-te?"
E eu disse-lhe que sim
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