2004-06-17
Que Diálogo à Esquerda?
Antes de mais, obrigado pelo convite. A ti, Raimundo, e aos blogistas fundadores do Puxapalavra. Já fiz um tour bastante intensivo e, como esperava, a paisagem é muito estimulante.
Blogemos então. No Secretariado Distrital do PS Ribatejano, vide Santarém, lá fizemos as habituais análises de resultados na passada segunda. Questionei então os meus camaradas se não haveria mesmo nada de ideológico nas opções de voto de Domingo. E tracei o seguinte cenário: imaginem tudo ao contrário. No Governo estava uma coligação de esquerda, juntando os três partidos com representação parlamentar. Imaginem que o cabeça de lista do PSD era, por exemplo, Medina Carreira. E que todo o seu discurso de campanha fosse baseado na denúncia das incongruências entre as posições quanto à UE do PS, da CDU e do BE. Mesmo sem o descalabro desta governação, teria ou não sucedido a diabolização de um Louçã ou de um Carvalhas de forma a afastar os eleitores mais moderados da coligação de esquerda? É que eu creio firmemente que o ataque desferido sobretudo por Sousa Franco(e não foi inocente a sua escolha como cabeça de lista para poder ter mais autoridade para traçar este quadro) às incompatibilidades entre o PP de Portas e o PSD de Durão em matéria europeia, se não rendeu muitos votos no PS, afastou certamente muito eleitor da coligação de direita.
O que tem isto a ver com a necessária criação de uma alternativa à esquerda? Tudo, parece-me. Como integrar num projecto liderado pelo PS as contribuições mais positivas do Bloco, por exemplo, em matéria civilizacional, sem os seus desmandos utópicos? Como enquadrar a combatividade do PCP por exemplo em matéria laboral sem a arqueologia socioeconómica? Têm a esquerda, o PS e até Ferro Rodrigues de responder a isto para voltarem a ser Governo? Penso que sim, porque isto significa não apenas debate ideológico meramente abstracto, mas opções que terão efeito na qualidade de vida dos portugueses. E é aí que os portugueses têm que sentir que um governo de esquerda vai fazer a diferença.
Blogemos então. No Secretariado Distrital do PS Ribatejano, vide Santarém, lá fizemos as habituais análises de resultados na passada segunda. Questionei então os meus camaradas se não haveria mesmo nada de ideológico nas opções de voto de Domingo. E tracei o seguinte cenário: imaginem tudo ao contrário. No Governo estava uma coligação de esquerda, juntando os três partidos com representação parlamentar. Imaginem que o cabeça de lista do PSD era, por exemplo, Medina Carreira. E que todo o seu discurso de campanha fosse baseado na denúncia das incongruências entre as posições quanto à UE do PS, da CDU e do BE. Mesmo sem o descalabro desta governação, teria ou não sucedido a diabolização de um Louçã ou de um Carvalhas de forma a afastar os eleitores mais moderados da coligação de esquerda? É que eu creio firmemente que o ataque desferido sobretudo por Sousa Franco(e não foi inocente a sua escolha como cabeça de lista para poder ter mais autoridade para traçar este quadro) às incompatibilidades entre o PP de Portas e o PSD de Durão em matéria europeia, se não rendeu muitos votos no PS, afastou certamente muito eleitor da coligação de direita.
O que tem isto a ver com a necessária criação de uma alternativa à esquerda? Tudo, parece-me. Como integrar num projecto liderado pelo PS as contribuições mais positivas do Bloco, por exemplo, em matéria civilizacional, sem os seus desmandos utópicos? Como enquadrar a combatividade do PCP por exemplo em matéria laboral sem a arqueologia socioeconómica? Têm a esquerda, o PS e até Ferro Rodrigues de responder a isto para voltarem a ser Governo? Penso que sim, porque isto significa não apenas debate ideológico meramente abstracto, mas opções que terão efeito na qualidade de vida dos portugueses. E é aí que os portugueses têm que sentir que um governo de esquerda vai fazer a diferença.
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Para umas boas vindas "dinâmicas" ao Blog do Rui Carreteiro, começo por fazer jus ao título do blog e vou puxar-lhe pela palavra. O diálogo à esquerda é um tema muito premente, provavelmente despido do QUE. Gostaria de aproveitar para referenciar aqui o artigo de ontem de Helena Roseta "Combate ao Aparelho",no Público que, apesar de alguma utopia, merece ser lido independentemente de se ter ou não filiação partidária. Será que "Combate ao aparelho" e "Que diálogo à esquerda" não apresentam áreas de choque?
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