2004-07-17
Consciência de classe ( I )
[Américo Marinho, Natureza Morta, com a devida vénia ao Luis Luz - http://artbarreiro.com]
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1. Francisco Vanzeler, Presidente da CIP, demonstrou ontém, na TSF, que apoiar o Governo PSL, não é tudo o que se pode fazer para tornar a história agradavelmente colorida. Respondendo a perguntas de Paulo Alves Guerra acerca da composição do Governo em formação, achou estranha a conjugação das áreas das Actividades Económicas e do Trabalho. Discorreu, acrescentando que são áreas diferentes, tão diferentes, que não imaginava o Ministro Álvaro Barreto a acudir aos empresários, de manhã e, à tarde, aos trabalhadores. Parecia-lhe, apesar de tudo, tratar-se de interesses e matérias bem diferentes. Quero aqui deixar lavrado um louvor, homenageando o ilustre empresário. Os trabalhadores em risco de serem atraídos para o "centro", ainda podem aprender alguma coisa com ele.
2. Miguel Sousa Tavares deu, ontém, no PÚBLICO, uma achega para a compreensão do que se tem agravado em matéria de representação no nosso sistema político. Dizia ele, com humor e um sinal perverso de consciência ferida, que tendo votado sempre, aparecem-lhe pela frente a desempenhar os respectivos cargos pessoas em que ele não votou. Estão mesmo a ver a quem ele se refere? Pois, pois... Na dúvida, podem confirmar, dando uma espreitadela aqui.
3. No Diário de Notícias de ontém (pág. 6), o título era "José Sócrates à frente na corrida", seguindo-se que o "Ex-ministro anunciou que é candidato a líder e tem já apoio da maior parte do aparelho". Deveremos compreender (basta dar uma vista de olhos neste mesmo blog) que o DN pecou por defeito. Sócrates está a conseguir, mesmo antes de se comprometer publicamente com os Socialistas, um vasto (ou será amplo?) apoio. É a consciência possível: primeiro os apoios; depois, o programa. À noite logo se vê... Mas os meus camaradas de blog podem ter razão. A política tem as suas contingências, e o PS não é um partido qualquer.
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O que é que está em causa? É o Sócrates ou é o PS? Sócrates é mais à direita que Vitorino? Que Tó Zé Seguro? Se sim porquê?
Mais do que nos guiarmos pelo que se diz do Sócrates teremos que nos guiar pelo que ele diz. E mais do que pelo que ele diz pelo que ele fez no Governo. As declarações dele são boas mas valem o que valem. Guio-me principalmente pelo que fez no Governo e aí acho que esteve bem em geral. Claro que é pouco. Ele só esteve em 2 ou três áreas políticas. Por mim dou-lhe o benefício da dúvida e observo.
O Mário Lino talvez como resposta a uma referência minha (ou à de Sócrates?) sugerindo novos Estados Gerais disse que a vida se não repete. Estou de acordo por isso não penso numa reedição dos EG mas numa iniciativa com os mesmos propósitos: grande mobilização de saberes e vontades dentro e fora do PS para se apurarem políticas e...isso como se viu é fundamental...ganhar força para as impôr uma vez sufragadas pelo voto se o PS ganhar as próximas eleições legislativas o que, como se sabe, a esta distância, não é nada seguro. Impôr não apenas, ou não tanto, contra o aparelho do PS mas contra o "aparelho" do país, os grandes poderes económicos e alguns fortes lobis profissionais.
Mais do que nos guiarmos pelo que se diz do Sócrates teremos que nos guiar pelo que ele diz. E mais do que pelo que ele diz pelo que ele fez no Governo. As declarações dele são boas mas valem o que valem. Guio-me principalmente pelo que fez no Governo e aí acho que esteve bem em geral. Claro que é pouco. Ele só esteve em 2 ou três áreas políticas. Por mim dou-lhe o benefício da dúvida e observo.
O Mário Lino talvez como resposta a uma referência minha (ou à de Sócrates?) sugerindo novos Estados Gerais disse que a vida se não repete. Estou de acordo por isso não penso numa reedição dos EG mas numa iniciativa com os mesmos propósitos: grande mobilização de saberes e vontades dentro e fora do PS para se apurarem políticas e...isso como se viu é fundamental...ganhar força para as impôr uma vez sufragadas pelo voto se o PS ganhar as próximas eleições legislativas o que, como se sabe, a esta distância, não é nada seguro. Impôr não apenas, ou não tanto, contra o aparelho do PS mas contra o "aparelho" do país, os grandes poderes económicos e alguns fortes lobis profissionais.
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Para mim, o que estava em causa, era a aparente corrida de apoios e apoiantes perante declarações demasiado genéricas. Porque apoiarão eles José Sócrates?, perguntava-me.
Hoje, ao almoço, um velho amigo que sabe mais da vida do PS do que eu, explicou-me, pacientemente, como as coisas costumam passar-se. Fiquei esclarecido. Não parece pior que nos outros partidos. Apresenta, até, algumas vantagens.
Quanto à opinião do Mário Lino, gostaria de vê-la desenvolvida. Porquê? Porque com o fechamento do PS e uma certa desvalorização dos independentes, não percebo como o PS se quer reforçar e tornar mais influente.
Quanto ao resto, estou de acordo, tudo ficará mais claro quando, nas noites frias do próximo inverno, sob um pálido luar, os lobbies uivarem...
Para mim, o que estava em causa, era a aparente corrida de apoios e apoiantes perante declarações demasiado genéricas. Porque apoiarão eles José Sócrates?, perguntava-me.
Hoje, ao almoço, um velho amigo que sabe mais da vida do PS do que eu, explicou-me, pacientemente, como as coisas costumam passar-se. Fiquei esclarecido. Não parece pior que nos outros partidos. Apresenta, até, algumas vantagens.
Quanto à opinião do Mário Lino, gostaria de vê-la desenvolvida. Porquê? Porque com o fechamento do PS e uma certa desvalorização dos independentes, não percebo como o PS se quer reforçar e tornar mais influente.
Quanto ao resto, estou de acordo, tudo ficará mais claro quando, nas noites frias do próximo inverno, sob um pálido luar, os lobbies uivarem...
Francisco Van Zeller: escreveste mal o nome do homem. Não seria mau se aprendesses a escrever.
MARINO
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MARINO
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: 18/7/04 18:13
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