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2004-07-08

 

Da Estabilidade e seus corifeus (I)


1. Subordinar liminarmente os valores democráticos aos de uma "estabilidade" que já não existia com o Governo de Durão Barroso é confundir o funcionamento dos mercados com o funcionamento da democracia. Não é inédito, mas arrisca-se a ficar com a boca torcida quem, dizendo-se democrata, recusa soluções democráticas em nome de uma instabilidade gerada por numerosas injustiças sociais que deixam quase indiferentes os financeiros e mui carenciados os trabalhadores por conta de outrém. Chamar estabilidade a "isto" e, como se tal não bastasse, pôr "isto" acima da democracia, ... é obra!


2. Supor que a dificuldade em nomear um outro governo saído da mesma maioria PPD/PSD-CDS/PP, reside na personalidade de Pedro Santana Lopes (como faz hoje Eduardo Prado Coelho no PÚBLICO) é fulanizar demasiado a questão. Para Prado Coelho, a questão não se poria se se tratasse de Morais Sarmento, Marques Mendes ou Teresa Gouveia. Então, assim já se reconhece à Comissão Nacional do PPD/PSD a legitimidade de escolher o novo 1º Ministro de Portugal? O mesmo Marques Mendes que se insurgiu, mal soube, contra uma eleição "na secretaria"? Será, outra vez, o valor da tal "estabilidade" que está a balizar a análise de EPC?


3. Entretanto, Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes et tutti quanti, calaram as agudíssimas críticas que fizeram publicamente contra o processo privado de sucessão do líder (e eventual 1º Ministro). Acabaram por alinhar com a solução corporativa. É com eles. Porém, após ouvir Manuele Ferreira Leite, ontém, declarar à SIC-Notícias que já tinha expressado a sua opinião nos "lugares próprios", fiquei perplexo. Rendidos às virtudes do Centralismo Democrático?
Alarme geral!

- Os partidos de direita estão a sovietizar-se!

Comments:
Alberto João Jardim, no seu habitual estilo boçal, defendeu uma forma original de garantir a estabilidade do Governo no caso de haver eleições antecipadas: o PSD e o CDS não deviam participar nessas eleições!
Não está mal visto: o PS teria certamente maioria absoluta por falta de comparência.
Deve ter-se inspirado na resposta de Scolari quando lhe perguntaram se preferia ter os gregos ou os checos na final do Campeonato da Europa de Futebol: o preferível era não ter nenhum deles e ganhar por falta de comparência. Viu-se que Scolari tinha razâo.
 
Alberto João Jardim é um produto feito por Lisboa ao longo de 30 anos. Durante décadas o Terreiro do Paço esteve-se nas tintas para o que se passava na Madeira. Desde 1974 que ninguém percebeu ( esquerda, direita, militares), a realidade política e económica das ilhas.
No fundo, Jardim está desejoso para que o PS regresse ao Poder, daí sugerir que o CDS e PSD deveriam boicotar as eleições. A verdade é que entre um Catroga, uma Ferreira Leite ou um Hernâni Lopes não há nada melhor para os cofres de Jardim do que um Pina Moura. Deu-lhe tudo o que quis e não quis. Assim, se ajudou a oposição madeirense a ser alternativa ao PSD do Mr. Garden.
 
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