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2004-07-10

 

Da Estabilidade e seus corifeus (IV)


Curvo-me, sem ironia, perante a clarividência do meu camarada de blog, João Abel. Na quarta-feira passada (ver post intitulado "A Mais Simples Decisão de Sampaio") a pretexto de uma citação de Eduardo Moura, do Jornal de Negócios, previu, com uma lucidez mordaz, o que veio a acontecer. Uma chapelada para ele e para os outros que, tendo ou não expressado o que previam, tinham já compreendido que Sampaio prefere a lisura constitucional à dinamização institucional. O Soares, apesar de tudo, enquanto PR, teve outra bravura. Sabia que os "contos da estabilidade" podem substituir as " histórias da carochinha" para embalar, noite alta, os filhos dos desempregados. A cada um, o seu lugar na História.
Comments:
Hé, pá!

Vocês recompuseram-se tarde do acontecimento (e apenas o Manuel o parece ter feito)!

Já agora (e dado ainda estar ensonado), comento com um comentário enviado a quente à "concorrência" Barnabética. Excuse my french.

«Dei comigo espantado com o espanto de nós todos (incluindo-me no barulho) com esta decisão que, há quinze dias atrás, antes do circo da "auscultação às personalidades", quase todos prevíamos.

Quase todos os insultos serão justos e adequados para com o infame decisor, mas... "onde é que estivemos nos últimos 9 anos"?

Respeito institucional para cá, S.Exª o Presidente da República para lá (a propósito: ao nível das pequenas merdas da vida, gostei do "Sr. Presidente da República" com que o Ferro Rodrigues se lhe referiu), quantos sapos pseudo-legalistas já engolimos, quanta tolerância com as idiossincrasias politico-institucionais do senhor fomos tolerando?

E quantas vezes o confrontámos com a acusação de que isso do Supremo Magistrado da Nação não o transforma num género de juiz de recurso do Tribunal Constitucional? Que as funções que ocupa implicam decisões políticas e não meramente técnicas? E que as funções "meramente técnicas" são sempre essencialmente políticas? E que ninguém o elegeu para controlar e sancionar -"como?" seria também uma pergunta pertinente - políticas de que o eleitorado e supostamente ele discordam?

Até hoje ( e apenas aqui), poucas ou nenhumas, não é?

Como não acredito que isto tenha sido um refinado maquiavelismo (ou tão pouco um vender da alma) do Sô Pesidente, temos todos muitas culpas no cartório.

Não sou católico nem masoquista, pelo que não sugiro que nos punhamos a bater no peito.

Mas, aliviado o stress da frustração (eventualmente com alguns palavrões bem dirigidos), é de começarmos a alterar a nossa postura de cidadania, incluindo para com as instituições democráticas, uninominais ou não. Isto, para lá do mero desabafo blogueiro.

Manter respeito institucional não é tolerar interpretações imbecis das instituições por parte de quem as ocupa ou dirige.

Tal como, ao contrário da compreensão e aceitação da diferença, a tolerância é um péssimo princípio - pois só se tolera o que se considera demasiado mau para aceitar.»

Paulo Granjo
 
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