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2004-07-29

 

Mas..., onde está o centro? (3)


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Aconselhado a pôr cobro a esta série de prosas (ver, se necessário, postes de 17 e 18 p.p., neste mesmo blog)  que, segundo parece,  não concita o interesse dos viajantes da blogosfera, venho confessar o seguinte:

1.   Se os girondinos se tivessem sentado à esquerda, na Assembleia Nacional, em 1789, os jacobinos continuariam a ser os mais radicais e determinados. Hoje utilizaríamos, provavelmente, outras metáforas espaciais. Todavia, as posições políticas, as políticas, a aferição dos projectos e das promessas eleitorais, continuariam a poder ser descritas e compreendidas sem a ajuda das referências geométricas. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão continuaria a constituir um adquirido civilizacional, libertador, de inspiração democrática. O Código do Trabalho de Bagão Félix continuaria a ser globalmente mau. As políticas sociais dos governos de Guterres, executadas sob a responsabilidade de Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso, continuariam a ser, globalmente, melhores.


2.   Sei que as posições de esquerda e de direita  -  tal como as suas numerosas variantes e conjugações, inclusivamente dentro das formações partidárias  -  devem ser sempre  (criticamente) examinadas e reexaminadas sob pena de não nos darmos conta do que vai mudando e do que parece permanecer. Compreendo que o "centro" tenha invadido os discursos políticos da esquerda e da direita. Acho o termo nebuloso e os conceitos que por lá moram ultrapassados e de fraca capacidade explicativa. É verdade que, já no final do século XVIII,  havia quem se sentasse entre os jacobinos e os girondinos. Não sabiam para que lado haviam de ir.
É humano.
 Quem nunca hesitou que atire a primeira pedra...

Comments:
Ainda que os comentários não abundem, não deixes de partilhar estas reflexões com os visitantes do PUXA.
Estou certo que os textos, pela qualidade e oprtunidade, são lidos por muita gente.
(I. Videira)
 
Pela parte que me toca, devo dizer que gosto imenso do que leio aqui. Para além de que são textos de grande qualidade. Não é a quantidade dos que comentam que conta, importa mais a qualidade do que se visita, e essa esta bem patente neste blog.
 
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