PUXAPALAVRA

É verdade. Sampaio rejeitou (e cito o artigo de Eduardo Lourenço que o autor aconselha) "a oportunidade de deixar na consciência dos cidadãos que somos, e de uma vez para sempre, a ideia de que ninguém se pode tomar, de "motu próprio" por Portugal."
O PR acabou por apoiar a representação e a sucessão. Aí o Saramago tb tem razão: fugiu.
 

Só três ou quatro fugiram? Não! Houve muitos mais. Olhem para a lista do PS às europeias! O que é que faz Edite Estrela, por exemplo, em Bruxelas? E António Costa?
O Presidente da República foi o único que não fugiu. Tomou uma das duas decisões possíveis. E fez muito bem. A credibilidade de Jorge Sampaio mantém-se. Ele continua a ser é presidente de TODOS OS PORTUGUESES.
A onda de insultos, de João Soares (já não há paciência para este) a Ferro Rodrigues (este resolveu o seu e o nosso problema) tudo somado, é mais um erro da esquerda. A História há-de dar razão a Sampaio por não ter cedido às pressões do PS.
O PS tem dois anos para preparar-se e acabar com a guerrilha interna. As declarações de Ana Gomes são inadmissíveis. Uma varina no pior estilo. Um insulto, do mais baixo nível. Para antiga diplomata não está mal.
 

Heis que o comentador anónimo (anterior) se trai. É contra os insultos ao PR mas, do mesmo passo, trata Ana Gomes como "uma varina do pior estilo". Suponho que ela não se ofenderá com "varina" - a cultura do nosso anónimo é que deve ser de se lhe tirar o chapeu - mas sim com "do pior estilo".
Acho bem que possamos ser anónimos mas, apesar de tudo, um pouco mais consistentes.
O anónimo não está de acordo com Saramago. Acha que Sampaio não fica bem na fotografia. Eu acho. Sem ofensas nem dramatização. Um Presidente eleito por uma maioria de direita não teria, neste caso, feito melhor... para a direita.
Quanto às questões internas do PS, sei o que vem nos jornais. Aí, o nosso anónimo poderá ter as suas razões...
 

Perde-se sempre alguma coisa ao responder com uma "infelicidade" maior a algum comentário que se considere "infeliz".

Neste caso, tenho até muitas dúvidas que o (a) comentarista ao referir-se ao que a Drª. Ana Gomes disse de J. Sampaio com a frase de "varina da pior espécie" esteja a proferir algo grosseiro. Há que ler a voz do povo, sobre a linguagem "brejeira" da varina.

Que comentário faria então Manuel Correia de José Lello que disse em alto e bom som na TV que a sua camarada Ana Gomes teve uma "incontinência verbal". Francamente, não percebi aonde Manuel Correia quiz chegar. Defender a Ana Gomes? Atacar o (a) comentarista? Defender as eleições antecipadas? Esta última hipótese é legítima e séria, mas a defesa não é por esta via, entendamo-nos.

Acho que a "matriz do blog" é posta em dúvida com este tipo extemporâneo de comentários. Com todo o respeito e que me perdoem a insinuação, acho uma resposta mais própria da "direita sobranceira".

Há aqui alguma reflexão a fazer porque debate de ideias não é isto. Aliás, entre os bloguistas de raiz há diferentes opiniões, e só é saudável. Já abundam os blogs mono pensamento de direita e de esquerda, onde a política corriqueira é o objectivo. Não vão por aí entraram tarde e o espaço está preenchido.
Duarte Botelho
 

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Resposta (cheia de simpatia) a Duarte Botelho que, pelo menos, arranjou uma identificação.

Se ler com atenção os "comments" verá que a pessoa a quem respondi chamou a Ana Gomes "Varina do pior estilo". Atrevi-me, veja lá a ousadia, a chamar a atenção para a inconsistência ética da nossa comentadora anónima condenar Ana Gomes pela boutade política que foi "Temos agora um Governo, uma maioria e um Presidente", chamando a Ana Gomes "Varina do pior estilo".
Duarte Botelho vê aqui uma "infelicidade maior a um comentário que se considera infeliz". Eu não.
Duarte Botelho atira-me com Lello para cima. Eu desvio-me.
Duarte Botelho quer disciplinar o estilo do nosso blog. Eu convido-o (a) a ler com atenção o que foi dito e a discutir a sério.
Até me convencerem do contrário, chamo a atenção das incongruências, mesmo democráticas, de ofender a Ana porque ela ofendeu o Jorge. Devemos contribuir para os debatentes, anónimos ou não, se enxergarem.
A discussão pública só precisa de respeitar o outro, não precisa de enganá-lo quanto a contradições flagrantes.
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O meu comentário ao seu comentário - Manuel Correia - apenas tinha uma mensagem nada pretensamente disciplinadora como diz, mas opinativa: "um erro nem deve ser corrigido com um maior". Concorde ou não, entendi o seu comentário bem mais grave designadamente pela alusão pouco feliz "à cultura do(a) comentarista". Por outro lado, não entendo bem porque, de forma implícita embora, considera menor um comentário anónimo. Foi uma alternativa concedida pelo seu blog.Utilizá-la então é como cair
numa "cilada".

Mas ponto final, não quero continuar por esta via, porque isto saiu da troca de ideias, caindo numa retórica sem conteúdo.

Acho assim preferível não voltar aos commments. Duarte Botelho
 

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É uma vantagem que todos os anónimos têm: dizem o que querem e acabam a discussão quando querem. Estou de acordo. Estou de acordo, também, com o apelo que o Raimundo Narciso fez e que tem sido seguido por muitos. Ao darem uma referência (mesmo um pseudónimo) nós podemos humanizar mais o diálogo.
O anónimo em questão, apesar de ser tratado com respeito (coisa que não faz em relação a terceiros) é também extremamente sensível. Lamento. Nos blogs, como noutras circunstâncias, ou se discute ou desiste-se. A cada um o seu fado. Também acho que não vale a pena moralizar a este respeito. Adiante.
 

Fui agora ali à Grande Loja do Queijo Limiano, só para beber um copo e trincar o queijo, e que me aparece pela frente? Uma discussão brava sabem sobre quem? Pois ela mesmo. A ANA GOMES. Como estou a cair de sono tenho de lá ir amanhã para perceber.
Proponho que enterrem o machado, por momentos, e vão lá ver. E depois sem ressentimentos podemos todos (se me deixarem entrar)Recomeçar a briga (de argumentos claro)porque o debate é que anima o blog.
é aqui: http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2004/07/ana-gomes.html
 

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Obrigado ao Raimundo Narciso pela dica. Visitei o blog e fiquei marado. Uns dizem aqui d'El Rei não nos toquem no PR; outros que a Ana foi acutilante, sim, mas..., mas "não havia necessidade"...
Faz-me lembrar um congresso de um partido de esquerda em que, de repente, um militante desavisado, genuinamente surpreendido, exclamava:
"Então, agora, cada um diz o que lhe vem à cabeça!?"
Era assim, de facto. Alguns começaram a ousar exprimir o que pensavam. Por isso sabe a requentado, na blogosfera, discutir modos de dizer, comportamentos, costumes, em vez de... política.
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Não preciso de inventar nome falso para me humanizar. Não vivo na clandestinidade. Ou será que vivo? Para todos os efeitos, escolho João de Deus. Mais humano não há. Agora, sinceramente, nunca pensei que "varina no pior estilo" ofendesse tanto o senhor Manuel Correia. Será que, na esfera da política, há pessoas intocáveis só porque, em certos momentos, elas servem um determinado desejo corporativo - sim os partidos e até as próprias ideologias têm tiques corporativos. Espero que não se ofenda. É uma opinião. Mais nada. Como não tenho experiência de passado, nunca fui militante de nada, só da liberdade, por mim, a Ana Gomes, o Presidente da República, o João Soares, o Santana Lopes, o Cavaco, o Jardim e todos os outros em fila indiana, incluindo a vendedeira de flores, e mesmo a "varina no pior estilo" podem gritar o que entenderem. Têm tanto direito como eu para dizer aquilo que pensam. Quanto às contradições....vai mais uma.
Assino: Adelaide (está melhor assim?)
 

Resposta a Adelaide.
A falar é que a gente se entende. Gostei dessa forma aberta e expressiva. Tão longe quanto se consegue ir na Blogosfera, pareceu-me autêntica.
Eu tendo a simpatizar (não necessariamente a admirar e, muito menos, a seguir) as pessoas que não auguram carreira política longa. Parece-me ser o caso da Ana Gomes. Mais de uma vez deu imagem de "desbocada", contra o calculismo hipócrita dos senhores e das senhoras que dizem tudo muito certinho, no momento próprio, ou seja, o rebanho do politicamente correcto. Por isso compreendo, aceito, etc, que outras pessoas pensem e sintam os excessos verborraicos de diferentes formas. Até aí, acho que a Adelaide tem razão.
Então, o que é que nos fez divergir?
Simples. Como estamos aqui a "falar" em público, achei que "Varina do pior estilo" roça o ataque pessoal. Não me choca nada. Apenas achei estranho que a uma boutade da Ana Gomes que mereceria um comentário político, sim, questionando-a (à Ana Gomes, claro) se, uma decisão, apenas, do PR, o tornaria automaticamente no Presidente da direita, insinuação contida na fórmula que ela utilizou, - "Uma maioria, um governo, um presidente" - que, como a Adelaide sabe, foi um dos lemas eleitorais de Sá Carneiro, fundador do PPD que, muito democraticamente queria para a direita o poder todo.
Conclusão: achei estranho que alguém respondesse a uma insinuação política, grave, é certo, com um ataque pessoal. Não porque não lhe reconheça esse direito, mas porque me pareceu inconsistente.
Finalmente: fiquei muito desapontado com a decisão de Sampaio, mas seria incapaz de o ofender ou de concluir que ele se tornou no Presidente da dirteita. Do mesmo passo, apesar de não me agradar a boutade da Ana Gomes, nunca lhe chamaria fosse o que fosse "do pior estilo".
E pronto. Não me leve a mal. Tento dizer o que penso e o que sinto sem ofender ninguém mas com a firmeza inerente a quem (melhor ou pior) pensou e mediu as palavras antes de dizê-las.
Volte sempre.
Como ficou provado, apesar das desavenças, o Puxa-Palavra também é seu.
 

Vamos deixar a Ana Gomes seguir o seu caminho? Ou seja o seu «rita» tal como o hinduísmo antigo designava o fundamento do mundo, a ordem cósmica com a qual todos os seres devem estar afinados. Eu, que não faço parte de casta, nem ascenderei à posição dos brânames, sugiro que um dos gestores do blog inicie um debate sobre a questão da(s) Esquerda (s) e Direita em Portugal. Não quero ser adivinha mas, no fundo, andámos todos a roçar o tema desta velha e eterna dicotomia.
Ass. Adelaide
Adelaide