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2004-07-16

 

Pois, pois... (III)


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1. O Partido Socialista está agora, mais do que nunca, a olhar para este homem. Muitas pessoas de outros partidos e sem partido, também. Ouviram-no e viram-no, a noite passada, numa entrevista que ele deu a Judite de Sousa, na RTP1. Já se fazem apostas: é da ala direita e procura o "centro"; não é assim tão à direita como alguns dizem; espera, espera, ainda é cedo...
 
2. José Sócrates deve saber ao que vem. Diz inspirar-se no exemplo de todos os secretários gerais do PS, - o que é, digamos, bastante! Quando vier a chefiar um Governo (o próximo?) bater-se-á por um país competitivo, desenvolvido, com protecção social, na senda do que tentaram fazer as equipas de António Guterres, e no alinhamento vago do que são esses países do norte da Europa onde a social democracia semeou bem-estar e tranquilidade.
 
3. Preconiza o diálogo à esquerda e recorda que as organizações partidárias também se vão modificando...
 
4. Que sinais deu? O que reprovou na história acidentada e ziguezagueante das governações socialistas? Que garantias dá que desta vez irá ser diferente e o "centrão" não imobilizará as boas políticas que fariam de Portugal um país melhor e não paralizará o PS tornando-o indecidido entre "moderno" e "moderado"?
 
5. Estão aqui ao lado a tentar explicar-me que foi apenas a primeira entrevista, enfim, que não exagere, que não seja pessimista. Pois, pois... A verdade é que há sempre uma primeira entrevista. E a nossa capacidade de compreensão, a nossa credulidade, ao empatizar com o futuro líder, pactuando com generalidades envolvidas no manto diáfano das boas intenções, estende a passadeira às decepções do costume.
 
6. É sempre quando se baixa o nível de exigência e a simpatia começa a substituir a avaliação das ideias, projectos e desígnios, que os actores políticos percebem a sua marcação em palco, preferindo o slogan ao debate. A insistência na abstracção não augura nada de bom.

Comments:
Remeto para o anterior post do Raimundo Narciso e para o comentário que fiz.
Além disso, Sócrates tem já muita obra feita, e é inegável que toda ela tem, de uma maneira geral, a marca da esquerda moderna, visando o desenvolvimento do País, a justiça social e o bem estar das populações.
Os debates que teve semanalmente com Santana Lopes na RTP 1, durante cerca de 18 meses, revelaram também muito do seu pensamento político,pelo que as boas expectativas que é legítimo ter sobre a sua prestação como SG do PS têm inteira fundamentação.
 
Pois, pois! Parece-me que o debate vai aquecer. Há muita esperança que foi defraudada a seguir aos Estados Gerais e não vai ser fácil ao Sócrates, no caso de a tal estar determinado, recriar aquele espírito e mobilização. Muita gente que se aproximou do PS ficou escaldada. Por outro lado os caciques internos tudo farão para evitar a concorrência de "estranhos" aos eventuais futuros "jobs".
 
A História não se repete. Por isso, penso que os Estados Gerais realizados em 1995 não são repetíveis. De qualquer forma,o importante não é, quanto a mim, repetir experiências passadas, mas procurar em cada momento, nas condições concretas existentes, a solução paras os problemas que queremos resolver.
Por outras palavras, como alargar o debate no PS e entre o PS e a Sociedade, como fazer participar os cidadãos nesse debate, como dinamizar as forças mais activas da Sociedade, como definir, preparar e implementar as melhores soluções para ir resolvendo os problemas.
Os escolhos certamente existem, mas este é um dado do p+roblema. Mas também não foi por o 25 de Abril ter gorado tantas expectativas que não valeu a pena fazê-lo.
 
Como cidadã atenta defendo que o novo líder do PS, esperemos que seja Sócrates, parta para um grande debate nacional, chamando caras novas ou pessoas capazes que foram colocadas na prateleira ou se afastaram da política activa por forte desmotivação.
Nunca o País precisou tanto de vozes que questionem e apontem soluções para este Portugal.
Acabei de ouvir os nomes do novo elenco governativo escolhido por PSL. Estou receosa e triste. Como é possível, um partido que representa 8% do eleitorado, como é o CDS/PP de Portas, cair-lhe nas mãos quatro ministérios. E que ministérios! O PS, tem a partir, de agora, uma dupla responsabilidade: fazer uma oposição a sério e acabar com as guerrilhas, unindo-se em nome de um projecto. Se isto continua assim, vou tirar a carteira de emigrante.
Adelaide
 
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