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2004-07-16

 

SÓCRATES

A entrevista de Sócrates a Judite de Sousa, ontem na RTP, revelou mais uma vez a boa imagem de Sócrates na TV e a sua reconhecida capacidade de comunicação.  Tal como Santana Lopes. Mas não me parece lícito levar mais longe a comparação. A não ser para evidenciar a superior consistência política do candidato à liderança do PS.
A comunicabilidade é uma vantagem muito importante na política. É por isso que na esquerda tanto se teme Santana Lopes. Ele tem esse don. Tal como Sócrates. Cada um com o seu estilo.
Considerar que a grande capacidade de comunicação e a boa imagem televisiva indicia o mau político, o demagogo ou a ausência de ideias, é um disparate.
Sócrates deixou obra na sua passagem pelo Governo e revelou qualidades que lhe auguram um futuro promissor. Capacidade de trabalho, conhecimento dos dossiês, determinação, combatividade, convicção. Lembremos a firmeza com que lutou pelo saneamento básico ao acabar com as lixeiras que empestavam o país e pela busca de solução para os lixos industriais e tóxicos. Enfrentando resistências no seu partido, trocando a popularidade pela firmeza de propósitos que serviam o interesse nacional.
A sua firmeza numa altura em que ela primava pela ausência levou-o por vezes a parecer  autoritário. Deverá ter isso em conta. E a não ultrapassar o risco.
Firmeza, combatividade, coragem e desapego pela demagogia parecem-me ser traços do seu carácter. Tem de aproveitar bem o tempo à sua frente para estudar, aprender, definir políticas e organizar. Trabalhar com profissionalismo, coisa que prima pela ausência no PS.
Não me parecem consistentes as avaliações de que ele representa a direita do PS. Espero para ver.
Se Sócrates souber fazer os seus Estados Gerais, definir com clareza políticas alternativas bem estruturadas poderá levar o PS ao Governo daqui a dois anos e ao contrário do que sucedeu com Guterres creio que terá a força de ânimo para não as deixar asfixiar pelos interesses instalados.


Comments:
Estou de acordo.
Devo acrescentar, com base no meu conhecimento pessoal e porque o conheço razoavelmente bem, que Sócrates tem uma elevada cultura geral e política, visão estratégica e faro político.
 
José Sócrates prepara um passeio triunfal. Muitos socialistas e não socialistas acham-no simpático e promissor. Por isso, apoiam-no. Confiam. Muitos confiam a tal ponto que o dispensam de um debate esclarecedor, arreganhando o dente a quem resiste ao mero proselitismo. Acho que teríamos a ganhar se, desde já, e independentemente da maior ou menor confiança que ele suscita, aproveitássemos para o "obrigar" a explicar melhor que mudanças projecta introduzir na prática do PS.
Pelo que tenho visto nas últimas horas, a eleição de Sócrates para SG do PS arrisca-se a ser uma festa aclamatória. Compreendo o regozijo dos socialistas após o período por que passaram. O que eu espero é que autosatisfação não conduza - como parece estar a conduzir - a um debate deficitário e indesejado.
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Pois,pois;-)Ora o debate é mais que nunca indispensável. Sócrates não goza de um apoio generalisado e sincero no PS. Em geral é sintoma de que o personagem não agrada ou não quer agradar a todos. O que pode ser bom. No entanto, aparecendo ele como o candidato ganhador todos os que têm como objectivo primeiro a sua carreira se apresentarão como prosélitos.
As boas intenções isto é, boas propostas políticas, não chegam. É preciso ter apoios internos para chegar a SG e depois convencer o país para ganhar eleições. E a seguir ter força e determinação para cumprir as promessas em vez de ficar prisioneiro dos interesses instalados. Não assino cheques em branco mas dou-lhe o meu apoio. Até ter razões para o contrário.
 
Pois,pois;-)Ora o debate é mais que nunca indispensável. Sócrates não goza de um apoio generalizado e sincero no PS. Em geral é sintoma de que o personagem não agrada ou não quer agradar a todos. O que pode ser bom. No entanto, aparecendo ele como o candidato ganhador todos os que têm como objectivo primeiro a sua carreira se apresentarão como prosélitos.
As boas intenções isto é, boas propostas políticas, não chegam. É preciso ter apoios internos para chegar a SG e depois convencer o país para ganhar eleições. E a seguir ter força e determinação para cumprir as promessas em vez de ficar prisioneiro dos interesses instalados. Não assino cheques em branco mas dou-lhe o meu apoio. Até ter razões para o contrário.
 
A este propósito, há um livro interessante organizado pe Juventude Socialista e publicado pela Gradiva em 1997, que além de um longo prefácio de Mário Soares, tem contribuições de 21 personalizadas da esquerda portuguesa, tais como António Reis, António Vitorino, Fernando Rosas, Francisco Louçã, Helena Roseta, Pina Moura, Barros Moura,Medeiros Ferreira, Manuel Alegre e José Sócrates. Vale a pena lê-lo.
 
A ideia de um de nós abordar a problemática política e social associada ao conceito de "centro", é boa. Eu topo. Darei a minha contribuição em breve. Obrigado pela sugestão.
 
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