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2004-08-27

 

Aborto: não ha justificação para o recuo

Tem-me passado ao lado a campanha dos candidatos a SG do PS. Estou de acordo, no entanto, com VM que afirma no Causa Nossa: não devemos ser indiferentes, embora não votemos,porque não associados, porque o país também está em jogo neste confronto.

Isto vem a propósito de não entender o recuo de Manuel Alegre e João Soares, no tocante ao aborto, que agora passaram a defenderem a AR como o local adequado para tal debate e decisão.

Há receio? Não têm argumentos convincentes? Duvidam da adesão? Acho que o País evoluiu, mas independentemente disso, há mesmo que ir a novo referendo, a democracia representativa não é tudo e não tenhamos medo do voto. Construir uma sociedade civil activa é dar-lhe voz.
Comments:
Estou de acordo com o João Abel. A questão do aborto, quer queiramos quer não, é ainda uma questão bastante fracturante na sociedade portuguesa, como o prova os resultados do referendo já realizado. Para quem defende, como é o meu caso, a despenalização do aborto, querer vencer esta batalha eminentemente cultural, ideológica e de consciência, sem passar por um novo referendo e apenas com base numa maioria circunstancial de deputados na AR é, claramente, entregar o ouro ao bandido e não querer, efectivamente, resolver o problema: lança-se uma profunda divisão na sociedade, o que só à direita interessa; afastam-se todos os que, sendo pela despenalização do aborto,têm muitas dúvidas em aceitar que tal matéria seja agora decidida pela AR e que, por isso, serão sensíveis ao argumento de que a esquerda tem medo do voto popular. É escolher o caminho mais fácil, e sujeitarmo-nos, depois, a que outra maioria circunstancial reponha posteriormente a penalização do aborto.Esta é uma batalha que só será ganha quando a despenalização do aborto encontrar eco na maioria da população.Para isso, é preciso muito trabalho, esclarecimento e empenho.Ganhar esta batalha de forma socialmente convincente é uma importantíssima tarefa da verdadeira esquerda.
 
Meu caro João Abel, esse blog passou a ser "apoiante" do José Sócrates? É que estando tu e bem, muito orientado para uns posts sobre África que, para além da polémica saudável que provocaram,eram ricos em informação e de pensamento próprio, entraste agora na deriva PS.
C. Fernandes
 
Em resposta ao C. Pedro apenas três observações. Um blog é uma entidade colectiva e o Puxapalavra até tem a particularidade de nos metermos uns com os outros. E isso nasceu naturalmente, sem conversa prévia. Segundo, cada um dos seus membros assume nas matérias que entender a posição que entender. Terceiro,nem todos os seus membros são do PS, como eu por exemplo.

Donde alguma precipitação ou então uma pequena provocação saudável? O C. Pedro não vai certamente comcluir que a equipa do Jumento apoia o Manuel Alegre e o Sócrates só por esta frase de humor em relação ao João Soares. "João Soares promete ganhar Câmaras. A falar desta forma até parece que nas últimas autárquicas estava de férias na Jamba".
 
UMA DECISÃO RIDÍCULA E INEFICAZ

Ao impedir ilegalmente entrada do Aurora num porto nacional o ministro Portas expõe Portugal ao ridículo, pois está a adoptar uma medida mais adequada a um barco que transporte lixo nuclear. Entre ou não entre o Aurora conseguiu o que pretendia graças à cretinice local, chamar a atenção para um problema que existe. E que fará Portas se o barco fundear em águasinternacionais, a doze milhas ao largo de Lisboa e forem utilizados outros barcos para deslocar os visitantes entre o Porto de Lisboa e o Aurora?

Reproduzido do Blog Jumento
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A reacção de Paulo Portas, fascista, é a prova de que, há muito, o aborto deveria ter sido legalizado em Portugal.
 
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A experiência dos referendos em Portugal merece discussão específica. Resumindo o que penso, sempre que o «centrão» não conseguiu consenso bastante, remeteu as batatas quentes para escrutínio popular. Foi assim, também, com a regionalização. As campanhas têm dramatizado a questão, criando ambientes mais propícios ao proselitismo do que a um debate sério. Resultado: a maioria da minoria pronuncia-se. O resultado não é vinculativo mas constitui um precedente. Para quê? Para atrasar uma discussão pública que deveria continuar até se resolver a questão do aborto sem hipocrisias.

Que todas as pessoas e organizações se definam e que o Parlamento faça o seu trabalho. O referendo ilude sugerindo uma «imposição» legal onde apenas deverá haver respeito pela liberdade de opção.
 
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