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2004-08-12

 

Adelino das Cassetes Douradas

Adelino Salvado foi demitido. Tardou mas chegou! Não por mérito do Governo de Santana Lopes mas por culpa da exposição pública da sua conduta reprovável e eventualmente criminosa. O director da polícia de investigação do Estado que é suposto estar ao serviço dos cidadãos e da Justiça, parecia na realidade um polícia ao serviço dos interesses do Governo PSD-PPD/CDS-PP.
O Diário de Notícias de hoje diz que as cassetes roubadas ao jornalista do Correio da Manhã “contém registos em que Salvado envolve o nome de Ferro Rodrigues”(DN12 Ago 2004, pág. 19. Não ponho link porque o DN no Sapo está on line mas pouco). Que mais terá conversado para os jornais o magistrado director da PJ? Aguardemos – com reduzida ou nenhuma esperança – que tudo se esclareça e... que se faça justiça.)
O magistrado Adelino Salvado, nomeado pela ministra do PP, Celeste Cardona, parecia na realidade estar naquelas funções não para, com isenção combater o crime, doesse a quem doesse, mas para gerir os dossiês do crime que porventura pudessem atingir figuras e figurões do poder político e do poder económico da simpatia dos patrões. Do Governo que o nomeou. Digo parecia. Obviamente que ao certo não sei pois se o soubesse teria usado os direitos que assistem a qualquer cidadão para os comunicar à...Polícia Judiciária. Se possível a um pêjota que não comunicasse a queixa a Adelino Salvado, como fizeram os investigadores do caso do Apito Dourado.
Tal ministra, tal Governo, tal director. Não era a ministra da Justiça, segundo Saldanha Sanches, uma especialista e empregada ou consultora das grandes empresas para a fiscalidade? Leia-se para descobrir os truques e lacunas nas leis que permitem fugir “legalmente” aos impostos.
Pois o magistrado, e sublinho magistrado, para não subestimarmos o défice de ética e respeito da desprestigiada classe dos magistrados, pois, dizia eu, o magistrado Adelino Salvado talvez seja um santo mas fez demasiadas coisas para desmentir tal crença de que à partida poderia gozar. Afastou investigadores prestigiados pelo seu firme combate ao crime sem qualquer razão que pudesse ser ouvida. A começar por Maria José Morgado e a acabar nos magistrados que conduziram a investigação que atingiu o popular major, autarca, negociante do futebol, administrador do Metro do Porto e outros negócios, tu cá tu lá com o nosso Primeiro de então, Zé Manel Barroso, deslocalizado para Bruxelas (fez ele muito bem, dizem alguns. Enganou-nos? Ora, ora foi sacar o dele! Dizem os mesmos.)
O magistrado saiu zangado com os novos patrões que aliás são os mesmos. Vide o seu arreganhado e caricato adeus. Provavelmente com alguma razão. Tiraram-lhe o tapete debaixo dos pés. Mas ele já tem idade para conhecer as regras. Quem faz o trabalho sujo, cai fora logo que a lama ameaça atingir mais alto. E no caso parece (parece, repito) que há trabalho sujo.

Comments:
Raimundo:
Welcome back.
Gostei do teu post. Sem embargo, insisto na minha versão (avançada em anterior post) de que o juíz desembargador Adelino Salvado foi demitido, não pelas razões agora expostas (divulgação das gravações alegadamente roubadas que provariam ter Adelino Salvado falado de mais), mas por se ter deixado desarmar. Adelino Salvado não desmentiu a notícia de que uma das suas residências foi assaltada e dela desapareceu, entre outras coisas, um revólver.
No actual governo compreenderam imediatamente que não podia ser mantido em funções à frente da PJ um homem desarmado que se tornara meridianamente ...desarmante.
 
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