2004-08-05
As eleições no PS (2) - Os desafios de Sócrates
Entre os três candidatos à liderança do PS, todos os analistas e comentadores políticos conferem largamente o maior favoritismo a José Sócrates. Tal decorre, a meu ver, de várias razões, de que destaco:
- o apoio expresso da grande maioria dos dirigentes e quadros do PS;
- o apoio expresso de muitos militantes de base do PS;
- o impacto claramente positivo que a sua candidatura a Secretário-Geral do PS tem tido a nível nacional, quer entre os eleitores do PS, quer mesmo entre os eleitores em geral ;
- a visão estratégica, a seriedade, a modernidade, a acutilância e a determinação postas na defesa de importantes causas e objectivos ao serviço do PS e do País, evidenciados ao longo dos anos no exercício de funções como dirigente partidário, deputado e membro dos Governos de António Guterres;
- a obra concreta realizada no desempenho das funções públicas e partidárias que tem exercido.
Não creio que qualquer dos outros candidatos tenha apoios, qualidades e currículo que se compare. Assim como não creio que qualquer deles reúna um capital de esperança tão elevado para conduzir, com optimismo e confiança, os destinos do País no sentido do progresso económico, social e ambiental, pondo fim ao ciclo de retrocesso, aumento das desigualdades, depressão e falta de confiança nas nossas capacidades a que os Governos de Durão Barroso e Santana Lopes nos conduziram.
Certamente por isso, a candidatura de José Sócrates está a assustar seriamente a direita, mas também a causar apreensão entre outros adversários políticos, designadamente entre a esquerda tradicionalista incapaz, cada vez mais, de compreender as novas realidades políticas, económicas e sociais e de viver com elas.
Mas José Sócrates, para vencer convincentemente este desafio, tem ainda uma importantíssima tarefa a realizar: a de clarificar tão completamente quanto possível, perante os militante do PS e perante o País em geral, o seu pensamento, as suas opções a sua visão do futuro, as suas prioridades enquanto líder da oposição e candidato a futuro Primeiro Ministro de Portugal. É isso, certamente, o que a maioria dos portugueses espera.