2004-08-20
Enigmas à solta (2)
[Papers like papers...]
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A resposta correcta ao desafio lançado no post anterior «Enigmas à solta (1)» é «Tudo vai bem desde que não se torne público quem disse o quê». Sem isso, as violações do segredo de justiça relacionadas com o caso da Universidade Moderna, não teriam arrastado o mui dedicado Fernando Negrão de director da PJ para Presidente do IDT e, depois, para Ministro da Segurança Social, da Família e da Criança, do actual Governo. (Ver memória abreviada do caso aqui.). A Justiça funcionou, uma vez mais, de modo estranho, tendo a juíza desembargadora que julgou o caso concluído provavelmente que os jornalistas inventaram ou adivinharam tudo.
No caso das cassetes do Correio da Manhã, igualmente, foi o despautério de uma distribuição inesperada de CD's contendo uma antologia de como alguns jornalistas, direcções de jornais, e fontes, tão «próximas» quanto «anónimas», o factor invocado para demitir Adelino Salvado. Não fora isso e... estaria tudo bem. Vamos lá ver onde colocam o homem agora. Fernando Negrão, segundo o JN (disponível aqui) terá tido influência na escolha do substituto de Adelino Salvado. Virão dizer-me, depois, que ele só intercedeu para eu aqui, no PUXA-PALAVRA, poder dizer que «isto anda tudo ligado». Bom, a esse respeito, não confirmo, nem... desminto.
Quanto ao caso da jornalista do DN, (Graça Henriques) o que a tramou foi, 1º, a coluna vertebral; 2º não perceber que a entrevista de Álvaro Barreto a desancar Santana Lopes tinha caído sob a alçada do segredo de justiça. Fernando Lima, ex-acessor de Martins da Cruz (outro que saiu, atrás de Pedro Lynce, porque alguém falou de mais e os media nunca mais se calavam!) não há-de ter achado graça ao mau gosto de estar o DN, agora, a lembrar uma coisa daquelas, - uma entrevista de 1996, vejam bem!
Dirão alguns leitores, mais rigorosos do que eu, que estou a confundir «segredo de justiça» com «conveniência política». Pode parecer, mas estou em condições de asseverar que, em qualquer dos casos referidos, não fui eu quem fez essa confusão.
O Mário Lino faz um comentário muito pertinente que remete para a estrutura e funcionamento dos órgãos de informação e para as relações do chamado sistema mediático com o sistema político. Para não tornar este post mais intragável do que já está, converso sobre isso no próximo.