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2004-09-17

 

As eleições no PS (V) - Três paradoxos

Paradoxo nº 1 - Para quê Manuel Alegre se João Soares já tinha anunciado a sua candidatura há muito tempo?
Será porque, apesar das convergências que querem mostrar, Alegre não se revê, por razões de fundo, na candidatura de Soares? Ou será por outras razões mais "de superfície"? Era interessante que esta questão fosse clarificada.

Paradoxo nº 2 - O que leva Manuel Maria Carrilho a apoiar Manuel Alegre para SG e este a escolhê-lo para seu mandatário e seu candidato à presidência da CM Lisboa?
Relembrando anteriores posições de Carrilho ( ver aqui), foi Alegre que se modernizou ou Carrilho que passou a pertencer ao passado? Era também interessante que esta questão fosse clarificada.

Paradoxo nº 3 - Afinal quem está a favor do "bloco central de interesses": Alegre ou Sócrates?
Como bem lembrou há dias o Arons de Carvalho (ver aqui), quando, em 1983, se pôs, na prática, a solução de Governo de Bloco Central, Alegre votou a favor e Sócrates contra.
E esta hem?!, diria o Pessa.


Comments:
É bom que estes paradoxos venham ao de cima. Mas apenas três?! Já agora o Manuel Correia também pode mimosear o Eng. José Sócrates com alguns paradoxos, certamente que os há. Este blog pelo menos animou entre si o debate.
C. Pedro
 
Ontem assisti ao debate entre o Manuel Alegre e o João Soares na SIC Notícias. Talvez logo à noite ponha aí um artigo com mais alguns paradoxos. Quanto ao que diz o C Pedro estou de acordo, há que trazê-los todos para a luz do dia.
 
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Hesitei muito antes de me dispôr a fazer um comentário. Como em geral os socráticos nunca aceitam discutir nada e se limitam a adiantar o que lhes convém, não fazia tenção.
Porém, depois de ler o simpático apelo de C. Pedro, convenci-me. Já que os socráticos são moucos do ouvido esquerdo, porque haveria eu de ser do direito?

Posto isto, vá roupa:

Respostas

Paradoxo 1

J.Soares disputaria a liderança a Ferro. Sócrates talvez não. Apesar do PS ser um partido impoluto, e de se considerar ofensiva a utilização do termo «aparelho» para descrever a sua estrutura, aqueles e aquelas que apoiavam Ferro tiveram de distribuir-se. O facto de Alegre ter sido «empurrado» mostra que afinal sempre havia «mais PS». Num partido tolerante, pluralista e interclassista ninguém se surpreenderia com tão compreensíveis aspirações pessoais.

Paradoxo 2

Carrilho será o candidato de Alegre à Câmara de Lisboa. Disse mal do Alegre (quem é que não disse?) e Alegre disse mal de Carrilho (de quem é que Alegre não disse mal?). Entenderam-se desta vez.
Aleluia.
Se nos pusermos a fazer uma lista de incongruências, o espaço não chegará e ninguém será poupado.
Por outro lado, não se sabe quem são os candidatos de João Soares e José Sócrates à Câmara de Lisboa. Obscuro?
Não.
Reserva da futura Comissão Política.
Aparelho?
Sim, mas político.

Paradoxo 3

O Alegre esteve, claramente (e o Sócrates, além de ter votado contra, não fez, depois, muito banzé. Conformou-se e, está bem de ver, alinhou). Como agora Mário Soares apoia o filho, não se percebe muito bem quem prosseguirá a obra dos (in)esperados compromissos históricos. Mas podemos evitar esta horrível aporia se interpretarmos com razoabilidade as sábias e firmes palavras de José Sócrates. Quando ele diz que herda, por inteiro, a história do PS e se revê no exemplo de todos os anteriores secretários gerais, diz algo substancial. Quem não estiver atento aos sinais, não deverá, depois, queixar-se demais.
 
Bem, continuo à espera de alguém que dê vazão
ao justo apelo de C Pedro: Manuel Correia parece que quis dar mas não deu, isto é, não dissertou sobre os paradoxos de Sócrates, antes pretendeu explicar os paradoxos de Alegre. Mas cada um só tem de fazer o que quer ou oque pode.
Mas já agora, adianto alguns comentários às xplicações do Manuel Correia.
Primeiro, ficámos a saber que, segundo Manuel Correia, o Manuel Alegre não está nesta corrida por convição, mas por empurrão.Se for assim, não augura nada de bom.
Segundo, não compete aos candidatos a SG, mas sim às Comissões Políticas Concelhias, indicar nos candidatos a Presidente de CM. O que Alegre fez foi um total desrespeito pelo Partido e pelas suas estruturas. Se é esta a democracia interna que perfilha, estamos conversados.
Terceiro, se a democracia interna que se perfilha é que, cada vez que um dirigente do Partido não está de acordo com uma decisão tomada maioritariamente pelos órgãos competentes desse Partido, deve fazer banzé, então também estamos conversados.
 
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Quatro breves comentários aos comentários do meu camarada de Blog, Mário Lino:

Não quis apontar as incongruências da candidatura de José Sócrates sem, primeiro, dizer alguma coisa sobre os «teus» paradoxos. Eu sou dos que gosta - mesmo - de conversar.
Aliás, sendo Sócrates um bom candidato para os seus apoiantes (topa-se), ainda está um poucochinho longe da perfeição, pelo que não será difícil apontar-lhe umas quantas incongruências.

Que o Alegre foi «empurrado» parece-me evidente. Já não consigo ver porque teria de ser fatalmente um «mau augúrio». Pontos de vista?

Surpreendeste-me com essa das Comissões Concelhias. Estava convencido que nem a Concelhia de Lisboa nem mesmo a FAUL tinham, alguma vez, indicado um candidato à CMLisboa. O Sampaio era, então, SG, e, no braço de ferro com os soaristas, ficou sem generais. Não estava a imaginá-lo a submeter-se à Concelhia de Lisboa. Estarei enganado? Espero que me estejas a dar uma informação. Agradeço e registo.

Supunha que, no PS, um voto vencido não correspondia a um voto calado, sem prejuízo do funcionamento democrático. Aquilo a que se chama, comunmente, um vencido não convencido. Não veria mal que qualquer socialista se tivesse insurgido com as alianças PS-PSD, PS-CDS, etc. Exagero?
 
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