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2004-09-24

 

PS Pioneiro ?

As eleições para S-G do PS são um acontecimento de relevo nacional. Constituem uma inovação democrática, com valor muito para além do PS. Para dar frutos necessitará de ser bem digerida.

O PS deverá fazer um balanço dos aspectos negativos e especialmente dos positivos que sobrelevam em muito aqueles. E aproveitar o balanço para, com um trabalho persistente identificar, os pontos fracos da vida partidária e por conseguinte do regime democrático, uma e outro com uma imagem muito deteriorada.

Eis algumas sugestões para a agenda:

1) finda a eleição e o Congresso restabelecer, ainda que na diversidade e pluralidade de opiniões, a unidade operativa do PS, desvalorizando ataques e personalismos de campanha, mas valorizando e aproveitando o que de positivo cada candidatura trouxe ao partido.

2) reformular o Gabinete de Estudo dando-lhe vida, iniciativa e autoridade (e confiança aos seus participantes de que o seu labor interessa para alguma coisa) para um apoio articulado à direcção do PS, ao grupo Parlamentar e autarquias, para uma caracterização mais sólida, atraente e pública das posições do PS.

3) abertura do PS à sociedade (este chavão quererá dizer: as secções deverão promover iniciativas públicas de auscultação e mobilização dos vizinhos para a resolução de problemas locais, nomeadamente em articulação com as JF, Câmara Municipal e AR.; auscultar, atender e procurar resolver queixas contra a administração da sua JF, CM, Grupo Parlamentar. Iniciativas culturais . Prestação de contas públicamente).

4) reforço do controlo interno e público do financiamento dos partidos. Luta persistente contra este cancro da democracia que se manifesta nomeadamente pela gestão de "dossier" dos políticos, através dos amigos do Governo ou da oposição, nas polícias, nos serviços secretos, na Justiça, dando origem ao pântano, aos telhados de vidro, às redes transpartidárias de cumplicidades e às "cabalas" para destruir adversários inocentes.

5) aprofundamento da democracia na escolha (primárias?) de candidatos às listas das autarquias e para a AR.

6) Controlo político (público? Na internet?) da prestação dos eleitos, autarcas ou deputados durante o exercício do seu mandato. Para pôr fim a eternos eleitos que só o são por serem maridos, mulheres, amantes ou afilhados de caciques ou altos dirigentes e não por mérito.

7) alterações pequeninas mas que podem ser importantes: como controlo democrático das fichas de militantes e outras miudezas internas.

8)penalisações disciplinares e políliticas pesadas para os infratores.

Há um mundo de coisas a melhorar para fazer sair os partidos do pouco crédito em que caíram. Mas para a "exploração do sucesso" desta importante iniciativa do PS é necessário determinação e não esperar grandes sucessos em pouco tempo para se não cair no derrotismo.

Lutar contra interesses (lutar contra os interesses que estão em cada um de nós) não é fácil. É um trabalho permanente que não pode vacilar face a magros resultados de curto ou médio prazo.

Comments:
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Certo. Folgo que continuem vivas essas (e outras) preocupações. Poderiam via a ser uma contribuição de longo alcance para a vivência democrática. Espero que o Congresso vá para além da aclamação do líder.
Entretanto, aquele modelo de declaração pública adoptado há pouco pelo «Sócrates vencedor», sem direito a perguntas dos jornalistas, deixou-me atónito. Que achaste?
Vou uns dias para a Zambujeira do Mar. Quando voltar, apito.
Boa blogagem.
 
Estou de volta e venho felicitar todos os meus companheiros do puxapalavra, pois têm-na puxado com grande ênfase e bem com alguma diversidade o que é sempre positivo.

Um abraço a todos e uns bons dias de descanso para o Manuel Correia.
 
Olá pessoal!
Estou a escrever como anónimo não pelo conteúdo do que pretendo dizer, mas porque é mais simples (evita username, etc.).
Penso que o PS é um barco demasiado grande para se adaptar a qualquer tipo de navegação. O que se exige à tripulação é que leve os passageiros em segurança ao porto de destino, no caso ao governo. Do comandante exige-se alinho, aprumo, farda bem passada, sempre um sorriso nos lábios, que use uma boa àgua de colónia e que seja parcimonioso nas palavras e que fale bem, se possivel mais que uma língua, pois até pode ser convidado para cargos internacionais.
PS: Se carregar pela popa ..., paciência ou ainda bem, depende do azimute.
 
A esperança em José Sócrates é tão grande - o que reforça a sua responsabilidade como lider do PS - que ganhou já o meu voto para 2006. Espero que, desta vez, conquista a maioria. Contudo, o engenheiro não pode cometer os mesmos erros de Guterres. O PS não pode decepcionar mais os portugueses.
Quanto a Manuel Alegre, deus nos livre se o PS o escolhe para candidato a Belém. Não tem perfil. E já estou farta de pagar as facturas todas da esquerda soarista-alegrista. Quando o poeta alega que a ele se deve a corrida às urnas, nunca vista em eleições internas, faltou dizer que os militantes se mobilizaram com medo que ele as ganhasse.
 
Achei muito bem que o engenheiro Sócrates, na noite dos resultados eleitorais, não tivesse respondido às perguntas dos jornalistas. Em comunicação, existe uma coisa que se chama "declaração". Não há mal nenhum. Há-de haver muitas ocasiões para o lider do PS falar. Um dos males dos políticos, designadamente dos socialistas, é colocarem-se a jeito para cometer gaffes em troca de mais uns minutos de antena - por vezes, penosa - de soltarem palavras que depois se arrependem, de comentarem assuntos sem estarem minimamente preparados. Naquela noite, Sócrates inaugurou um novo estilo. Mais responsável. Exige-se que quando abrir a boca não diga banalidades, nem alimente as intrigas palacianas do Largo do Rato.
João Paulo Teixeira
 
João Paulo Teixeira respondeu bem à pergunta que deixei ao Raimundo Narciso. Se foi coincidência, melhor. Prova que a blogosfera é propiciadora de verdadeiros e falsos cruzamentos dialogais. Mas o comentador faz algo que enobrece face ao novo SG do PS: responde; dá trela; mostra-se disponível. Obrigado João Paulo Teixeira.
Apesar de, como diz

«Em comunicação, existe uma coisa que se chama "declaração". Não há mal nenhum. Há-de haver muitas ocasiões para o lider do PS falar.»

Sempre convirá que o estilo autoritário a que alguns tribunos nos habituaram - falo ao público quando quero; responde quando me dá na gana! - não quadra lá muito bem com os homens públicos que deveriam estar «sempre» disponíveis para esclarecer a populaça.

Quanto às gaffes, digo-lhe, se o político for de dá-las, dá-as sempre, mesmo falando pouco.

Não estou de acordo que Sócrates tenha inaugurado um novo estilo. Esse que descreve é antiquíssimo. Se aslgo de novo trouxer, que seja para melhor.

Cordialmente
 
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