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2004-09-23

 

Quem se enganou a Esquerda ou António Barreto?

Pedro Teixeira ( Professor da Faculdade de Economia do Porto e do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior) desfaz no Público A Floresta de Enganos de António Barreto de forma tão consistente que receio que não tenha sido só a floresta de enganos a ficar desfeita. Uma breve passagem:
"No entanto, não tenho uma visão idílica de um passado que não existiu. Não posso (nem quero!) regressar a um passado em que só os intelectualmente muito bons e os abastados, mesmo que intelectualmente medíocres, conseguiam prosseguir os seus estudos. Mais dinheiro não é condição suficiente para melhor educação (há 30 anos que se sabe isto em economia da educação), mas convém que não haja dúvidas que, em educação, o barato costuma sair caro. Há problemas complicados na educação em Portugal, mas Barreto parece demasiado preocupado em ajustar as contas com o seu passado e o dos seus "compagnons de route" para ter o discernimento necessário para discuti-los seriamente."

É resposta a dois artigos de António Barreto também no Público (5 e 6 de Set 04). Uma amostra:

A Esquerda Enganou-se - I (Grandes Esperanças)

"Foram anos de crença. E décadas de esperança. Durante muito tempo, a esquerda acreditou nas virtudes da educação do povo. Convenceu-se e convenceu muita gente, gerações atrás de gerações, que a educação era o instrumento essencial para mudar as sociedades..."
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Puro engano, confirmo eu, que sou do tempo em que a fasquia para a escolaridade dos Portugueses era sábia e eficazmente colocada nas alturas do "saber ler, escrever e contar" à sombra de "Deus, Pátria e Família"!
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A Esquerda Enganou-se - II (A Grande Ilusão)

"Não pretendo rebater, um a um, todos os argumentos tradicionais da esquerda, entretanto adoptados pelo centro e por grande parte da direita. Mas é possível ver o destino reservado a tantos desejos e a tantas certezas políticas. Por exemplo, os países que mais esforçadamente investiram recursos públicos na educação, quase todos os socialistas de Leste, assim como Cuba, são excelentes exemplos de como a educação não provoca, por si, o desenvolvimento."

Já ia a meio do "post" lembrei-me de ir espreitar o Professorices. Claro que JVC não deixaria de comentar:

"Ainda sobre António Barreto
Chamo a atenção para um muito bom artigo de Pedro Teixeira (FE/UP e CIPES) no Público de hoje, A Floresta de Enganos, uma sólida critica às posições niilistas sobre o impacto da educação na formação do "capital humano" e no desenvolvimento, na sociedade do conhecimento."
E fui também ao BdE: A GRANDE NOVIDADE: O ANTÓNIO BARRETO ENGANOU-SE (III)
"Após uma enxurrada de artigos de opinião a dizer que se investia demais na educação em Portugal, a verdade. Segundo o recente relatório da OCDE o investimento português na educação está abaixo da média dos países abrangidos e é apenas superior à Turquia, ao México, à Polónia e à Grécia (e estes ao menos ganharam o Europeu)."

Comments:
Parabéns pela excelente antologia de textos que ilustram e esclarecem fundamentos tão distantes para pensar a cultura na educação, na formação e nos nos respectivos sistemas.
Chama-se a isso um «Golden blogger».

Aqui só entre nós: ainda bem que António Barreto não se candidatou a Sec. Geral do PS. Vamos lá ver se o ganhador não lhe dá demasiada trela.

Um abraço
 
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