.comment-link {margin-left:.6em;}

2004-10-31

 

O EXPRESSO DO ARQUITECTO

Esta semana voltei a comprar o Expresso. O arquitecto ainda é o mesmo. O director. Comecei a ler a sua Política à Portuguesa. Mas depois não li. Pareceu-me que estava na mesma. Li antes os Altos e Baixos de José António Lima. Concordo ali desconcordo acolá. É comentário inteligente leio. Mais 4 páginas e fui ler Henrique Monteiro. Bem escrito, sólido. Dá gosto.
Fui andando, fui andando cheguei a João Carlos Espada. Só li as gordas: ROCCO BUTTIGLIONE: UM SENHOR. Decidi ficar por aqui mas descaiu-se-me o olhar e não consegui evitar as meio-gordas. O sectarismo vanguardista das ideologias jacobinas continua a ser o que era. Nunca leio J.C. Espada. Bom, às vezes leio. Um bocadinho. A ver se mudou. Talvez seja influenciado por uns amigos meus de quem ele foi controleiro no PCP (R). Gabam-lhe a cultura e inteligência que já outrora demonstrava mas não lhe perdoam tão radical mudança política. Cada um sabe de si, argumento eu, mas estes meus amigos que mudaram também muito e acham o PCP(R) algo de outra encarnação não se conformam. Talvez por se tratar do seu antigo controleiro, então tão convincente!
Aquela sigla - explico para a gente nova - quer dizer Partido Comunista Português Reconstruído. Era o partido "vanguarda" que dirigia a organização "unitária" UDP.
O PCP(R) era uma imitação esquizofrénica do PCP. Assumidamente Marxista-Leninista-Stalinista-Maoista que tomava a Albania por modelo, Enver Hocha por Deus e aquele infeliz país do Adriático por paraíso. Visões, fezadas, paranóias, rigores disciplinares do PCP ali iam multiplicados por dez.
Mais papel, mais papel, Jaime Nogueira Pinto. "Politizar a Política". Ele está numa ponta e, em geral, eu estou na outra. Mas leio. E para dizer a verdade desta vez não desgostei. Quando se diz verdadeiramente alguma coisa a leitura agrada.
Como estava em maré de leitura militante disse para comigo: não é tarde nem é cedo vou ler também este aqui ao lado. João Pereira Coutinho. Primeira parte benefício da dúvida. Escrita leve, agradável. Passei à segunda parte. A certa altura, a ler a ler a ler:

"...Bush limita-se a cultivar a velha tradição "idealista" americana, recorrente ao longo da história e vigorosamente ressuscitada com o 11/9: uma crença na democracia e na liberdade como forma de harmonia universal..." , "A "revolução Bush" se merece o nome, não passa de uma aplicação - mais violenta concedo - do património idealista que os Estados Unidos sempre cultivaram..."

Desculpem lá mas do que é que o homem está a falar? Ainda pensei que era no gozo mas não. Falava a sério. Lembrei-me de Franklin.

Franklin D. Roosevelt interpelado acerca de um dos mais ferozes ditadores dos 10 ou 15 que o Tio Sam tinha por conta na América Latina disse:
Pois é. É um ditador horrível. Mas que hei-de eu fazer?... Ele é o nosso ditador!

Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?