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2004-10-05

 

O Reitor da UN. Católica e o Pecado da Noite

O Professor Manuel Braga da Cruz, reitor da universidade católica, vê no convívio e divertimento nocturnos dos estudantes as razões do insucesso nos estudos, apelando então para as autoridades uma regulação certamente "pesada" da "indústria da noite".

Não gostaria e, certamente muitos mais como eu, de regressar a uma política de educação e a um tempo tendencialmente de proibições quando me parece que o que está em causa é um desafio bem mais educativo: o de passar a mensagem e a construção de uma sociedade de responsabilização das pessoas e de cada pessoa individualmente. A uma jovem ou a um jovem de 17/18 anos outra coisa não é possível do que se lhe exigir que passem a assumir os seus comportamentos.

Não estará o Senhor reitor a desviar a sua análise de causas bem mais profundas a que urge responder social e políticamente?

Não encontrei nenhum estudo que aponte para o convívio nocturno o insucesso, mas tenho encontrado muitos em que se referem a deficiente preparação anterior, a desmotivação ou desilusão pelo curso, o ambiente social e familiar, a falta de perspectivas de futuro.

A um investigador impôe-se uma certa fundamentação científica das opiniões e parece não estar provado que os alunos que saem à noite são bem menos sucedidos que os outros.

Mas ainda bem que há liberdade de opinião, mas para um Reitor e da Católica o espaço não é de concorrência.
Comments:
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Tens razão, João Abel. Também não conheço nenhum estudo disponível que dê qualquer sustentação aos julgamentos do reitor da Católica. Para além de a imprensa de hoje já trazer algumas considerações que até apontam no sentido contrário (sair à noite é bom para quem estuda de dia), Manuel Braga da Cruz arrisca-se a figurar nos anais académicos deste ano lectivo como émulo do Diácono Remédios. De facto, «não havia nechessidade».
 
Somos pecadoras da noite que nos juntamos a um grupo de pecadores da noite, gozamos, conversamos e vamos em frente com a vida. O Senhor Reitor para além de uma visão curta da vida é retrógrado. Vamos continuar com o nosso pecado.
 
A posição do Senhor Reitor parece ser fundamentada em algo de intrinsecamente seu e pouco em dados fidedignos. Fique com o que lhe é próprio, guarde-o para si e não abuse da sua cátedra para nos impingir ideias antiquadas. A sociedade das proibições, utilizando a terminologia do post, espera-se que não volte.
 
Na realidade a pressão da oferta nocturna é um incentivo à vida noturna mas proibir ou condicionar a oferta, discotecas e outros locais de diversão é, no essencial, tentar alterar as causas agindo nas consequências.
É a mesma estratégia do combate à droga que proibe o tráfico e criminaliza.
 
Pondo mais uma acha em relação aos comments dos meus camaradas de Blog Manuel Correia e Raimundo Narciso, acho que o problema está em que o Senhor Reitor ficou-se num outro tempo.Respeito-o mas discordo. Soub pela evolução dos tempos. A vida é para se viver de uma forma responsável e esse grau de responsabilidade é definido por cada um com as consequências daí decorrentes. Não encaro outro caminho. O caminho das proibições nem Pais nem Estados jamais o imporão aqui. Pelo menos é isso que desejo.
 
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