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2004-10-12

 

Outra vez as "Conversas em Família"

Pela boca de PSL, voltaram ao ecrã da TV e aos altifalantes da radiodifusão, as "Conversas em Família" de má memória, dos tempos de Marcelo Caetano. Não, porque não seja legítimo que o Primeiro Ministro se dirija directamente ao País para dar explicações sobre aspectos importantes da sua governação ou para transmitir a posição do Governo sobre questões importantes a nível nacional ou internacional. Só que não foi o caso: PSL veio à TV, tal como Marcelo Caetano fazia, para aldrabar grosseiramente os portugueses, para transmitir um quadro irreal da situação do País e para tentar desviar as atenções da total confusão e da falta de perspectivas positivas que marca a sua governação.

A "conversa" teve dois objectivos essenciais:

Mas a realidade é, infelizmente, outra. Por isso PSL não falou em questões concretas, importantes e actuais como, por exemplo: o aumento que se continua a verificar no nível de desemprego; o facto do Tribunal de Justiça Europeu ter condenado Portugal por, à luz das Directivas Europeias, considerar que o Código do Trabalho recentemente aprovado era lesivo dos direitos dos trabalhadores; a trapalhada e incompetência do anterior e do actual Governo no que respeita à colocação dos professores, matéria que continua por resolver de forma satisfatória; ou o silenciamento de MRS e a alegada ligação deste silenciamento com a satisfação de interesses particulares ilegítimos.



Comments:
Acordem, PORRA!
 
PSLfaz uma comunicação ao País que nem demagógica é. Para fazer demagogia é preciso saber alguma coisa do que fala. Mas PSL não sabe e o que disse é um chorrilho de asneiras técnicas.
Alguém crê no combate à evasão fiscal? Porquê, pura e simples porque não foram tomadas medidas de combate. Quem vai, por exemplo obrigar os administradores, directores e altos quadros a pagar os impostos, segundo os ordenados que recebem, se os recebem por debaixo da mesa?. Acredita-se que algum administrador, mesmo de uma PME receba no papel- base para o imposto - muitas vezes o equivalente ou pouco mais que o salário mínimo? mas é isso que se verifica. Alguém crê que médicos, advogados, engenheiros, economistas facturem apenas o equivalqnte para pagar de impostos/ano menos de 500 Euros? Ningúem. Mas que fez o governo, para evitar isto? Será preciso continuar? No entanto, onde vai buscar dinheiro? À poupança dos que trabalham por conta de outrem que fizeram uns seguritos, aqueles que Bagão Félix, antes administrador da Banca, dizia que deveriam ser estáveis. Certamente já foi pedir desculpa aos banqueiros. Temos um governo de incoerentes e incompetentes, já em campanha regional e autárquica.
 
Permitam-me ser radical. PSL e o seu governo precisam é de fazer uma "governação aberta" durante um mês num bairro degradado, sem chauffeurs, sem secretárias, com abastecimento no bairro, no meio das zaragatas nocturnas, da droga e num período de inverno, ou seja, lá mais para novembro. E esta? Só um mês.
 
Nas "conversas em família" há algo de boa memória. Elas começaram a intensificar-se em períodos e em resposta a situações de crise encoberta. Não poderá ser este o caso? Temos de nos unir e a base parece alargada. Esta direita à PEN já não tem lugar nos dias que correm a não ser entre a extrema direita americana, onde PP se inspira.
 
Esta "comunicação ao país" do penteadinho (ele não vinha mais penteadinho desta vez?)é uma peça típica de actuação populista.
Ao que isto chegou! Portugal entregue a Santana e a Paulo Portas. Já tivemos um Américo Tomás mas era só para representar o papel de palhaço. Também já tivemos o Pinheiro de Azevedo que dizia que o povo era sereno. Mas agora estes sub-produtos da direita! É triste.
 
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