2004-11-17
Em curso a discussão orçamental...Haja clareza
O Banco de Portugal, no seu último relatório trimestral (16/11), veio de algum modo alertar para um crescimento "perverso" da economia portuguesa.
Em 24/06/04 neste blog no post "Há sinais de recuperação económica?" chamava-se a atenção para a "retoma" previsível, utilizando precisamente este mesmo termo: caminhamos para um crescimento perverso na medida em que a economia está a ser puxada quase em exclusivo pela procura interna.
Na ordem do dia, está agora a questão do elevado crescimento das importações. Sobre esta situação duas notas. É bom pensar que em cada unidade exportada por Portugal cerca de 30% corresponde, em média, a bens importados e que o consumo nacional é cada vez mais satisfeito por produtos ou bens importados, porque o sistema produtivo português não responde às necessidades sentidas pelos portugueses em termos de qualidade, moda, design, preço, etc.
A leitura conjugada destes dois fenómenos é instransponível. E é a esta situação que a política económica dos governos tem de responder, se se quer de facto, tornar menos dependente e frágil a nossa economia e melhorar o nível de vida dos portugueses. Não se pode fugir a isto. A questão de fundo é pois: como entrar no caminho do desenvolvimento e como distribuir a riqueza gerada.
Oiço falar, constantemente, de competitividade e produtividade como se "em cada esquina" houvesse um botão que se premia e logo se entra«va na marcha. Também oiço muitas vezes referir que os diagnósticos estão feitos e o que falta é avançar.
Não comungo dessa opinião. Não vejo diagnósticos acertados, porque os diagnósticos implicam a definição de caminhos e designadamente a concretização de formas e processos de como caminhar para a competitividade.
Hoje no início do debate orçamental e, designadamente, no discurso do Primeiro Ministro ouvi muita retórica, mas nem uma só linha directora precisa de como avançar/ caminhar, nesse processo de competitividade, que admito não é fácil, mas é determinante para a economia deste País. Acho que as políticas de subsídios em curso há muitos anos têm como resultados produzir mais do mesmo, sustentar actividades que pela sua organizaçãp levam exactamente a perda de competitividade da nossa economia.
Uma orientação da consolidação da despesa pública que é fundamental tem de assentar numa estratégia de competitividade do País e não é isto que se está a verificar nem com a Drª Ferreira Leite e menos ainda com este orçamento de Bagão Félix.
Em 24/06/04 neste blog no post "Há sinais de recuperação económica?" chamava-se a atenção para a "retoma" previsível, utilizando precisamente este mesmo termo: caminhamos para um crescimento perverso na medida em que a economia está a ser puxada quase em exclusivo pela procura interna.
Na ordem do dia, está agora a questão do elevado crescimento das importações. Sobre esta situação duas notas. É bom pensar que em cada unidade exportada por Portugal cerca de 30% corresponde, em média, a bens importados e que o consumo nacional é cada vez mais satisfeito por produtos ou bens importados, porque o sistema produtivo português não responde às necessidades sentidas pelos portugueses em termos de qualidade, moda, design, preço, etc.
A leitura conjugada destes dois fenómenos é instransponível. E é a esta situação que a política económica dos governos tem de responder, se se quer de facto, tornar menos dependente e frágil a nossa economia e melhorar o nível de vida dos portugueses. Não se pode fugir a isto. A questão de fundo é pois: como entrar no caminho do desenvolvimento e como distribuir a riqueza gerada.
Oiço falar, constantemente, de competitividade e produtividade como se "em cada esquina" houvesse um botão que se premia e logo se entra«va na marcha. Também oiço muitas vezes referir que os diagnósticos estão feitos e o que falta é avançar.
Não comungo dessa opinião. Não vejo diagnósticos acertados, porque os diagnósticos implicam a definição de caminhos e designadamente a concretização de formas e processos de como caminhar para a competitividade.
Hoje no início do debate orçamental e, designadamente, no discurso do Primeiro Ministro ouvi muita retórica, mas nem uma só linha directora precisa de como avançar/ caminhar, nesse processo de competitividade, que admito não é fácil, mas é determinante para a economia deste País. Acho que as políticas de subsídios em curso há muitos anos têm como resultados produzir mais do mesmo, sustentar actividades que pela sua organizaçãp levam exactamente a perda de competitividade da nossa economia.
Uma orientação da consolidação da despesa pública que é fundamental tem de assentar numa estratégia de competitividade do País e não é isto que se está a verificar nem com a Drª Ferreira Leite e menos ainda com este orçamento de Bagão Félix.
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Notas dignas de registo. Sugere-se ao blog que, de vez em qdo, reforce esta vertente de análise. Nem tudo o que sai do BP é indiscutível.
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