2004-12-21
Acordos Pós-Eleitorais
O acordo ante-pós-eleitoral do PP com o PSD/PPD vale o que os interesses pós-eleitorais de cada partido ditarem. Isto é, não vale nada. Foi um álibi, um véu, uma burka, para tentar tapar aos olhos dos eleitores a desagradável nudez dos descasados.
O PS reclama maioria absoluta. Um objectivo alcansável mas, sem dúvida, difícil. Isso permitiria ao PS governar sem as limitações e permanente necessidade de malabarismos parlamentares, que condicionaram os governos de Guterres e poder mostrar o que vale.
O Bloco de esquerda e curiosamente também o PCP mostram-se abertos a acordos pós-elitorais com o PS. Independentemente da sinceridade de tal conversa trata-se em primeiro lugar de uma boa táctica eleitoral para contrariar o voto útil implícita ou explicitamente reclamado pelo PS.
Por outro lado convém ter presente que Jerónimo de Sousa é um líder em muito melhor situação do que Carvalhas para negociar e chegar a acordos mutuamente vantajosos com o PS admitindo a hipótese de Sócrates ter necessidade e vontade para tanto.
Carvalhas estava sempre sob suspeita dos Domingos Abrantes e dos Jerónimos de Sousa e portanto sem qualquer margem de manobra. Enquanto Jerónimos e Abrantes não têm ninguém que os tolha. Para isso necessitariam de ter mais inteligência e menos atavismo político do que publicamente transparece e a realidade desmentir Carlos Brito que no mês passado disse à Lusa que "o PCP está a dar passos que vão no caminho de uma crepuscularização de tipo marxista-leninista" e de uma "esquerdização burocrática".
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Não me parece que em matéria de «autenticidade» quanto a alianças qualquer dos partidos visados possa pedir meças aos outros. Os partidos vão a votos para reforçar as suas representações parlamentares e o resto não costuma ser muito claro. Por isso mesmo foi dificílimo perceber, ainda durante a campanha para secretário geral do PS, o que faria a liderança de Sócrates no caso de não obter maioria absoluta. A questão, quanto a alianças, coloca-se, a meu ver, do mesmo modo que então.
De um modo ou de outro, o PS está a arrancar de um modo inadequado. A obsessão co-incineradora de Sócrates não augura nada de bom. Se assim continuar, é o espectro do Bloco Central que se adensa, com ou sem a carta messiânica de que falava ontém o João Tunes.
Um abraço
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Não me parece que em matéria de «autenticidade» quanto a alianças qualquer dos partidos visados possa pedir meças aos outros. Os partidos vão a votos para reforçar as suas representações parlamentares e o resto não costuma ser muito claro. Por isso mesmo foi dificílimo perceber, ainda durante a campanha para secretário geral do PS, o que faria a liderança de Sócrates no caso de não obter maioria absoluta. A questão, quanto a alianças, coloca-se, a meu ver, do mesmo modo que então.
De um modo ou de outro, o PS está a arrancar de um modo inadequado. A obsessão co-incineradora de Sócrates não augura nada de bom. Se assim continuar, é o espectro do Bloco Central que se adensa, com ou sem a carta messiânica de que falava ontém o João Tunes.
Um abraço
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