2004-12-30
Burocracia e Justiça à Portuguesa
São dois factores que fazem medrar a economia paralela que em Portugal atinge cerca de 22% do PIB. Diz António Antunes co-autor de Estudo divulgado pelo Banco de Portugal. [link]
Quer factura? Quando perguntam. E lá fogem ao IRC e roubam ao cliente o valor do IVA.
A nossa burocracia e a nossa economia informal é parecida com a da Itália e a da Itália pouco parecida com a Canadiana:
"Para legalizar o seu negócio, um empresário italiano tem em média de gastar perto de 3000 euros em taxas, seguir 16 passos e esperar 62 dias úteis; um empresário canadiano necessitaria de pouco mais de 200 euros, de dois passos burocráticos, e de uma espera de dois dias úteis. "[link indicado acima]
As coisas (quanto à criação de empresas) melhoraram em Portugal no tempo do tão exorcizado Guterres mas ainda não estão canadianas. E quanto ao resto é o que se sabe.
País | Sector informal % | PIB p/capita Oficial | PIB p/capita Oficial com S.Informal |
---|---|---|---|
Portugal | 22,1 | 10.600 | 12.942 |
Dinamarca | 9,4 | 32.030 | 35.041 |
França | 13,8 | 23.480 | 26.720 |
EUA | 10,0 | 30.600 | 33.660 |
Nigéria | 76.0 | 310 | 546 |
Comments:
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A nossa economia informal está, de facto, longe da francesa e da dinamarquesa. Mas é, apesar de tudo, inferior à espanhola e à italiana, por exemplo. O principal problema é que a nossa economia formal está longe das economias formais da generalidade dos países europeus.
Uma pequena anedota para exemplificar que a burocracia Portuguêsa não ataca apenas a administração pública:
Um fundo de investimento (hedge fund) de um grande banco parisience tentou à cerca de 3 anos aplicar parte dos seus fundos na bolsa de Lisboa, foi desencorajado pelo quantidade de burocracia necessária para poder ter títulos a descoberto (short). Necessitava entre outras coisas de constituir uma sociedade em Portugal.
Para os que não conhecem estes meios, a venda de títulos s descoberto (short) é essencial na estratégia de gestão deste tipo de fundos de investimento.
Um fundo de investimento (hedge fund) de um grande banco parisience tentou à cerca de 3 anos aplicar parte dos seus fundos na bolsa de Lisboa, foi desencorajado pelo quantidade de burocracia necessária para poder ter títulos a descoberto (short). Necessitava entre outras coisas de constituir uma sociedade em Portugal.
Para os que não conhecem estes meios, a venda de títulos s descoberto (short) é essencial na estratégia de gestão deste tipo de fundos de investimento.
O artigo está todo muito certo.
Só se esquece de uma coisa, se não fosse a tal economia paralela muito português morria à fome.
As empresas da economia "oficial" estão a desaparecer ou a ser compradas por estrangeiros que levam os Centros de Decisão e deslocalizam a produção.
É, infelizmente, a economia paralela que alimenta grande parte da Nação.
Ao fim de quase 18 anos integrados na CEE/CE/UE está chegada a altura de avaliarmos o passado e ao que esta integração nos conduziu para podermos tomar opções para o futuro.
Mas assim não podemos continuar! E não é trocando o Santana pelo Sócrates que resolvemos o que quer que seja. O verdadeiro poder já não reside no Governo português, o verdadeiro poder está em Bruxelas e Frankfurt (Banco Central Europeu). Um novo governo português limitar-se-à a fazer o que Bruxelas autorizar... tal como os anteriores...
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Só se esquece de uma coisa, se não fosse a tal economia paralela muito português morria à fome.
As empresas da economia "oficial" estão a desaparecer ou a ser compradas por estrangeiros que levam os Centros de Decisão e deslocalizam a produção.
É, infelizmente, a economia paralela que alimenta grande parte da Nação.
Ao fim de quase 18 anos integrados na CEE/CE/UE está chegada a altura de avaliarmos o passado e ao que esta integração nos conduziu para podermos tomar opções para o futuro.
Mas assim não podemos continuar! E não é trocando o Santana pelo Sócrates que resolvemos o que quer que seja. O verdadeiro poder já não reside no Governo português, o verdadeiro poder está em Bruxelas e Frankfurt (Banco Central Europeu). Um novo governo português limitar-se-à a fazer o que Bruxelas autorizar... tal como os anteriores...
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