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2004-12-27

 

Caderno Diário (2)


Os que aqui chegam vêm todos de longe. O espaço aqui é outro espaço e o som dos passos apenas se adivinha, porque as mensagens surgem, de súbito, afixadas no blog e vão despertando curiosidade.

António Arnaut lança a ideia de uma espécie de acordo entre os principais partidos relativamente às políticas da saúde. Diz ele que se deveria evitar mudar tudo, em matéria de políticas da saúde, de cada vez que uma nova maioria se assolapa às alavancas do Estado. [TSF, 19 de Dezembro 04, no programa de Carlos Pinto Coelho, «Directo ao Assunto»]. O homem que transporta na sua aura de deputado e ministro, os louros do serviço nacional de saúde, volta à carga.


A reacção não tem sido entusiasta, nem dentro, nem fora do PS. O que Arnaut propõe é que as maiorias que se alternam no poder não deitem fora a experiência dos governos anteriores antes de sopesar serenamente as vantagens e inconvenientes que novas mudanças possam trazer para o SNS, na óptica dos seus beneficiários.


Um consenso em torno de algumas políticas públicas? Um pacto de regime para a saúde? Um apelo a que os políticos de turno resistam às tentações mais venais e se ocupem, finalmente, dos serviços de saúde?


Que estará António Vitorino a escrever a este respeito?

Poder-se-á perguntar se o EBC (Espectro do Bloco Central) não nos apoquenta quando estão em causa políticas públicas estratégicas - Saúde, Educação, Emprego, Formação e Ciência - e se acreditamos na visão idílica do poeta Aleixo, tão ingénua quanto grandiosa

Há luta por mil doutrinas.
Se querem que o mundo ande,
Façam das mil pequeninas
Uma só doutrina grande.

Sabemos que as fronteiras das ideologias e dos interesses remetem o discurso «unionista» desta e doutras quadras populares para o museu do populismo arcaico. Essa fórmula representou (ainda representará?) uma postura passiva dos tempos em que d'«eles» (aqueles a quem parece que o poeta se está a dirigir) se esperava que tudo fizessem e desfizessem, unissem e e desunissem, sem que nós fôssemos sequer ouvidos...
Na era da participação, do empowerment, dos direitos humanos e das literacias, como virá a ser?

À espera de Vitorino?

Comments:
E nada de uma clara rejeição desse "pacto de regime" por parte do PS.
A partilha de lugares na Petrogal será um mau indício?
 
Do meu ponto de vista para fazer o tal pacto de regime é necessário que os principais partidos estejam de acordo quanto fins a atingir: por exemplo sobre o acesso universal aos cuidados de saúde. Conhecendo a admiração da direita Portuguesa pelo modelo americano, não me parece que esse concenso exista.
 
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