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2004-12-15

 

A Fileira Têxtil

No dia 1 de Janeiro de 2005, com o fim do regime de quotas, o mercado mundial de produtos têxteis fica liberalizado.
Pequim, o maior exportador mundial de vestuário com 28% do mercado mundial, teve um pequeno gesto de simpatia para com os países produtores do Sul ao dar a entender, anteontem 13 , através do Ministro do Comércio Chinês, que vai instituir uma taxa aos produtos de exportação de BAIXA GAMA.
Este sinal vem na sequência de pressões sobre a China de todos os quadrantes e designadamente de países do Sul que, temendo uma derrocada das suas economias, tentaram que se realizasse, no âmbito da OMC, um estudo sobre as consequências do fim das quotas, contra a oposição da China , Índia e Hong Kong. É útil lembrar que há um número significativo de países como o Sri Lanka, Cambodja, Bangladesh e outros, cujo desenvolvimento está a processar-se na base do têxtil.
Mas trata-se de um gesto que merece leitura e é algo enganador. A China tem um potencial imbatível nesta indústria, em muitos domínios em associação com grandes marcas e, com este seu gesto, está apenas a induzir os seus empresários para uma mudança de gama, a gama média/alta e o abandono progressivo da gama baixa.
Esta guerra Sul-SUL será minorada e embora os países mais ricos possam até 2008 accionar cláusulas de salvaguarda, se "as suas indústrias se virem muito ameaçadas", estes três anos vão dar margem à China para o "ataque" na esfera de gamas elevadas.
Portugal tem de se preparar para a realidade chinesa, uma realidade muito próxima no tempo.

Comments:
Os chineses estão a apreender os padrões ocidentais a uma velocidade estonteante. A fileira têxtil portuguesa vai ser necessariamente reduzida, pq há mto de mau para expurgar. É forte, até custa dizer, mas há que ser realista. A estratégia está ainda em apostar no que oferece condições de futuro. Muito tempo perderam os empresários portugueses e aqui foram mesmo eles, o Estado teve pouca culpa. Deu-lhes dinheiro a rodos só que foi desbaratado no não essencial (o Estado só pode/deve ser culpabilizado por isto).
 
Há muito tempo que a área da produção desta fileira é marginal na UE15. Ao núcleo central europeu apenas interessa a venda de máquinas têxteis, de alguns inputs químicos,de produtos têxteis inovadores e o domínio das redes de comercialização sob o domínio de marcas próprias.O desempenho empresarial passa por aqui.
Os empresários portuguesas ainda estão a milhas e parece não terem pedalada para lá chegar.
C. Botelho
 
Os tempos que se aproximam são negros....
Amarelos...mas negros!
 
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