2004-12-28
Portugal em mudança? (ideias sobre educação)
Por sugestão do RN retomo parte dos comentários ao post de João Abel de Freitas. Ideias para a educação em Portugal:
fazer uma verdadeira reforma que ponha os estudantes a gostar de aprender (por exemplo as ciências, matemática incluida). Apostar num modelo de desenvolvimento baseado na competência.
Ao que Lester Burnham respondeu:
- Fazer como o Guterres que no seu primeiro mandato apostou e implementou uma rede de pré-escolar em Portugal. Isto foi uma obra histórica de que pouco se falou. Nesta legislatura podiamos definir como prioridade o 1º ciclo (antiga primária) que é o parente pobre da educação em Portugal. - Correr com os pedagogos que estão há 20 e tal anos no ministério e não sabem o que é a realidade. Ou então obrigá-los a dar aulas para verem como é. - Obrigar os pedagogos a perceber que é importante saber sobre as coisas (ex: para darem matemática têm de saber matemática). - Voltar a baixar o máximo de alunos por sala (que no tempo do PS era de 20 alunos por sala e agora voltou aos 30).
O meu comentário sobre o ensino das ciências (e da matemática em particular), dois pontos são essenciais: apostar na qualidade desde a primária, para isso o número de alunos por sala é muito importante, mas tambêm é fundamental a qualidade dos professores, é impossível ensinar bem algo de que não se gosta e que não se conhece bem, esta evidência não é bem compreendida por todos. O ensino das ciências requer uma boa dose de entusiasmo, muitos de nós ficamos marcados para toda a vida por um excelente professor que cruzámos no liceu ou na escola secundária, infelizmente estes são uma pequena minoria. É necessário encontrar formas de melhorar a qualidade média dos professores do secundário, devemos agir em dus direcções: 1- dar oportunidade de evolução permanente aos professores que querem continuar a aprender, 2- Selecionar os candidatos a professores com base nos conhecimentos da matéria e na capacidade de dar aulas (por exemplo adoptando um modelo inspirado no CAPES e Agrégation franceses).
fazer uma verdadeira reforma que ponha os estudantes a gostar de aprender (por exemplo as ciências, matemática incluida). Apostar num modelo de desenvolvimento baseado na competência.
Ao que Lester Burnham respondeu:
- Fazer como o Guterres que no seu primeiro mandato apostou e implementou uma rede de pré-escolar em Portugal. Isto foi uma obra histórica de que pouco se falou. Nesta legislatura podiamos definir como prioridade o 1º ciclo (antiga primária) que é o parente pobre da educação em Portugal. - Correr com os pedagogos que estão há 20 e tal anos no ministério e não sabem o que é a realidade. Ou então obrigá-los a dar aulas para verem como é. - Obrigar os pedagogos a perceber que é importante saber sobre as coisas (ex: para darem matemática têm de saber matemática). - Voltar a baixar o máximo de alunos por sala (que no tempo do PS era de 20 alunos por sala e agora voltou aos 30).
O meu comentário sobre o ensino das ciências (e da matemática em particular), dois pontos são essenciais: apostar na qualidade desde a primária, para isso o número de alunos por sala é muito importante, mas tambêm é fundamental a qualidade dos professores, é impossível ensinar bem algo de que não se gosta e que não se conhece bem, esta evidência não é bem compreendida por todos. O ensino das ciências requer uma boa dose de entusiasmo, muitos de nós ficamos marcados para toda a vida por um excelente professor que cruzámos no liceu ou na escola secundária, infelizmente estes são uma pequena minoria. É necessário encontrar formas de melhorar a qualidade média dos professores do secundário, devemos agir em dus direcções: 1- dar oportunidade de evolução permanente aos professores que querem continuar a aprender, 2- Selecionar os candidatos a professores com base nos conhecimentos da matéria e na capacidade de dar aulas (por exemplo adoptando um modelo inspirado no CAPES e Agrégation franceses).
Comments:
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O teu comentário 1 e 2 tocam num ponto fulcral : As pessoas (neste caso os professores).
Não chega injectar dinheiro nas escolas para atingirmos a excelência de que precisamos na educação. É fundamental criar uma dinâmica tal de forma que os profissionais tenham uma motivação positiva, do estilo : Estou a melhorar (se aprendo sou reconhecidp), por oposição ao negativismo do costume : deixa lá ver como meto mais um atestado porque ganho mal e os pais estão-se nas tintas, por isso tenho de arranjar forma de me proteger (muitas vezes por causa de ter passado anos a tentar e como não vê melhorias fica como os outros).
Nas escolas públicas Portuguesas, a lei é muito democrática na medida em que dá real poder de intervenção aos vários parceiros da comunidade escolar. O problema é o tal negativismo e corporativismo que se criam e que muitas vezes fazem com que os pais sejam uma espécie de adversário a abater e vice-versa.
Consegues explicar-nos de forma simples como funciona o tal CAPES e Agregation franceses ?
Será que com o que já temos conseguimos fazer algumas propostas mais concretas (embora simplistas penso que podem ajudar) ?
Não chega injectar dinheiro nas escolas para atingirmos a excelência de que precisamos na educação. É fundamental criar uma dinâmica tal de forma que os profissionais tenham uma motivação positiva, do estilo : Estou a melhorar (se aprendo sou reconhecidp), por oposição ao negativismo do costume : deixa lá ver como meto mais um atestado porque ganho mal e os pais estão-se nas tintas, por isso tenho de arranjar forma de me proteger (muitas vezes por causa de ter passado anos a tentar e como não vê melhorias fica como os outros).
Nas escolas públicas Portuguesas, a lei é muito democrática na medida em que dá real poder de intervenção aos vários parceiros da comunidade escolar. O problema é o tal negativismo e corporativismo que se criam e que muitas vezes fazem com que os pais sejam uma espécie de adversário a abater e vice-versa.
Consegues explicar-nos de forma simples como funciona o tal CAPES e Agregation franceses ?
Será que com o que já temos conseguimos fazer algumas propostas mais concretas (embora simplistas penso que podem ajudar) ?
Já que estamos em maré de vomitar o que nos vai na cabeça aí vai mais uma ideias radical para educação:
Proposta - Acabar com os agrupamentos verticais de escolas implementados pelo governo Durão.
Razões:
- Porque retirou poder de execução das escolas (ao passar os presidentes das escolas básicas para as escolas EB2.3. Os presidentes das EB1 eram aquela figura que todos os miudos conheciam e que muitas vezes a todos conhecia. Agora é aquela figura para que se telefona quando há qualquer problema. Perde-se proximidade.
- Porque burocratizou os orgãos. Dou como exemplo os conselhos pedagógicos. Antes existia um em cada escola. Depois passou a existir um para todas as escolas do agrupamento. Depois como se achou que se estava a perder tempo em demasia a discutir os problemas uns dos outros achou-se que devia haver um conselho pedagógico com um sub-conselho por escola.
- Porque retirou poder aos parceiros. Nas escolas autónomas todos os parceiros tinham assento na assembleia de escola. Agora são escolhidos representantes de cada área das várias escolas (ex: se o agrupamento for de 3 escolas é escolhido um representante de uma das três associações de pais).
Proposta - Acabar com os agrupamentos verticais de escolas implementados pelo governo Durão.
Razões:
- Porque retirou poder de execução das escolas (ao passar os presidentes das escolas básicas para as escolas EB2.3. Os presidentes das EB1 eram aquela figura que todos os miudos conheciam e que muitas vezes a todos conhecia. Agora é aquela figura para que se telefona quando há qualquer problema. Perde-se proximidade.
- Porque burocratizou os orgãos. Dou como exemplo os conselhos pedagógicos. Antes existia um em cada escola. Depois passou a existir um para todas as escolas do agrupamento. Depois como se achou que se estava a perder tempo em demasia a discutir os problemas uns dos outros achou-se que devia haver um conselho pedagógico com um sub-conselho por escola.
- Porque retirou poder aos parceiros. Nas escolas autónomas todos os parceiros tinham assento na assembleia de escola. Agora são escolhidos representantes de cada área das várias escolas (ex: se o agrupamento for de 3 escolas é escolhido um representante de uma das três associações de pais).
Aí vão mais outras que me andam aqui na cabeça:
Proposta : Criar uma rede partilha de conteúdos electrónicos de apoio à educação, como fichas, textos de apoio e mesmo testes. Estes conteudos deveriam ter uma politica de direitos de autor tal que permitisse a cada professor evoluir o que foi criado por outro, sendo apenas obrigado a disponibilizar a sua versão derivada. O Ministério da Educação organizaria a infraestrutura necessária.
Razão : A partilha de ideias e conteudos libertaria tempo e recursos para tarefas mais individualizadas.
Experiencias : Nos EUA existem redes deste tipo.
Proposta : Criar um conjunto de manuais escolares, em formato electrónico com licenciamento livre.
Razão : Acesso aos manuais por quem tem menos recursos.
Razão : Permite facilmente aos professores com vontade de trabalhar adaptar os manuais à sua realidade.
Razão : Ajudaria a regular o mercado selvagem dos livros escolares.
Razão : Poderia ser um excelente meio de cooperação com o ensino noutros PEOP(s)
Proposta : Criar uma rede partilha de conteúdos electrónicos de apoio à educação, como fichas, textos de apoio e mesmo testes. Estes conteudos deveriam ter uma politica de direitos de autor tal que permitisse a cada professor evoluir o que foi criado por outro, sendo apenas obrigado a disponibilizar a sua versão derivada. O Ministério da Educação organizaria a infraestrutura necessária.
Razão : A partilha de ideias e conteudos libertaria tempo e recursos para tarefas mais individualizadas.
Experiencias : Nos EUA existem redes deste tipo.
Proposta : Criar um conjunto de manuais escolares, em formato electrónico com licenciamento livre.
Razão : Acesso aos manuais por quem tem menos recursos.
Razão : Permite facilmente aos professores com vontade de trabalhar adaptar os manuais à sua realidade.
Razão : Ajudaria a regular o mercado selvagem dos livros escolares.
Razão : Poderia ser um excelente meio de cooperação com o ensino noutros PEOP(s)
Como funciona o sistema francês:
-Para se ser professor titular no ensino secundário é necessário ser-se aprovado num concurso, nenhuma habilitação literária dá acesso directo à profissão, por exemplo um doutoramento em matemática não dá direito a ser professor de matemática num liceu.
-Existem dois tipos de professores titulares: Certifiés e Agrégés, os ultimos ganham mais, têm menos horas de serviço e podem ensinar até ao nivel de segundo ano da Universidade. Os conscursos que dão acesso aos dois graus são respectivamente o CAPES e a Agrégation.
-Qualquer dos concursos é composto de duas provas, a escrita e a lição (ou oral) a primeira serve para avaliar os conhecimentos da matéria, a segunda para verificar que o candidato sabe dar uma aula. Após o concurso o candidato entra em estágio que lhe dá acesso à nomeação definitiva.
-Os dois concursos têm variantes "internas" abertas unicamente a titulares de outros graus e a não titulares (maitres auxiliaires).
O nivel de exigência agrégation é muito grande no caso da matemática conheço vários doutores que necessitaram um ano de preparação intensa para poderem passar na agreg.
Os defeitos do sistema: Actualmente muitos agrégés fogem dos liceus problemáticos o que conseguem pois têm prioridade nas nomeações. Em alguns casos a oral está demasiado formalizada, os juris preocupam-se mais com detalhes como a organização do quadro ou a linguagem do candidato.
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-Para se ser professor titular no ensino secundário é necessário ser-se aprovado num concurso, nenhuma habilitação literária dá acesso directo à profissão, por exemplo um doutoramento em matemática não dá direito a ser professor de matemática num liceu.
-Existem dois tipos de professores titulares: Certifiés e Agrégés, os ultimos ganham mais, têm menos horas de serviço e podem ensinar até ao nivel de segundo ano da Universidade. Os conscursos que dão acesso aos dois graus são respectivamente o CAPES e a Agrégation.
-Qualquer dos concursos é composto de duas provas, a escrita e a lição (ou oral) a primeira serve para avaliar os conhecimentos da matéria, a segunda para verificar que o candidato sabe dar uma aula. Após o concurso o candidato entra em estágio que lhe dá acesso à nomeação definitiva.
-Os dois concursos têm variantes "internas" abertas unicamente a titulares de outros graus e a não titulares (maitres auxiliaires).
O nivel de exigência agrégation é muito grande no caso da matemática conheço vários doutores que necessitaram um ano de preparação intensa para poderem passar na agreg.
Os defeitos do sistema: Actualmente muitos agrégés fogem dos liceus problemáticos o que conseguem pois têm prioridade nas nomeações. Em alguns casos a oral está demasiado formalizada, os juris preocupam-se mais com detalhes como a organização do quadro ou a linguagem do candidato.
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