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2004-12-28

 

Portugal em mudanca? ...A questão das maiorias

Até neste domínio seria positiva uma mudança? Efectivamente estou a falar das eleições de 20 de Fevereiro. E se vejo alguns potenciais perigos numa maioria absoluta do PS, vejo muitos mais numa maioria relativa (aliás como o passado recente bem demonstrou), pelo que não me choca que o PS mostre a vontade de querer obter uma maioria absoluta.
Os cenários de uma maioria absoluta há que os fazer, enquanto os cenários de uma maioria relativa, a história já se encarregou de os formatar e não são de saudar, podendo na situação presente serem ainda mais negros se a estas eleições se admitir insucesso nas presidenciais.
Mas estou com o João Tunes, o caminho não é virtuoso. É preciso apertar e muito o PS e Sócrates em especial para uma governação decente, rompendo com muitos vícios do passado. E esse aperto começa já, exactamente no sentido preciso de reunir as condições dessa governação. É preciso vencer e convencer.
o processo eleitoral em curso é fundamental como primeiro teste e, até à data, a nota que lhe atribuia é de medíocre. (E porque já não respeito muito os tabús, até achei bem positiva a sua reacção sobre a coincineração) . Só que para mim se trata de um aspecto menor face a problemas de fundo que atravessam o País.
E se atribuo até á data a nota de medíocre é porque ainda não vi as questões fundamentais do País serem agarradas e a falta de programa não justifica. As questões de base estão bem identificadas e todas muito interrelacionadas. Queremos saber o como. É a isso que Sócrates tem de responder.
Temos um problema de défice estrutural e como o nome indica não se resolve de per si. A resposta não está em apertar, apertar o cinto (tipo Ferreira Leite). Precisa-se de uma estratégia de competitividade para a economia e empresas. Mas essa estratégia exige que se revolucione a justiça que constitui um dos maiores constrangimentos do funcionamento das empresas e não só da vida das pessoas (como por vezes se pensa), que se revolucione o sistema de ensino e de formação, a todos os níveis, apostando num ensino menos abstracto e mais consentâneo com os problemas, numa reforma séria da Administração Pública que não passa pelo congelamento de entradas e de salários mas que crie um Administração mais leve , mas mais responsável, facilitadora da vida das pessoas e das empresas (a grande reforma passa pelo Ministério das Finanças que é um Estado dentro de outro), uma AP parceira da sociedade civil e, finalmente, montar uma saúde bem gerida e ao serviço das pessoas e um combate à indisciplina que reina a todos os níveis.
É sobre questões como estas que o PS para chegar ao poder tem de se pronunciar, definindo bem os conteúdos, as metodologias e apontando para prazos, pois há aqui muita coisa que vai bem para além de uma legislatura.
Com um programa destes, com uma campanha pela afirmativa em que fosse clara a propensão de que iria estar atento ao pulsar da sociedade, não seria dificil o PS conseguir a maioria de que este país bem precisa para ter uma governação consequente. Deixo aqui um registo de que não sou PS nem das novas fronteiras. Provavelmente se o fosse não produzisse tão negro panorama.

Comments:
Este blog pelo menos está contra o pensamento único. Positivo!!!
D. Botelho
 
E acha que será possível?!
 
Tentando dialogar com MFC sobre a sua pergunta "acha que será possível?" apenas tenho a percepção que o PS tem garantida uma maioria não por seu mérito mas por demérito do adversário. Depois de tanta incongruência/instabildade/irresponsabilidade desta governação de PSL e também de JMDB, penso que a nossa memória colectiva não é tão fraca para haver uma votação massiva no PSD, tanto mais que nem houve mudança de líder no PSD. Para o PS ter condições para governar (maioria absoluta) tem de cativar mais que os descontentes, tem de ir conquistar muita gente pelas ideias e mostrar vontade de acertar com a governação futura. Não preciso de estar de acordo a 100% com as ideias do PS para votar, mas tem de haver uma base mínima. Sem isso não se convencem as pessoas. Por isso acho que um compromisso pela positiva com as questões referias e outras e pessoas credíveis são de suma importância. Daí que as composições das listas de candidatos e respectivos cabeças de lista de candidaturas constituam a primeira pedra de confiança ou de desconfiança.
João Abel de Freitas
 
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