2005-01-23
Antologia da Blogosfera (1)
Uma reflexão, entre as «novas causas» e «novo estilo de militâncias» que vale a pena acompanhar. Cortesia do Abre-Latas.
«Um estudo sério sobre a relação entre interesses corporativos e tomadas de posição reivindicativas daria seguramente resultados muito interessantes: iríamos seguramente entender por que é que no domínio da Saúde não são os doentes que reivindicam, mas sim invariavelmente os Técnicos de Saúde. E se esse estudo, além de sério, tivesse a devida textura sócio-política, iríamos entender que um dos principais entraves à melhoria da qualidade dos serviços (de Saúde, neste exemplo) é o facto de serem os Técnicos e não os utentes quem geralmente reivindica... É que os Técnicos estão organizados em Sindicatos e em Ordens e, através desses órgãos representativos, facilmente se mobilizam para acções de luta, ocupando assim a noosfera (noosfera, repito) mediática. Já os utentes do sistema de saúde não estão organizados em grupo formal, e por isso não têm uma agenda reivindicativa coerente... Em resultado, os governos são obrigados a negociar com os Técnicos, e nunca com os utentes... e a qualidade é a que bem conhecemos. E estas incongruências são reflexo de um atavismo: aquele atavismo em que o poder era do produtor, e o consumidor era, quando muito, alguém que "comia" o que lhe dessem... Mas na época em que o consumidor começa a ter direitos, os movimentos de utentes têm que começar a ser respeitados. E tudo se resume a isto: QUER UM PAÍS DECENTE?... DÊ VOZ AO UTENTE! »
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É mesmo assim. Em tudo estão á frente os interesses corporativos sempre muito conectados com os partidos. Os utentes de tudo são sempre os lixados. E quando aparece qualquer movimento de utentes é só ver quem está por trás. Não é genuino. (Ver IC19, portagens na ponte, etc). Nos outros países não é bem assim. Há mais maturidade e uma maior clareza das posições dos partidos. Espero que me percebam. Não defendo que um militante de um partido qualquer não tem o direito de estar nos movimentos de utentes. Tem, o que não deve é tentar apropriar-se dele para o seu partido. Em Portugal há essa miopia e quem lucra com isso o poder e os interesses corporativos. o Zé lixa-se. Ana Esteves
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