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2005-02-19

 

Condição necessária, mas não suficiente


A obtenção de uma maioria absoluta do PS nas eleições do próximo domingo é, quanto a mim, uma condição absolutamente necessária para o País poder sair da situação em que se encontra e seguir um rumo seguro para o combate ao desemprego, a redução das injustiças sociais, a retoma da confiança nas nossas capacidades e o desenvolvimento económico e social do País.

Não será, certamente, uma condição suficiente: esta terá a ver, por exemplo, com as políticas concretas que o PS seguirá e com a competência e credibilidade da equipa de Governo constituída para as implementar. Mas se os eleitores não assegurarem essa condição necessária, não há condição suficiente possível.

Comments:
Aqui está uma exposição simples e muito clara sobre o alcance da indispensável Maioria Absoluta.
 
Mário Lino (e tb RN),
Essa história da MA veio perturbar-me a reflexão deste dia a ela consagrado. Interrogo-me: então se o PS não conseguir a MA vai dizer que o eleitorado não o compreendeu ou, antes, que não a mereceu?
Depois da equação forçada do Vital Moreira, há dias, (acerca do grau de responsabilização do PS) o que mais haverá a dizer sobre o plano B? Que não somos merecedores de conhecê-lo? Em eleições democráticas, para ganhar, deixou de bastar a maioria? Percebo o que dizes mas não entendo como se começa, desde já, a dar a entender que as coisas têm de correr necessariamente mal se o PS não obtiver a MA. Podes (podem) esclarecer-me?
 
Se o PS ganhar as eleições como se espera, mas não tiver maioria absoluta, vai dizer que o número de eleitores que votou PS não foi suficiente para atingir esse objectivo e que, portanto, nem PS conseguiu convencer a maioria dos eleitores de que tal objectivo era fundamental para a estabilidade governativa, nem a maioria dos eleitores quis conceder ao PS essa maioria absoluta.
A responsabilidade do resultado eleitoral não é, portanto, apenas dos partidos concorrentes; é aos eleitores que cabe a responsabilidade maior por esse resultado, na medida em que tal resultado traduzirá as opções que fizerem face às candidaturas em disputa.
Daqui não resulta que, se o PS não tiver a maioria absoluta, as coisas tenham que correr necessariamente mal, e certamente que o PS tudo irá fazer para que, mesmo nessa eventualidade, corram o melhor possível.
Mas a questão, quanto a mim, não se pode pôr em termos abstractos: em termos abstractos, podem-se pôr todas as hipóteses, como, por exemplo, se o PPD/PSD, ou o CDS/PP, ou o MRPP, ou ... ganhassem as eleições as coisas teriam que correr necessariamente mal? Mas em termos concretos, face às concepções ideológicas, posições políticas essenciais, propostas concretas, etc destes partidos, a minha perspectiva é que, com alta probabilidade, as coisas iriam correr mesmo muito mal.
É o que se passa, em minha opinião, se o PS não tiver maioria absoluta e precisar do apoio parlamentar do PCP e/ou BE para governar: é que estes partidos já declararam, por diversas vezes, que só estão disponíveis para apoiar as medidas que estiverem de acordo com os respectivos programas o que, estando evidentemente no seu direito fazê-lo, augura um futuro conturbado para o futuro Governo. A menos que se pretenda que um Partido com 40% de votos governe, não com o seu Programa, mas com o Programa de Partidos com 7 ou 8% dos votos.
Claro que se pode dizer – paciência, mantemos o País no pântano mais uns tempos e vamos a votos outra vez daqui a um ano ou dois.
Ou dizer – entre os partidos e propostas em disputa, a do PS é a que globalmente, e em condições de estabilidade governativa, melhores condições apresenta para poder restituir a confiança aos portugueses e fazer progredir económica e socialmente o Pais.
 
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