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2005-03-25

 

Pelas terras do "Não"

Andei uns dias por terras onde o potencial "NÃO" está a pôr em polvorosa a Europa comunitária.

A direita e a esquerda, adeptas do "SIM", quase já rezam a "São Chirac" para entrar imediatamente na campanha em prol do "sim" da constituição europeia cujo referendo se realiza a 29 de Maio. Neste apelo, vejo alguma confusão com o papel desempenhado por Mitterrand, em anterior referendum também sobre a Europa, a cuja intervenção, segundo a grande maioria dos analistas políticos, se ficou então a dever o vencimento do "sim".

Estive com o nosso camarada de Blog Pedro Ferreira a quem envio um abraço e que me deu uma visão muito interessante de alguns temas em debate actualmente em França. Penso que ele é de facto a pessoa bem informada e colocada para nos ir alimentando sobre a dinâmica deste referendo que bem nos interessa, mas também de muitos outros temas como o da gestão da Câmara de Paris, o da dinâmica "no tabuleiro político", onde até 2007 muito se há-de passar quer à esquerda onde as várias sensibilidades PS se digladiam de forma algo "feroz", designadamente pela disputa de candidato presidencial e também pelo "sim e não" da constituição neste referendo, apesar do referendo interno que tiveram em que o "sim" saiu vencedor e onde F. Holland, actual primeiro secretário, parece não ter carisma para "unir", quer à direita, onde também nem tudo está pacificado, embora aqui o candidato presidencial (Sarkovsky) parece ser já escolhido.

Para a tendência do "Não", do que li, ouvi e conversei, duas questões importantes a reter: o grande descontentamento com a política do governo de Raffarin (até a direita vai neste sentido, atribuindo grandes culpas ao governo. No momento nota-se algum abrandamento em algumas políticas, por exemplo, as negociações mais cuidadosas com a AP) e a Directiva BolKestein, a directiva da liberalização dos serviços na Europa, "rebuscada do baú" por Durão Barroso, revelando inoportunidade ou falta de sensibilidade política de Barroso, como se admite em alguns meios.

Talvez seja de juntar um terceiro factor, embora com menor peso, o medo que a sociedade francesa nutre da entrada Turquia na Europa.

Comments:
Bela ideia essa da pequenina provocação do joão Abel ao Pedro para nos ir dando a sua leitura de experiências que se passam em França com interesse para este cantinho. Essa da Cãmara talvez interesse ao Carrilho. Seria bom tb algo sobre Itália de que se conhece pouco, designadamente da esquerda. É pedir muito?!! Ana Esteves
 
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