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2005-04-28

 

A Desblindagem dos Estatutos da CIMPOR

Na assembleia geral de ontem foi votada a desblindagem dos estatutos da CIMPOR sob proposta dos franceses da Lafargue - o maior produtor mundial de cimentos e materiais de construção - com a abstenção do maior accionista português da cimenteira, a Teixeira Duarte.

O que significa esta operação de desblindagem?

Que a Lafargue tem agora ao seu dispor os instrumentos legais para lançar uma OPA sobre a CIMPOR e, assim, integrar no seu domínio, o domínio da CIMPOR que pelo seu desenvolvimento é já uma das 10 maiores empresas europeias do sector.

Como já decorreu o prazo de três anos após a privatização da CIMPOR, tempo durante o qual não se podia processar a venda das acções, a desblindagem agora decidida fornece os instrumentos legais que faltavam para que o negócio possa vir a dar-se.

Só me pergunto: para quê gastar tanta tinta na defesa dos centros de decisão em Portugal, se depois de findo o prazo de aquisição do capital pelos grupos portugueses, quase sempre se segue a venda a grupos estrangeiros? Porquê não os tratar em plano de igualdade?

E um dia destes será a venda do Portucel. Não se está a ver que Pedro Queiroz Pereira venha a ser uma excepção. Os milhões de mais valia tornam-se irresistíveis aos "nossos" empresários que o são muito pouco. E assim se estão a esvair as jóias. Fiquemos atentos que por este andar ainda vai a GALP, a EDP, a PT, etc.

Daqui concluo que o fundamental é o Estado Português saber exactamente as políticas que quer. Só desta forma saberá integrar os operadores, não importa de que nacionalidade, na visão de desenvolvimento que interessa ao País. Só um Estado forte pode fazer isso.

Comments:
Um Estado forte é tão perigoso como, ou mais do que, empresas fortes.

Que mal faz que a CIMPOR, ou outra qualquer empresa, vá para mãos estrangeiras? Não está também a Auto-Europa em mãos estrangeiras? E a Siemens? E a Opel?

E a CIMPOR, não faz atualmente a maior parte dos sesu investimentos no estrangeiro, por exemplo na Argélia?

O capital, seja ele originalmente português ou de outro país qualquer, não tem nacionalidade. Parece que o João Abel de Freitas ainda não percebeu plenamente este facto.
 
Um Estado forte é tão perigoso como, ou mais do que, empresas fortes.

Que mal faz que a CIMPOR, ou outra qualquer empresa, vá para mãos estrangeiras? Não está também a Auto-Europa em mãos estrangeiras? E a Siemens? E a Opel?

E a CIMPOR, não faz atualmente a maior parte dos sesu investimentos no estrangeiro, por exemplo na Argélia?

O capital, seja ele originalmente português ou de outro país qualquer, não tem nacionalidade. Parece que o João Abel de Freitas ainda não percebeu plenamente este facto.
 
Penso que o comentador anterior não entendeu, admito que por deficiência da minha exposição, o que eu pretendi dizer.

Não alinho com as falácias dos centros de decisão em Portugal cuja "teoria" como provam os factos só servem para os grupos ditos portugueses ganharem grandes mais valias.

Quando falo de EStado forte quero dizer quero dizer um Estado eficiente, com políticas e normas para funcionar. Não quero um Estado faz de contas mas muito permeável.
 
Entendi bem o que expôs e, ao contrário do anterior comentador, concordo consigo sobre a noção do Estado forte no sentido que lhe deu, isto é, defender o interesse nacional da forma mais eficiente. Os casos apontados indiciam aliás que o caminho não é certamente por ali.
Não é fácil conceptualizar a eficiência e de facto ainda subsistem alguns receios e má memória dos chamados Estados Fortes!
Mas no sistema capitalista onde vivemos, o equilibrio entre a livre iniciativa e o interesse geral tem de passar forçosamente por um Estado capaz.
 
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